Glossário
Glossário com termos botânicos em definições simples, que possibilitam ao leitor o entendimento das descrições e características das espécies vegetais do Canto das Flores.
Abaxial: usualmente, a face inferior da folha.
Acaule: planta com caule extremamente curto, fazendo parecer que as folhas surgem diretamente sobre as raízes, formando uma roseta.
Aciculado ou acicular: em formato semelhante ao de uma agulha.
Actinomorfa (flor): flor com simetria radial. Ver: zigomorfa.
Acúleo: prolongamento pontiagudo da superfície epidérmica de um vegetal, sem vascularização, semelhante a um espinho mas que, diferentemente destes, se soltam com facilidade.
Acuminado: ápice foliar que sobre abrupto afilamento, formando uma espécie de ponta.
Adaxial: usualmente, a face superior da folha.
Adnato: nascido junto, unido.
Adubo verde: prática realizada em sistemas agrícolas, onde plantas vivas são mantidas junto às culturas de interesse, pois possuem a capacidade de melhorar as condições físicas, químicas e/ou biológicas do solo.
Adventício: órgão formado a partir de células já diferenciadas que sofrem desdiferenciação e voltam a se dividir, originando novos órgãos sem origem embrionária.
Agudo: base ou ápice foliar que apresenta um ângulo menor que 90° entre suas margens.
Alelopatia: impacto positivo (estímulo) ou negativo (inibição) provocado por substâncias químicas produzidas por determinada planta sobre as plantas vizinhas.
Alterna (filotaxia): uma folha apenas é produzida em cada nó, geralmente em lados alternados.
Alterna-espiralada (filotaxia): quando as folhas se dispõem em mais de um plano, formando uma espiral - como se a sequência de folhas desenvolvesse um movimento helicoidal ao longo do ramo.
Andrógina (flor): que possui tanto as estruturas femininas (pistilo) como as masculinas (estames) na mesma flor. O mesmo que flor monóclina ou hermafrodita.
Antera: Local onde são produzidos e armazenados os grãos de pólen, responsáveis pela fecundação dos óvulos das flores. O formato, a estrutura e a abertura para liberação do grão de pólen são apenas alguns dos muitos caracteres taxonômicos relativos às anteras.
Antese: momento de abertura dos botões florais.
Aquênio: tipo de fruto seco e indeiscente.
Areolado: com aréolas.
Aréolas: estrutura presente na região nodal dos cactos, onde deveria haver uma folha; refere-se a um conjunto de meristemas e ramos encurtados, com espinhos (folhas modificadas) ou flores.
Arilo: estrutura que se desenvolve ao redor das sementes.
Associação simbiótica: relação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes, onde ambas se beneficiam da associação.
Atenuada: base ou ápice foliar cujas margens transitam para a formação de um apêndice ou prolongamento longo e agudo.
Axilar: localizado na junção entre o caule e a folha.
Bactérias fixadoras: bactérias que possuem a capacidade de incorporar o nitrogênio atmosférico (N2) em moléculas que podem ser absorvidas por outros organismos.
Baga: tipo de fruto com pericarpo carnoso, com grande número de sementes.
Bainha: base foliar que adquire uma estrutura laminar e envolve o caule, protegendo assim a gema axilar ou floral.
Bilabiada (o mesmo que labiada): corola gamopétala que possui a parte apical livre, dividida em dois lobos (como dois lábios).
Bivalvar: que possui duas valvas, duas partes que se separam naturalmente.
Bráctea: folha modificada.
Bractéola: pequena bráctea que ornamenta uma unidade floral.
Bulbilhos: pequeno bulbo, produzido nos órgãos aéreos ou subterrâneos de uma planta e que promove a sua reprodução vegetativa, ou seja, quando cai ao chão ou brota, desenvolve-se em uma nova planta.
Bulbo: tipo de caule subterrâneo, extremamente comprimido, com ápice protegido por folhas modificadas que, geralmente, armazenam reservas.
Bulbosa: que possui bulbo.
Calcar (ou espora / esporão): apêndice originário das sépalas ou pétalas, formando uma estrutura oca e afilada, que produz e armazena néctar.
Calcarada: o mesmo que gibosa, ou seja, com giba (com uma proeminência em forma de corcova, corcunda).
Cálice: conjunto de sépalas de uma flor, que usualmente protegem a flor, quando em botão.
Calículo (ou epicálice): conjunto de brácteas que circundam externamente o cálice, na sua base, dando a impressão que a flor possui dois cálices.
Campanulado: cálice ou corola em formato de sino, com base abruptamente alargada, com lacínios, sépalas ou pétalas divergentes.
Capitulescência: inflorescência de dois ou mais capítulos, podendo estar dispostos em arranjos variados (cimoso, racemoso, paniculado, etc).
Capituliformes: com aspecto semelhante à inflorescência tipo capítulo.
Capítulo: inflorescência com flores densamente dispostas, podendo apresentar dois tipos de flores, do disco, no centro do capítulo, e do raio, na borda, sendo estas últimas ornadas com corola expandida. Um exemplo de capítulo é a inflorescência do girassol.
Cápsula: tipo de fruto que se torna seco quando maduro, abrindo-se naturalmente para liberar suas sementes.
Carnoso: órgão vegetal com estrutura macia e suculenta.
Carpelo: unidade do gineceu.
Cerosa: que possui cera.
Cespitoso: tipo de planta que cresce formando tufos ou touceiras.
Cimeira (inflorescência): inflorescência cujo eixo principal, que é o prolongamento do pedúnculo, termina com uma flor, podendo haver outras flores em eixos secundários, que são ramificações do eixo principal.
Cimosa: tipo de inflorescência onde o eixo principal produz pedicelos com uma flor, com flores que se abrem de cima para baixo ou do centro para fora.
Cíncino: tipo de inflorescência onde cada flor é terminal e possui na sua base um pedicelo com uma nova flor terminal, na direção contrária da primeira, e assim sucessivamente.
Cinorródio: pseudofruto originário do desenvolvimento do hipanto, encontrado entre espécies de Rosaceae, onde os frutos verdadeiros são do tipo aquênio e encontram-se em seu interior.
Cladódio: tipo de caule fotossintetizante, com tecidos de reserva de água, característico de plantas sem folhas e suculentas, comumente encontradas em clima árido. Os espinhos, frequentemente encontrados neste tipo de caule, são folhas modificadas, para que se evite a perda de água para o ambiente. Cladódios achatados, com aspecto semelhante ao de uma folha, são denominados filocládios.
Coluna estaminal (ou tubo estaminal): tubo formado pela união dos filetes dos estames, por onde passa, no seu interior, o estilete, permitindo o aparecimento do estigma na sua extremidade distal.
Composta (folha): que possui o limbo dividido em folíolos independentes
Concolor: com mesma cor nas faces abaxial e adaxial.
Cordada: tipo de base foliar em forma de coração, com lobos proeminentes em cada um dos lados da inserção do pecíolo.
Cordiforme: em forma de coração, com ápice pontiagudo e base larga, reentrante, com lobos arredondados.
Coriácea: tipo de folha que apresenta certa rigidez e aspecto seco, semelhante ao couro, podendo ser quebradiça.
Corimbo: inflorescência semelhante ao racemo, mas as flores têm pecíolos de tamanhos diferentes: as proximais têm pecíolos mais longos e as distais têm pecíolos mais curtos, de modo que todas alcançam um mesmo nível quando desabrocham.
Corola: conjunto de pétalas de uma flor.
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Corola ligulada: frequentemente confundida com pétalas, devido à sua textura e semelhança, a corola ligulada é formada por cada uma das estruturas em forma de colher (ou lingueta) presentes nas flores marginais dos capítulos de Asteraceae; apresenta, comumente, cores vibrantes, para atrair polinizadores.
Corona: conjunto de apêndices (geralmente petalíneos) dispostos em círculo entre a corola e os estames, adornando a flor; comum em Passifloraceae e Amaryllidaceae .
Crenada: tipo de margem que apresenta pequenos lobos obtusos e arredondados.
Cultígeno: espécie domesticada ao longo do tempo, cuja origem é desconhecida por não se ter registro de ocorrência de seu ancestral silvestre.
Cultivar: planta cultivada, gerada por ação humana, onde características naturais foram alteradas por cruzamentos e, após a alteração, se mantiveram estáveis nas gerações seguintes; essas plantas, comumente, são chamadas de plantas “melhoradas”, considerando-se a “melhora” uma característica essencialmente interessante do ponto de vista comercial.
Cuneada: base ou ápice foliar onde as margens se unem em um ângulo de 45° com a nervura central, formando um ângulo de 90° entre si.
Daninha: planta que cresce onde não é desejada, não necessariamente exótica.
Decídua: planta que perde suas folhas em determinada estação do ano. Pode ainda indicar senescência de um órgão
Decocção: ato de ferver plantas ou suas determinadas partes, em um líquido, geralmente água, no intuito de extrair seus princípios ativos (substâncias biologicamente ativas) com finalidade, comumente, terapêutica.
Decumbente: planta que apresenta seu caule deitado sobre o substrato, mantendo apenas seu ápice erguido.
Decurrente: lâmina foliar que se estende além do ponto de inserção, continuando no pecíolo, no caso de folhas pecioladas, ou se prolongando no caule, no caso de folhas sésseis.
Decussada (filotaxia): quando o par de folhas superior se situa com desvio de 90° em relação ao anterior, criando uma disposição perpendicular entre os pares. O mesmo que filotaxia oposta-cruzada.
Deiscência: abertura natural de órgãos vegetais para liberação de seu conteúdo (sementes, no caso de frutos)
Deiscente: estrutura (no caso, fruto) que se abre naturalmente quando maduro, liberando as sementes em seu interior.
Deltoide: folha de formato triangular, onde o pecíolo se conecta ao meio da base do triângulo e o ápice é um dos vértices.
Denteada: tipo de margem foliar, onde pequenas projeções triangulares partem perpendicularmente à margem.
Dextrorso: caule volúvel que se move no sentido horário.
Dialipétala: com pétalas livres entre si.
Dialissépala: com sépalas livres entre si.
Díclina (planta): que possui flores unissexuais, estritamente femininas e estritamente masculinas, ou seja, pistilos e estames em flores diferentes. No caso de plantas díclinas, as flores podem estar em indivíduos diferentes (planta dióica) ou no mesmo indivíduo (planta monóica). (ver Monóclina).
Dicotômica: estrutura que se divide em dois, com ramificações bifurcadas e divergentes.
Dióica (planta): esta palavra provém da união do prefixo di- (dois) e do grego oikós (casa) e significa duas casas, ou seja: a espécie possui duas casas, uma para cada sexo. Essa denominação indica espécies vegetais com indivíduos que produzem flores estritamente femininas e indivíduos que produzem flores estritamente masculinas. São chamadas, popular e respectivamente, de "planta fêmea" e "planta macho". (ver Monóica).
Discolores: com cores distintas entre as faces superior e inferior.
Dispersão: mecanismo ou estratégia usados pelas plantas para colonizarem outros locais, seja através de sementes, frutos, planta inteira ou parte dela.
Dossel: estrato superior das áreas florestais, formado pelas copas das árvores e organismos associados (como epífitas e lianas).
Drupa / drupoide: fruto que possui pirênios, que é uma semente envolta em estrutura (endocarpo) coriáceo. Frutos com apenas um pirênio são denominados drupas, com mais de um, drupoides.
Elaióforo: estrutura que secreta e/ou acumula óleos (glândula secretora de óleos).
Elíptica: em formato de elipse.
Endêmica: espécie com ocorrência restrita a certa região geográfica, não sendo encontrada em nenhum outro local.
Ensiforme: tipo de folha em forma de espada, também chamada de unifacial, pois é achatada lateralmente logo acima da bainha, sem apresentar faces abaxial ou adaxial.
Entrenó: porção de caule entre dois nós (local de inserção foliar) sucessivos.
Epicálice (ou calículo): conjunto de brácteas que circundam externamente o cálice, na sua base, dando a impressão que a flor possui dois cálices.
Epífila (flor): quando aparenta estar sobre as folhas ou na sua superfície.
Epífita: planta que cresce sobre outra planta, sem parasitá-la ou prejudicá-la. Plantas epífitas não são parasitas, apenas usam a outra planta como apoio ou suporte.
Epíteto coletivo: constitui o segundo nome na nomenclatura binomial de híbridos interespecíficos, sempre com letras minúsculas, em latim. Em híbridos interespecíficos, um sinal de multiplicação (x) deve ser inserido entre o nome do gênero e o epíteto coletivo (ex: Clerodendrum x speciosum, híbrido interespecífico entre Clerodendrum splendens e Clerodendrum thomsoniae).
Epíteto específico: constitui o segundo nome na nomenclatura binomial, sempre com letras minúsculas, especificando a unidade dentro do gênero. A combinação do gênero mais o epíteto dá o nome científico de uma espécie, sempre em latim. Costuma ser um adjetivo, relacionado à alguma característica da espécie (ex.: Ludwigia longifolia, referência à folha alongada), mas também podem ser encontradas referências à localidade de ocorrência (ex.: Eugenia copacabanensis, referência à extinta restinga de Copacabana), à alguma pessoa, como homenagem (ex.: Ficus carautana, homenagem ao Prof. Carauta, patrono do HUNI), ou em referência ao nome popular (ex.: Ipomoea batatas, nome científico da batata-doce).
Equinocarpo: fruto de qualquer tipo que possui revestimento externo coberto por acúleos, conferindo a ele, um aspecto espinhoso.
Escabrosa: estrutura vegetal áspera ao tato, comumente provocado por tricomas rígidos ou pouco flexíveis.
Escamiforme: de formato semelhante ao de uma escama.
Escandente: caule delgado que se utiliza de superfícies de suporte como apoio, muitas vezes crescendo em direção da luz.
Escapo: haste ou pedúnculo que se origina a partir de bulbos, rizomas ou tubérculos, levando flores ou inflorescências acima das folhas. Muito comum em plantas acaules.
Escorpioide: tipo de inflorescência onde todas as flores estão inseridas no mesmo lado do eixo, provocando neste uma curvatura ao lado oposto à da inserção das flores.
Escutelo: em forma de escudo.
Espádice: tipo de inflorescência com o eixo primário carnoso; em Araceae, é protegida por uma bráctea, a espata.
Espata: bráctea que circunda a inflorescência e, por vezes, quando grande e vistosa, com papel importante na polinização.
Espiga: inflorescência com eixo simples onde se encontram flores sésseis, ou seja, sem pedicelo.
Espinescente: com espinhos.
Espinho: órgão de origem foliar (portanto com vascularização), com morfologia modificada, adquirindo característica esclerificada, pontiaguda e sem limbo. Diferentemente dos acúleos, não se soltam com facilidade.
Espora / esporão (ou calcar): apêndice originário das sépalas ou pétalas, formando uma estrutura oca e afilada, que produz e armazena néctar.
Estame: unidade estrutural que compõe o androceu, a parte masculina da flor. Cada estame é composto por filete e antera. O filete é uma estrutura semelhante a uma pequena haste que sustenta, no seu ápice, as anteras, que é onde são produzidos os grãos de pólen. O número, o tamanho e sua posição em relação à corola são apenas alguns dos muitos caracteres taxonômicos relativos aos estames.
Estaminódio: tipo de estame de tamanho reduzido, rudimentar ou modificado, podendo sua antera ser atrofiada ou ausente, sendo, portanto, estéril.
Estigma: estrutura localizada na porção apical do pistilo, unidade que representa o órgão feminino da flor, formado ainda pelo estilete e pelo ovário.
Estilete: porção entre o ovário da flor na sua porção proximal, e o estigma, na sua porção distal, conectando-os.
Estípulas: apêndices, geralmente aos pares, com estrutura laminar, que podem ocorrer na base das folhas, protegendo a gema.
Estolonífero: que possui caule tipo estolho.
Estolho: caule lateral, paralelo ao solo (acima ou abaixo deste), com nós e entrenós e raízes adventícias.
Exsicata: termo utilizado para denominar o material vegetal herborizado que está tombado em um herbário, fazendo parte de seu acervo. Toda exsicata deve conter o material vegetal seco em envelope ou afixado em uma folha de papel, com etiqueta contendo identificação taxonômica, data e local de coleta, coletor, determinador, e uma pequena descrição da planta com suas características morfológicas. Toda exsicata recebe um número de tombo sequencial (registro) dentro do acervo, bem como o carimbo do herbário onde foi tombada. As exsicatas são referenciadas com a sigla do herbário seguida do número de tombo. Ex.: HUNI 2037.
Falcada: em formato de foice.
Fascículo: inflorescência tipo cimeira, muito reduzida, possuindo, comumente, bractéolas, dificultando o reconhecimento do padrão.
Filária: cada uma das brácteas que envolvem os capítulos das Asteraceae, semelhante a um cálice envolvendo uma flor; também chamada de bráctea involucral.
Filete: estrutura que compõe o estame, juntamente com as anteras; é semelhante a uma pequena haste que sustenta as anteras no seu ápice.
Filocládio: cladódio achatado, com aspecto semelhante ao de uma folha.
Filogenia: ramo da biologia que se ocupa do estudo das relações evolutivas entre grupos de organismos, buscando suas relações de parentesco a partir de análises moleculares.
Filotaxia: padrão de disposição das folhas ao longo do eixo caulinar.
Fimbriada: o mesmo que franjada.
Fistulosa: estrutura vegetal oca ou tubulosa (caule ou folha).
Flor axilar: flor que se origina entre a folha e o caule.
Flores do disco: flores localizadas na porção central do capítulo, geralmente hermafroditas.
Flores do raio: flores localizadas na periferia do capítulo, podendo ser pistiladas ou estéreis.
Folículo: tipo de fruto seco, deiscente, que se abre, comumente, em uma fenda lateral.
Folíolo: unidades que compõem uma folha composta.
Forrageira: planta que pode ser utilizada como pastagem para o gado.
Fusiforme: em forma de fuso.
Gamopétala: com pétalas fundidas, formando um tubo.
Gamossépalo: com sépalas fundidas, formando uma estrutura única.
Gamotépalo: com tépalas fundidas.
Gavinha: estrutura que se enrola em ao entrar em contato com alguma superfície, atuando no suporte aéreo de caules; muito comum em trepadeiras.
Genérico: relativo ao gênero (categoria taxonômica hierarquicamente acima de espécie e abaixo de família).
Gênero: constitui uma unidade taxonômica que abrange espécies com características morfológicas e funcionais muito semelhantes. Na nomenclatura binomial, sempre em latim, o primeiro nome que aparece é o gênero, sempre com a primeira letra maiúscula. A combinação do gênero mais o epíteto específico dá o nome científico de uma espécie. O nome genérico é um substantivo ou palavra substantivada, podendo fazer referência à alguma característica predominante nas espécies daquele gênero (ex.: Erythrina, do grego erythros, que significa vermelho), à alguma pessoa, como homenagem (ex.: Gaylussacia, em homenagem a Gay-Lussac, físico e químico francês), à alguma localidade de ocorrência (ex.: Brasilopuntia, cactácea ocorrente no Brasil) ou ao nome popular/nativo, antes da denominação científica (ex.: Tabebuia, nome indígena da planta).
Geotropismo: movimento ou crescimento das plantas orientado pela força da gravidade. Ex.: geotropismo positivo - a planta cresce verticalmente, no sentido do solo, seguindo a força da gravidade; geotropismo negativo: a planta cresce em sentido oposto ao solo, no sentido contrário ao da gravidade.
Giba: proeminência em forma de corcova, corcunda.
Gibosa: com giba (com uma proeminência em forma de corcova, corcunda), o mesmo que calcarada.
Gineceu: parte feminina da flor.
Glabra: sem pelos ou tricomas, lisa.
Glauca: órgão vegetal de coloração verde-pálida, como se estivesse coberto por uma camada de pó; essa coloração esbranquiçada se deve à presença de grande quantidade de cera sobre a epiderme.
Globosa: de formato esférico.
Glomérulo: inflorescência tipo cimeira, extremamente contraída e densa, de modo que se apresenta com forma esférica, globosa.
Gloquídeo: tricoma farpado muito afiado e penetrante que, por possuir uma série de ganchos, é muito difícil de ser removido, causando desconforto. Frequente em Cactaceae.
Grampiforme (raiz): sem função de absorção de nutrientes, realiza a fixação do vegetal no substrato, apoiando seu crescimento em direção à luz.
Guia de néctar: marcas ou padrões estruturais ou pigmentares que apontam para o local onde o néctar está disponível, guiando os polinizadores para sua recompensa.
Hábito: tipo de crescimento que um vegetal pode apresentar, a saber – árvore, arvoreta, arbusto, subarbusto, trepadeiras, trepadeiras lenhosas (lianas), erva.
Hemiparasita: espécie fotossintetizante que se conecta diretamente ao xilema de uma planta hospedeira e retira água e sais minerais; comumente se aloja em uma planta com copa elevada e ainda se aproveita do posicionamento para captação de luz solar.
Hermafrodita (flor): que possui tanto as estruturas femininas (pistilo) como as masculinas (estames) na mesma flor. O mesmo que flor andrógina ou monóclina.
Híbrido: indivíduo resultante do cruzamento entre duas espécies diferentes, apresentando características homogêneas entre outros também resultantes deste cruzamento, mas diferentes das características das espécies parentais. Geralmente, não geram indivíduos férteis.
Hipanto: estrutura floral resultante da fusão das bases das sépalas, pétalas e estames, comumente encontrado nas espécies de Rosaceae e Fabaceae.
Hipocrateriforme: corola com tubo alongado, alargando-se rapidamente na parte superior, formando lacínios livres e expandidos.
Hirsuta: coberta por tricomas eretos e longos, dando sensação aveludada ao toque.
Holótipo: "espécime ou uma ilustração utilizada ou designada pelo autor como o tipo nomenclatural." (Mazzocato & Biondo, 2011).
Imbricada: quando brácteas, sépalas ou pétalas se sobrepõem parcialmente.
Imparipinada: tipo de folha composta com número ímpar de folíolos (ou seja, o folíolo mais distal é único, sem par).
Indeiscente: estrutura que não se abre espontaneamente; Geralmente fruto que não se abre espontaneamente, necessitando de tempo para que ocorra deterioração do pericarpo ou da intervenção externa (de animais, por exemplo).
Inflorescência: ramo ou sistema de ramos, que produz flores em seu comprimento, obedecendo a um determinado padrão morfológico.
Infundibuliforme: com pétalas fundidas na base, em formato de funil (termo associado, geralmente, ao tipo de corola).
Invasora: planta exótica que possui alta capacidade reprodutiva, alta capacidade de manutenção de sua população e alta capacidade de dispersão para áreas distantes, mantendo essas características nos locais onde é dispersada e atingindo locais cada vez mais distantes.
Involucrais (brácteas): brácteas que envolvem uma estrutura, podendo ser uma inflorescência, como um capítulo ou umbela, formando um invólucro.
Lacínio: parte apical da sépala ou pétala, que forma lobos soltos em cálices ou corolas gamopétalas, respectivamente.
Lanceoladas: em formato de lança.
Latescente: que possui látex, substância, geralmente, de aspecto leitoso, que é liberada na ruptura de folhas e/ou caules de algumas espécies de plantas, sendo uma importante característica taxonômica.
Látex: substância geralmente esbranquiçada, de aspecto leitoso, podendo ainda ser translúcida ou amarelada, que escorre de caules e folhas de certas espécies vegetais quando cortados. A presença/ausência de látex nos vegetais é uma importante característica taxonômica, já que possui ocorrência limitada a algumas famílias e gêneros botânicos.
Lectótipo: "espécime ou ilustração designado a partir do material original como tipo nomenclatural. Isso acontece posteriormente à publicação, quando ocorreu designação de holótipo na época da publicação, se o holótipo está desaparecido ou se for concluído que ele incluiu mais de um táxon." (Mazzocato & Biondo, 2011).
Legume (ou fava): fruto comumente encontrado na família Fabaceae (Leguminosae), como, por exemplo, o feijão, a ervilha, a soja.
Lenhoso: Caules que apresentam crescimento secundário com aspecto de madeira.
Lígula (corola ligulada): tipo de corola expandida, com elementos fusionados na sua base, formando uma estrutura alongada; á característica das flores periféricas dos capítulos das Asteraceae, frequente e equivocadamente confundida com uma pétala.
Limbo: porção achatada da folha, o mesmo que lâmina foliar.
Linear: órgão laminar (folha, pétala, sépala, bráctea ou lígula) com margens paralelas ao longo de quase todo seu comprimento.
Linnaeus: Carl Nilsson Linnæus ou Carl von Linné (1707-1778), médico, botânico e zoólogo sueco; é o criador da nomenclatura binomial e também conhecido como o “Pai da Taxonomia”, por estabelecer as bases científicas da classificação hierárquica dos organismos vivos em categorias, hoje denominadas táxons. É o autor do Species Plantarum, publicado em 1753, onde os princípios da nomenclatura binomial foram lançados; continha a lista e descrição de todas as espécie de plantas conhecidas até então.
Lobada (margem): com lobos (porção produzida por incisões a partir das margens).
Membranácea (textura): folha muito fina e flexível que, quando seca, apresenta textura semelhante ao papel de seda.
Monóclina (flor): que possui tanto as estruturas femininas (pistilo) como as masculinas (estames) na mesma flor. O mesmo que flor andrógina ou hermafrodita.
Monóica (planta): esta palavra originou-se da união das palavras gregas mono (único, um) e oikós (casa) e significa uma casa, ou seja: a espécie possui apenas uma casa para os dois sexos. Essa denominação indica espécies vegetais com flores díclinas (flores estritamente femininas e flores estritamente masculinas) no mesmo indivíduo ou flores hermafroditas (com estruturas femininas e masculinas na mesma flor) (ver Dióica).
Naviculada: em formato de barco ou canoa.
Néctar: substância aquosa composta principalmente por açúcares, produzida pelos nectários, com a função de atrair animais polinizadores.
Nectário: região da planta que apresenta estrutura morfológica característica para a produção e armazenamento de néctar.
Nodulação: infecção da raiz de certas espécies de plantas por bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico (N2), promovendo formação de nódulos.
Nomenclatura binomial: sistema que atribui aos organismos vivos seus nomes científicos, que são compostos por duas palavras: gênero e epíteto específico; esse sistema é usado e regulamentado pelos códigos nomenclaturais de Botânica, Zoologia e Bacteriologia. Diferente do nome popular, que varia de região para região, onde um mesmo nome pode indicar organismos completamente distintos e causar confusão, o nome científico é invariável no mundo todo, e é sempre em latim, evitando neologismos.
Nomenclatura genérica: nomenclatura relacionada ao gênero botânico.
Oblonga: tipo de folha que possui base e ápice obtusos, com margens laterais paralelas, onde o comprimento é 2 ou 3 x maior que a largura da folha.
Obovada (ou obovoide): que tem a porção apical mais larga que a porção basal.
Obtuso: base ou ápice foliar que apresenta um ângulo maior que 90° entre suas margens.
Oposta (filotaxia): tipo de filotaxia onde um nó desenvolve duas folhas, uma para cada lado.
Oposta-cruzada: quando o par de folhas superior se situa com desvio de 90° em relação ao anterior, criando uma disposição perpendicular entre os pares.
Orbicular: tipo de folha com formato circular, apresentando ápice e base distinguíveis, respectivamente, pelo ápice da nervura central e inserção do pecíolo. Também chamada de rotunda.
Órgãos de reserva: raízes, caules ou folhas modificados e adaptados para acumular água ou nutrientes, que serão utilizados para a sobrevivência da planta quando esta estiver em condições desfavoráveis.
Ovado, oval ou ovalado: com formato semelhante ao de um ovo.
Paleácea: semelhante à palha.
PANC: a sigla PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais), abrange partes de plantas comumente não utilizadas na alimentação, como flores de vitória-régia ou folhas de paineira, mas também partes não convencionais de plantas comumente comestíveis, como folhas de mandioquinha ou cascas de banana.
Panícula: tipo de inflorescência onde um racemo possui, no lugar das flores, racemos menores, este sim com flores. É um racemo composto, como se fosse um cacho de cachos.
Papirácea: de textura semelhante a papel (em alusão ao papiro).
Pappus (ou papilho): estruturas semelhantes a finos filamentos esbranquiçados que são encontrados em algumas flores de Asteraceae e que permanecem no fruto para facilitar sua dispersão.
Parafilético: grupo que inclui alguns, mas não todos os descendentes de um ancestral comum. Termo usado em Filogenia.
Pauciflora (inflorescência): que apresenta poucas flores.
Peciolada: com pecíolo.
Pecíolo: estrutura que liga a base do limbo foliar ao caule.
Pedicelo: eixo de sustentação de cada flor da inflorescência. Flores sem pedicelo são chamadas de flores sésseis.
Pedúnculo: eixo que sustenta cada flor solitária ou toda a inflorescência.
Peltada: folha que possui o pecíolo inserido, geralmente, no centro da lâmina (ou em algum outro ponto que não na margem).
Pentâmera: flor que apresenta sépalas, pétalas ou tépalas em número de cinco (ou seus múltiplos).
Perfilho: brotos produzidos na base do vegetal que atuam com estruturas de reprodução assexuada da planta, formando touceiras.
Perianto: denominação que abrange os dois verticilos vegetativos florais, a saber, cálice e corola.
Pericarpelo: região do receptáculo floral das cactáceas, compondo a parte inferior da flor, prolongando-se entre o ovário e o perianto.
Pericarpo: nome que o ovário amadurecido recebe após a frutificação, sendo dividido em endocarpo, mesocarpo e epicarpo.
Pétala: unidades que formam a corola, com formas e cores variadas.
Petaloide: semelhante à pétala.
Pilosa: superfície ou estrutura coberta por pelos (tricomas) finos e frágeis, proporcionando textura aveludada.
Pinada (folha): tipo de folha composta onde os folíolos distribuem-se opostamente, ao longo de um eixo central.
Pistilo: Estrutura composta por ovário, estilete e estigma, que compreende o gineceu ou parte feminina da flor.
Pivotante: raiz originada de um eixo principal, a partir da radícula; no seu desenvolvimento, é o eixo mais desenvolvido, de onde partem raízes laterais, mais finas.
Pixídio: tipo de fruto seco, deiscente, que se abre em uma extremidade através de uma estrutura semelhante a uma tampa, denominada opérculo, liberando suas sementes.
Plagiotrópico (crescimento): crescimento de um eixo em direção paralela ao substrato.
Plasticidade fenotípica: capacidade dos organismos de alterar a sua fisiologia ou morfologia de acordo com as condições do ambiente.
Porção distal: parte mais afastada da planta, extremidade.
Procumbente: caule prostrado, que cresce paralelamente à terra ou substrato, apenas se apoiando nestes, sem enraizar-se.
Propágulo: novo indivíduo produzido por reprodução assexuada que, ao se desprender da uma planta-mãe, adquiri autonomia e se desenvolve normalmente, com um indivíduo gerado a partir de uma semente. A única diferença é que o indivíduo proveniente de propágulos é clonal (idêntico) à planta-mãe e o proveniente de sementes, não.
Prostrado: caule que cresce paralelo ao substrato, sem conseguir se sustentar.
Pseudocaule: estrutura formada por bainhas foliares sobrepostas de modo tão denso que dão a impressão de formarem um caule. Um pseudocaule característico é o “falso tronco“ da bananeira.
Pseudofruto: estrutura semelhante a um fruto verdadeiro, mas que difere deste por não ter se originado a partir do ovário da flor, mas de outra estrutura, como pedicelo ou hipanto.
Pseudo-umbela: tipo de inflorescência que se parece com uma umbela simples, mas, na verdade, é composta por cimeiras condensadas, como em Amaryllidaceae.
Pubescente: superfície com alta densidade de pelos (tricomas) curtos.
Purpurescente: que apresenta coloração púrpura, um tom vermelho-azulado.
Quimiotipo: plantas de uma mesma espécie que possuem as mesmas características morfológicas mas produzem diferentes quantidades de componentes químicos em seus óleos essenciais, devido a pequenas alterações genéticas. Para que um quimiotipo seja considerado válido, a composição do óleo essencial deve ser estável, independente da época ou local de produção, pois é uma propriedade da própria planta e não depende de condições ambientais ou do método extrativo. Quando a produção dos óleos essenciais é alterada em função de variações naturais do clima, solo, altitude, exposição solar, chuvas, época de colheita e extração química, a planta é considerada um geotipo e não quimiotipo.
Racemo: tipo de inflorescência onde as flores, sempre pediceladas, são inseridas ao longo de um eixo simples alongado.
Racemosa (inflorescência): também chamada de indeterminada ou monopodial, onde seus eixos terminam com uma gema floral; neste tipo de inflorescência, as flores se abrem de baixo para cima ou de fora para dentro.
Ráfides: cristais de oxalato de cálcio (CaC2O4), em forma de agulha, que ocorrem isolados ou formando feixes, e são encontrados nas células de várias espécies vegetais.
Raque: estrutura central de uma folha pinada, que suporta os folíolos.
Receptáculo (floral): porção dilatada da extremidade do pedúnculo, onde são inseridas as flores ou seus componentes (verticilos), como cálice, corola, e partes feminina (gineceu) e masculina (androceu).
Reflexa: estrutura que apresenta inclinação para fora em relação ao eixo onde está inserida.
Reticulado: estrutura que possui aspecto de rede.
Ritidoma: camada externa do tronco das plantas lenhosas, porções mais velhas do súber das plantas lenhosas que se destacam periodicamente com o passar do tempo.
Rizóforo: estrutura de origem caulinar, com numerosas raízes, ramificações espessadas, geotropismo positivo e crescimento plagiotrópico; significa "portador de raízes".
Rizoma: caule subterrâneo, geralmente horizontal, que cresce paralelo ao substrato, sendo o eixo principal da planta, de onde partem folhas e/ou ramos.
Rizomatosa: que possui rizoma.
Roseta: padrão de filotaxia onde os entrenós são tão curtos que as folhas aparentam estar todas saindo do mesmo ponto, de modo circular, ficando parcialmente sobrepostas.
Rostrado: ápice foliar que apresenta suas laterais enroladas e fundidas, formando uma espécie de bico rígido.
Rotunda: tipo de folha com formato circular, apresentando ápice e base distinguíveis, respectivamente, pelo ápice da nervura central e inserção do pecíolo. Também chamada de orbicular.
Ruderal: espécie que cresce espontaneamente em locais perturbados pela forte ação humana, como em terrenos baldios, beira de estradas, áreas de plantio agrícola, ao redor de habitações rurais, etc.
Sarmento: tipo de caule, longo e flexível, que pode ser rastejante ou elevar-se, com auxílio de gavinhas ou apoiando-se a um suporte. Se plantado em lugar elevado, torna-se pendente.
Scientia amabilis: curiosa e histórica denominação dada por Linnaeus à Botânica, pois apesar do seu rigor, é uma ciência adorável, já que desperta interesse, afeição e encantamento daqueles que a ela se dedicam.
Sementes F1: sementes provenientes da polinização cruzada entre espécies parentais. Estas sementes germinam, geram plantas híbridas que florescem e até produzem frutos, mas suas sementes são inviáveis.
Sempre-viva: nome dado a escapos florais e inflorescências que mantém seu aspecto e cor como se fossem plantas ainda vivas, mesmo após serem coletadas das plantas onde se desenvolveram; são muito usadas como plantas ornamentais e na decoração de interiores, pela sua beleza e durabilidade.
Senescência: conjunto de processos fisiológicos relacionados ao envelhecimento.
Sépalas: unidades que formam o cálice, muito semelhantes a folhas, geralmente verdes.
Sepaloide: semelhante à sépala.
Seríceo: superfície ou estrutura coberta densamente por pelos (tricomas) muito finos que se dispõem deitados sobre estas, proporcionando textura macia e aspecto visual brilhante, semelhante à seda.
Serrada (margem): tipo de folha com a margem recortada em pequenos e curtos lobos apontados para o ápice.
Serrilhada (margem): tipo de folha com a margem semelhante à serrada, diferindo no tamanho tamanho dos pequenos lobos, muito menores e mais espaçados que esta.
Séssil: folha sem pecíolo ou flor sem pedúnculo/pedicelo.
Síliqua: fruto característico da família Brassicaceae, a família botânica da rúcula, couve, brócolis, mostarda; é um fruto seco, com duas valvas separadas por um septo; quando maduro, as valvas se abrem, expondo as sementes, presas no septo.
Sinistrorso: caule volúvel que se move no sentido anti-horário.
Sinonímia: a sinonímia ocorre quando um mesmo táxon recebe denominações distintas de autores diferentes; como um táxon só pode ter uma denominação válida, há leis dentro da Código de Nomenclatura Botânica que determinam qual nome será validado e qual será uma sinonímia. Geralmente, aplica-se a Lei da Prioridade, onde o nome mais antigo é validado e os posteriores se tornam sinonímias.
Subcordada: tipo de base foliar que apresenta a formação de um lobo levemente proeminente em cada um dos lados da inserção do pecíolo. É uma forma atenuada da base cordada.
Súber: tecido de revestimento em plantas lenhosas, formado por camadas de células que vão morrendo aos poucos e se tornam ocas, fornecendo isolamento térmico e proteção. Com o crescimento da planta, um novo súber vai sendo formado e este, mais velho, vai rachando e acaba se destacando da planta, recebendo o nome de ritidoma.
Subespécie: população fenotipicamente semelhante a uma espécie, que habita uma subdivisão geográfica dentro do espaço de distribuição desta espécie, mas difere taxonomicamente das outras populações dessa espécie.
Sublenhosa: planta com caule (tronco) lenhoso na base e herbáceo no ápice.
Subulada: estrutura linear fina, que tem ápice estreito, de formato semelhante a uma agulha.
Suculento: órgão ou estrutura de aspecto intumescido, geralmente cilíndrico, pois acumula água nos seus tecidos.
Sufruticosa: espécie perene, lenhosa na base, mas permanecendo herbácea na sua porção distal.
Táxon: unidade taxonômica associada à classificação científica. Exemplos: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
Tépala: termo usado para definir pétalas e sépalas tão semelhantes que não podem ser diferenciadas umas das outras.
Tetrâmera: flor que apresenta sépalas, pétalas ou tépalas em número de quatro (ou seus múltiplos).
Tipo (tipo nomenclatural): elemento ao qual o nome de um táxon está permanentemente ligado, seja como um nome correto ou como um sinônimo; pode ser um único espécime conservado em um herbário, coleção ou instituição, ou pode ser uma ilustração (adap. Mazzocato & Biondo, 2011).
Tomentoso: coberto densamente por tricomas curtos, com aspecto aveludado e com maciez ao toque.
Topiária: prática de jardinagem onde as copas de arbustos e árvores são podadas dando origens a diferentes formas artísticas. Para saber mais sobre a arte da topiária: https://revistajardins.pt/a-arte-da-topiaria/
Trepadeira: planta que se desenvolve utilizando um substrato ou outro vegetal como suporte, enrolando-se sobre estes ou fixando-se através de estruturas especiais como, por exemplo, gavinhas.
Tricoca: tipo de fruto formado de três carpelos, com uma semente por lóculo e muito semelhante a três cocos reunidos, mas independentes.
Tricomas: estruturas uni- ou pluricelulares da epiderme que se projetam, formando pelos, escamas ou contendo substâncias, comumente aromáticas; os tricomas podem ser (i) táteis ou tectores (quando não produzem nenhum tipo de substância e estão relacionados à redução da perda de água, diminuição de incidência luminosa e formação de barreira mecânica, (ii) glandulares (quando produzem e armazenam substâncias como óleos essenciais, néctar, substâncias urticantes e resinas, atraindo polinizadores, afastando herbívoros, etc...), e (iii) mistos, com uma porção não-glandular e outra glandular.
Trifoliolada: folha composta por três folíolos.
Trímeras: flor que apresenta sépalas, pétalas ou tépalas em número de três (ou seus múltiplos).
Trulada: tipo de folha com a porção mais larga posicionada no terço basal da lâmina.
Truncada: tipo de base onde a lâmina foliar termina de modo abrupto, como se tivesse sido cortada, formando uma linha perpendicular ao pecíolo.
Tubérculo: caule lateral, subterrâneo ou não, bastante espessado (intumescido), rico em nutrientes e com gemas, de onde nascem novas plantas.
Tuberosa (raiz): raiz espessada, de consistência carnosa e macia, comumente pouco ramificada, caracterizando como um órgão de reserva para períodos de dormência ou rebrota.
Tubiflora: flor que possui seu cálice ou corola em formato tubular, fina e estreita, com pequenos lacínios.
Tubo estaminal (ou coluna estaminal): tubo formado pela união dos filetes dos estames, por onde passa, no seu interior, o estilete, permitindo o aparecimento do estigma na sua extremidade distal.
Tubular ou tubulosa: em forma de tubo.
Umbela: tipo de inflorescência onde as flores possuem pedicelos que saem do mesmo ponto, no ápice de um mesmo eixo.
Vagem: fruto tipo legume quando ainda está verde.
Variedade: nível secundário de táxon, infraespecífico, abaixo de espécie e acima de forma, abreviada por var. em letras minúsculas, grafia normal, não itálico. Variedade sempre se refere a diferenças e variações naturais, ou seja, encontradas na natureza sem interferência humana, como cor da flor ou folha, por exemplo.
Verticilada: tipo de filotaxia onde três ou mais folhas partem de um mesmo nó.
Verticilastro: tipo de inflorescência composta por cimeiras muito densas surgem nas axilas opostas de um eixo florífero, dando a impressão de ser um verticilo; é muito comum nas espécies da família Lamiaceae.
Vináceo ou vinoso: da cor do vinho tinto.
Volúvel: tipo de caule delgado que se enrola em um suporte. Dependendo da direção deste enrolamento, é chamado de dextrorso ou sinistrorso.
Xerófita: planta que possui adaptações para viver em climas semiáridos e desérticos, como raízes longas para captação de água em regiões mais profundas, caules e folhas suculentos para armazenagem de água ou folhas pequenas, reduzidas a espinhos, impedindo a perda de água com a transpiração.
Zigomorfa (flor): flor com simetria bilateral. Ver: actinomorfa.
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