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Aloe vera (L.) Burm.f.

Família: ASPHODELACEAE

Nome científico: Aloe vera (L.) Burm.f.

Nome popular: babosa

 

Aloe vera - Canto das Flores 1

Aloe vera - Canto das Flores 2

Aloe vera - Canto das Flores 3

Aloe vera - Canto das Flores 4

Aloe vera - Canto das Flores 5

Aloe vera - Canto das Flores 6

Aloe vera - Canto das Flores 7

Fotos: Ricardo Cardoso Antonio

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Aloe vera - exsicata

Foto: Matheus Gimenez Guasti

Barra verde - características

Aloe vera, a popular babosa ou aloés, é uma planta xerófita, originária do norte da África e Oriente Médio, conhecida por suas inúmeras propriedades terapêuticas desde a Antiguidade, sendo utilizada até hoje em dezenas de aplicações médicas, cosméticas, homeopáticas e nutricionais, amplamente divulgadas pela medicina tradicional e com diversas propriedades fármaco-biológicas comprovadas. A babosa se apresenta como uma erva de crescimento cespitoso e estolonífero, podendo atingir até 2,0 metros de altura; possui caule extremamente curto, com entrenós muito próximos, sendo até mesmo considerada, por muitos autores, como uma planta acaule. Suas folhas, dispostas em roseta, são glaucas, podendo apresentar manchas verde-amareladas, grossas e suculentaslanceoladas e de ápice bastante agudo, côncavas em sua face superior e convexas na face inferior e suas bordas serrilhadas apresentam espinhos triangulares curtos e espaçados. A partir do centro da roseta, um escapo floral de até 1,0 metro de altura, comporta, helicoidalmente, flores com 6 tépalas amarelo-alaranjadas, organizadas em inflorescências tipo racemo simples ou panícula. Seus frutos são tipo cápsula, com inúmeras sementes escuras e achatadas.

Apesar de ser cultivada como ornamental, pela beleza de suas folhas em roseta e, em especial, pelas inflorescências com alta densidade floral, a característica mais marcante da babosa, no entanto, só é revelada a partir de um corte transversal em suas folhas. Logo abaixo da epiderme, exsuda uma substância amarga e amarelenta, denominada látex, rica em compostos fenólicos com poderosas propriedades laxantes. Já o interior da folha é preenchido, na sua totalidade, pelo parênquima tissular mucilaginoso: um tecido de reserva de aspecto vítreo, brilhoso, espesso, de consistência gelatinosa, de sabor amargo, adstringente, muito forte e refrescante. Esse tecido, denominado polpa ou gel, é composto por polissacarídeos (manose e glicose), taninos, esteroides, flavonoides, enzimas, lipídios, aminoácidos e vitaminas. Tanto o látex como o gel constituem a matéria-prima para as indústrias farmacêutica cosmética e alimentar, sendo utilizados na medicina tradicional no combate de diversas enfermidades. 

Considerada uma verdadeira panaceia, a babosa é empregada na Ayurveda (a milenar medicina indiana), na medicina Unani (de origem persa) e na homeopatia. Na medicina tradicional, é aplicada no alívio e cura de inúmeros males, sendo que suas propriedades terapêuticas estão, quase na totalidade, concentradas no seu gel ou polpa brilhante. A babosa é usada em problemas de pele, como cicatrização de feridas, erupções, bolhas, queimaduras e picadas; em problemas gastrointestinais, contra úlceras, indigestão e como purgativo; é também recomendada em casos de febre, tosse, dor de cabeça, vertigem, repelente, dores musculares, reumatismo e icterícia. Centenas de estudos realizados com a babosa, iniciados por volta de 1930, nos Estados Unidos, baseados no uso popular do seu gel para alívio de queimaduras solares, acabaram por revelar, além das propriedades cicatrizantes, ação bactericida, anti-inflamatória, anti-helmíntica, antitumoral, hepatoprotetora, anti-oxidante e hipoglicemiante. A babosa ainda é um ingrediente ativo no preparo de fitocosméticos, como xampus, sabonetes, cremes e protetores solar, sendo reconhecida sua singularidade nos cuidados com a pele e cabelos, proporcionada pelas propriedades curativas, regeneradoras, lubrificantes, umectantes e nutritivas.

De acordo com a literatura, os primeiros registros de uso da Aloe vera foram encontrados na Mesopotâmia, cerca de 2100 a.C. Há citações para seu uso também no Egito, registradas no Papiro de Ebers, datado de 1550 a.C.: além de ter ser apontada como segredo de beleza das rainhas Cleópatra e Nefertiti, era fundamental nos rituais funerários e de embalsamação - indicando que os egípcios já conheciam suas propriedades bactericidas e fungicidas - e assim era considerada a "planta da imortalidade". Coube aos fenícios, grandes mercadores marítimos da Antiguidade, a tarefa de levar a babosa às regiões dominadas pelo Império Romano e até a Ásia.

Os hindus acreditavam que a babosa era uma planta que crescia nos Jardins do Paraíso, e chamavam-na de "curandeira silenciosa"; na China, era conhecida como "remédio harmonioso". Ela também foi citada por Plínio, o Velho, na sua fabulosa Naturalis Historia, mas foi através de Dioscórides, citando-a na sua De Matéria Médica, obra influente na Medicina e Botânica do séc. I ao séc. XVI, que o aloés ganhou a justa fama que tem até os dias de hoje. Foi trazida à América pelas missões espanholas e rapidamente incorporada como planta de cura pelas populações indígenas. Há referências que afirmam a existência de vasos onde a babosa era cultivada em plena armada de Cristóvão Colombo, para curar possíveis enfermidades da sua tripulação. 

O nome do seu gênero, Aloe, provém do árabe alloeh, do grego alóe e do hebraico halal: as três palavras significam "suco amargo e brilhante"; seu epíteto específico, vera, indica "verdadeira", uma alusão às demais espécies do gênero que não possuem as desejadas propriedades medicinais desta espécie. No Brasil, o nome babosa ou erva-babosa está relacionado ao gel viscoso das suas folhas, considerado "uma espécie de baba" pela população em geral.

Seja hoje ou na longínqua Idade Antiga, a babosa continua sendo considerada uma planta extraordinária, representando, como poucas, a união singular entre conhecimento tradicional, história, lenda, farmacologia e botânica.

Autoria: Sandra Zorat Cordeiro (2020)

Barra verde - referências bibliográficas

Aloe Medical Group International. Medicinal plants of ancient. Disponível em: https://www.aloe-medical-group.com/en/aloe-vera/history.html. Acesso em: 15 Abr. 2020.

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Barcroft, A. Myskja, A. Aloe Vera: Nature's Silent Healer. 1ª ed. London: BAAM. 2003.

Castro, L.O.; Ramos, R.L.D. Cultivo de três espécies de babosa: descrição botânica e cultivo de Aloe arborescens Mill. babosa-verde, Aloe saponaria (Aiton) Haw. babosa-listrada e Aloe vera (L.) Burm.f., babosa-verdadeira ou aloe-de-curaçau (ALOEACEAE). Porto Alegre: FEPAGRO, 2002. 12 p. (Circular Técnica, 20).

Freitas, V.S.; Rodrigues, R.A.F.; Gaspi, F.O.G. Propriedades farmacológicas da Aloe vera (L.) Burm.f. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v. 16, n. 2, p.299-307, 2014.

Oliveira, E.T. Micropropagação e acompanhamento bioquímico, fisiológico e nutricional da babosa (Aloe vera (L.) Burm.f.) cultivada ex vitro em doses de nitrogênio. 2007. Tese. (Doutorado em Ciências: Fisiologia e Bioquímica de Plantas) - ESALQ, Universidade de São Paulo, Piracicaba.

Parente, L.M.L.; Carneiro, L.M.; Tresvenzol, L.M.F.; Gardin, N.E. Aloe vera: características botânicas, fitoquímicas e terapêuticas. Arte Médica Ampliada, v. 33, v. 4, p. 160-164, 2013.

Quattrocchi, U. CRC World Dictionary of Medicinal and Poisonous Plants: Common Names, Scientific Names, Eponyms, Synonyms, and Etymology. Reimpressão. Boca Raton: CRC Press. 2012.

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