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Equipe de Cirurgia Plástica do HUGG atende pacientes vítimas de silicone industrial

Desde 2016, a equipe de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) da UNIRIO atendeu 83 pacientes que apresentavam quadros de deformidades e inflamações crônicas decorrentes de implante de substâncias proibidas na região de glúteos e mamas, como, por exemplo: o silicone industrial.

- É de extrema importância alertar a população, inclusive a classe médica, pois a permanência destes casos na clandestinidade e diagnósticos superficiais fomenta informações improcedentes que não retratam a realidade-, informou o coordenador do curso de pós-graduação em Cirurgia Plástica, Eduardo Teixeira.

Em todos os casos, os pacientes atendidos relataram ter feito o implante acreditando ser PMMA. Porém, ao serem avaliados, o aspecto e os sinais clínicos já indicavam que se tratava de silicone industrial. Destes pacientes operados, nenhum tinha a presença de PMMA.

O atendimento, em geral, das pacientes se dá inicialmente com a administração de medicamentos para desinflamação da região atingida e, posteriormente, uma drenagem do excesso do produto, nas partes mais superficiais.

Esse procedimento cirúrgico demanda de dois a três dias de internação, fora o período do pós-operatório, que é realizado em casa. Passado esse período, a paciente é orientada a fazer um exame de rotina, a cada seis meses ou um ano, para saber se não surgiram novas complicações decorrentes da aplicação desses materiais. 

Desde o aparecimento dos primeiros casos na mídia, entretanto, a procura no Hospital tem aumentado:

- Recebemos, em média, 2 a 3 casos de pessoas vítimas desses procedimentos por semana. Porém, elas não podem vir diretamente ao Hospital, por isso explicamos o procedimento correto, que deve ser: O paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (Clínica da Família do seu Município ou Posto de Saúde) próxima da sua residência. O paciente informa no atendimento da Unidade Básica de Saúde Pública a sua situação de saúde. A Unidade Básica de Saúde poderá agendar a consulta por meio de um sistema informatizado chamado SISREG (Sistema de Regulação) -, explicou o coordenador.

Além da atividade assistencial, por se tratar de um hospital universitário, o HUGG tem desenvolvido um projeto de pesquisa, visando uma melhor abordagem destes casos, ainda pouco estudados na literatura médica.

O projeto está cadastrado na UNIRIO com o objetivo de estabelecer critérios para realização de diagnósticos, classificar os tipos de sequelas e observar os protocolos de tratamentos indicados para casa tipo de manifestação.

De 2016 até 2018, já foram apresentados trabalhos em congressos no Brasil  e no exterior com o intuito de alertar e levar a informação cientificamente apurada sobre o assunto.