Heliconia psittacorum L.f.
Família: HELICONIACEAE
Nome científico: Heliconia psittacorum L.f.
Nome popular: helicônia
Fotos: Ricardo Cardoso Antonio
Para o PDF da etiqueta, clique aqui.
Foto: Matheus Gimenez Guasti
Heliconia psittacorum, ou simplesmente helicônia. Esta espécie, de beleza ímpar, é nativa do Brasil, embora não endêmica, ocorrendo ao longo dos trópicos, principalmente no continente americano, em regiões da Floresta Amazônica e Mata Atlântica. Apresenta-se como uma erva, com rizoma, de onde partem inúmeros pseudocaules, caracterizando seu crescimento cespitoso. As folhas da helicônia são oval-lanceoladas ou oblongas, com ápice acuminado, de textura coriácea e brilhantes. As inflorescências são terminais, eretas, com pedúnculo avermelhado na porção distal. Possui brácteas naviculadas, vermelho-alaranjadas, vistosas, brilhantes e cerosas. Suas flores surgem nas axilas das brácteas, num tipo de inflorescência denominada cíncino. As flores possuem perianto amarelo ou laranja-avermelhado, dando ao conjunto da inflorescência um efeito extremamente ornamental, fazendo de Heliconia psittacorum uma espécie muito requisitada na composição de jardins e projetos paisagísticos. Por ser um dos mais importantes táxons polinizados por beija-flores, a helicônia costuma atrair essas aves de beleza e graciosidade singulares aos locais onde é cultivada. A helicônia possui inflorescências com alta durabilidade e boa tolerância ao calor, características que justificam sua comercialização e utilização como flor de corte em todo o mundo.
O nome do gênero, Heliconia, foi dado por Linnaeus, em 1771, como uma referência ao Monte Hélicon, localizado na região sul da Grécia, próximo ao Golfo de Corinto e ao norte da Península do Peloponeso. Na Mitologia Grega, o Monte Hélicon era o local de morada das Musas, filhas de Zeus com Mnemósine (deusa da memória), que possuíam a capacidade de inspirar a criação artística ou científica a quem bebesse das águas das fontes que ali jorravam. Apesar das helicônias constituirem, atualmente, a família Heliconiaceae como gênero único, elas já pertenceram à família Musaceae, que compreende as bananeiras, compondo o gênero Musa. E é justamente aí que entra a controvérsia na literatura...
A ligação taxonômica entre os gêneros Heliconia e Musa parece indicar claramente uma ligação etimológica, baseada na mitologia greco-romana, mas não é bem assim... Alguns autores contestam essa versão, citando que o gênero Musa é uma homenagem de Linnaeus a Antonius Musa, botânico grego e médico de Augusto, o primeiro Imperador Romano, Caio Júlio César. Outras fontes citam que Musa vem de mauz, o nome dado à banana no idioma árabe.
Já em relação ao epíteto específico, psittacorum é uma referência à Psittacidae, a família das araras e papagaios: as cores e formatos das brácteas e flores da helicônia têm semelhança com a cores e plumagens destas aves, vindo justamente daí o seu outro nome popular: helicônia-papagaio.
Autoria: Sandra Zorat Cordeiro (2019)
Castro, C.E.F.; Gonçalves, C.; Moreira, S.R.; Faria, O.A. Helicônias brasileiras: características, ocorrência e usos. Ornamental Horticulture, v. 17, n. 1, p. 5-24, 2011.
Gonzaléz, J. Explicación etimológica de las plantas de La Selva. Flora Digital de la Selva - Organización para Estudios Tropicales. Acesso em: 01 Nov. 2019. Disponível em: https://sura.ots.ac.cr/local/florula4/docs/ETIMOLOGIA.pdf
Heliconiaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB7962>. Acesso em: 05 Nov. 2019.
Sultana, N.; Hassan, M.A. The genus Heliconia cultivated in Bangladesh. Bangladesh Journal of Plant Taxonomy, v. 15, n. 2, p. 141-153, 2008.
Terao, D.; Carvalho, A.C.P.P.; Barroso, T.C.S.F. (2005) Flores Tropicais. Brasília: EMBRAPA.
Tomlinson, P.B. An anatomical approach to the classification of the Musaceae. Journal of the Linnean Society of London, Botany, v. 55, n. 364, p. 779–809, 1959.