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Dissertações

01. IVNA NÉRIA DA SILVA RIBAMAR DE CARVALHO – Defesa em 10/07/2013

Dissertação ESTUDO DE POLIMORFISMOS NO GENE CDKN1A EM PACIENTES COM RETINOBLASTOMA

Resumo Retinoblastoma (RB) é uma neoplasia maligna que acomete, principalmente, crianças abaixo de cinco anos. A doença é causada pela perda de função da proteína retinoblastoma. Recentemente, foi encontrada expressão aumentada do gene CDKN1A neste contexto de perda. Este gene codifica a proteína p21, que é a principal efetora de p53. Nós investigamos se dois polimorfismos em um único nucleotídeo (SNPs), que prejudicariam a função de p21, (rs1801270 e rs1059234) podem influenciar o risco e/ou a sobrevida de pacientes com RB. Nós realizamos a genotipagem de ambos os polimorfismos em 141 casos e 120 indivíduos não acometidos por RB. Foram realizadas as seguintes análises estatísticas: teste do qui-quadrado (2 ), odds ratio (OR) e curvas de sobrevida pelo método de Kaplan Meier (KM). A chance de desenvolver RB aumenta 1.98 vezes na presença do alelo não selvagem A (OR = 1,98; IC95% = 1,16-3,37) e aproximadamente 2 vezes na presença do alelo não selvagem T (OR= 2,15; IC95%= 1,23-3,76). Foi avaliado o efeito combinado de ambos os polimorfismos encontrados, tendo em vista que podem estar em desequilíbrio de ligação. O genótipo CA para rs1801270 e CT para rs1059234 foi associado a um risco aumentado de desenvolver RB (OR= 2,5, IC95%= 1,38- 4,59). Por outro lado, as curvas de KM não mostraram diferenças significativas na sobrevida com relação aos polimorfismos estudados. Nós concluímos que os alelos não selvagens dos SNPs rs1801270 e rs1059234 não influenciam a sobrevida dos pacientes com RB, mas podem atuar como fatores de risco para o desenvolvimento de RB em nossa amostra. Palavras-chave: Retinoblastoma, gene CDKN1A, SNPs.

02. THAIS BEZERRA FERREIRA – Defesa em 13/08/2013

Dissertação IMPACTO DA DOPAMINA NA RESPOSTA PROLIFERATIVA E PRODUÇÃO DE CITOCINAS PELAS CÉLULAS T DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA REMITENTE-RECORRENTE

Resumo A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune grave que ataca o sistema nervoso central. Alguns estudos têm indicado o envolvimento dos linfócitos Th1 e Th17 na imunopatogênese da EM. Quando chegam ao sistema nervoso central, essas células são expostas a novas condições, como a presença de neurotransmissores, dentre eles a dopamina (DA). Nesse contexto, até a presente data, nenhum estudo foi conduzido para avaliar o papel da DA no status funcional das células T de pacientes com EM. Portanto, o objetivo primário desse estudo é avaliar o impacto da dopamina (DA) na resposta proliferativa e produção de citocinas pelas células T de pacientes com EM com a forma recorrente remitente (EM-RR), comparando os resultados com o padrão observado em indivíduos saudáveis (grupo controle). Nossos resultados demonstraram que a proliferação das células T induzida pelo ativador policlonal fitohemaglutinina (PHA) foi menor nas culturas de pacientes com EM-RR quando comparado ao grupo controle. Nessas culturas, enquanto a DA reduziu significativamente resposta linfoproliferativa nas culturas controles, essa catecolamina elevou a expansão policlonal das células T de pacientes com EM-RR Com relação ao tipo de citocina produzida, nenhuma diferença significativa na secreção de citocinas relacionadas ao fenótipo Th1 (IL-2 e IFN-) foi detectada entre os grupos estudados. Nesse sistema, enquanto a DA reduziu os níveis de IL-2 e IFN- nas culturas controles, esse neurotransmissor elevou a produção de IFN- pelos linfócitos T de pacientes com EM-RR. Com relação à produção de citocinas definidoras do fenótipo Th2, nenhuma diferença significativa foi observada na produção de IL-4 e IL-5 em resposta ao PHA, com ou sem DA. Em contraste, níveis significativamente superiores de citocinas relacionadas ao fenótipo Th17 (IL-6, TNF-α e IL-17) foram detectados nas culturas de células dos pacientes com EM-RR. Interessantemente, foi observada uma correlação positiva entre os níveis de IL-6 e IL-17 e o grau de incapacidade neurológica dos pacientes. A adição de DA aumentou a produção não apenas de IL-6, TNF-α e IL-17, como também da IL-21 nessas culturas. Finalmente, apesar de nenhuma diferença na produção de citocinas relacionadas ao fenótipo T regulador, a IL-10 e TGF-β, ter sido observada em ambos os grupos, a adição da DA reduziu a liberação dessas xvi citocinas particularmente nas culturas de células dos pacientes com EM-RR. Ademais, a hidrocortisona foi menos eficiente em reduzir a produção de IL-17 nas culturas dos pacientes com EM-RR, quando comparados aos controles. Em nosso sistema, a capacidade da DA em amplificar a produção de IL-6 e IL-17 e reduzir a liberação de IL-10 nas culturas de células de pacientes com EM-RR foi particularmente dependente dos linfócitos T CD4+ e da sinalização do receptor para IL-6. Em conjunto, os nossos resultados, apesar de preliminares, revelam uma elevada tendência das células T dos pacientes com EM-RR em produzir maiores níveis de citocinas relacionadas ao fenótipo Th17 com maior resistência a inibição ao glicocorticoide, fenômenos esses que foram amplificados pela adição de dopamina.

03. ANDRÉ FELIPE DAS MERCES SANTOS – Defesa em 18/03/2014

Dissertação RASTREAMENTO MOLECULAR DE ENTEROPATÓGENOS BACTERIANOS RESPONSÁVEIS POR SURTOS DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO ALIMENTAR NO BRASIL.

Resumo Enteropatógenos bacterianos isolados de surtos de origem alimentar, recebidos pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN), são encaminhados ao Laboratório de Referência Nacional de Enteropatógenos Bacterianos (LRNEB) para caracterização fenotípica e genotípica. Dentro das técnicas moleculares, a subtipagem através da Eletroforese em Campo Pulsado (PFGE) é utilizada como ferramenta na diferenciação filogenética entre as cepas oriundas de surtos com cepas circulantes. Entre o período de 2009 a 2011, foram analisadas 423 amostras, entretanto, deste grupo selecionou-se os sorovares mais expressivos: Salmonella ser. Enteritidis (n = 128), Salmonella ser. Heidelberg (n = 21), Salmonella ser. Newport (n = 16), Salmonella ser. Oranienburg (n = 12), Salmonella ser. Panama (n = 18), Salmonella ser. Schwarzengrund (n = 9), Salmonella ser. Typhi (n = 83) e Salmonella ser. Typhimurium (n = 99), contabilizando 386 amostras, sendo 350 ligadas a surtos e 36 não. Com relação à distribuição da fonte de isolamento, 329 foram de origem humana, 51 alimentar, 5 ambiental e 1 animal. A região Sul apresentou o maior percentual de isolamento com 42,2%, seguido das regiões Norte (27%), Sudeste (20%), Centro-oeste (9,5%) e Nordeste (1,3%). Após a PFGE, a partir da restrição com a enzima XbaI, foram obtidos 10 pulsotipos para Salmonella ser. Enteritidis, 6 para Salmonella ser. Heidelberg, 10 para Salmonella ser. Newport, 7 para Salmonella ser. Oranienburg, 10 para Salmonella ser. Panama, 3 para Salmonella ser. Schwarzengrund, 17 para Salmonella ser. Typhi e 40 para Salmonella ser. Typhimurium. Apesar do alto número amostral, Salmonella ser. Enteritidis foi a mais genômicamente estável pelo baixo número de pulsotipos, ao contrário da Salmonella ser. Typhimurium que apresentou a maior diversidade genética. A Salmonella ser. Heidelberg apresentou um perfil clonal distribuído na região Sul e áreas limítrofes. Dois perfis clonais de Salmonella ser. Newport, isolados de um surto europeu ocorrido em 2011, veiculado por melancias brasileiras, foram encontrados em amostras humanas oriundas dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul e de fonte alimentar dos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia. O baixo número de registros isolados e a baixa variabilidade genética de Salmonella ser. Oranienburg confirmou que o surto no estado do Maranhão tenha sido um caso pontual. No Espírito Santo em 2010, ocorreu um surto de Salmonella ser. Panama e acredita-se que o clone responsável já circulava em nosso ambiente, pois o mesmo foi detectado em períodos anteriores. A Salmonella ser. Schwarzengrund apresentou uma casuística muito baixa no Brasil, entretanto, a sua presença é bem marcante no estado do Mato Grosso. Durante um surto de Salmonella ser. Typhi ocorrido no Amapá foi observado que o clone responsável era endêmico na região, pois houve notificações do mesmo clone em períodos anteriores.

04. EMILY MORAES ROGES – Defesa em 20/12/2013

Dissertação AVALIAÇÃO DO PERFIL DE VIRULÊNCIA E RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM AEROMONAS SPP. ISOLADAS DA CADEIA ALIMENTAR NO BRASIL.

Resumo Aeromonas spp. são habitantes naturais de ambientes aquáticos, podendo estar associadas a numerosas infecções em humanos e animais, sendo A.hydrophila, A.caviae e A.veronii causa da maioria das infecções humanas. Sua patogênese é multifatorial, associada a uma grande variedade de fatores de virulência. No presente estudo foram selecionadas 120 cepas sendo 56 A.caviae e 64 A.hydrophila isoladas de 2008 a 2012. Na avaliação fenotípica identificamos as enzimas colagenase, elastase, hemolisina e DNAse. O teste de susceptibilidade antimicrobiana foi realizado pelo método de difusão em disco (CLSI 2011/12). A Reação em Cadeia da Polimerase foi realizada para a detecção de hemolisina (hlyA/aerA), enterotoxinas (act/alt) lipase (lip/gcat) e DNAse. DNAse foi observada em 97,5% isolados e hemólise em 75 cepas. As enterotoxinas foram positivas em 23 e 21 cepas, respectivamente. Os genes lip(43) e gcat(45) e as enzimas colagenase(16) e elastase(13) são produtos elaborados por Aeromonas que são capazes de degradar proteínas biológicas complexas presentes no tecido conjuntivo e de soro, incluindo fibrinogênio, albumina, elastina e colágeno. A.caviae foram isoladas a partir de fezes (13) e secreções (2). Entre estas, cinco foram suscetíveis a todos os antimicrobianos e apresentaram capacidade de produção de DNAse e aerolisina (aerA). Entre as cepas de A.hydrophila, 11 eram de origem fecal e 5 de secreção, pele, sangue fluido, sinovial e do pulmão, sendo as demais de origem animal e ambiental. Foi observada a prevalência dos genes hemolisina aerA e hlyA, presente em quase todos os isolados. A cepa isolada a partir da pele se mostrou colagenase positiva, coerente com o papel atribuído a esta enzima na infecção de ferimentos. A distribuição dos diferentes perfis permitiu observar a prevalência dos perfis: hlyA, dnase, gcat, hem em 14 cepas aerA, dnase, lip, act, hem em nove cepas e aerA, hlyA, dnase, lip, act, hem em oito cepas, todas de origem animal. Particularmente entre aquelas de origem humana, diferentes perfis foram observados A totalidade das cepas apresentou sensibilidade a nitrofurantoina, e a distribuição da resistência para as demais drogas foi AMK 11,67%, NAL 12,5%, GEN 3,34%, SXT 7,5%, TCY 7,5%, CHL 1,67%, CAZ 2,5%, CIP 3,34%, IPM 2,5% e CTX 13,35%., incluindo 2 cepas de A.hydrophila de origem fecal que eram multi resistentes a AMK-NAL-GEN-TCY-CTX e AMK-NAL-GEN-SXT-TCY-CIP-CTX. Entre as cepas analisadas a presença de enzimas extracelulares, genes de virulência e crescente resistência antimicrobiana em Aeromonas são preditivos de sua relevância apontando inclusive a possibilidade de intercambio ambiental e mostrando sua capacidade de transferência gênica e relevância em saúde pública.

05. MARCELA VIEIRA STILPEN – Defesa em 17/01/2014

Dissertação PREVALÊNCIA DE DISFAGIA NA SÍNDROME DE RETT.

Resumo A síndrome de Rett é uma doença de etiologia genética que compromete o neurodesenvolvimento, e resulta em um quadro clinicamente reconhecível. Afeta quase exclusivamente o sexo feminino, e mutações de perda de função no gene MECP2 são observadas na grande maioria das portadoras da forma clássica da doença. Alterações da deglutição e estomatognáticas são frequentemente observados na síndrome. No presente estudo foi realizada investigação de disfagia e alterações da deglutição em 36 pacientes portadoras de síndrome de Rett. A investigação foi realizada através de aplicação de questionário dirigido aos pais e responsáveis, além de exame clínico e, quando possível, observação de uma refeição. A forma clínica clássica da doença foi observada em 31/36 pacientes (86.1%). Três pacientes (9%) apresentaram impossibilidade de alimentação via oral, e necessitaram gastrostomia. A maior parte das pacientes apresentou sucção adequada nos primeiros meses (86.1%), e 32/36 pacientes (88.9%) foram amamentadas. Cerca de 2/3 (63.6%) das pacientes apresenta mastigação inadequada, e impossibilidade de alimentação sólida foi observada em quase um terço das pacientes (9/33; 27.3%). Todas as pacientes apresentaram bruxismo, e sialorreia foi relatada na grande maioria (32/36, 88.9%). Com relação à deglutição adaptada, os movimentos de cabeça durante a deglutição foram observados na quase totalidade (30/31) dos casos. Força durante a deglutição foi observada em 25/31 pacientes (80.6%). Por outro lado, tempo prolongado de alimentação foi observado em apenas 5/31 pacientes (16.1%). Dentre as características sinalizadoras de disfagia, resíduos na boca após a alimentação foram observados na maior parte (72%) das pacientes. Por outro lado, a maior parte das pacientes não apresentou tosse durante a alimentação (23/33, 69.7%); Da mesma forma, pneumonias recorrentes foram observadas em apenas um quinto dos pacientes (7/36, 19.4%). Não foi observada associação significativa (P=0.75) entre a forma de apresentação da doença (clássica ou atípica) e os fenótipos de disfagia analisados. Com relação à correlação entre genótipo no gene MECP2 e fenótipo, não houve associação significativamente preferencial entre forma da doença (clássica ou atípica) e presença ou ausência de mutação patogênica (P=0,13). Não houve associação significativa entre o tipo de mutação patogênica no gene MECP2 e os fenótipos de disfagia (P=0.06). Entretanto, como o valor de “P” é próximo da significância, pode indicar uma tendência para uma associação significativa entre presença de mutações patogênicas do tipo stop códon / frameshift e ocorrência de fenótipos mais severos de disfagia. Finalmente, os fenótipos observados de disfagia não foram diferentes entre portadoras ou não da mutação MECP2 T158M (χ2=3,15; GL=2;P=0,20).

06. RAÍSSA DA SILVA MARTINS – Defesa em 11/09/2014

Dissertação DESENHO DE SISTEMA DE DETECÇÃO DE MUTAÇÕES DA FIBROSE CÍSTICA A PARTIR DO RASTREAMENTO COMPLETO DO GENE CFTR EM PACIENTES FIBROCÍSTICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Resumo A fibrose cística é conhecida por ser uma doença de caucasianos, sendo nesses a incidência igual a 1:3200 nascidos vivos e em americanos não-caucasianos 1:15.000. Ela é uma doença genéticaautossômica recessiva causada por mutações no gene CFTR que se localiza no cromossomo 7q31.2 e possui 27 exons. A proteína CFTR atua na membrana celular de tecidos epiteliais, regulando as concentrações de cloro nos fluidos extracelulares. Muitas mutações podem levar ao fenótipo fibrocístico e atualmente estão listadas 1976 mutações e variações de sequências. A investigação de mutações é o caminho para o estudo da expressão e função da CFTR, sendo esse conhecimento essencial para o desenvolvimento de novas terapias. Assim o diagnóstico molecular tornou-se imperativo, uma vez que já existem terapias alternativas para pacientes que conhecem seu genótipo .Devido ao grande número de mutações e pelo fato delas muitas vezes estarem restritas a grupos étnicos específicos, o diagnóstico torna-se difícil de ser realizado. O ideal é que se faça o rastreamento completo do gene para que se conheçam as mutações mais frequentes na população em estudo permitindo que um painel de mutações característico seja definido e o diagnóstico seja mais rápido, sensível e customizado. Este projeto tem como objetivo realizar o rastreamento completo do gene CFTR com auxílio das técnicas de varredura, como HRM e MLPA para definir o painel de mutações da população do Rio de Janeiro com a finalidade de melhorar a taxa de detecção e permitir o desenvolvimento de sistema de diagnóstico adequado à realidade brasileira. Nesse estudo foramu tilizadas 201 amostras com um ou dois alelos não identificados. O teste para a identificação de mutações já existentes no nosso painel naqueles pacientes que ainda não tinham sido analisados, nos permitiu identificar 13 diferentes mutações em 15 pacientes através das técnicas de qPCR e PCR alelo específico. Através da técnica de rastreamento de MLPA encontramos uma deleção, 2 duplicações ainda não descritas na literatura e uma grande deleção que atinge o próximo gene flanqueador. Além dessas, encontramos uma nova mutação pontual do tipo missense. Por outro lado usando a técnica de HRM detectamos 2 mutações causadoras de fibrose cística e 4 polimorfismos. Através do sequenciamento aleatório de amostras identificamos 4 mutações. Entre essas um caso de falsa homozigose foi observado o que nos permitiu submeter um artigo à revista BMC Research Notes como um Case Report. Observamos que o nosso conjunto amostral se encontra em desequilíbrio de Hardy-Weiberg (χ2=114,62; p=0,000) e pelos cálculos observamos que há um aumento da homozigose. A partir desses cálculos verificamos se a distribuição das amostras está de acordo com a Lei de Equilíbrio de Wright, dessa forma obtivemos um p valor (χ2= 53,59; p = 0,002) bastante significativo. Estes dados nos permite sugerir que a diminuição da heterozigose seja pela presença de muitos alelos ainda não identificados entre nossas amostras. Podemos dizer que a utilização dessas diferentes técnicas de rastreamento nos capacitou a identificar um total de 12 mutações que somadas com o painel anterior de 18 mutações já encontradas pela equipe do projeto FC , chegamos um painel com 30 mutações. Com estes resultados podemos propor utilização de um chip multiplex com sondas TaqMan para a identificação de mutações pontuais e do MLPA para grandes deleções e duplicações como forma de diagnóstico rápido e específico para a população do Rio de Janeiro, atingindo assim o objetivo proposto pelo nosso projeto.

07. DANIELLE DUTRA VOIGT – Defesa em 10/12/2014

Dissertação ESTUDO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS, VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS, PRESSÓRICAS E BIOQUÍMICAS ASSOCIADAS AO DESENVOLVIMENTO DA OBESIDADE NO RIO DE JANEIRO.

Resumo O excesso de peso e a obesidade têm alcançado proporções epidêmicas em todo o mundo, sendo considerado um problema de saúde pública. A obesidade é causada por uma disfunção do balanço energético, levando ao desenvolvimento de patologias crônicas como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes mellitus tipo II, cânc er, e outras comorbidades. Diversos estudos têm demonstrado que além do ambiente, a genética também contribui para obesidade, entretanto, estes fatores não são totalmente esclarecidos. O objetivo principal desse trabalho foi avaliar o efeito de doze polimorfismos de seis genes envolvidos na homeostase energética ( FTO, MC4R, PPARG, ADRB3, UCP1 e LEPR). Isto foi feito através de um estudo comparativo entre 100 indivíduos eutróficos e 100 obesos, amostrados na população do Rio de Janeiro, Brasil. Todos os indivíduos avaliados se encontravam em uma faixa etária de 18 a 60 anos, tendo os indivíduos eutróficos um índice de massa corporal de ≥ 18,5 kg/m² a < 25 kg/m² e os obesos ≥ 30 kg/m². Os indivíduos foram submetidos a uma avaliação clínica-antropométrica e bioquímica, realizada no Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental. Clínica de Hipertensão - CLINEX/UERJ e a análise molecular no Laboratório de Genética - LABGEN/Unigranrio. As genotipagens dos polimorfismos estudados foram feitas através das técnicas de PCR-RFLP e PCR em Tempo Real. As principais análises deste trabalho mostraram que a circunferência da cintura (CC), razão cintura/quadril (RCQ), diâmetro abdominal sagital (DAS), pressão arterial (PA), triglicerídeos, colesterol LDL e leptina estão aumentados em obesos, enquanto que o colesterol HDL foi significativamente maior em eutróficos; na comparação entre os sexos, a CC, RCQ, DAS, PAS e triglicerídeos foi significativamente maior entre os homens, enquanto que nas mulheres somente o colesterol e a leptina apresentaram níveis significativamente superiores. Na comparação entre os indivíduos com diferentes graus de adiposidade, observamos um aumento progressivo significativo da CC, DAS e leptina. Em relação às análises moleculares do gene FTO, observamos que indivíduos com o genótipo TT do polimorfismo rs9939609 apresentaram um aumento significante nos níveis de triglicerídeos e indivíduos com genótipos TT e GG dos polimorfismos rs17817449 e rs1121980, respectivamente, apresentaram aumentos significantes nos níveis de colesterol total e LDL. No gene MC4R, os indivíduos com genótipo CC do polimorfismo 17782313 apresentaram também uma associação positiva significante com o colesterol total e LDL. Para o polimorfismo rs6536991 do gene UCP1 observouse um aumento significativo da circunferência da cintura tanto para obesos como para eutróficos com genótipo TT e CC, respectivamente, e um aumento do DAS, colesterol total e LDL apenas em eutróficos com genótipo CC. Aumentos significativos do IMC e dos níveis plasmáticos de leptina foram observados em indivíduos portadores do alelo G do polimorfismo rs1801282 (gene PPARG), e aumentos significativos do IMC, RCQ, DAS, PAS e PAM em indivíduos portadores do alelo G no polimorfismo rs1137101 do gene LEPR. Podemos concluir que a análise de polimorfismos genéticos, comparando eutróficos e obesos não detecta diferenças significantes, porém os efeitos desses polimorfismos podem ser observados sobre características fenotípicas indicador as ou marcadores da obesidade.

08. LEONARDO CORDEIRO FERREIRA DOS SANTOS – Defesa em 02/03/2015

Dissertação UM MODELO QUANTITATIVO DE DIAGNÓSTICO CLÍNICO PARA A SINDROME DE PRADER-WILLI.

Resumo A SÍNDROME DE PRADER-WILLI (SPW) É UMA DOENÇA GENÉTICA RARA QUE AFETA O EIXO HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIO-GONODAL E QUE APRESENTA, TIPICAMENTE, HIPOTONIA NEONATAL, OBESIDADE, HIPOGONADISMO E BAIXA ESTATURA, DENTRE OUTROS SINAIS E SINTOMAS. A SÍNDROME É CAUSADA PELA AUSÊNCIA DE EXPRESSÃO GÊNICA NA REGIÃO 15q11-q13 DE ORIGEM PATERNA E O DIAGNÓSTICO DEFINITIVO É OBTIDO POR MEIO DE TESTES DE BIOLOGIA MOLECULAR, CUJA REALIZAÇÃO NO BRASIL, NO ENTANTO, É LIMITADA PELA DIMINUTA OFERTA DE SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO MOLECULAR E PELA DIFICULDADE DE SE IDENTIFICAR O FENÓTIPO DE SPW CLINICAMENTE. APESAR DE EXISTIREM NA LITERATURA CRITÉRIOS CLÍNICOS DE DIAGNÓSTICO DA SPW, ESSES FORAM DESENVOLVIDOS POR MEIO DE CONSENSOS DE ESPECIALISTAS E APRESENTAM DESEMPENHO PREDITIVO INSATISFATÓRIO. NÃO HÁ CRITÉRIOS CLÍNICOS DE DIAGNÓSTICO PARA A SPW DESENVOLVIDOS POR EMPREGO DE TÉCNICAS QUANTITATIVAS. ESTE ESTUDO PREENCHE ESSA LACUNA AO DESENVOLVER UM CRITÉRIO CLÍNICO DE DIAGNÓSTICO DA SPW POR MEIO DA OTIMIZAÇÃO DA AUC DA CURVA ROC EM UMA AMOSTRA DE 70 PARTICIPANTES. O MODELO PROPOSTO APRESENTOU SENSIBILIDADE DE 87% E ESPECIALIDADE DE 93%, DESEMPENHO ESTATISTICAMENTE SUPERIOR AOS CRITÉRIOS ATUAIS, E PODE SER UTILIZADO FACILMENTE POR MÉDICOS GENERALISTAS. NO MODELO PROPOSTO, SEIS VARIÁVEIS CLÍNICAS - HIPOTONIA, PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO (MÁ SUCÇÃO), HIPOGONADISMO HIPOTALÂMICO, ATRASO GLOBAL NO DESENVOLVIMENTO, PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO E FÁCEIS TIPICA - TOTALIZARAM MAIS DE 77,5% DO TOTAL DE PONTOS DO CRITÉRIO CLÍNICO, INDICANDO A SUA IMPORTÂNCIA PARA A SUSPEIÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE SPW.

09. GLAUCO NUNES RAFERO BARBOZA – Defesa em 06/03/2015

Dissertação ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE BIOFILME EM RESPOSTA A AGENTES ESTRESSANTES EM STAPHYLOCOCCUS AUREUS

Resumo Staphylococcus aureus é uma bactéria coco Gram Positivo, considerada um dos principais patógenos hospitalares. Essa bactéria possui uma gama de fatores de virulência, entre elas, a capacidade de produzir biofilme. O biofilme confere aos estafilococos resistência contra o sistema imune do hospedeiro e ação de antibióticos. Fatores genéticos e ambientais estão envolvidos na produção de biofilme estafilocócico. Agentes antissépticos e antimicrobianos em concentrações subinibitórias podem induzir a bactéria a formar biofilmes. Em nossas amostras, os diferentes agentes estressantes (NaCl, etanol e Rifampicina) testados foram capazes de induzir a formação de biofilme em diferentes tempos. Algumas amostras responderam para todos os agentes estressantes, enquanto outras apenas para alguns deles. A Rifampicina e o NaCl induziram a formação de biofilme polissacarídico e proteico. Nosso estudo mostrou que esses biofilmes parecem ter mecanismos moleculares distintos em sua formação.

10. TAISSA DE MATOS KASAHARA – Defesa em 05/05/2015

Dissertação IMPACTO DA IMUNOSSENESCÊNCIA NA RECONSTITUIÇÃO FUNCIONAL DAS CÉLULAS T DE PACIENTES IDOSOS COM AIDS A ANTÍGENOS DO HIV-1 E AO TOXOIDE TETÂNICO.

Resumo O número de pessoas infectadas pelo HIV-1 com mais de 50 anos ou mais vem aumentando em todo o mundo. Tanto a idade como a infecção pelo HIV são caracterizadas pela deficiência qualitativa e quantitativa nas células T. Dessa forma, é necessário confirmar o impacto da idade na reconstituição funcional dessas células em pacientes idosos com aids em resposta a terapia antirretroviral (TARV). Dessa forma, o nosso objetivo foi avaliar o impacto da idade nos subtipos de células T e no perfil de citocinas em resposta a um antígeno específico do HIV-1 (Env) e ao toxoide tetânico (TT) em pacientes que reconstituíram numericamente o número de células T CD4+. Para tanto, amostras do sangue periférico de 35 indivíduos idosos e 35 indivíduos jovens infectados pelo HIV-1 foram coletados para a obtenção do plasma e das células mononucleares do sangue periférico que foram cultivadas na presença de Env e TT na presença de rhIL-2. Em alguns experimentos, a ação da IL-10 foi neutralizada pelo anticorpo mononuclear IgG anti-IL-10. Através da incorporação de timidina radioativa avaliou-se a proliferação celular e a partir da técnica de ELISA determinou-se o perfil de citocinas do sobrenadante das culturas e os níveis plasmáticos de IgG anti-TT. Por fim, a frequência dos subtipos de células T foi determinada por citometria de fluxo. Nossos resultados demonstraram que a resposta proliferativa das células T em resposta ao Env e ao TT foi significativamente inferior nos indivíduos idosos infectados pelo HIV-1 em uso da TARV. Em relação ao perfil de citocinas, a baixa produção de IFN-γ, IL-21 e IL-17 associada ao aumento na produção IL-10 foi observada nas culturas estimuladas com Env e TT dos pacientes idosos infectados pelo HIV-1. A neutralização de IL-10 não aumentou a produção de IFN-γ, IL-21 e IL-17 pelas células ativadas com Env nos pacientes idosos, porém foi capaz de aumentar a produção de TNF-α. Por fim, níveis reduzidos de IgG anti-TT foram observados nos pacientes idosos com aids, mesmo após o reforço com TT, e foram relacionados a baixa produção de IL-21 e IFN-γ e a reduzida frequência de células T de memória central (CD45RO+CD127+) . Nossos resultados revelaram que a TARV é menos eficiente em recuperar de forma adequada a resposta imune em pacientes idosos infectados pelo HIV-1.

11. IANE DOS SANTOS SILVA – Defesa em 21/08/2015

Dissertação INVESTIGAÇÃO DAS REPETIÇÕES TRINUCLEOTÍDICAS DOS GENES HTT E TBPEM UMA COORTE DE INDIVÍDUOS BRASILEIROS: CORRELAÇÃO COM A IDADE DEINÍCIO DA DOENÇA DE HUNTINGTON.

Resumo A doença de Huntington (DH) é uma doença genética rara, neurodegenerativa, progressiva e fatal, causada pelo número expandido de repetições CAG no gene HTT. Conforme a literatura, o número de repetições CAG deste gene explica aproximadamente 70% da idade de início da DH. Os outros 30% são atribuídos a genes modificadores e/ou a fatores ambientais. O gene TBP codifica a proteína de ligação à região TATA Box e possui uma região de repetição de CAG/CAA que, quando expandida, ocasiona a SCA17(ataxia espinocerebelar 17). A proteína TBP normal já foi encontrada no cérebro de pacientes com DH junto aos agregados de huntingtina. As repetições de nucleotídeos CAG/CAA normais (>35 repetições) do gene TBP já foram associadas com risco de esquizofreniae também com a modulação da idade de início da SCA7 (ataxia espinocerebelar7). O objetivo deste estudo foi investigar as repetições trinucleotídicas dos genes HTTe TBP, assim como, relacionar as repetições CAG do gene HTT e CAG/CAA do gene TBP com a idade relatada de início da doença de Huntington em uma coorte brasileira.Foram investigados molecularmente104 indivíduos: 72 foram positivos e 32 negativos para DH. Nos indivíduos molecularmentenegativos, os alelos não expandidosdo HTTvariaram entre 12 a 30 repetições CAG (média de 19±4 CAG e mediana 17) e a maior frequência foi do alelo com 17 CAG.Em indivíduos molecularmentepositivos, os alelos não expandidos do HTT variaram entre 14 a 30 CAG (média de 19±4 repetições e mediana 17) e o alelo mais frequente possuía 17 CAG. As repetições dos alelos expandidos variaram entre 39 a 62 CAG (média de 45±4 e mediana 44) e o alelo expandido mais frequente apresentou 44 repetições. O número de repetições CAG do HTT na amostra estudada mostrou influenciarem 66% a idade de início da DH (r de Pearson = - 0,81, R2=0,66, p<0,05). Nos alelos TBP de indivíduos molecularmentenegativos para DH, as repetições CAG/CAA variaram de 27 a 37 repetições (média de 33±2 CAG e mediana34), sendo o alelo mais frequente aquele com 34 CAG/CAA. Nos indivíduos molecularmentepositivos para DH as repetições CAG/CAA variaram de 23 a 38 repetições (média de 34±2e mediana 34) e o alelo mais frequente apresentou 36 repetições CAG/CAA. Não houve diferença estatisticamente significante entre o número de repetições do alelo TBP entre indivíduosmolecularmente positivos e negativos para DH (p>0,05). Não houve aparentemente influência do número de repetições CAG/CAA do gene TBPna idade de iníciorelatada dos sintomas da DH (r de Pearson =0,2, R2=0,04, p>0,05). Foram construídos 19 heredogramas para análise intra e intergeracional das repetições CAG do HTT e CAG/CAA do TBP. Os alelos HTT expandidos apresentaram maior expansão intergeracional quando a origem foi paterna e a maior diferença de repetições intrageracionais também se deu quando a origem foi paterna. Quando se fez a investigação da transmissão intergeracional dos alelos TBP, não foi possível se afirmar a origem parental dos alelos devido a uma diferença de apenas um trio de nucleotídeos no número de repetições de uma geração à outra. A análise intrageracional das repetições CAG/CAA do TBP revelou que a diferença entre irmãos é menor do que aquelas observadas para as repetições CAG do HTT.

12. CLARICE RODRIGUES SANTOS – Defesa em 30/03/2016

Dissertação IMPACTO DA GESTAÇÃO NA FREQUÊNCIA E FUNÇÃO DAS CÉLULAS T AUXILIARES FOLICULARES CIRCULANTES: RELAÇÃO COM HORMÔNIOS GESTACIONAIS E PRODUÇÃO DE ANTICORPOS IgG.

Resumo As células T auxiliares foliculares (TFH) são um distinto subtipo de células T CD4+, que regulam o desenvolvimento da imunidade humoral por promover a produção de plasmócitos produtores de anticorpos e células B de memória longa. Classicamente, células TFH são identificadas pela alta expressão de CXCR5 associado a uma elevada produção de IL-21. Sabe-se que a gravidez favorece a resposta imune humoral, mas, até agora, estudos sobre o impacto dos eventos imunes associados a gestação na frequência e função das células TFH estão faltando. Neste contexto, o presente estudo objetivou avaliar a frequência e o perfil de citocinas de diferentes subtipos de células T CD4+ CXCR5+ através de citometria de fluxo. Ademais, nós também investigamos uma possível relação entre este subtipo de célula T e os níveis periféricos de estrogênio, progesterona e IgG anti-CMV e anti-HBs. Em nosso estudo, a gestação favoreceu a expansão da população das células T CD4+ CD45RO+ CXCR5+ PD-1+ ICOS+ e a frequência das células T CD4+CXCR5+, coexpressando CXCR3 e PD-1, quando comparadas às não grávidas. Com o intuito de analisar a rede de citocinas, as amostras foram brevemente estimuladas com PMA e IO e, então submetidas à análise por citometria. Nós observamos que a produção de IL-21, IL-6, IL-17, IFN- e IL-10 foram correlacionadas positivamente com a frequência das células T CD4+ CXCR5+ CXCR3+ em ambos os grupos estudados. Não obstante, a porcentagem destas células produtoras de IL-21, IL-10 ou IL-6 foi significantemente maior nas gestantes. Interessantemente, nós observamos uma correlação positiva entre a frequência das células TFH e os níveis periféricos de estrogênio e de IgG anti-CMV. Nenhuma correlação foi observada com relação à progesterona. Já os títulos de IgG anti-HBs da superfície do vírus da hepatite B foram diretamente correlacionados com a frequência das células T CD4+ CXCR5+ CXCR3+ PD-1+. Ademais, enquanto a frequência de TFH produtoras de IL-6 e de IL-21 foi positivamente relacionada com os níveis séricos de IgG anti-CMV, os títulos circulantes de IgG anti-HBs foram diretamente correlacionados com a presença de células TFH produtoras de IL-21. Em resumo, nossos achados sugerem, mesmo que indiretamente, que a gestação, através da produção de estrogênio, favorece a expansão das células TFH funcionais capazes de amplificar a produção de anticorpos. Embora este estudo seja preliminar, os dados descritos aqui são muito interessantes e apontam para a possibilidade de o estrogênio agir como um potente imunomodulador da resposta humoral.

13. LORENNA GIANNINI ALVES MOREIRA – Defesa em 29/04/2016

Dissertação MODELAGEM ESTRUTURAL E ANÁLISE IN SILICO DAS MUTAÇÕES DA PROTEÍNA VCP HUMANA RELACIONADOS À ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA.

Resumo A esclerose lateral amiotrófica é uma desordem neurodegenerativa letal, caracterizada pela degeneração dos neurônios motores. Mutações no gene que codifica a proteína VCP (uma proteína da superfamília das AAA-ATPases) estão associadas com o fenótipo da esclerose lateral amiotrófica familial (fALS). Neste estudo, pretendemos avaliar as consequências na estrutura da proteína VCP causadas por treze mutações relacionadas à ALS. Para obter as mutações relacionadas à ALS, buscamos nos bancos de dados PubMed, OMIM e UniProt. A estrutura tridimensional da proteína nativa da VCP foi obtida computacionalmente por modelagem ab initio (I-Tasser e Rosetta) e comparativa (Mholline, Swiss Model, HHpred, IntFOLD, Phyre2, and RaptorX). Para determinar o melhor modelo para gerar as estruturas mutantes realizamos alinhamentos estruturais de cada modelo com a estrutura da VCP determinada experimentalmente disponível no Protein Data Bank. Os valores de RMSD(root mean square deviation) e de TM-score foram analisados para selecionar o melhor modelo. Para as treze estruturas mutantes foi realizado a mutagênese in silico, e a simulação de dinâmica molecular (DM) foi realizado utilizando-se o programa GROMACS. Estas estruturas foram alinhadas com a estrutura nativa obtida por modelagem depois da simulação de dinâmica. O melhor modelo foi gerado por modelagem comparativa com o algoritmo I-Tasser. Os valores de RMSD dos alinhamentos entre as estruturas mutantes e nativas da proteína VCP variaram de 1.04 (R191G) a 1.12 (R191Q). Os resultados das simulações sugerem que a mutação R191Q pode resultar em alterações estruturais na proteína VCP no desenvolvimento da ALS.

14. JULIANA RODRIGUES LEOPOLDO – Defesa em 24/06/2016

Dissertação INVESTIGAÇÃO DA ORIGEM ANCESTRAL GENÉTICA E GEOGRÁFICA DE UM CLUSTER NA ZONA DA MATA MINEIRA PARA A DOENÇA DE HUNTINGTON. (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A doença de Huntington é uma desordem genética, autossômica dominante neurodegenerativa, progressiva, rara e fatal, tendo como sintomas clássicos distúrbios motores, cognitivos e psicológicos. É causada por uma mutação no exon 1 do gene HTT, que codifica a proteína huntintina. Afeta de 5 a 7 indivíduos por 100.000 habitantes na Europa Ocidental e América do Norte que são classificados predominantemente no haplogrupo A1. O objetivo da pesquisa foi investigar, por meio de pesquisa documental, um agregado (cluster) geográfico de DH, encontrado na cidade de Ervália, Minas Gerais, Brasil, quanto à possibilidade de as quatro famílias de afetadas investigadas serem ou não independentes. Foi investigado, portanto, se possuíam ou não ancestral comum, com o intuito de se conhecer a origem ancestral e geográfica do gene HTT mutado. Para tal foram investigados documentos (mais de 60.000 registros civis) registrados no Cartório de Registro Civil dos Naturais de Ervália, fundado em 1955 e que possui registros desde o ano de 1866. Foram também pesquisadas certidões de casamento e batismo em uma das igrejas da cidade. Para confirmação dos resultados da ancestralidade do gene mutado foram incorporados à pesquisa os resultados da investigação genética do polimorfismo ∆2642 dos pacientes, realizada no Canadá, por Agostinho, L. A (2015), em colaboração com o laboratório do Dr. Michael Hayden, University of British Columbia. Na pesquisa documental foram encontradas de duas até três gerações anteriores de cada família estudada por Agostinho et al. (2015) . Em todas as famílias houve o aumento do número de pessoas no grupo de risco após pesquisa em cartório e depoimentos. Foi encontrado um possível ancestral comum entre duas famílias, que ainda necessita de novas investigações para confirmação, devido à contradição de um depoente. Depoimentos coletados e os nomes e sobrenomes encontrados na pesquisa documental indicaram ancestralidade portuguesa. Todos os pacientes testados para a investigação genética do polimorfismo ∆2642 apresentaram a deleção GAG deste alelo, indicando uma forte tendência dessas famílias a pertencerem ao haplogrupo A1. O número de indivíduos de cada família apresentado nos heredogramas aumentou devido à pesquisa documental, incluindo-seindivíduos reportados como afetados, mas não testados geneticamente, o que poderia levar a aumento na prevalência calculada da doença na cidade, em relação à prevalência anteriormente determinada por Agostinho el al. (2015). A presença da deleção ∆2642 (deleção de 3 pares de bases 2642-2645) no gene HTT mutado foi comparada com a do gene HTT normal, que não possui a ∆2642. Os resultados da comparação indicaram que, para o município de Ervália, existe um único efeito fundador. As análises genética e documental indicaram que as consideradas três famílias são de origem europeia, pertencentes ao haplogrupo A1, relacionado com altas prevalências de DH. Novas pesquisas documentais nas cidades de Leopoldina, Viçosa e Ubá devem ser realizadas para complemento e esclarecimento desse estudo sobre ancestralidade das expansões CAG na região.

15. MARISA DA CUNHA SALES – Defesa em 28/07/2016

Dissertação FADIGA EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA: ANÁLISE DO PERFIL DE CITOCINAS E RISCO DE RECAÍDAS CLÍNICAS.

Resumo A fadiga é o sintoma “fantasma” mais frequente nos pacientes com esclerose múltipla (EM), uma doença autoimune mediada pelas células T dirigida contra antígenos da bainha de mielina dos neurônios do sistema nervoso central. O objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto da fadiga no perfil de citocinas em pacientes com EM e sua relação com o risco de novas recaídas clínicas por um período de 2 anos de seguimento clínico. Para o nosso estudo amostras de sangue periférico de pacientes com EM com (n=15) e sem (n=15) fadiga foram colhidas para obtenção dos plasmas e células mononucleares. As citocinas presentes nos plasmas e liberadas por linfócitos T, ativados com fitohemaglutinina A (PHA), ou por monócitos, estimulados com lipopolissacarídeo (LPS) bacteriano, foram dosadas usando a técnica ELISA. Em nosso estudo, o papel do corticoide em inibir a produção de citocinas inflamatórias pelas células T e monócitos foi avaliado através da adição de diferentes doses de hidrocortisona (HC) no início da cultura. Algumas informações quanto às características dos pacientes, o grau de incapacidade neurológica e a ocorrência de surtos após as análises imunológicas foram obtidas à partir dos prontuários médicos. Em nosso estudo, os níveis periféricos de IL-6 e TNF-α, assim como a produção in vitro de citocinas relacionadas aos fenótipos Th17 (IL-6, TNF-α, IL-17, IL-22 e GM-CSF) e Th1 (IFN-), foram significativamente maiores nos pacientes com fadiga. O mesmo fenômeno foi observado entre a produção de IL-6, TNF-α, IL-1β e IL-23 pelos monócitos e fadiga. A severidade da fadiga, determinada pela escala FSS, foi positivamente correlacionada à produção de citocinas inflamatórias particularmente relacionadas ao fenótipo Th17 (IL-17, IL-22, IL-6, IL-1β e IL-23). Adicionalmente, durante o seguimento clínico, a ocorrência de novos surtos foi significativamente superior no grupo de pacientes com fadiga e foi relacionado à produção de IL-6 e IL-22 durante a fase de remissão clínica. Apesar da produção de IL-10 ter sido maior nos pacientes com fadiga, seus níveis não foram relacionados à pontuação FSS. Finalmente, a habilidade da HC em inibir a produção de citocinas inflamatórias foi menor nas culturas de células dos pacientes com fadiga. Em resumo, nossos dados, apesar de preliminares, sugerem que a ocorrência de fadiga, por favorecer a produção de citocinas relacionadas aos fenótipos Th1 e Th17, impacta de forma negativa o curso da EM.

16. ROBERTA LAINE DE SOUZA – Defesa em 15/12/2016

Dissertação AVALIAÇÃO DA VIRULÊNCIA DE VIBRIO PARAHAEMOLYTICUS ISOLADOS NA CADEIA ALIMENTAR E DE ESPÉCIES MARINHAS MIGRATÓRIAS.

Resumo Vibrio parahaemolyticus é um importante patógeno causador de gastroenterite  humana associado ao consumo de alimentos marinhos. Neste estudo, foi  avaliado a presença de V. parahaemolyticus a partir de 93 amostras divididas  entre fontes alimentar, animal e ambiental; entre alimentar, peixe bagre e cobia,  camarão e moluscos, vieira e ostras; amostras de origem animal, tartarugas  verdes e oliva, além de foca caranguejeira, bobo pequeno e gaivotão e as de  origem ambiental, foi selecionada água marinha de cultivo de camarão e ostra.  Todas as cepas foram caracterizadas feno, geno e antigenicamente. Na  avaliação fenotípica, 36,6% (34) das cepas foram positivas em pelo menos um  dos diferentes testes. Entretanto, na avaliação dos genes de virulência, o índice  foi menor, 26,9% (25). A presença de tdh foi detectada em somente uma cepa  sendo esta também positiva para trh e 24 cepas foram positivas para o gene  trh. Quando os dados são avaliados individualmente, a produção de urease foi  observada em 2,2% das cepas (2/93), tendo sido uma de fonte alimentar e  outra de fonte animal. Não foi observada atividade hemolítica no Agar  Wagatsuma. Quanto à avaliação antigênica, no computo geral esta somente foi  possível em 34,4% (32/93), sendo que em 28,1% (9/32) só foi possível a  identificação do antígeno somático. Dentre as amostras analisadas, 35 apresentaram os sorovares considerados pandêmicos. A presença do sorovar  O3 foi encontrada em 19 amostras, O1 em 13 e O4 em cinco amostras. A  frequência de V.parahaemolyticus em amostras alimentares indica que possa  haver riscos à saúde da população possuindo uma grande relevância em  Saúde Pública.

17. PRISCILA MENDONÇA DO SACRAMENTO – Defesa em 29/12/2016

Dissertação PAPEL DA SEROTONINA EM MODULAR O PERFIL FENOTÍPICO E FUNCIONAL DAS CÉLULAS T DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA.

Resumo A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune desmielinizante do sistema nervoso central, sendo o curso remitente recorrente a forma mais prevalente da doença. Apesar de a EM ser considerada uma doença autoimune de mediação celular, tanto o seu desenvolvimento quanto gravidade são influenciados por diferentes fatores de risco, tal como o estresse. Em adição às incapacidades físicas, transtornos de humor, como a depressão, são comuns nos pacientes com EM. Nesse sentido, classicamente, os níveis de serotonina, também conhecida como 5-hidrotriptanamina (5-HT), são reduzidos durante a depressão. Como a 5-HT possui diferentes efeitos imunomoduladores, o objetivo do presente estudo foi investigar a capacidade da serotonina em modular o status funcional das células T de pacientes com EM na fase de remissão clínica. Para esse estudo, amostras de sangue foram colhidas e células mononucleares periféricas (CMSP) foram purificadas de pacientes (n=27) e de indivíduos saudáveis (n=29). Para ativar policlonalmente as células T, as culturas de CMSP foram mantidas por 3 dias na presença de PHA. Em alguns experimentos, células T CD4+ e T CD8+ foram purificadas dos pacientes com EM e estimuladas por 3 dias na presença de anticorpos anti-CD3/anti-CD28. Finalmente, para os experimentos de citometria de fluxo, as culturas de CMSP foram ativadas por 4h na presença de PMA e ionomicina na presença de Brefeldina A. O efeito da serotonina no perfil imune foi avaliado adicionando 200 ng/mL de 5-HT no início do tempo de cultura. Em nosso estudo, nós observamos que tanto a resposta proliferativa, determinada pela captura de [3H] timidina, quanto a liberação de IFN-, TNF-α e IL-6, quantificadas por ELISA, foram reduzidas pela 5-HT adicionadas às culturas de CMSP ativadas de ambos os grupos experimentais. Adicionalmente, a 5-HT reduziu a produção de IL-17 e IL-21 nas culturas de CMSP apenas dos pacientes. Por outro lado, a 5-HT elevou a produção de IL-10 em todas as culturas de células. Nos pacientes com EM, os efeitos da 5-HT em modular a produção de citocinas foi particularmente mais evidentes no compartimento das células T CD4+. Uma análise mais detalhada demonstrou que a 5-HT foi capaz de reduzir a frequência de células Th1 e Th17, enquanto favoreceu a expansão de células T reguladoras CD39+ produtoras de IL-10. Logo, nossos resultados demonstraram um efeito anti-inflamatório dominante da 5-HT sobre as células T dos pacientes com EM. Levando em consideração que a depressão é caracterizada por uma redução de 5-HT, nossos resultados explicam, ao menos em parte, por que transtornos de humor podem ter um impacto negativo no curso clínico da EM.

18. TAIANA SOUSA LOPES DA SILVA – Defesa em 13/03/2017

Dissertação INFLUÊNCIA DE POLIMORFISMOS EM GENES DE TRANSPORTADORES DE XENOBIÓTICOS (ABCB1, ABCC2 E SLCO1B3) SOBRE A RESPOSTA TERAPÊUTICA E A TOXICIDADE HEMATOLÓGICA À QUIMIOTERAPIA DO CÂNCER DE MAMA.

Resumo Polimorfismos em transportadores de efluxo e influxo, com papel fisiológico na distribuição sistémica de fármacos, podem afetar a sensibilidade do tumor à quimioterapia e causar toxicidade. O objetivo deste estudo foi Investigar a influência dos polimorfismos ABCB1, ABCC2 and SLCO1B3 sobre a toxicidade hematológica e a resposta terapêutica ao tratamento quimioterápico do câncer da mama. Entre 2009 e 2011 foram recrutadas 544 pacientes com indicação de cirurgia curativa como primeira linha de tratamento, das quais 269 pacientes foram submetidas à quimioterapia adjuvante à base de antraciclina e/ou taxano. Para esta população inicial investigamos a influência dos polimorfismos ABCB1, ABCC2 e SLCO1B3 sobre a toxicidade hematológica e a sobrevida. Posteriormente, a coorte foi expandida para 1038 pacientes. Entre estes, 386 pacientes que receberam indicação de quimioterapia adjuvante e 312 que receberam indicação de quimioterapia neoadjuvante foram avaliadas quanto à influência dos polimorfismos ABCB1 sobre a toxicidade hematológica e a resposta terapêutica. A toxicidade hematológica foi baseada na contagem de células sanguíneas obtidas a partir de exames de rotina durante os ciclos de quimioterapia. A resposta terapêutica foi avaliada pela sobrevida livre de doença e sobrevida relacionada ao câncer de mama; e após quimioterapia neoadjuvante, também por exame patológico da mama e linfonodos extirpados. A associação entre polimorfismos e os resultados de toxicidade hematológica ou resposta patológica à quimioterapia neoadjuvante foi avaliada pelo teste do qui-quadrado, com cálculo do odds ratio (OR). Os polimorfismos também foram avaliadas por seu impacto sobre as curvas de sobrevida, com o cálculo da taxa de risco (HR), com regressão COX para ajuste de co-variáveis significativas. A análise de 269 pacientes submetidas à quimioterapia adjuvante à base de antracilinas e\ou revelou um aumento de aproximadamente duas vezes nas razões de chance de reações graves para os genótipos variantes do ABCB1 c.1236C>T (OR = 2,3; 95%IC = 0,97 – 5,48; p = 0,037) e ABCB1 c.3435C>T (OR = 2,06; 95%IC = 1,0 – 4,27; p = 0,033 ). Entretanto, a análise das para as 698 pacientes revelou maior probabilidade de neutropenia moderada\grave somente nos pacientes portadores do genótipo ABCB1 c.3434TT (OR = 1,92; 95%IC = 1,26 – 2,90; p = 0,002). O genótipo ABCB1 c.3434TT apresentou associação com menor tempo para a ocorrência de óbito atribuído à doença (p = 0,04). Porém, este resultado não se manteve estatisticamente significativo após o ajuste para outros fatores prognósticos independentes, como status RE / RP e TNM. Não houve associação entre os polimorfismos estudados e a resposta terapêutica.

19. RODOLFO GALHARDO ANTUNES DE FIGUEIREDO – Defesa 13/03/2017

Dissertação DESENVOLVIMENTO DE BIORREMEDIADORES DE BIOSSENSORES PARA DETECÇÃO E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE EM AMBIENTES CONTAMINADOS POR METAIS PESADOS UTILIZANDO BIOLOGIA COMPUTACIONAL E DE SISTEMAS.

Resumo Cádmio é um metal tóxico não essencial e abundante que é liberado no meio ambiente por efeitos naturais e atividades antropogênicas. Tolerância e desintoxicação frequentemente envolvem a saída de íons tóxicos da célula e a redução de sua captação do meio ambiente. Não existe nenhum sistema de transporte de influxo específico para o Cádmio em leveduras e Pca1p constitui a principal rota de saída de Cádmio em S. cerevisae. Outros transportadores de membrana plasmática estão envolvidos na desintoxicação de metal, porém pouco se sabe sobre sua regulação ou modo de ação. Neste contexto, a proteína ALR1, a qual pertence a superfamília CorA, é responsável pela entrada de magnésio na célula e pode contribuir para a tolerância ao Cádmio. O objetivo do presente estudo foi investigar a proteína ALR1 como potencial alvo para o desenvolvimento de biorremediadores e biossensores. Para esse estudo, primeiramente buscou-se identificar a estrutura secundária da proteína ALR1 e seu grau de desordem. A estrutura terciária do modelo ALR1 foi modelada pelo Modeller, refinada segundo a predição da estrutura secundária e validada pelos programas ERRAT, PROCHECK, ProSa-web, Rampage e TM-align, e por fim, sua oligomerização foi realizada pelo programa GalaxyGemini. O canal do modelo ALR1 foi analisado pelo programa Mole 2.0 e sua estrutura foi comparada, pelo TM-align, com as únicas duas estruturas conhecidas da superfamília CorA, provenientes de seus homólogos procariotos Methanocaldococcus jannaschii e Thermotoga marítima. Ao final do estudo foi realizada a análise do grau de conservação filogenética da proteína ALR1 pelo ConSurf, bem como a análise das suas interações proteína-proteína pelo programa CytoScape. De acordo com este trabalho conclui-se que a ALR1p é de fato um homólogo distante dos organismos Methanocaldococcus jannaschii e Thermotoga marítima, visto que manteve a estrutura característica da superfamília CorA (2 TMs + GMS), além de possuir resíduos de aminoácidos conservados na mesma posição de resíduos considerados essenciais para seus homólogos. O interatoma desta proteína demonstrou somente duas outras proteínas, SSA1 e SSE1, em conformidade com uma intoxicação aguda pelo Cádmio. Porém, para ter certeza sobre o transporte de Cd pela ALR1p são necessários estudos posteriores visto que, assim como seus homólogos, a ALR1p está em seu estado conformacional fechado.

20. FELIPE CARLOS DE ARAÚJO BRITO – Defesa 16/03/2017

Dissertação AVALIAÇÃO DO POTENCIAL USO DE SWABS DE BEXIGA URINÁRIA NA IDENTIFICAÇÃO HUMANA DE CORPOS CARBONIZADOS E PUTREFATOS PARA APLICAÇÃO EM IDENTIFICAÇÃO DE VÍTIMAS DE DESASTRES DE MASSA (DVI).

Resumo Avaliação do potencial uso de swabs de bexiga urinária na identificação humana de corpos carbonizados e putrefatos para aplicação em identificação de vítimas de desastres de massa (DVI). 2017. 61p. Dissertação (Mestrado em Biologia Molecular e Celular). Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2017. Desastre é caracterizado como um evento inesperado que causa a morte ou ferimentos a muitas pessoas. A identificação dos cadáveres em desastres de massa é um processo complexo, que envolve, além dos procedimentos médico-legais, questões sociais e humanitárias, a necessidade de investigação civil e/ou criminal. Em desastres com grande número de vítimas, alguns cadáveres podem ficar expostos a um ambiente severo por dias ou meses. As condições ambientais em um desastre de massa muitas vezes resultam em severa fragmentação, decomposição e mistura dos restos das vítimas, tornando difícil a identificação através dos métodos tradicionais. Esta é a razão pela qual o exame de DNA tornou-se essencial e particularmente útil para a identificação de vítimas em desastres ou quaisquer casos forenses. Este trabalho teve por objetivo padronizar o uso de swabs da mucosa da bexiga urinária como fonte de DNA para identificação de cadáveres humanos putrefatos e carbonizados por técnicas de Genética Forense. O DNA das amostras foi extraído utilizando o método PCI e o método da resina Chelex®; quantificado pelo método da PCR em tempo real e submetido à amplificação com o kit de identificação humana PowerPlex® Fusion System (Promega Corporation), para amplificação simultânea de 23 loci genéticos mais o marcador de gênero amelogenina. Os resultados deste estudo mostram que entre ambas metodologias utilizadas para a extração do DNA, o método PCI apresentou um alto rendimento em relação ao mínimo aceitável para a amplificação, enquanto o Chelex® embora não tendo um alto rendimento ainda possibilitou obter quantidades significativas de DNA para amplificação. Isto posto, o uso de swabs da mucosa da bexiga urinária provou ser uma fonte viável de DNA para identificação humana, pois além de apresentarem resultados reprodutíveis e confiáveis, este tipo de amostra permite uma redução significativa no tempo e no custo necessários para análise.

21. BRUNA MARCHESINI SILVA – Defesa 16/03/2017

Dissertação ESTUDO DE GENES CANDIDATOS À HIPERTENSÃO ARTERIAL EM INDIVÍDUOS COM OBESIDADE NO RIO DE JANEIRO.

Resumo A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) caracteriza-se por níveis crônicos de pressão arterial (PA) elevada (≥ 140/90 mmHg). Essa patologia representa um grave problema de saúde pública mundial e raramente causa sintomas nos estágios iniciais da doença. Ainda assim, ocasiona danos e alterações aos principais órgãos, como o coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos, bem como alterações metabólicas. Como consequência, a hipertensão é considerada um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cerebrovasculares, renais e cardiovasculares em todo o mundo. Em 2012, estima-se que essa doença tenha sido responsável por um quarto das 52,8 milhões de mortes registradas. A prevalência mundial de hipertensão em adultos foi de cerca de 22% em 2014. No Brasil, estima-se que a prevalência da hipertensão varia entre 22% e 44% para adultos (32% em média). Ademais, essa doença ficou em 6º lugar no ranking das 10 maiores causas de morte no país. O acúmulo excessivo de tecido adiposo, por exemplo, está associado a alterações no sistema cardiovascular, incluindo um aumento da pressão arterial. A HAS e a obesidade apresentam características multifatoriais determinadas por uma interação complexa entre o background genético e o ambiente, onde diversos genes contribuem para a determinação de cada uma dessas doenças. Dessa forma, esse estudo buscou investigar a relação entre polimorfismos - que haviam sido previamente relacionados à hipertensão - e o desenvolvimento da HAS em indivíduos com obesidade. Ademais, procurou-se analisar também a influência destes SNPs em parâmetros antropométricos e pressóricos. Foram analisados 311 indivíduos obesos, sendo 212 pacientes hipertensos e 99 normotensos. Os polimorfismos estudados do projeto foram analisados por PCR em tempo real usando sondas TaqMan, PCR convencional e PCR em Tempo Real Fluidigm 48.48 Dynamic Array ™. Nossos principais resultados mostraram que indivíduos obesos hipertensos exibem valores maiores de peso, IMC, circunferência da cintura (CC), circunferência do quadril (CQ) e razão cintura/quadril (RCQ), quando comparados aos normotensos. Em relação às análises molecularesos SNPs dos genes NOS2 (rs8072199), IL10 (rs1554286, rs1800896 e rs1800871) MIS-AS (rs755622), IL6 (2069837), GC (rs2282697), CYP24A1(rs6013897) e MBL2 (rs1800450 e rs7096206) foram associados ao risco de desenvolver hipertensão. Com relação aos parâmetros pressóricos e antropométricos, o polimorfismo rs379527(TNFSF14) foi associado a um maior peso corporal e dentro do grupo de hipertensos, a uma maior RCQ; o SNP rs1800871 (IL10) foi relacionado a maiores valores de IMC, CC e PAD, assim como o rs1554286 (IL10) mostrou-se associado a um IMC mais alto. Ademais, o rs755622 (MIFAS) foi associado a menores valores de peso e circunferência da cintura e no grupo de normotensos a um menor peso. Foi observado também que o rs2069837 (IL6) está relacionado a valores menores de RCQ e dentro do grupo de hipertensos a menores valores de peso, RCQ e CC. Os SNPs rs1800450 e rs7096206 (ambos do gene MBL2) foram associados a maiores valores de CQ e peso, respectivamente. No grupo de indivíduos hipertensos o rs2069845 (IL6) foi associado à uma xv PAS e PAD menores. O SNP rs8072199 (NOS2) foi associado a uma menor PAD, enquanto que o rs731236 (VDR) a valores maiores de PAS. Para as análises dentro no grupo de normotensos, os rs2069832 e rs1800795 (ambos do gene IL6) apresentaram menores valores de peso corporal, IMC, CC e CQ. O rs7138803 (FAIM2) teve maiores valores de CC, enquanto que o rs1024611 (MCP1) teve menores valores para essa mesma variável. O rs2282697 (GC) teve maiores índices de RCQ, bem como o rs2234167 (TNFRSF14) foi relacionado a maiores valores de PAS. Por fim, o rs1861493 (IFNG) foi associado a menores valores de PAS. Os resultados encontrados nesse estudo perderam significância estatística após a correção para múltiplas análises. Nós concluímos que apesar das pesquisas e grandes estudos do tipo GWAS, ainda não é possível explicar o real impacto do componente genético na etiologia de hipertensão.

22. LUCIANA GUEDES DE ALMEIDA – Defesa 17/03/2017

Dissertação Avaliação da Estabilidade Genômica em Tecidos Biológicos Expostos a lasers de Baixa Potência.

Resumo Laser é um equipamento capaz de emitir radiação não ionizante com algumas características especiais como coerência direcional, comprimento de onda em curta faixa (monocromática), e elevada densidade de energia. Para suas aplicações terapêuticas, os lasers são selecionados em função do comprimento de onda, pelo modo de emissão (contínuo ou pulsado) e pela potência (baixa, média ou alta). Protocolos clínicos baseados em lasers de baixa potência têm sido utilizados com sucesso na aceleração do processo de cicatrização de feridas e de fraturas ósseas, no reparo de lesões musculares, na redução da dor entre outros. Os efeitos da laserterapia têm sido associados à absorção da energia da radiação por cromóforos intracelulares específicos, como a citocromo c oxidade. Como consequência desta absorção, ocorrem alterações no metabolismo celular (a bioestimulação), que levam ao aumento da síntese de ácidos nucleicos, proteínas e ATP. Têm sido descrita a participação de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio nos mecanismos de ação dos lasers. Estas espécies reativas participariam da ativação de vias de sinalização intracelular, que estariam envolvidas nos efeitos celulares destes lasers. Entretanto é de consenso que essas mesmas espécies reativas também possuem potencial genotóxico. Apesar das numerosas aplicações da laserterapia, ainda existem lacunas nos mecanismos moleculares envolvidos com os efeitos biológicos. Os genes TP53 e ATM representam importantes marcadores moleculares para avaliar estabilidade celular participando da regulação do ciclo celular, apoptose, envelhecimento e reparo do DNA. Grandes danos no DNA podem levar à formação de micronúcleos e, posteriormente, à sinalização para apoptose. Nesse sentido, a avaliação desses marcadores moleculares relacionados à estabilidade genômica pode ampliar o conhecimento sobre os efeitos biológicos da laserterapia tornando-a mais precisa e segura.

23. LELIO KALLUT ALMEIDA NETTO –  Defesa em 07/07/2017

Dissertação ANÁLISES ESTRUTURAIS IN SILICO DA ANIDRASE CARBÔNICA CD E ZN DEPENDENTES.

Resumo A anidrase carbônica é uma enzima presente em todos os organismos que fazem parte da árvore evolutiva, de archaea a mamíferos. Esta enzima contém zinco e catalisa a hidratação reversível de CO₂. Uma nova anidrase carbônica (CA), denominada CDCA1, foi descoberta na diatomácea marinha Thalassiosira weissflogii. A CDCA1 possui ação reversível uma vez que naturalmente usa Cd²⁺ como o íon de metal catalítico, mas se necessário pode espontaneamente trocar Cd²⁺ pelo Zn²⁺. A existência de uma enzima de cádmio nos fitoplânctons marinhos pode indicar que existe uma única seleção de pressão para metaloenzimas no ambiente marinho, e essa descoberta fornece uma explicação há muito tempo aguardada para o comportamento do cádmio como nutriente nos oceanos. Neste estudo, a CDCA1 foi submetida à análise in silico utilizando diferentes algoritmos para obter o modelo estrutural mais compatível, a fim de determinar suas características estruturais, possibilitando uma relação filogenética com outras espécies que absorvem cádmio. A sequência da proteína foi recuperada do banco de dados UniProt (UniProt ID: Q50EL4). Modelos estruturais teóricos foram construídos, por modelagem comparativa e ab initio. Os modelos preditos foram avaliados e comparados com as estruturas da CDCA1 presentes no Protein Data Bank. Os modelos foram otimizados e validados por diversos algoritmos, de modo a obter a melhor estrutura possível para a dinâmica molecular. A dinâmica foi realizada com sucesso, até a estabilização da estrutura, para a obtenção de dados significativos. Os dados da dinâmica apontaram variações na flexibilidade da estrutura da proteína. Esse resultado pode ser relacionado com a função de mobilidade correlacionada com o seu papel enzimático. Por ser uma proteína específica para a situação de deficiência de Zn, a análise de conservação filogenética mostrou que, apesar de muitos resíduos não serem analisados, devido à insuficiência de dados comparativos, as partes analisadas mantiveram considerável conservação. Compreender a relação da anidrase carbônica dependente de cádmio na Thalassiosira weissflogii abre o caminho para estudos filogenéticos a fim de trazer novas pistas sobre a evolução do metabolismo do cádmio em outras espécies que absorvem cádmio, mas não o utilizam em seu metabolismo.

24. ANA LUCIA CARDOSO ALVES – Defesa 10/07/2017

Dissertação ESTUDO DA ESTRUTURA POPULACIONAL E ANCESTRALIDADE DA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBOLAS NO MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS, RJ.

Resumo Os remanescentes de quilombos são comunidades miscigenadas com origem relacionada à presença de escravo africano no Brasil. A história dessas populações tem sido alvo de estudo em diversas áreas, dentre elas a genética. Espera-se que essas comunidades apresentem uma composição genética com predominância africana. Diante disso, é importante que estudos de genética de população sejam desenvolvidos em remanescentes de quilombo, garantindo desta forma sua origem e abrindo portas para lutar pelos seus direitos. Baseado nisso, esse projeto teve como objetivo o desenvolvimento do estudo de genética populacional e ancestralidade da comunidade quilombola da Tapera, município de Petrópolis - RJ, através de regiões polimórficas do tipo STRs. O estudo incluiu 47 voluntários (23 homens e 24 mulheres), dos 54 que residem neste quilombo. Entre adultos e crianças, os moradores da comunidade forneceram documentação legal (Registro Geral, Certidões de Nascimento e Certidões de Casamento) acerca de seus núcleos familiares para confecção da árvore genealógica. Os sete indivíduos que não estão no estudo não se encontravam na comunidade no dia em que a coleta foi realizada. A demonstração das relações endogâmicas foi feita através da produção da árvore genealógica da população, sendo os dados obtidos através de relatos da população e da análise de documentação legal fornecida pelos voluntários. Através da árvore genealógica conseguimos observar que todos os nascidos na comunidade são descendentes de dois indivíduos que possivelmente eram primos de primeiro grau. Para confirmar os dados obtidos por análise documental foram realizadas análises genéticas. O estudo dos STRs confirmou as relações de parentesco entre os indivíduos analisados e alguns casamentos endogâmicos, porém isso não foi suficiente para gerar alterações significativas na estrutura genética da população, pois o índice de fixação mostra que a comunidade não perdeu indivíduos devido à taxa de autocruzamento. Além disso, é possível verificar a presença de dois haplogrupos do cromossomo Y distintos na população estudada. Dentre os 23 indivíduos analisados, 11 apresentaram o haplogrupo E1b1a, que é de origem africana e 11 o haplogrupo R1b, de origem europeia, e um é filho de indivíduo que entrou na comunidade posteriormente. É possível que em algum momento da história essa população estivesse isolada, porém, a dificuldade ao fluxo gênico nos dias de hoje já está bastante dissolvida. Sabendo disso, foi realizada uma análise comparando as frequências alélicas da população em estudo com a população africana e observamos que há uma homogeneização importante; comparando as mesmas frequências alélicas com as da população brasileira, observamos que elas são mais próximas da população nordestina.

25. CAROLINE AUGUSTO BARROS – Defesa 18/08/2017

Dissertação O EFEITO DA LIGAÇÃO DE FERRO NA LACTOFERRINA BOVINA: IMPLICAÇÕES EM SUA ESTABILIDADE ESTRUTURAL E TRÁFEGO INTRACELULAR.

Resumo A lactoferrina é uma glicoproteína ligadora de ferro de cerca de 80 kDa, sendo comumente encontrada no leite, além de ser um componente de muitas secreções externas como as lágrimas, o sêmen, saliva e secreções mucosas, fluidos pancreáticos, secreções gastrointestinais e é um importante constituinte dos grânulos secundários de neutrófilos. Sua estrutura é dividida em dois lobos, -N e -C e cada lobo é dividido em dois domínios, N1 e N2 e C1 e C2. Esta proteína, pertencente à família das transferrinas é amplamente conhecida por sua grande diversidade de funções tais como: antifúngica, imunomoduladora, antitumoral, antiviral, antibacteriana, entre outros. Estudos demonstraram que a ligação de íons metálicos em proteínas leva a uma maior estabilidade estrutural. Uma vez que a estrutura tridimensional da proteína está ligada a sua função e que o íon ferro pode levar a uma mudança estrutural, decidiu-se investigar os efeitos da ligação do ferro na estabilidade da lactoferrina bovina (bLf). Para tanto, foram utilizadas ureia, guanidina e alta pressão hidrostática para causar perturbações na estrutura da lactoferrina bovina nas formas apo e holo (não saturada e saturada por ferro, respectivamente). As possíveis mudanças conformacionais foram analisadas utilizando espectroscopia de fluorescência através do uso de sonda intrínseca, triptofano e o bis-ANS (4,4′-bis-1-anilinonaftaleno-8-sulfonato) como uma sonda extrínseca. O dicroísmo circular foi utilizado para verificar se a ligação de ferro influenciaria na estrutura secundária da bLf. Os resultados mostraram que a ligação do íon ferro leva a uma maior estabilidade estrutural da lactoferrina e, além disso, causa uma mudança conformacional na estrutura terciária, mas não na estrutura secundária. A ligação de ferro foi também avaliada na presença de concentrações crescentes de ureia no espectrofotômetro. Os resultados de ligação de ferro mostraram que, em concentrações acima de 4 M de ureia, o sítio de ligação do íon ferro na estrutura da apo-bLf se encontrava provavelmente desestruturado. Por outro lado, o mesmo não foi observado para a holo-bLf que se manteve ligada ao íon ferro mesmo em altas concentrações de ureia. A pressurização da apo-bLf mostrou, por calorimetria de varredura diferencial, uma menor estabilidade quando comparada à amostra não pressurizada. Uma vez que diferenças na estabilidade estrutural das formas apo e holo-bLf foram demonstradas e o papel estabilizante do ferro foi observado, decidiu-se obter dados sobre a cinética de internalização da bLf em células Vero. Foi possível observar que a cinética de internalização da holo-bLf foi mais rápida quando comparada à forma apo. Isto pode indicar que as mudanças estruturais promovidas pela ligação do ferro podem exercer papel fundamental no tráfego intracelular da bLf. Embora mais estudos sejam necessários para endereçar melhor esta questão, estes resultados colaboram para o entendimento da interação entre a bLf e a célula e isto pode contribuir para o desenvolvimento de fármacos antivirais baseados na lactoferrina.

26. REJANE LAPAGESSE BELTRÃO SILVA – Defesa 29/09/2017

Dissertação AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA VITAMINA D3 (1,25 (OH)2 VITAMINA D3) EM MONÓCITOS DE PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA NA FORMA REMITENTE RECORRENTE.

Resumo A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença autoimune desmielinizante que atinge o sistema nervoso central (SNC). Caracteriza-se pela infiltração, no SNC, de linfócitos T CD4+ autorreativos que contribuem para o processo inflamatório atraindo monócitos através da produção da citocina GM-CSF. Junto às células da microglia, os monócitos ao serem ativados via receptores de padrões moleculares, como os TLR, amplificam uma cascata inflamatória que converge nos danos axonais. Doenças autoimunes, como a EM, têm a vitamina D como um possível fator ambiental relevante para sua etiologia e progressão. Sabe-se que a vitamina D é capaz de diminuir a expressão de TLR2, TLR4 e TLR9 em monócitos humanos de forma tempo e dose-dependente tornando a célula menos responsiva aos padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) e ao dano celular/tecidual (DAMPs) o que poderia funcionar como um mecanismo de inibição da inflamação excessiva mediada pela ativação dos TLR. Na EM, ainda não são conhecidos os efeitos da vitamina D sobre monócitos. Dessa forma, os objetivos deste estudo incluíram avaliar por Citometria de fluxo, em monócitos de pacientes com EMRR, a influência da vitamina D na modulação da expressão de TLR2, TLR4 e do receptor de GMCSF (CD116), assim como seu efeito no perfil fenotípico (níveis de CD14 e CD16) destas células. Comparado com monócitos de indivíduos saudáveis, monócitos de pacientes expressam maiores níveis de TLR2 e TLR4 após ativação in vitro. A exposição à vitamina D induziu a redução da expressão desses receptores, mesmo na presença dos agonistas, tanto nas células de indivíduos saudáveis quanto nas de pacientes com EM. Não foram observadas evidências do efeito modulador da vitamina D sobre as frequências das subpopulações de monócitos, já a expressão de CD116 entre as células CD14high parece ser reduzida pela exposição das células à vitamina D. Concluindo-se que há indícios de que a Vitamina D possa ter como um de seus mecanismos imunoregulatórios a modulação negativa desses receptores.

27. MARTA COSTA DE FREITAS – Defesa 13/12/2017

Dissertação DINÂMICA MOLECULAR E ANÁLISE IN SILICO DA PROTEÍNA TRIPTOFANO HIDROXILASE 2 (TPH2).

Resumo A bioinformática é uma ciência multidisciplinar que oferece ferramentas computacionais diversas de baixo custo, curto tempo de realização e resultados de alta qualidade. Por essas características tem se tornado essencial em diversos estudos de biomoléculas, como para aqueles relacionados a proteínas. A dinâmica molecular (DM) é uma técnica computacional amplamente utilizada no estudo de biossistemas complexos, e que simula o comportamento das moléculas em função do tempo. Assim, se torna próxima dos métodos experimentais e resulta em modelos próximos à realidade biológica. A Triptofano Hidroxilase 2 (TPH2) faz parte da família de hidroxilases de aminoácidos aromáticos (AAAH), caracterizadas por dependerem de tetrahidrobiopterina, ferro e oxigênio para sua ativação. A TPH2 catalisa a 5-hidroxilação do L-triptofano, que é o precursor da serotonina em sua biossíntese. Devido sua participação na via de síntese desse neurotransmissor, mutações pontuais não sinônimas na TPH2 vêm sendo associadas a transtornos psiquiátricos como a depressão unipolar, o comportamento bipolar e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Sendo assim, esse trabalho visou a avaliação das variações da TPH2 por meio da dinâmica molecular para melhor entendimento da relação entre mutações, função e psicopatologias; assim como a melhoria de qualidade do modelo experimental existente. Por simulações de dinâmica molecular curtas foram avaliadas as estruturas de 25 mutantes, das quais R156E, R225Q, P277L, R303W, S383F, E430G, R441H e D473N mostraram maior comportamento dinâmico atípico em comparação com a estrutura selvagem. Para realização das simulações de dinâmica molecular longas, foram selecionadas apenas as mutantes previamente associadas a desordens mentais. Assim, utilizando o pacote GROMACS do Linux realizou-se as simulações das variantes P206S, R303W e R441H. As análises realizadas para avaliação do comportamento das estruturas mostraram que todas as mutações levam ao aumento do valor de RMSD e RMSF médio, quando comparadas à estrutura selvagem. P206S e R441H mostram menores raios de giro e área superfície de acesso ao solvente, enquanto R303W apresenta comportamento contrário para essas características. Quanto as ligações de hidrogênios, observou-se que P206S estabelece mais ligações inter e intramoleculares, enquanto R441H leva à diminuição das mesmas. Já R303W apresenta número médio de ligações intermolecular maior do que o observado para WT e menor no estabelecimento de ligações intramoleculares. As análises de flexibilidade atentaram para a maior flexibilidade do terminal COOH nas variantes. Como um todo, tais resultados sugerem que todas as variantes mostram comportamento estrutural dinâmico atípico quando comparadas à estrutura selvagem, especialmente R303W que mostrou mudanças mais relevantes. Os resultados da análise in silicio e estrutura aprimorada estarão disponíveis em banco de dados.

28. BRUNA SOUZA TEIXEIRA – Defesa em 11/01/2018

Dissertação ANÁLISE IN VITRO DA ATIVIDADE CONTRA CANDIDA ALBICANS DE NEUTRÓFILOS DE INDIVÍDUOS EM USO DE INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA

Resumo A Serotonina (5-HT) é uma monoamina que regula uma série de processos vitais no sistema nervoso central (SNC) e em órgãos periféricos. Embora seja um neurotransmissor, a maior produção de 5-HT no organismo ocorre no intestino, sendo liberada, em seguida, na corrente sanguínea, onde sua maior parte é recaptada por plaquetas e o restante circula livremente. O metabolismo serotoninérgico no SNC envolve a liberação de 5-HT na fenda sináptica e interação com o receptor na célula alvo, sua recaptação do meio extracelular pelo transportador de recaptação de 5-HT (SERT) e posterior degradação pela enzima monoamina oxidase. A desregulação desse metabolismo pode levar a uma série de desordens cujo tratamento é feito com o uso de inibidores seletivos de recaptação de 5-HT (SSRI). Os SSRI inibem a recaptação de 5-HT pelo SERT em todas as células que o expressam, incluindo os neurônios e as plaquetas. Ao inibir a recaptação de 5-HT pelas plaquetas, os SSRI podem aumentar a concentração de 5-HT que circula livremente no plasma e esta então pode interagir com seus receptores expressos em diversas células, incluindo os leucócitos. Essa ação não é considerada um efeito colateral da medicação, contudo esse aumento de 5-HT plasmática pode trazer consequências, especialmente ao sistema imune, dado a sua característica imunomoduladora. Diante desse quadro e considerando o aumento substancial das prescrições de SSRI, são essenciais estudos que avaliem o efeito da 5-HT e do tratamento com estes fármacos na resposta imune dos indivíduos. Alguns estudos já demonstraram os efeitos da 5-HT no sistema imune, incluindo o do nosso grupo que demonstrou que a 5-HT inibe a resposta de neutrófilos de indivíduos saudáveis à C. albicans. Dando continuidade a esse trabalho, no presente estudo foi observado que a 5-HT exerce sua inibição nos neutrófilos através do receptor 5-HTr7. Os dados demonstraram ainda que neutrófilos de indivíduos em uso de SSRI não produziram quantidades significativas de espécies reativas de oxigênio (ROS), assim como não formaram armadilhas extracelulares de DNA (NET) sob estímulo de C. albicans. Além disso, quando esses neutrófilos são pré-tratados com 5-HT, a resposta à C. albicans é ainda mais reduzida, mostrando que essas células ainda têm capacidade responsiva ao neurotransmissor. Quando a atividade dos neutrófilos de indivíduos em tratamento com SSRI foi comparada à dos neutrófilos de indivíduos saudáveis, a produção de ROS, a formação de NET e a atividade candidacida se mostraram significativamente inferiores. Nossos resultados sugerem que o uso de SSRI pode inibir as funções dos neutrófilos, possivelmente pelo aumento de 5-HT plasmática.29. CARLA MORGADO RENATA DE ALMEIDA – Titulada em 13/04/2018

29. CARLA RENATA MORGADO DE ALMEIDA -  Defesa em 13/04/2018

Dissertação ANÁLISE DO PAPAEL DAS CITOCINAS I L6 E I L-17 E DA AUTOIMUNIDADE NA CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA.

Resumo A doença de Chagas, que tem como agente etiológico o protozoário, parasito intracelular Trypanosoma cruzi, é endêmica em 21 países da América Latina, onde o seu custo anual de assistência médica é cerca de US$ 383 por paciente. Esta pode ser classificada evolutivamente em duas fases: aguda e crônica, a aguda pode ser devida à infecção primária ou a reativação de fase crônica. Cerca de 30% dos pacientes evoluem para a forma cardíaca crônica, e até mesmo os pacientes com a forma indeterminada crônica da doença podem retornar à sintomatologia, passando a desenvolver também a forma cardíaca, foco deste estudo. Esta é uma cardiomiopatia dilatada com uma miocardite rica em células T. A dissociação entre a presença de parasitas e o infiltrado inflamatório no tecido cardíaco, sugere a natureza autoimune na lesão inflamatória. Os autoanticorpos contra receptores cardíacos modulam a contratilidade cardíaca e assim a função cardíaca, e a desregulação do sistema imunológico, através do desequilíbrio na produção de citocinas pró e anti-inflamatórias contribuem para a patogenia da doença. O objetivo deste estudo foi mensurar a concentração plasmática das citocinas pró-inflamatórias IL6 e IL17A e os níveis de autoanticorpos contra receptores cardíacos β1AR (β1) e M2AchR (M2) de pacientes chagásicos crônicos, através de citometria de fluxo e de ELISA, respectivamente. Avaliou-se a associação entre estes parâmetros e a gravidade da doença, caracterizada pela fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE), detectada ao ecocardiograma, a qual representa a função cardíaca. Os pacientes foram separados em dois grupos: com boa função cardíaca (FEVE > 50%) ou disfunção (FEVE < 50%). Este estudo observou que as citocinas IL17 e IL6 estão em maiores níveis plasmáticos (média, pg/mL) nos pacientes chagásicos (IL17 - 24.03 e IL6 - 1.415) que no grupo controle (IL17 – 10.50 e IL6 – 0.556) e que a IL17 foi associada ao grupo com melhor função cardíaca, enquanto a IL6 foi associada a uma pior função cardíaca. Esta associação entre as interleucinas foi apontada como deletéria à saúde em estudos anteriores. O que evidencia um possível papel duplo de IL17. Foi também detectada a presença de autoanticorpos em 58,82% dos pacientes chagásicos deste estudo, contudo não houve associação destes com os níveis de citocinas analisadas ou com a função cardíaca. Concluindo-se que vários mecanismos contribuem para a evolução e cronicidade da doença de Chagas, como as citocinas, e também os mecanismos de autoimunidade, o que não está totalmente esclarecido e carece de mais estudos.

30. ALOMA NOGUEIRA REBELLO DA SILVA – Defesa em 03/05/2018  

Dissertação MODELAGEM ESTRUTURAL E ANÁLISE IN SILICO DAS MUTAÇÕES DA PROTEÍNA SOD1 HUMANA RELACIONADAS À ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA. (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda seletiva de neurônios motores na medula espinhal, no tronco encefálico e no córtex cerebral. Estima-se que sua incidência mundial seja de 1 a 2,5 casos a cada 100 mil indivíduos, sendo considerada a doença mais comum envolvendo a degeneração de neurônios motores (DNM). A ELA não possui cura e sua etiologia ainda é desconhecida, até o momento nenhum biomarcador foi definido para o seu diagnóstico pré-sintomático. Aproximadamente 5-10% dos pacientes com ELA têm uma história familiar de doença e aproximadamente 20% dos casos de esclerose lateral amiotrófica familial (fELA) estão associados a mutações na proteína Cu/Zn superóxido dismutase 1 (SOD1). Portanto, estudos que investiguem como as mutações na SOD1 podem influenciar o desenvolvimento da ELA são de suma importância no entendimento acerca dessa patologia por tanto tempo negligenciada. Nesse contexto, técnicas de bioinformática são essenciais para o conhecimento aplicado no estudo de biomoléculas, principalmente na compreensão de patologias e identificação de marcadores para diagnóstico precoce. Neste trabalho, foram utilizados algoritmos de predição funcional, de conservação estrutural e simulações de dinâmica molecular utilizando o pacote GROMACS 5.0.7 do Linux para avaliar os efeitos estruturais e funcionais das mutações na SOD1. Foi demonstrado que a maioria das mutações estudadas foram classificadas como deletérias pela maioria dos preditores e se encontram em regiões altamente conservadas da proteína. Com as simulações de dinâmica molecular das mutações A4V e A4F foi possível verificar que essas mutações podem alterar a estabilidade, flexibilidade e compactação proteica quando comparadas à estrutura nativa da SOD1. Nossos dados, então, permitem concluir que as mutações na proteína SOD1 humana podem alterar a sua estrutura e comprometer o seu funcionamento, podendo estar relacionadas com o desenvolvimento da ELA. A compreensão dessas alterações e das bases moleculares de mutações genéticas, são importantes passos para diagnóstico individualizado, desenho racional de fármacos e medicina de precisão.

31. AMANDA CAMBRAIA ALVES COELHO – Defesa em 14/12/2018

Dissertação SEQUENCIAMENTO DE NOVA GERAÇÃO DO GENE CFTR: UM SUPORTE PARA A MEDICINA DE PRECISÃO NO RIO DE JANEIRO. (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A Fibrose Cística (FC) é uma doença autossômica recessiva, reconhecida como uma das mais prevalentes em populações caucasianas. Dados epidemiológicos de outras populações mostram que a sua incidência varia entre os países e entre os grupos étnicos de uma mesma região. A FC ocorre devido a mutações no gene CFTR, localizado no cromossomo 7q-31.2. Este gene codifica a proteína CFTR, um canal transmembranar responsável pelo fluxo de cloro, sódio e água. Os fibrocísticos apresentam mutações que afetam a função normal ou causam a ausência dessa proteína, acarretando em uma redução na excreção de cloro e um aumento do fluxo de sódio e água para o interior da célula com a função de manter a homeostase. Até o momento, já foram registradas mais de 2000 variantes no gene CFTR, sendo estas encontradas nas regiões codificantes e intrônicas. A exploração dessas mutações leva ao diagnóstico e a uma possibilidade de um tratamento específico para cada paciente a partir da medicina de precisão. O objetivo deste estudo foi realizar o rastreamento completo do gene CFTR através do Sequenciamento de Nova Geração (NGS), para ampliar o conhecimento das mutações que circulam na população do Rio de Janeiro com intuito de proporcionar o acesso ao tratamento mediante as terapias genótipo-específico. Foram selecionados 93 pacientes com diagnóstico molecular inconclusivo, 74 dos quais já haviam sido submetidos a um rastreamento prévio baseado no painel de 28 mutações identificadas no Laboratório de Genética Humana (LGH) – IOC, sendo que 34 apresentavam uma mutação CFTR e 38 sem nenhuma variante. Para o rastreamento de mutações em toda a extensão do gene CFTR, utilizamos a plataforma de NGS Illumina HiSeq, onde as amostras foram enriquecidas através do método TruSeq®. Um total de 47 pacientes apresentaram duas mutações patogênicas e 11 foram identificados com apenas uma variante CFTR. Os 35 restantes permaneceram sem o diagnóstico molecular definido. Nesses 58 pacientes foram identificadas 24 variantes ainda não encontradas no LGH e 16 que já faziam parte do painel. Dentre estas 24 variantes, uma mutação ainda não havia sido descrita nos bancos de dados de FC. As três mutações mais frequentes na nossa amostra foram a F508del, 3120+1G>A e G542X com frequências de 27,4%, 10,4% e 8,5% dos alelos, respectivamente. Ademais, foi realizado em dez pacientes que não participaram do NGS, o rastreamento das 23 novas variantes o que permitiu concluir o diagnóstico de 3 indivíduos. Uma nova mutação ainda não descrita foi encontrada em um destes pacientes. Para identificar a origem desta nova variante realizamos o estudo molecular dos pais, onde ficou definido que a mutação foi herdada do seu progenitor. Os nossos objetivos foram plenamente alcançados uma vez que expandimos nosso painel de mutações, concluímos o diagnóstico dos pacientes e identificamos os possíveis candidatos para tratamentos genótipo-específico.

32. GABRIEL RODRIGUES COUTINHO PEREIRA – Defesa em 20/02/2019

Dissertação ANÁLISES IN SILICO DE VARIANTES DA PROTEÍNA CHMP2B HUMANA NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA E DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A proteína CHMP2B é um componente central do complexo endossomal requerido para transporte III, que desempenha um papel crítico na autofagia e no tráfico de proteínas. Mutações na proteína CHMP2B estão associadas ao desenvolvimento de demência frontotemporal e esclerose lateral amiotrófica (ELA), doenças neurodegenerativas altamente incapacitantes e de elevado custo associado que levam à morte em poucos anos. Apesar da importância dessas doenças, ainda não existe terapêutica de cura e o tratamento é limitado. Seguindo a metodologia desenvolvida por nosso grupo, métodos computacionais, in silico, foram aplicados ao estudo do efeito funcional e estrutural de mutações na proteína CHMP2B humana. O efeito funcional e de estabilidade das mutações foram preditos utilizando dez algoritmos, incluindo o SIFT e PolyPhen-2. O Interatoma da CHMP2B foi construído a partir de interações proteína-proteína (PPIs) recuperadas de nove bancos de dados. Modelos tridimensionais completos da CHMP2B foram gerados utilizando dez algoritmos de modelagem comparativa e ab initio, que tiveram sua qualidade verificada por algoritmos de validação, alinhamento estrutural e comparações com predições de estrutura secundária e regiões intrinsecamente desordenadas. O modelo tridimensional completo validado da proteína foi submetido à análise de conservação evolutiva no servidor ConSurf. Por fim, o fragmento experimental da proteína CHMP2B, obtido no Protein Data Bank, bem como o modelo validado da proteína, foram submetidos a simulações de dinâmica molecular (DM) no pacote GROMACS 5.0.7. As mutações I29V, T104N, D148Y e Q206H da CHMP2B foram preditas por afetar a estabilidade da proteína, mas somente a mutação D148Y foi predita por aumentar sua propensão amilóide. O Interatoma da CHMP2B indica que esta interage com outras 70 proteínas. Este trabalho forneceu uma estrutura tridimensional acurada e completa da proteína CHMP2B humana. A análise de conservação evolutiva indicou que apenas a mutação Q206H ocorre em uma posição conservada da proteína. As análises de DM indicaram que a mutação Q206H reduz a flexibilidade do domínio MIM da CHMP2B, bem como reduz a movimentação e altera o comportamento dinâmico do complexo CHMP2B-Vps4; o que poderia afetar as interações efetoras da CHMP2B e o reconhecimento desta pela Vps4 com consequente impacto funcional e desenvolvimento de ELA.

33. FERNANDA ROLEMBERG GONÇALVES RIBA – Defesa em 26/02/2019

Dissertação ESTUDO MOLECULAR DO GENE FGFR3: RASTREAMENTO DE MUTAÇÕES PELA TÉCNICA DE GENOTIPAGEM POR HIGH RESOLUTION MELT (HRM)

Resumo O gene FGFR3 é um receptor do fator de crescimento do fibroblasto (FGFR), do tipo tirosina cinase, que desempenha um papel importante no desenvolvimento ósseo, atuando como um modulador negativo na placa de crescimento. Mutações neste gene são relacionadas a alguns tipos de displasias esqueléticas (DEs), como acondroplasia (ACH), hipocondroplasia (HCH) e displasia tanatofórica tipos I e II (DTI e DTII respectivamente). Embora o sequenciamento seja uma técnica precisa para a identificação de mutações, a técnica de HRM é uma estratégia economicamente mais acessível e rápida. Este trabalho teve como objetivo identificar mutações no gene FGFR3 de pacientes encaminhados pelo Departamento de Genética Médica do Instituto Fernandes Figueira/IFF - Fiocruz com características compatíveis com displasias esqueléticas (DEs) relacionadas a esse gene e padronizar e implantar a técnica de HRM como um método de genotipagem para estas DEs. Para análise das alterações genéticas, amostras de DNA de pacientes foram obtidas a partir de sangue periférico ou de sangue de cordão umbilical. Regiões específicas do gene FGFR3 foram amplificadas pela técnica de PCR, para serem sequenciados pelo método de Sanger. Os resultados foram submetidos ao alinhamento de sequências com o auxílio do programa Align (Scientific & Educational Software versão 3.0), para a verificação das similaridades entre as sequências obtidas e a sequência de referência do gene FGFR3. Para a genotipagem por HRM, utilizou-se o Kit MeltDoctor HRM Master Mix. Os produtos da PCR foram submetidos a um gradiente crescente de temperatura em presença de um intercalante de DNA dupla-fita e a comparação da curva de fusão de cada paciente em relação a um DNA controle foi realizada no aparelho 7500 FAST Real time System. Neste estudo, relatamos sessenta e um casos de pacientes diagnosticados clinicamente com DEs relacionadas ao gene FGFR3. Trinta pacientes com ACH apresentaram a mutação g.16081 G>A, três apresentaram a mutação g.16081 G>C, já conhecidas por sua relação com ACH, e três pacientes apresentaram resultado negativo. Posteriormente, uma revisão clínica excluiu a possibilidade desse diagnóstico para estes pacientes. Dos quinze pacientes com HCH, cinco apresentaram a mutação g.17333 C>A, cinco apresentaram a mutação g.17333 C>G e os outros cinco apresentaram resultado negativo para as mutações relacionadas a essa DE. Uma revisão clínica desses casos excluiu a possibilidade desse diagnóstico, reforçando o resultado obtido pela análise molecular. Dentre os dez pacientes com DT, seis apresentaram a mutação g.13526 C>T relacionada à DTI, dois pacientes com fenótipo típico para DTI apresentaram resultado negativo e novas alterações estão sendo investigadas, e dois pacientes apresentaram a mutação g.17852 A>G relacionada à DTII. Os pacientes com as mutações já discriminadas foram utilizados como controle positivo para a padronização da técnica de HRM. Os pacientes que apresentaram resultado positivo confirmaram a etiologia molecular associada ao diagnóstico clínico e a técnica de HRM mostrou-se eficiente para discriminar os tipos de DEs.

34. VICENTE SALGADO PIRES – Defesa em 12/03/2019

Dissertação ANÁLISES IN SILICO DAS MUTAÇÕES NA PROTEÍNA ANG1 HUMANA NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A proteína angiogenina humana, da superfamília das ribonuacleases A, está associada à angiogênese, função que lhe dá o nome. Mais recentemente, a sua associação à resposta ao estresse e vias de sobrevivência e crescimento e proliferação celular, deu uma nova importância a essa molécula. Essas funções podem ser correlacionadas com o desenvolvimento da esclerose lateral amiotrófica familial. Esse estudo utilizou simulações computacionais para maior compreensão dos efeitos moleculares de mutações na proteína angiogenina na sua estrutura e função, além de análises filogenéticas, que apontam a associação das mutações na patologia. Modelos estruturais da proteína e suas mutações no peptídeo sinal foram obtidos pelo algoritmo de modelagem ab initio I-Tasser e pelo servidor Robetta, que usa um método misto. Os modelos foram analisados por algoritmos de validação, de modo a obter a estrutura de maior qualidade para realizar a dinâmica molecular. A dinâmica foi realizada até o equilíbrio da estrutura, para a obtenção de dados significativos. Os dados da dinâmica apontaram diferenças entre as formas mutantes e a nativa, de modo que é possível observar variações na flexibilidade, volume e acessibilidade a solventes. Esses resultados podem ser relacionados ao desenvolvimento de esclerose lateral amiotrófica familial.  

35. L’AURENT DOS SANTOS DE SOUZA – Defesa em 21/03/2019

Dissertação COMPOSTOS BIOATIVOS DO CAFÉ: ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E INFLUÊNCIA SOBRE LINHAGENS CELULARES HUMANAS DE ADENOCARCINOMA DE PRÓSTATA

Resumo O câncer é uma doença crônica multifatorial entre as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que se caracteriza pela divisão celular exacerbada. Diversos estudos relacionam os hábitos alimentares adequados ricos em compostos bioativos com a diminuição das DCNT. A bebida de café em seu termo genérico é uma infusão estimuladora que possuem em sua composição bioprotetores com potenciais terapêuticos para o controle e o tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente o câncer. Contudo, o processo padrão de torrefação causa na matriz dos grãos profundas modificações em sua composição química que pode afetar diretamente em suas atividades antioxidantes e biomodulador que reflete no benéfico ao organismo humano. O Brasil é líder em produção e exportação dessa commoditie. Sendo assim, o presente estudo buscou alimentar a literatura científica a partir da produção padronizada de extratos de grãos verde e três gradientes de torras de café Coffea arábica (clara, média e escura) submetido á secagem por atomização em Spray-drier e analisar os efeitos desses extratos na incubação celular de adenocarcinoma de próstata com metástase em osso (PC-3) e cérebro (DU-145). Os extratos foram comparados aos seus efeitos na atividade antioxidante por quatro metodologias (DPPH, FRAP, ABTS e ORAC), quantificação dos principais compostos bioativos (ácidos clorogênicos, cafeína e ácidos cafeicos) por HPLC, ação antiproliferativa usando o ensaio de MTT, o seu efeito no ciclo celular e apoptose analisado por citometria de fluxo. Após a etapa de torrefação houve modulações significativas dos principais compostos bioativos, fenólicos totais e da atividade antioxidantes. Os resultados mostraram efeitos antiproliferativos, com modulação do ciclo celular e aumento da população celular na apoptose na linhagem de PC-3 após 24 horas de incubação tratadas com os extratos, sendo mais significativo os tratados com extratos solúveis de café arábica verde e torra branda (clara). Por outro lado, não foram verificados efeitos significativos na linhagem de DU-145 pela ação dos extratos. Sendo assim, os extratos solúveis de torras mais escuras promovem um efeito negativo nas atividades bioprotetoras dos grãos no café, refletindo em uma bebida com pouco ou nenhum efeito protetor, sendo esses dados essenciais na busca de novas estratégias para o combate e a prevenção seletiva do câncer.

36. VANESSA PIMENTA ROCHA – Defesa em 27/03/2019

Dissertação EFEITO DA LACTOFERRINA BOVINA EM LINHAGENS CELULARES TUMORIGÊNICAS DA PRÓSTATA HUMANA.

Resumo O câncer de próstata é o segundo tipo mais frequente de câncer e a quarta maior causa de morte por câncer no mundo. Os processos celulares e moleculares subjacentes à patogênese, desenvolvimento e controle do câncer de próstata são pouco compreendidos. A lactoferrina bovina (bLf) é uma glicoproteína de 80 kDa da família da transferrinas, encontrada nos fluidos corporais. É uma proteína de ligadora de ferro, multifuncional, e que tem sido amplamente associada a efeitos imunológicos e atividade anticancerígena, além de outras funções. O objetivo do estudo foi de avaliar a influência da bLf em linhagens tumorigênicas de células da próstata humanas. Para isso, foram utilizadas as linhagens de câncer se próstata PC-3 e DU-145. As possíveis alterações morfológicas foram analisadas no microscópio óptico com a bLf em 24 e 48 horas. Os ensaios de MTT e contagem por azul de tripan foram utilizados para analisar a citotoxicidade da apo-bLf e da holo-bLf em concentrações de 0,5 a 40 mg/ml em 24 e 48 horas de tratamento. Utilizando a técnica de Citômetria de fluxo foram feitos ensaios de proliferação, ciclo celular e apoptose para acompanhar à cinética do crescimento celular e neoplásico com e sem o tratamento com a bLf. A microscopia confocal com a FITC-bLf foi usada para observar internalização e dano celular em 24h de tratamento. Para uma avaliação geral e específica da morte celular e do aumento do estresse oxidativo (espécies reativas de oxigênio – ROS), as células foram fotografadas ao vivo usando o sistema de alta produtividade Operetta. A marcação fluorescente foi analisada com o software Harmony High-Content Analysis. Os resultados de morfologia celular e da viabilidade mostram que a bLf induziu morte celular de forma dose e tempo-dependente com o tratamento em células DU-145 e PC-3 em comparação ao controle. Foi possível observar que a FITC-bLf internaliza em células DU-145. A apo-bLf inibiu a proliferação celular, alterou o ciclo celular e aumentou a morte celular por necrose e apoptose na célula PC-3. Na linhagem DU-145, tanto a forma apo-bLf como a forma holo-bLf induziram um arresto no ciclo celular na fase G0/G1. Também aumentou o nível de caspases 3/7 ativadas e os níveis de estresse oxidativo. Nossos dados confirmam que o bLf, na sua forma apo- e holo-, induz a morte celular de maneira dependente do tempo e da dose nas linhagens PC-3 e DU-145. Parece ser um potente inibidor do crescimento celular e arresto no ciclo celular, através de indução de morte celular programada por apoptose. Sugerindo assim, a bLf tendo uma importante ação antitumoral nas linhagens celulares de câncer de próstata humano.

37. RITIELE BASTOS DE SOUZA – Defesa em 29/03/2019

Dissertação RASTREAMENTO DE MUTAÇÕES NO GENE RIC3 EM PACIENTES BRASILEIROS COM DOENÇA DE PARKINSON FAMILIAR. (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A Doença de Parkinson (DP) é considerada uma patologia neurodegenerativa, complexa de natureza multifatorial que, em geral, acomete pessoas de faixa etária superior aos 60 anos de idade. Consiste na perda progressiva dos neurônios dopaminérgicos na parte compactada da substância negra do mesencéfalo, associada à deposição de agregados de proteínas intracitoplasmáticas conhecidas como corpúsculos de Lewy. Do ponto de vista etiológico a DP se apresenta basicamente de duas formas, a precoce (antes dos 50 anos) geralmente atribuídas a fatores genéticos, onde 5-10% representam a forma monogênica desta enfermidade, e a tardia associada principalmente a exposição de fatores ambientais. Entre os diferentes genes associados à doença, variantes encontradas no gene RIC3 foram apontadas como umas das possíveis causas para o desenvolvimento da DP na população indiana. Esse gene codifica a proteína RIC3 conhecida por influenciar principalmente a circulação intracelular e a montagem da subunidade de receptores nicotínicos de acetilcolina (nAChR α7). A fim de corroborar com tal descoberta, o presente estudo promoveu o rastreamento de mutações no gene RIC3 em uma casuística de 125 pacientes brasileiros com DP familiar. Para caracterização do perfil genético da amostra, o DNA genômico foi extraído a partir de sangue periférico ou de saliva, seguido de sua amplificação por PCR convencional e sequenciamento automático do gene RIC3. Potenciais mutações (P57T e V168L) nesse gene anteriormente relatadas em pacientes com DP indianos, não foram encontradas em nossas amostras. Porém outras sete variantes exônicas (rs149313414; rs10839976; rs80168649; rs55990541; rs73411617; rs1498878646; rs1182266236) foram identificadas. A análise comparativa destas variantes entre o grupo de pacientes e controles saudáveis não mostrou diferenças estatisticamente significativas que pudessem atribuir possível risco para o desenvolvimento da doença, apoiando os achados de outros dois estudos que realizaram a análise deste gene em indivíduos com DP em outras populações (chinesa, franco-canadense e franceses), reforçando a ideia de que alterações patogênicas no gene RIC3 são causas raras da DP, talvez restritas a populações específicas.

38. MATHEUS AUGUSTO PATRICIO DE ALMEIDA – Defesa em 07/06/2019

Dissertação ATIVAÇÃO DA APOPTOSE MEDIADA POR LACTOFERRINA BOVINA (bLf) EM CÉLULAS VERO (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A lactoferrina é uma glicoproteína de 80kDa (Susana et al., 2009), composta por uma cadeia polipeptídica única com 692 aminoácidos e dividida em dois lobos simétricos: lobo C e N-terminal, unidos por uma α-hélice. Cada lobo é formado por dois domínios (domínios I e II) que podem ligar-se a íons metálicos de ferro, Fe +2/+3. . Sendo produzida pelas células epiteliais da mucosa de diversos mamíferos é encontrada em diversos fluidos corporais como, lágrimas, saliva, fluídos vaginais, sêmen, secreções naso-brônquiais, fluídos gastrointestinais, leite e outros. Muitas funções biológicas vêm sendo atribuídas a lactoferrina, como a atividade antibacteriana, antifúngicas, antiparasitárias, antiviral, além de propriedades imunológicas e anticancerígenas. O termo apoptose foi primeiro utilizado por Kerr (1972) é o dito como um mecanismo evolucionário que ocorre durante o desenvolvimento e envelhecimento de um organismo buscando a homeostase. As características morfológicas da apoptose são: encolhimento e arredondamento das células, perda de contato com a matriz celular e condensação da cromatina. Existem duas vias principais de apoptose: a via extrínseca, conhecida como via do receptor da morte e a via intrínseca, conhecida como via mitocondrial. Os resultados mostraram que a bLf induz alterações na monocamada celular bem como alterações morfológicas deixando as células amorfas. A proteína teve efeito na viabilidade celular, sendo citotóxica à célula em altas concentrações na forma apo-bLf e em concentrações mais diluídas na forma holo-bLf. A citometria de fluxo mostrou uma elevação na morte das células, sendo elas necróticas e também apoptóticas visualizadas através da marcação com Anexina V. Os motivos que podem ter levado as células à morte foram melhor explicados através da marcação com DHE, onde as células exibiram expressiva quantidades de ROS em seu citoplasma, sendo essa, uma condição altamente estressante à célula potencializando a ativação de vias de morte celular. Através do ensaio que avaliou a atividade enzimática das caspases efetoras, ficou claro o efeito ativador que a bLf tem sobre elas, o que foi endossado pelas imagens de microscopia de fluorescência, nas quais as caspases-3 e 7 foram marcadas. Mais estudos são necessários para entender a interação entre a bLf e apoptose e isto pode contribuir para o desenvolvimento de fármacos antivirais e anticancerígenos baseados na lactoferrina bovina.

39. MARCIA LIMA FESTIVO – Defesa em 26/11/2019

Dissertação AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE CARBAPENEMASES EM SALMONELLA E ESCHERICHIA COLI ISOLADAS DE FONTES ANIMAL, AMBIENTAL E HUMANA NO PERÍODO DE 2014 A 2017.

Resumo A introdução e dispersão de espécies bem como de suas características genéticas em um ambiente pode ocorrer de maneira natural ou resultante da atividade humana. O objetivo deste estudo foi investigar feno e genotipicamente a resistência antimicrobiana incluindo o mecanismo de produção de carbapenemases, em cepas de. Escherichia coli e Salmonella spp, isoladas de fontes humana, animal e ambiental no período de 2014 a 2017, visando reconhecer a dispersão ambiental de microrganismos portadores destas características em nosso meio. Foram avaliadas 120 cepas, sendo 40 de E. coli e 80 Salmonella spp., as quais foram submetidas à identificação bioquímica, determinação da concentração inibitória mínima para avaliação de seu perfil de resistência. Os genes blaKPC, blaIMP, blaVIM, blaNDM, bla oXA-48 e mcr-1 foram avaliados por reação em cadeia da polimerase (PCR). Os resultados apontaram entre as 40 cepas de E. coli, 30% de resistência ao Imipenem, 35% ao Meropenem e 10% para Ertapenem. A avaliação através da PCR mostrou que 22,5% das cepas apresentaram blaIMP, 7,5% blaKPC, 5% blaOXA-48 e entre as 37,5% das cepas com resistência a Colistina, apenas 2,5% apresentando o gene mcr-1. Em relação a Salmonella, entre as 80 cepas, foi observado que 82,5% apresentaram resistência ao Imipenem, 5% ao Meropenem e 2,5% para Ertapenem, (CIM). Com relação a presença dos genes, somente foi detectada uma cepa positiva para blaIMP, 48 para blaVIM e 4 blaOXA-48. O gene blaNDM não foi encontrado em nenhuma das 120 cepas avaliadas. Entre os genes a prevalência observada foi do gene blaIMP, seguido pelo blaKPC e blaOXA-48 em E. coli e blaVIM seguido do blaOXA-4 em Salmonella spp, Com a dispersão desses micro-organismos em nosso meio e os impactos que podem refletir no ambiente em curto, medio ou longo prazo, os resultados refletem a necessidade de uma vigilância contínua para a adoção de possíveis ações de controle.

40. SILVIO CAETANO ALVES JUNIOR – Defesa em 10/02/2020

Dissertação PREDIÇÃO COMPUTACIONAL DO EFEITO DAS MUTAÇÕES P703L E F2717L NA PROTEÍNA HTT HUMANA (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A Huntingtina é uma proteína existente nos neurônios, que transita constantemente entre o núcleo e o citoplasma, apresenta 3142 resíduos de aminoácidos em sua cadeia. Mutações na sequência de aminoácidos da Huntingtina (HTT) pode causar algumas doenças, dentre elas a síndrome de Rett. Pouco se sabe sobre as informações estruturais da HTT, devido a complexidade de se obter um método que permita sua descrição detalhada. A síndrome de Rett é caracterizada pela interrupção do desenvolvimento neuromotor, ocorrido de maneira prevalente em meninas. A causa da Síndrome de Rett se dá por uma mutação no gene que codifica a proteína-2 de ligação metil-CpG - MECP2, a variante congênita da síndrome de Rett, é causada por uma mutação no gene FOXG1. Com tudo o estudo se baseia em mutações que geram as mesmas características fenotípicas que definem a síndrome de Rett, porém em regiões diferentes à MECP2 e FOXG1, estando vinculado a dois casos da síndrome ocorrido tanto pela mutação P703L(LOPES et al., 2016) como pela F2717L(RODAN et al., 2016), apresentando resultados diferentes em cada um dos casos e mesmo assim estando dentro do quadro clínico da síndrome de Rett. O trabalho computacional nos permite realizar manipulações de menor custo, facilitando a análise relacionada a um genoma por completo, trazendo melhor clareza dos organismos e da complexidade de seus fatores biológicos. Nesse estudo objetivamos analisar as alterações funcionais e estruturais das mutações P703L e F2717L da proteína HTT por modelagem estrutural in sílico. por meio da utilização de algoritmos e software realizamos de uma forma geral: alinhamento, identificação de padrões de sequências e modelagem da proteína e suas variantes.

41. MARCOS VINÍCIUS GUIMARÃES SOARES – Defesa em 09/03/2020

Dissertação ESTUDO DE POLIMORFISMOS NOS GENES FTOE MC4R, ASSOCIADOS À OBESIDADE, NA POPULAÇÃO BRASILEIRA RESIDENTE NO RIO DE JANEIRO  (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo Nutrigenética é a área da genética que estuda a resposta diferenciada à dieta de acordo com o perfil genético individual. Os estudos em nutrigenética resultam em informações relacionadas aos riscos e benefícios das dietas, ou componentes dietéticos específicos para cada indivíduo. Como exemplos das pesquisas em nutrigenética, podemos citar os vários estudos relacionados ao polimorfismo de nucleotídeo único (SNP)rs9939609, identificado no íntron 1 do gene FTO, associado à obesidade.Outro gene associado significativamente à obesidade é oMC4R,altamente expresso no hipotálamo. A proteína MC4R está envolvida com o controle central da saciedade e o balanço energético corporal.Alguns estudos revelaram ainda uma associação negativa entre determinadas variantes do gene MC4Rea obesidade. Entretanto, apesar de promissoras, as pesquisas em nutrigenética na população brasileira ainda são escassas. Portanto, o presente estudo teve como objetivos: identificar mutações nos genes MC4R e FTO em indivíduos da população brasileira, assim como suas frequências alélicas e genotípicas; desenvolver um teste de genotipagem, por meio da PCR-ASO, para a identificação do polimorfismo rs9939609 do gene FTO, buscando uma alternativa às técnicas atualmente disponíveis, de customais alto;identificar associações genótipo-fenótipo utilizando dados, histórico familiar de doenças e medições antropométricas obtidas dos participantes do estudo: e realizar a predição do efeito das variantes não sinônimas encontradas por meio de algoritmos.As medidas antropométricas, dados, histórico familial e o sangue total periférico foram coletados de 70 indivíduos voluntários, da população geral,residentes no Rio de Janeiro (35eutróficos, com índice de massa corporal (IMC)<25 kg/m²e 35 acima do peso, com IMC ≥25 kg/m²). As análises molecularesforam realizadas no Laboratório de Biologia Molecularda UNIRIO e o sequenciamento do DNA na Plataforma de Sequenciamento da FIOCRUZ. O estudo do MC4Rresultou na identificação de uma variante na região 5’UTR e outra na região codificante do gene, a qual possui efeito protetor do desenvolvimentoda obesidade,segundo dados da literatura. Esta mutação com troca de sentido foi encontrada em dois dos 35 indivíduos eutróficos analisados.As análises do polimorfismo rs9939609 do FTO revelaram uma alta frequência do alelo mutante (A)na população estudada (46%) e associação com a obesidade em modelos de dominância, de recessividade e dehomozigose.Os genótipos de todos os 70 indivíduos identificados por meio de sequenciamento do DNA foram confirmados pela técnica de PCR-ASO, demonstrando a alta sensibilidade e especificidade dotestede genotipagem desenvolvido. A análise funcional in silicoda variante encontrada na região codificante do MC4R, revelou que 12 dos 13 algoritmos utilizados avaliam a mutação como não patogênica. Contudo, um estudo realizado in vitro demonstrou que esta variante resulta em um ganho de função da proteína codificada pelo alelo mutante, corroborand oa consequência clínica de proteção contra a obesidade descrita na literatura.Em relação à frequência do polimorfismo rs9939609 do FTO, os achados deste estudo confirmam a alta frequência desta variante na população estudada e sua associação com a obesidade, demonstrando sua importância para os estudos em nutrigenética que tenham como objetivo contribuir para a prevenção da obesidade nesta população. Neste contexto, o teste de genotipagem desenvolvido por meio da PCR-ASO revelou ser promissor para a utilização em estudos futuros, por representar uma alternativa de alta sensibilidade e especificidade, e por apresentar um menor custo de execução quando comparado aos testes atualmente disponíveis.

42. GABRIELA EDUCARDO FRANÇA DE ARAÚJO –  Defesa em 13/03/2020

Dissertação ESTUDO DE POLIMORFISMOS NOS GENES LEP E TBC1D1, ASSOCIADOS À OBESIDADE, NA POPULAÇÃO BRASILEIRA RESIDENTE NO RIO DE JANEIRO. (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A nutrigenética é a área da ciência que visa entender como a composição genética de um indivíduo coordena a resposta à dieta, com o propósito de criar recomendações que possam apresentar os benefícios do consumo de dietas personalizadas. Neste contexto, este estudo teve por objetivo, identificar mutações nos genes LEPe TBC1D1, ambos associados ao desenvolvimento da obesidade, em indivíduos da população brasileira, residentes no estado do Rio de Janeiro; determinar suas frequências alélicas e genotípicas; realizar a predição funcional das variantes não sinônimas por meio de algoritmos; e identificar possíveis associações fenótipo-genótipo considerando dados obtidos dos participantes, histórico familiar de doenças emedidas antropométricas. Os dados e amostras de sangue total periférico foram coletados de 70 indivíduos da população geral, 35 eutróficos e 35 acima do peso, sem distinção de idade ou sexo, brasileiros, residentes no Rio de Janeiro. O estudo do gene LEPresultou na identificação de seis variantes, duas na região codificante, três na região intrônica e uma na região 3’UTR. Apesar da alta frequência identificada em uma das variantes da região intrônica do gene LEP, não foram encontradas associações significativas dos respectivos genótipos com a obesidade. Distintamente, uma outra variante identificada em 10% da população estudada revelou estar significativamente associada com o índice de massa corporal e a medida de circunferência da cintura nesta população.As análises do gene TBC1D1também revelaram a presença de duas variantes frequentes na população estudada, uma na região intrônicae uma mutação com troca de sentido. As análises realizadas por meio de algoritmos, para predição do efeito da variante não sinônima encontrada, revelou que esta parece alterar a função da proteína. Contudo, as frequências alélicas e genotípicas desta variante não se mostraram significativamente associadas com o índice de massa corporal, circunferência de cintura ou circunferência de braço. Portanto, considerando a identificação de diversas variantes na população brasileira, em ambos os genes, e os resultados de pesquisas descritos na literatura, mais estudos se mostram relevantes e necessários para investigar os efeitos das variantes identificadas neste estudo e possíveis associações destas com o fenótipo da obesidade e comorbidades.

43. ANA CAROLINA PEREIRA MILHM – Defesa em 17/03/2020

Dissertação PARCIAL CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA E TOXICOLÓGICA DO EXTRATO AQUOSO DAS FOLHAS MODIFICADAS DE Euphorbia tirucalli (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo Diversas proteínas realizam funções biológicas, em especial, as proteinases, também chamadas de enzimas, desempenham papel crucial em muitos mecanismos dos seres vivos, incluindo plantas, animais e microrganismos. Entretanto, quando mal reguladas, podem gerar consequências, como a não produção de determinadas substâncias, ou até a multiplicação anormal de células, que leva a tumores. Em contrapartida, realizando a regulação dessas proteinases, os inibidores de proteinases específicos ou não, atuam reduzindo a atividade das proteinases, impedindo assim, seu mal funcionamento. Tanto as proteinases, quanto os inibidores de proteinases são agrupados em classes, que dizem respeito às suas características relativas aos seus mecanismos de atuação ou estrutura química, por exemplo. Tais moléculas vêm sendo cada vez mais buscadas dentre os vegetais devido aos seus efeitos tradicionalmente reportados, mas não comprovados, sendo a planta Euphorbia tirucalli um exemplo, onde anteriormente um inibidor de proteinases cisteínicas foi isolado. E. tirucalli também conhecida como a veloz, é nativa do continente africano e apesar de ser reconhecidamente tóxica, é utilizada na medicina tradicional contra diversas doenças, como o câncer, gonorreia, artrite, e outras. Entretanto, tanto as moléculas envolvidas, quanto os efeitos descritos, não são conhecidos, sendo necessários estudos que busquem assegurar a saúde da população que utiliza de forma tradicional essa planta. Sendo assim, este estudo tem como objetivo caracterizar bioquimicamente o extrato aquoso das folhas modificadas de a veloz, avaliando sua citotoxicidade e mutagenicidade através do Teste de Ames. Como resultado dos métodos de extrações testados, a fitocistatina de a veloz parcialmente purificada foi extraída, e após precipitação encontrada na fração 0-30. Além disso, no perfil eletroforético relativo ao extrato bruto de a veloz, duas bandas nítidas são visualizadas, resultado corroborado pela avaliação através do método de troca iônica no CLAE. Adicionalmente, quando avaliada a atividade proteolítica de a veloz, uma protease foi extraída, estando localizada na fração 30-60, após fracionamento por Sulfato de Amônio. A avaliação sobre a toxicidade do extrato bruto de a veloz, revelou que apenas a cepa TA102 apresentou citotoxicidade induzida na maior concentração testada. Os resultados encontrados neste estudo indicam que a planta E. tirucalli possui potencial biotecnológico ainda a ser explorado, podendo ser associada a diversas áreas, como a farmacologia e a indústria alimentícia, por exemplo.

44. FELIPPE MARQUES RIBEIRO –  Defesa em 16/04/2020

Dissertação EXPRESSÃO DAS PROTEÍNAS VEGF-A, PDGF-BB E BFGF PLASMÁTICAS E FATORES DE COAGULAÇÃO EM PACIENTES COM COMPLICAÇÃO POR CONSTRIÇÃO VENOSA ANTES E APÓS TRATAMENTO COM HIRUDOTERAPIA. (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A Hirudoterapia é uma prática terapêutica que consiste na sangria utilizando-se de sanguessugas medicinais com intuito de melhorar a circulação sanguínea. Utilizada de forma moderna após cirurgias plásticas e reconstrutivas. O principal anticoagulamente presente na saliva é a Hirudina. Semelhante à antitrombina, a atividade anticoagulante da Hirudina baseia-se na sua capacidade para inibir a atividade procoagulante da trombina. A Hirudina é o inibidor natural mais potente da trombina. A Hirudina impede e dissolve coágulos e trombos, possui uma atividade trombolítica e tem valor terapêutico em distúrbios de coagulação sanguínea e de varizes superficiais. O objetivo deste estudo foi medir fatores angiogênicos no plasma, bem como realizar testes de coagulação sanguineo em pacientes antes e após o tratamento com hirudoterapia. Foram selecionados pacientes com veias varicozas que passaram por este tratamento com 3 sanguessugas e pacientes controle para o estudo. Após a terapia foi avaliado no plasma, através de ELISA, fatores de crescimento angiogênico (VEGF-A, PDGF-BB e bFGF) e foram feitos testes de coagulação sanguine TP e TTPA. A avaliação estatística mostrou que todos os fatores estavam aumentados signitivamente no plasma periférico após 3h nos pacientes que a terapia foi feita

45. INGRID CAMILA POSSA PARANHOS – Defesa em 16/04/2020

Dissertação INVESTIGAÇÃO MOLECULAR DO GENE GNAS EM PACIENTES COM FENÓTIPO PRADER-WILLI LIKE E UMA REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE FENÓTIPO PRADER-WILLI LIKE (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A Síndrome de Prader-Willi (SPW) é considerada a mais frequente causa de obesidade sindrômica e ocorre devido a mutações que levam à inibição da expressão de genes da região 15q11-q13 de origem paterna. Porém, existe uma gama de indivíduos obesos com deficiência mental e outras características fenotípicas bastante semelhantes à SPW, que não apresentam as alterações genéticas na região 15q11-q13, conhecidos como portadores de fenótipo Prader-Willi like (PWL). Os objetivos deste estudo foram: (1) investigar no gene GNAS, em amostras de DNA de pacientes obesos sindrômicos, com fenótipo PWL, acompanhados no Ambulatório de Genética do Hospital Universitário Gaffrée Guinle; (2) realizar revisão sistemática da literatura sobre fenótipo Prader-Willi like e mutações associadas a este. A revisão foi elaborada seguindo-se o protocolo PRISMA. Foram investigados 35 pacientes entre os quais dois revelaram alterações no número de cópias de éxons do GNAS, por meio da técnica de MS-MLPA utilizando-se o kit ME031. O primeiro foi o paciente 95, do sexo feminino, com 8 anos de idade, que apresentou uma aparente deleção do éxon 7 e a paciente 101, do sexo feminino, com 27 anos, que apresentou deleção dos éxons 1A e 1. O GNAS é importante para o sistema melanocortina-leptina, que tem relação com a sensação de saciedade e, consequentemente, obesidade. Essa relação leva à sugestão de que os sintomas e os sinais clínicos apresentados foram consequência das mutações encontradas. Quanto à revisão sistemática, dos 23 artigos encontrados, foram descritos 56 casos de pacientes com fenótipo PWL com mutações em 1p36, 1p31.1, 2p25, 3p26.3, 6q, 8q, 10p11.21p11.1 e no cromossomo X, além de translocações. Dentre as características do fenótipo PWL descritas, com maior frequência, foi encontrado o atraso no desenvolvimento intelectual, presente em 78% dos casos seguido de obesidade. Os relatos da revisão sistemática mostram a importância de se fazer diagnóstico genético de pacientes obesos sindrômicos, o que embasa a identificação de alterações no GNAS encontradas neste estudo como mais uma importante informação para o entendimento das intrincadas vias metabólicas, que determinam obesidade e atraso no desenvolvimento intelectual.

46. MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS CHAGAS – Defesa em 10/08/2020

Dissertação AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DO EXTRATO E FRAÇÃO ENRIQUECIDA EM FLAVONOIDES DE Arrabidaea chica Verlot EM MODELO DE PNEUMONIA MURINA INDUZIDA POR Pseudomonas aeruginosa (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo A pneumonia é uma doença inflamatória de manifestação aguda ou crônica causada por vários agentes etiológicos, entre os quais está Pseudomonas aeruginosa. Este importante patógeno oportunista humano é capaz de causar severas infecções em pacientes imunodeprimidos ou acometidos por fibrose cística. Por se tratar de uma patologia com elevada taxa de mortalidade, principalmente entre a população idosa e crianças, devido ao aumento da resistência microbiana aos medicamentos, torna-se cada vez mais relevante a busca de novas alternativas terapêuticas. Neste contexto destacam-se as plantas medicinais como potenciais fontes de novos fármacos com atividade antimicrobiana. Dentre as várias espécies vegetais com histórico de uso popular como anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana, presente na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus), destaca-se Arrabidaea chica Verlot. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial farmacológico do extrato e da fração enriquecida em flavonoides de Arrabidaea chica em modelo de pneumonia murina induzida por Pseudomonas aeruginosa. Neste modelo, a pneumonia foi induzida em camundongos Swiss/machos a partir da inoculação intratraqueal de 1 x 107UFC de Pseudomonas aeruginosa. Cinco horas após, os animais divididos em grupos experimentais foram tratados por via oral com o extrato bruto (50, 100 e 200 mg/Kg) e uma subfração do extrato enriquecida em flavonoides (100 mg/Kg). As doses de 100 e 200 mg/kg do extrato bruto foram eficazes na redução do acúmulo de leucócitos totais, número de neutrófilos e células mononucleares, quando avaliados nos parâmetros de sangue, sendo a dose de 100 mg/kg a mais eficaz. No lavado broncoalveolar foi observado o mesmo efeito de redução do acúmulo de leucócitos totais e neutrófilos para ambas as doses, no entanto, a dose de 100 mg/Kg promoveu uma redução mais acentuada do acúmulo de neutrófilos. O efeito de redução das células mononucleares foi similar nas duas concentrações. O tratamento com o extrato bruto também reduziu o edema pulmonar nas duas maiores concentrações. O tratamento com a fração enriquecida em flavonoides levou a uma redução do acúmulo de leucócitos a valores quase iguais ao grupo salina e reduzindo de forma bastante significante o acúmulo de neutrófilos e células mononucleares. O mesmo efeito inibitório foi observado na avalição do lavado broncoalveolar e do crescimento bacteriano nos grupos tratados (p<0,05). Tanto o extrato bruto quanto a fração enriquecida em flavonoides exerceram efeito antiinflamatório, observado a partir da redução do influxo celular e diminuição na contagem de unidades de colônias (p<0,05). Tais resultados demonstram que o extrato de Arrabidaea chica reduz a inflamação causada por Pseudomonas aeruginosa e também o crescimento bacteriano, e que seus flavonoides, especialmente as flavonas, podem estar relacionados às atividades antiinflamatóriae antimicrobiana observadas.

47. LAURIZA SILVA DOS SANTOS – Defesa em 07/04/2021

Dissertação Efeitos dos compostos bioativos da uva Sweet jubilee na linhagem celular de câncer de próstata

Resumo 
As uvas híbridas são caracterizadas por possuírem maior resistência a doenças, por produzirem frutos com melhores características sensoriais e apresentarem maior teor de compostos fenólicos e atividade antioxidante. O extrato de uva integral liofilizada contém diversos compostos fenólicos que são capazes de inibir a ação de proteínas associadas à metástase e podem apresentar uma maior farmacocinética e com isso ter potencial como nutraceutico / medicamento para tratar cânceres com grande incidência como o de próstata. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e determinar a influência dos diferentes extratos da uva Sweet Jubilee (SJ) nas linhagens celulares de câncer de próstata (DU145 e PC3). As amostras foram obtidas da Fazenda Labrunier localizada em Petrolina (PE) e transportadas sob refrigeração ao Núcleo de Bioquímica Nutricional da UNIRIO. Foram utilizadas soluções extratoras na amostra liofilizada: água 100% (H2O), metanol (MOH), metanol 50% (MOH50), acetona 70% (A70), extração sequencial MOH50 e A70 (SQ) e etanol 80% (EOH80). A determinação da atividade antioxidante foi realizada por meio de distintos métodos (ABTS, FRAP, DPPH e ORAC), além da determinação de compostos fenólicos totais (Folin Ciocalteu). Foi obtido o perfil fitoquímico dos seis extratos oriundos de diferentes procedimentos de extração (H20, MOH, MOH50, A70, SQ e EOH80) por abordagem metabolômica por UPLC-MSE. As linhagens em metástase DU145 (cérebro) e PC3 (osso) foram cultivadas com e sem o tratamento com da uva integral liofilizada em distintas concentrações (10-5000 μg/mL) em meio de cultura RPMI, sendo avaliada a viabilidade celular pelo método de MTT por 24, 48 e 72 horas. Foram ainda realizadas análises do ciclo celular e taxa de apoptose após 48 h de tratamento com extrato de uva (0, 1000 e 5000 μg/mL). Os extratos de SJ apresentaram elevados teores de compostos fenólicos totais e alta capacidade antioxidante in vitro. A caracterização dos compostos por UPLC-MSE da SJ identificou 4 classes incluindo flavonoides, estilbenos, ácidos fenólicos e outros polifenóis. Na análise da atividade antiproliferativa, observou-se após 48h uma diminuição média da viabilidade celular de 47% e 49% (5000 μg/mL) nas linhagens DU145 e PC3, respectivamente. Foi ainda identificado um aumento do percentual de células na fase G0/G1, com diminuição de células nas fases S e G2/M e maior percentual de apoptose inicial e tardia (p<0,01) após tratamento com extrato SJ na linhagem DU145. Conclui-se que a uva SJ possui altos teores de compostos fenólicos, como uma ampla diversidade de compostos bioativos, sendo identificados neste trabalho 67 compostos, abrindo perspectivas do uso extrato de uvas atuando como quimiopreventivo ou participação em terapia combinada como adjuvante no tratamento oncológico.

48-  LETÍCIA ALVES FERREIRA - Defesa em 26/07/2021

Dissertação: ANÁLISESIN SILICO DAS MUTAÇÕES DAS PROTEÍNAS VCP HUMANA ASSOCIADAS À ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA  E DEMÊNCIA FRONTOTEMPORAL (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo:

A ELA é uma doença neurodegenerativa progressiva e fatal, que afeta os neurônios motores levando ao óbito, geralmente, por insuficiência respiratória, cerca de 3 a 5 anos após o início dos sintomas. Já a demência frontotemporal (DFT) é uma doença neurodegenerativa de início pré-senil causada pela degeneração dos lobos frontal e temporal do cérebro, sendo caracterizada por distúrbios de personalidade, cognição e linguagem. A ELA e a demência frontotemporal (DFT) apresentam sobreposição clínica, genética e patológica, além de marcadores histopatológicos em comum, sugerindo que estas são duas extremidades no espectro de uma mesma doença. Dentre as principais causas associadas ao desenvolvimento de ELA e DFT, estão mutações na proteína VCP humana, uma proteína da família das AAA- ATPases que está envolvida em a uma série de processos celulares essenciais, como: degradação de proteínas, apoptose, mitose e vias de reparo do DNA. Mutações na VCP resultam na disfunção da degradação proteica e da homeostase de cálcio, mecanismos centrais envolvidos na fisiopatologia da ELA e DFT. Esse trabalho tem como objetivo caracterizar utilizando simulações computacionais possíveis alterações estruturais e funcionais causadas de mutações da proteína VCP, seguindo a metodologia previamente estabelecida por nosso grupo. Foram compiladas 16 mutações da proteína VCP humana dos bancos de dados e literatura consultada. A análise de conservação evolutiva indicou que as mutações ocorrem majoritariamente em posições variáveis e de media conservação da VCP, e que os domínios D1 e D2 são majoritariamente conservados. A modelagem computacional gerou um modelo acurado e completo da VCP humana, inédito para a proteína. O alinhamento estrutural entre a VCP nativa e suas mutantes apontou para alterações estruturais sugestivas de implicações funcionais para a proteína, afetando sobretudo os domínios C-terminal e D2, o que poderia estar relacionado ao desenvolvimento de ELA e DFT. A caracterização de regiões proteicas potencialmente envolvidas no desenvolvimento de patologias utilizando bioinformática, auxilia na melhor compreensão das bases estruturais de doença, podendo guiar o desenho racional de fármacos baseado em estrutura, e ainda facilitar o desenvolvimento de novos tratamentos para a ELA.

49- MARCELLE DA SILVA RODRIGUES- Defesa em 31/08/2021

Dissertação: CARACTERIZAÇÃO DAS ILHAS DE PATOGENECIDADE EM SOROVARES DE SALMONELLA  MULTIRRESISTENTES AOS ANTIMICROBIANOS PREVALECENTES DE DIFERENTES FONTES EM NOSSO MEIO. 

Resumo:

Em nosso meio o conhecimento sobre os recursos patogênicos de Salmonella spp. é de importância fundamental para a saúde pública particularmente entre cepas pertencentes aos sorovares mais prevalentes. Buscamos avaliar cepas de Salmonella spp. com características de multirresistências aos antimicrobianos, quanto a presença de marcadores de virulência contidos em ilhas de patogenicidade localizadas no cromossoma destes microrganismo. Foram selecionadas em banco de dados do LRNEB, 69 cepas de Salmonella spp. com perfil resistente ou intemediários para a Cefoxitina, Ceftazidima, Imipenem e Ciprofloxacina, isoladas de diferentes fontes (animais de produção, humanos e alimentos), pertencentes aos sorovares: Enteritidis, Infantis, Newport, Typhimurium, Schwarzengrund e Salmonella enterica O1, 4, 12, as quais foram encaminhadas por instituições públicas e privadas para diagnóstico conclusivo entre os anos de 2015 a 2017. Foi realizado PCR para a detecção dos genes orgA, invA, ssaQ, mgtC, spi4D, sopB, stn, slyA, phoPQ spvC. Foream obtidos produtos de amplificação em 89,8% das cepas para orgA, em 86,9% invA, 95,6% ssaQ, 94,2% mgtC, 94,2% spi4D, 98,5% sopB, 88,4% stn, 89,8% para slyA, em 97,1% para phoPQ e em 25% para spvC. A detecção de genes de virulência relacionados as ilhas de patogenicidade em isolados de Salmonella spp, que apresentaram resistência antimicrobiana aos fármacos de eleição para controle das infecções em humanos, reforçam a importância do monitoramento constante desses genes, uma vez que apontam a presença de isolados com alto poder de infectividade, dificultando a adoção de medidas profiláticas para controle principalmente na cadeia alimentar.

50- LUIZ FELIPPE SARMENTO BONET- Defesa em 08/09/2021

Dissertação: MODELAGEM ESTRUTURAL E DINÂMICA MOLECULAR DE VARIANTES GENÉTICAS DA PROTEÍNA  FUS HUMANA NA ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA DO TIPO 6  (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo:

A esclerose lateral amiotrófica (ALS) é a doença neurodegenerativa de neurônios motores com início na fase adulta mais frequente. A doença é caracterizada por degeneração dos neurônios motores superiores e inferiores, geralmente levando à morte em até 5 anos após o início dos sintomas. Enquanto a maior parte dos casos é esporádica, 5% a 10% dos casos podem ser associados a herança familial, incluindo ALS tipo 6, que é associada a mutações no gene Fused in Sarcoma (FUS). O objetivo deste trabalho foi avaliar como as mutações associadas a ALS tipo 6 mais frequentes, R521C, R521H e P525L, afetam a estrutura e a função da proteína. Utilizamos, então, algoritmos de predição funcional para analisarmos os efeitos de variantes de nucleotídeo único (SNV) não-sinônimas, bem como realizamos análises da conservação estrutural e dos níveis de frustração da proteína, e dinâmicas moleculares. A maior parte dos algoritmos classificou as três mutações como deletérias. A análise apontou que as três mutações diminuem a estabilidade da proteína, especialmente a variante R521C, que também aumenta a tendência de ligação de chaperonas. A análise da frustração da proteína mostrou um aumento na frustração entre interações envolvendo o resíduo mutado R521C. A análise de conservação estrutural mostrou que os sítios 521 e 525 são altamente conservados. Os resultados das dinâmicas moleculares indicam que a estabilidade da proteína é comprometida por todas as mutações estudadas. Estas também afetaram a área de superfície e a compacidade da proteína. As mutações estudadas também mostraram elevada flexibilidade na maior parte dos resíduos, notadamente nos sítios de interação com a proteína de importe nuclear da FUS.

51- ELISÂNGELA CRISTINA COELHO GUERREIRO DE MARIA- Defesa em 15/09/2021

Dissertação: AVALIAÇÃO DA AÇÃO MUTAGÊNICA  DO EXTRATO AQUOSO DE EQUISETUM HYEMALE (CAVALINHA)  E SUA CARACTERIZAÇÃO FITOQUÍMICA. (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo:

De Maria, Elisângela Cristina Coelho Guerreiro. Avaliação da ação mutagênica do extrato aquoso da planta Equisetum hyemale (Cavalinha) e sua caracterização fitoquímica. 2021. 75f. Dissertação (Pós-Graduação Em Biologia Molecular e Celular) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021. A Equisetum hyemale, também conhecida popularmente como cavalinha, tem sido usada na medicina tradicional para tratar várias doenças, como hipertensão, diarreia, infecções renais, doenças oculares, câncer, acidente vascular cerebral, hemorragia e distúrbio urinários, apresentando potencial antimicrobiano, anti-inflamatório e antioxidante relacionado à sua composição química. Portanto, o objetivo deste trabalho foi investigar o potencial antioxidante, mutagênico e toxicológico do extrato aquoso de E. hyemale. Experimentos foram realizados para quantificar o conteúdo fenólico total, analisar o potencial antioxidante, avaliar a capacidade de indução de mutação reversa bateriana e a citotoxicidade em modelo bacteriano. O conteúdo fenólico total foi determinado pelo ensaio Folin Ciocalteu e apresentou um teor de polifenois de 9,48 mg de equivalentes do padrão ácido pirogálico /g de extrato. Para avaliar o potencial antioxidante foi analizado a captura do radical livre DPPH. Neste ensaio a E. hyemale apresentou o valor de IC50 em 15,53 μg/mL. O potencial mutagênico e toxicológico foram analisados pelo Teste de Ames, na ausência e na presença de ativação metabólica, nas cepas TA97, TA98, TA100, TA102 e TA104 de Salmonella enterica sorovar Typhimurium nas concentrações 5000, 500, 50, 5 e 0,5 μg/placa do extrato aquoso da planta E. hyemale. Foi observado que nenhuma concentração do extrato desta planta foi mutagênico e tóxico na ausência de ativação metabólica exógena. Contudo, na presença desta, foram detectadas indução de mutagenicidade nas maiores concentrações (5000 μg/placa e 500 μg/placa), nas cepas TA98, TA100 e TA102. Além disso, a cepa TA100 apresentou porcentagem de sobrevivência inferior a 50% na concentração 5000 μg/placa mostrando uma resposta citotóxica. Concluindo, os resultados demostraram que o extrato aquoso apresentou potencial antioxidante nas concentrações de até 50 μg/placa. Portanto, os resultados dos experimentos realizados na E. hyemale constituíram um importante passo para estabelecer a dose diária máxima recomendada com uso seguro de eficácia, podendo ser indicada até esse limite, nas indicações terapêuticas utilizadas na medicina popular. Palavras-chave: Equisetum hyemale, Etnofarmacologia, Fitoterapia, Toxicologia, Antioxidante, Mutagênico.

52- ALESSANDRA LIMA DIAS - Defesa em 20/10/2021

Dissertação: ANÁLISES DE POLIMORFISMOS EM GENES POSSIVELMENTE  ASSOCIADOS AO CÂNCER DE PRÓSTATA E A HIPERPLASIA BENIGNA PROSTÁTICA EM UMA AMOSTRA DA POPULAÇAO DO RIO DE JANEIRO (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo:

A mudança na estrutura da pirâmide etária da população brasileira nos últimos anos resultou em um aumento substancial nas doenças de etiologia genética e degenerativa crônica, causando impacto na população idosa. Assim, o câncer de próstata (CaP) e a hiperplasia benigna prostática (HBP) são duas das patologias que estão em forte ascensão na faixa etária mais avançada da população. Os distúrbios da próstata têm uma etiologia multifatorial, com ênfase na idade e fatores genéticos, e o câncer de próstata é o terceiro câncer mais comum na população masculina. Alterações no DNA, como polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em genes relacionados à proliferação, diferenciação e apoptose, têm sido fortemente associados ao risco de CaP e HBP. O presente projeto teve como objetivo analisar polimorfismos de genes possivelmente envolvidos nas patologias mencionadas aqui. Os genes e polimorfismos selecionados para este estudo foram: GSTT1 nulo (-) / não nulo (+), CYP1A1 (rs1379298245), CDH1 (rs16260), e TP53 (rs1042522). A amostra foi composta por 292 indivíduos com idade acima de 50 anos, atendidos pela equipe de Urologia da Policlínica de Duque de Caxias e oriundos do INCA, e que foram divididos em três grupos - CaP, HBP e controle - de acordo com seus diagnósticos. Das 292 amostras coletadas 114 são do grupo controle, 133 do grupo HBP e 45 com o câncer de próstata. Não foi observada uma associação significativa nos genótipos nulo e não nulo do gene GSTT1, e nem nos polimorfismos rs16260 e rs1042522 com as patologias mencionadas. Já o rs1379298245 apresentou-se associado com o CaP e a HBP nas análises genotípica e alélica. Portanto, a partir dos achados deste estudo, pretende-se ter um melhor entendimento da relação entre o perfil genético dos indivíduos com as patologias estudadas, e assim auxiliar na descoberta de uma possível suscetibilidade dos indivíduos ao CaP e no tratamento diferencial. Acreditamos que esta proposta vai ao encontro da necessidade do aumento de investimento na pesquisa de doenças crônico-degenerativas (de contínuo incremento devido à maior longevidade da população) a fim de diminuir o impacto socioeconômico causado por elas entre os idosos Brasileiros.

53- CAROLINA MELO VOLLMER- Defesa em 20/02/2022

Dissertação: PAPEL DA LEPTINA EM MODULAR IN VITRO O PERFIL DE CITOCINAS DAS CÉLULAS T CD4+ Fel D1-ESPECÍFICAS DE PACIENTES ALÉRGICOS A GATOS.(Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo:

A prevalência e gravidade da asma alérgica (AA) a pelos de gatos têm aumentado á nível mundial, e ambos têm sido associados a fatores ambientais, tal como a obesidade. A obesidade deve aumentar a produção de citocinas relacionadas às células Th2 e produção de IgE em resposta a principal proteína alergênica desses felinos, a Fel D1. Entretanto, outros endotipos imunes têm sido observados na asma grave, principalmente em vigência de ganho excessivo de gordura. Nesses pacientes, a exacerbação aguda de AA tem sido particularmente associada a infiltração de neutrófilos nas vias respiratórias inferiores, sugerindo o envolvimento das células Th17. Até o momento, nenhum estudo avaliou o impacto da obesidade na composição de diferentes subtipos de células T CD4+ e células Br-1 de pacientes com AA a gatos, nem tão pouco o papel da leptina em modular o perfil fenotípico das células T CD4+ em resposta a Fel D1, tendo sido esses os objetivos da presente dissertação. Para tanto, culturas de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) de pacientes com AA a gatos foram estimuladas por 4 h com PMA mais inomicina, ou por 6 dias com a Fel D1 (10 g/mL). Em algumas culturas, 50 ng/mL de leptina foram adicionados. Os plasmas desses pacientes, com diferentes índices de massa corpórea (IMC), foram usados para dosagem de leptina através do ELISA. A quantificação de citocinas nos sobrenadantes das culturas de PBMC foi determinada por Luminex, enquanto os diferentes fenótipos efetores e reguladores de células T CD4+ , assim como células Br-1, foram avaliados por citometria de fluxo. No presente estudo, a gravidade da AA foi associada a uma expansão de células com fenótipo híbrido Th2/Th17 (IL-4 + IL- 17+ IFN-γ - ) e do tipo Th17 (IL-4 - IL-17+ IFN-γ - ), mas não de células relacionadas ao fenótipo Th2 (IL-4 + IL-17- IFN-γ - ). Em contraste, a proporção de células T CD4+ do tipo Th1 (IL-4 - IL- 17 - IFN-γ + ), bem como das células T CD4+ reguladoras FoxP3+ IL-10+ , FoxP3+CD39+ e FoxP3- IL-10+ e células Br-1 (CD19+ IL-10+ ), foi menor em pacientes com AA grave, principalmente no grupo com sobrepeso/obesidade. De forma interessante, os níveis plasmáticos de leptina foram positivamente correlacionados com as porcentagens de células híbridas Th2/Th17 e células do tipo Th17, mas inversamente correlacionados com fenótipos regulatórios. Quanto à resposta à Fel D1, esse antígeno induziu a secreção de IL-5, IL-13, IL-9, IL-6, IL-17, IL-21 e IL-10. A adição de leptina elevou, nessas culturas, a produção de IL-5 e IL-13 e reduziu a liberação de IL-10. Quanto aos subtipos de células T CD4+ , a Fel D1 não apenas favoreceu a expansão de células T CD4+ relacionadas aos fenótipos Th2, Th9 e Th17, como também elevou a frequência de diferentes subtipos de células TFH, principalmente subtipos TFH IL-21- . Nessas culturas, a leptina elevou a porcentagem de células TFH capazes de produzir IL-4, IL-5 e IL-13, mas reduziu a frequência de células Treg, Tr-1 e TFR em resposta à Fel D1. Coletivamente, nossos resultados sugerem que a associação adversa entre obesidade e AA deve envolver o quadro de hiperleptinemia no qual o paciente é condicionado, evento esse, que favorece a expansão de células T CD4+ efetoras relacionadas aos fenótipos Th2/Th17 e subtipos de células TFH, acompanhado por um dano no compartimento das células T CD4+ reguladoras convencionais e folicualres, além dos linfócitos Br-1. Acreditamos que o benefício da perda de gordura no melhor prognóstico da AA descrita por alguns autores seja associado a recomposição de equilíbrio imune dentre as células T CD4+ Fel D-1- específicas.

 

54- BRUNO MICELI GONZALEZ NOGUEIRA  - Defesa em 24/08/2022

Dissertação: METANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS DAS CRISES EPILÉPTICAS EM PACIENTES INFECTADOS PELO SARS-CoV-2 DURANTE O PRIMEIRO ANO DA PANDEMIA

Resumo:

Introdução: Crises convulsivas/epilépticas estão sendo descritas na infecção pelo Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2). Esta infecção e o surgimento dessas crises em indivíduos com e sem história prévia de epilepsia/crise convulsiva nos motivou a investigar com que frequência esse quadro vem ocorrendo e quais as características desses pacientes. Objetivo: Identificar nos estudos de coorte publicados, entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020, com pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 a frequência e as características das crises convulsivas/epilépticas. Metodologia: Revisão sistemática da literatura com metanálise. Utilizou-se os descritores “SARS-CoV-2”, “COVID-19” e sinônimos em português e em inglês, os descritores “epilepsia”, “crises epilépticas”, “crises convulsivas” e sinônimos em português e os descritores “epilepsy”, “epileptic seizures”, “seizures” e sinônimos em inglês. As buscas foram feitas em 9 bases, para o período de dezembro de 2019 a dezembro de 2020. Resultados: Foram incluídos 122 artigos, onde 328 adultos e 22pediátricos manifestaram crises convulsivas/epilépticas durante a infecção e/ou após a infecção. Entre os adultos que apresentaram crises, 67 eram do sexo feminino(20,43%) e 114 do masculino (34,76%). Nos pediátricos, 10 eram do sexo feminino(45,45%) e 10 do masculino (45,45%). A etnia foi relatada para 10 adultos (3,05%) e2 pediátricos (9,09%). A média de idade nos adultos foi de 58,54 anos; nos pediátricos foi de 83,54 meses. Tanto nos adultos como nos pediátricos, a comorbidade mais relatada foi história prévia de epilepsia/crise convulsiva [70 casos (21,34%) e 5 casos(22,73%)]. Entre adultos, a própria infecção pelo SARS-CoV-2 foi a mais identificada como provável causa para a manifestação das crises (72 casos, 21,95%); entre os pediátricos, foi febre (12 casos, 54,55%). Tanto nos adultos como nos pediátricos, o sintoma mais relatado na infecção foi febre [99 casos (30,18%) e 16 casos (72,73%)].Foram a óbito 42 adultos (12,8%) e 3 pediátricos (13,64%). A crise mioclônica foi o tipo mais registrado entre adultos (47 casos, 14,33%); entre os pediátricos, crisetônico-clônica generalizada (CTCG) (10 casos, 45,45%). Entre adultos com história prévia de epilepsia/crise convulsiva, registrou-se crises não classificadas em 59 casos(84,29%); e entre os pediátricos, Status epilepticus com sintomas motores predominantes em 3 (60%). Entre adultos sem história prévia de epilepsia/crise convulsiva, registrou-se crises não classificadas em 105 casos (47,3%); e entre os pediátricos, CTCG em 9 (60%). Conclusão: A frequência de crises foi de 3,6% em adultos e de 13,58% em pediátricos. Registrou-se crises não classificadas em 84,29%dos adultos com história prévia de epilepsia/crise convulsiva, e Status epilepticus com sintomas motores predominantes em 60% dos pediátricos. Registrou-se crises não classificadas em 47,3% dos adultos sem história prévia de epilepsia/crise convulsiva, e CTCG em 60% dos pediátricos. Crises ocorreram durante a fase aguda da infecção em 98,48% dos 328 adultos e em 100% dos 22 pediátricos. Febre foi o sintoma mais relatado e história prévia de epilepsia/crise convulsiva a comorbidade mais relatada. 

 

55- JANAINA BRAGA CHAVES- Defesa em 26/08/2022

Dissertação: AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS NATURAIS NANOESTRUTURADOS COM ATIVIDADEANTIMALÁRICA: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Resumo: 

Malária é uma doença infecciosa, causada por protozoários do gênero Plasmodium que se multiplicam nos eritrócitos do hospedeiro, e é transmitida pelo mosquito do gênero Anopheless presente em ambientes favoráveis nas regiões tropicais e subtropicais. Apesar de constantes estudos, o complexo ciclo parasitário entre o vetor e hospedeiro torna a abordagem terapêutica um desafio. A resistência e a toxicidade do tratamento da malária requerem estudos para desenvolver mecanismos eficientes de combate à doença. A nanotecnologia se apresenta como uma promissora ferramenta que disponibiliza fármacos ou compostos ativos de forma eficaz nos diferentes estágios do ciclo de vida do parasita, aumentando a biodisponibilidade destas substâncias, diminuindo os níveis tóxicos e favorecendo a adesão ao tratamento. Para tal, é necessário compreender as características das nanopartículas, a interação entre os sistemas biológicos em que é inserida. O objetivo atual da pesquisa em nano medicina é projetar sistemas de entregas de drogas que sejam bem controladas e multifuncionais. O estudo de diversos tipos de nanopartículas, aliado ao conhecimento das substâncias de origem natural, tem apresentado resultados promissores quanto ao tratamento da infecção por malária. Este trabalho é uma revisão qualitativa integrativa que analisa e discute dados de artigos recentes sobre a utilização de nanopartículas no tratamento da malária de forma crítica. Este levantamento evidenciou apontou dados positivos e promissores na aplicação de nano sistemas com compostos bioativos vegetais com atividades anti-inflamatórias e antiplasmódicas no tratamento da malária. Apesar de estudos indicar em viabilidade na utilização de nano sistemas para o tratamento da malária, algumas características técnicas dificultam a aplicação destes sistemas, tais como dificuldade de produção em larga escala, alto custo de produção e dados escassos sobre metabolismo e toxicidade de nano sistemas. Segundo o estudo de revisão realizado, foi possível constatar grande potencial na utilização de nanopartículas e o emprego de extratos vegetais no desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da malária sendo necessário aprofundamento nas pesquisas.

56- ROBERTA LUISA BARBOSA LEAL - Defesa em 26/08/2022

Dissertação: ANÁLISE DE VARIANTES DOS GENES TBC1D1, MC4R E LEP EESTRATÉGIAS DE GENOTIPAGEM POR MEIO DA PCR COM INICIADORES ALELO-ESPECÍFICOS

Resumo: 

A identificação de genes envolvidos na pré-disposição à obesidade comum ainda representa um grande desafio, principalmente devido à complexidade genética desta patologia, resultando na necessidade muitos estudos para a compreensão da influência das diversas variantes para o desenvolvimento da obesidade. Portanto, este estudo tem o objetivo de analisar variantes de dois genes reconhecidamente associados ao controle da ingestão alimentar e à homeostase energética (LEP eMC4R), e de analisar variantes de TBC1D1, considerando seu importante papel no metabolismo da glicose e na adipogênese. Devido à escassez de dados da literatura sobre os efeitos das variantes de TBC1D1 humana para o fenótipo de obesidade, a primeira proposta do estudo foi realizar uma revisão sistemática sobre o tema, a fim de buscar maiores informações sobre estes potenciais marcadores e contribuir para os avanços das pesquisas acerca deste gene. Um segundo objetivo do estudo foi a análise do impacto de variantes dos genes LEP, MC4R e TBC1D1 para o desenvolvimento da obesidade, a partir dos registros de 70 indivíduos, utilizando resultados de genotipagem, medidas antropométricas, dados demográficos e dados obtidos de um questionário. Além desta, análises de frequência das variantes e análises de predição do efeito das mutações in sílico também foram realizadas a fim de selecionar variantes com maior potencial preditivo para o ganho de peso, com a proposta de ampliação dos estudos a partir da elaboração de testes de genotipagem de menor custo, alternativos ao sequenciamento do DNA e ao PCR em tempo real. O estudo de TBC1D1 revelou que algumas variantes apresentaram efeito patogênico clínico, tais com obesidade, diabetes e/ou caquexia. Os resultados dos testes genéticos elaborados para a detecção de variantes de LEP e TBC1D1, foram capazes de identificar os genótipos dos indivíduos com alta especificidade e sensibilidade. Em resumo, os resultados da pesquisa sobre o papel de TBC1D1 para o desenvolvimento da obesidade ressalta a necessidade de mais estudos acerca deste gene, tendo em vista a complexa participação da proteína TBC1D1 em diferentes vias de sinalização(nem todas ainda bem compreendidas), e da sua interação com diversas outras proteínas, por meio dos seus distintos domínios. Todavia, a falta de técnicas de custo mais baixo, alternativas ao PCR em tempo real e ao sequenciamento, para a realização dos estudos de genotipagem, ainda representa um obstáculo relevante para o desenvolvimento destas pesquisas em muitos países, incluindo o Brasil. Por este motivo, os testes de genotipagem elaborados com sucesso por meio da PCR-ASO sugerem poder contribuir de forma expressiva para o avanço das pesquisas que visam o controle e a prevenção da obesidade na população brasileira.

57- MARCELA DE OLIVEIRA MACEDO - Defesa em 30/08/2022

Dissertação: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO E CITOTÓXICO DENOVOS DERIVADOS NITROTRIAZÓLICOS EFICAZES FRENTE AO Trypanosoma cruzi (Texto sem autorização para ser disponibilizado)

Resumo: 

A doença de Chagas (DC) foi descoberta em 1909 tendo sido descrito o agente etiológico, patogenia, sintomatologia. Até os dias atuais continua sendo considerada uma doença negligenciada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e um grande problema de saúde pública. A identificação e o tratamento da doença de Chagas são objetos de estudos de cientistas e motivo de preocupação para os setores de gestão pública, política e científica devido as dificuldades em obter maior conhecimento das áreas epidemiológicas visto que o diagnóstico, tratamento farmacológico e rastreio da doença de Chagas ainda gera incertezas em relação ao seu tratamento. Vários medicamentos vêm sendo desenvolvidos no estudo contra o T. cruzi dentre eles encontram-se os nitro compostos, mais recentemente os nitrotriazóis, alguns são agentes bifuncionais com dois mecanismos de ação: substratos de NTR-I (nitrorredutase I) e inibidores reversíveis de CYP51 que apresentaram alta atividade in vitro e in vivo sobre T. cruzi. Neste trabalho nos foram cedidos 13 compostos que foram avaliados quanto acitotoxicidade e mutagenicidade através do Teste de mutação reversa bacteriana, citotoxicidade e ensaios de viabilidade celular para predizer o potencial mutagênico das amostras. As mesmas moléculas já passaram por avaliação biológica: Avaliação in vitro anti-T. Cruzi, Avaliação preliminar da citotoxicidade in vitro, Avaliação na enzima nitroredutas e de Trypanosoma cruzi (TcNTR) e Avaliação antifúngica in vitro contra Sporothrix sp..Dos compostos analisados, 8 apresentaram mutação por indução que altera o quadro de leitura (Frameshit) por adição e/ou deleção dos pares de base G:C,podendo ter como causa a estrutura raiz das moléculas dos compostos. Os 5 compostos que se mostraram ativos contra o T. cruzi foram testados em ensaios de viabilidade celular e todos apresentaram efeito citotóxico dose dependente com perda, porém nenhum com lesão celular significativa. A presença de citotoxicidade e a indução de mutagenicidade podem ser decorrentes dos grupos funcionais, do efeito estérico ou de ressonância que levam a alteração da estabilidade, metabolismo, potência dos compostos analisados.

58- LETÍCIA PIRES ALVES - Defesa 17/11/2022

Dissertação :SEPSE GESTACIONAL INDUZ ALTERAÇÕES SINÁPTICAS E INFLAMATÓRIAS EM FILHOTES DE CAMUNDONGOS NOS DIFERENTES ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO

Resumo: 

A sepse tem como definição a resposta desregulada do hospedeiro diante de um agente infeccioso, podendo levar a uma disfunção orgânica com potencial de levar à morte. Diversos estudos demonstraram que doenças inflamatórias sistêmicas levam, a longo termo, ao desenvolvimento de dano cognitivo, com perda da capacidade de memória e aprendizado. Porém, há poucos estudos acerca desse assunto, sendo assim é necessário a exploração dessa área. Neste estudo ,primeiramente, desenvolvemos a investigação através do nosso modelo experimental de sepse gestacional através da técnica de instilação orotraqueal, o impacto da síndrome a prole analisando perfil sináptico, conferindo a expressão de sinaptofisina e PSD95, a avaliação das citocinas pró-inflamatória (TNFα, IL-1β eIL-6) durante diferentes estágios do desenvolvimento, além da avaliação da integridade da barreira hematoplacentária e da barreira hematoencefálica, bem como a análise de marcadores inflamatórios MCP-1, IFN-γ e IL-8. Bem como resultado, obtivemos alterações nos níveis de PSD95 bem significativo no hipocampo, neocórtex, córtex frontal e cerebelo em conjunto das análises do perfil pró-inflamatório no córtex frontal e cerebelo dos filhotes de camundongos submetidos a sepse em conjunto tivemos aumento na permeabilidade da barreira hematoplacentária, bem como na hematoencefálica. Como conclusão temos o alerta que infecções durante o período pré-natal, podem gerar aumento na inflamação e insuficiência intrauterina, consequentemente gerando déficits na transmissão sináptica em adição da inflamação neuronal que podem gerar danos cognitivos e comportamentais a curto e longo prazo.

59- IGOR DOS SANTOS FONSECA - Defesa em 23/12/2022

Dissertação: AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM SALMONELLA SPP.ISOLADAS DE FONTES ANIMAIS NO PERÍODO DE 2017 A 2020, À DROGAS DE ÚLTIMA GERAÇÃO

Resumo:

O objetivo deste estudo foi investigar fenotipicamente e genotípicamente a resistência antimicrobiana á drogas de última geração em cepas de Salmonella spp., isoladas de fontes animais no período de 2017 a 2020, visando reconhecer a dispersão ambiental de microrganismos portadores destas características em nosso meio. Foram selecionadas um total de 102 cepas de Salmonella spp. de origem animal a partir do banco de dados do Laboratório de Referência Nacional em Entero infecções Bacterianas (LRNEB/IOC/FIOCRUZ) que apresentavam perfil intermediário e/ou resistente a drogas de última geração (cefalosporinas de3a e 4a geração, carbapenêmicos e fluoroquinolonas), encaminhadas por demanda espontânea no período de 2017 a 2020 de diferentes regiões do País. As cepas foram submetidas a confirmação do perfil bioquímico e antigênico, assim como foram reavaliadas quanto a resistência antimicrobiana por método de difusão em disco. A totalidade das cepas mantiveram o perfil inicial, confirmando 50 % resistente e 45,1% intermediário á fluoroquinolonas(ciprofloxacina); 11,8% a ceftazidima e 5% a Imipenem/Meropenem. Entre os sorovaresS.Typhimurium, S.Dublin, S.Gallinarum, S.Heidelberg e S.Infantis. estão entre os prevalentes. As cepas de Salmonella spp. foram submetidas a técnica de Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) os seguintes genes: blaIMP, blaVIM, blaNDM, blaKPC, blaOXA−48, blaCMY,blaCTX−M, qnrA, qnrB e qnrS. No cômputo geral, os resultaras apontaram que entre as cepasavaliadas. 1 cepa de S.Schwarzengrund isolada de ave, foi positiva para o gene blaCMY, os genesblaVIM e blaOXA-48 foram detectados em 4 cepas: S.Anatum , S.Heidelberg e S.Ndolo isolados de aves e S.Muenchen, isolado de lagarto. E o gene qnrS detectada em S.Panama isolada de cão e S.Ndolo isolado de ave. Observou-se que os genes qnrA, qnrB, blaCTX-M, blaKPC, blaNDM,blaVIM, não foram detectados em nenhuma das cepas de Salmonella avaliadas.

60- REBECCA FIORANI DE OLIVEIRA NASCIMENTO - Defesa em 12/09/2023

Dissertação: AVALIAÇÃO DE TESTES MOLECULARES PARA SARS-COV-2 COM AMOSTRAS SALIVARES AGRUPADAS E INDIVIDUAIS

Resumo: 

O cenário pandêmico da COVID-19 foi de grande preocupação em saúde pública no mundo. O seu controle epidemiológico foi prejudicado mediante a escassez de suprimentos médicos, o que dificultou a testagem com o teste padrão ouro, e consequente o diagnóstico da doença. O estudo de amostras alternativas ao swab de nasofaringe foi priorizado, tendo sido a saliva demonstrada como uma espécime confiável e acessível para a detecção de SARS-CoV-2. A testagem frequente da população por meio da estratégia de pools de saliva para a detecção de SARS-CoV-2 viabilizou a reabertura de grandes centros, como empresas, escolas e universidades. Os pools foram amplamente utilizados durante a pandemia de COVID-19, mas a baixa sensibilidade da estratégia tornou-se um desafio. Neste estudo, avaliamos a utilização de pools de amostras salivares de indivíduos sintomáticos e avaliamos as características que influenciaram a sua sensibilidade num cenário do mundo real. O presente estudo recrutou eletronicamente indivíduos no Rio de Janeiro(Brasil). Os pools de saliva foram montados a partir de amostras de pelo menos 5indivíduos. Análises descritivas da concordância entre os resultados dos pools de saliva e as amostras individuais dos indivíduos neles incluídos foram realizada susando os testes de Mann-Whitney ou exato de Fisher. As estimativas de associação foram apresentadas como razões de chances ajustadas (aOR [IC95%]). Quarenta eu m pools, de tamanhos entre cinco a 22, foram analisadas através da amplificação do gene envelope (E) por meio da RT-qPCR. Dentre os resultados foi observada uma concordância de 90,24% [76,87-97,28%] entre os resultados dos ensaios de RT-qPCRdos pools e das amostras individuais para a detecção do SARS-CoV-2. As características dos indivíduos que forneceram amostras para os pools, por exemplo, idade (P=0,006) e raça (P=0,006), foram sugestivamente associadas à concordância dos resultados dos pools e das amostras individuais nas análises descritivas. Encontramos um limite inferior médio de detecção (ALoD) 2,93 vezes superior nos pools detectados do que nas amplificações individuais. A estratégia de pool de amostras salivares foi sensível e bem sucedida em desenhos de pools de até 22amostras individuais, em indivíduos com até 10 dias de sintomas para COVID-19 e em um cenário epidêmico. Concluímos que ela pode ser aplicada para triagem populacional de indivíduos sintomáticos para a COVID-19 ou outras infecções virais com potencial epidêmico.

60- FLÁVIA MACIEL DE MORAES - Defesa em 11/12/2023

Dissertação: SEPSE GESTACIONAL INDUZ ESTRESSE OXIDATIVO NO CÓRTEX FRONTAL E HIPOCAMPO DE CAMUNDONGOS NEONATOS

Resumo: 

A sepse é uma disfunção orgânica, com potencial risco de vida, decorrente daresposta imunológica desregulada do hospedeiro a um agente infeccioso. Ao longodo desenvolvimento do quadro séptico, ocorre uma produção excessiva de espéciesreativas de oxigênio pelo organismo que, com o decorrer da afecção, culmina noestresse oxidativo, causando danos celulares importantes em diferentes órgãosafetados. Considerando-se a sepse no período gestacional, nosso grupo observouque filhotes camundongos cujas mães passaram por um quadro clínico de sepsedurante a gestação apresentam alterações cognitivas, modulações sinápticas epadrões inflamatórios sistêmicos, sugerindoque algum componente durante oepisódio infeccioso contribua de forma prejudicial para o desenvolvimento fetal. Tendoem vista as possíveis complicações no período neonatal, este trabalho tem porobjetivo compreender o estresse oxidativo em filhotes de camundongos que tiveramsepse durante o período gestacional. Como resultado, no córtex frontal dos animaiscom dois dias de idade (P2) provenientes de mães sépticas houve diferençasignificativa nos níveis de NO comparado ao controle, mas em p8 não teve diferença.Os níveis de LDH do grupo séptico, apresentou diferença significativa em ambas as
idades comparados com o grupo controle. E o lactato somente em idade p2 teve diferença significativa. No hipocampo, NO não apresentou diferença entre os grupos e em ambas as idades, o e lactato só apresentou diferença na idade p2 no grupos éptico comparado ao controle. Os níveis de LDH apresentaram diferença estatística somente em 8 dias pós-natal no grupo séptico comparado ao controle. E o marcador4HNE não apresentou diferença entre os grupos e idades. Como conclusão, mostramos a existência de estresse oxidativo no hipocampo e córtex da prole
proveniente de gestantes que desenvolveram sepse durante a gestação, gerando inflamação neuronal que pode ser relacionada a danos cognitivos e comportamentais a curto e longo prazo.