Dissertações defendidas em 2018
TEATRO DO OPRIMIDO E PROJETO DE VIDA: PERSPECTIVAS EMANCIPATÓRIAS
Autor: Lindomar Araújo Esta pesquisa investiga a aplicabilidade da metodologia do Teatro do Oprimido em aulas de Projeto de Vida, cuja disciplina faz parte do currículo diversificado de escola em tempo integral. Objetiva desenvolver abordagens metodológicas e perspectivas epistemológicas que encaminhem os sujeitos da aprendizagem a processos emancipatórios pela perspectiva da cidadania social. Utilizou-se o método de pesquisa-ação, valorizando o caráter qualitativo na investigação sobre estudantes adolescentes de uma escola municipal da região central da cidade do Rio de Janeiro. Foram aplicados questionários mistos, com perguntas abertas e fechadas, e todo o processo foi registrado com dispositivos móveis para análises posteriores. Destaca-se a relevância da metodologia do Teatro do Oprimido junto ao componente curricular Projeto de Vida e a sua potencialidade para provocar reflexões, diálogos e debates acerca de temas específicos aos interesses dos adolescentes. As investigações apontam para a necessidade de processos abertos na construção do saber, integrando linguagens e áreas de conhecimento. Palavras-chave: Teatro do Oprimido; Projeto de Vida; Ensino do Teatro; Cidadania Social.
ESPETÁCULO-AULA E TEATRO- SEMINÁRIO / 2011-2015: PERSPECTIVAS METODOLÓGICAS PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE ARTES CÊNICAS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Leda Maria Aristides Fonseca; O tema desta Dissertação é a metodologia do Teatro-Seminário, do Diretor Teatral Ribamar Ribeiro, aplicada aos Cursos de Formação Continuada dos Professores de Artes Cênicas da Rede Pública de Ensino do Município do Rio de Janeiro, durante os anos de 2011 a 2015. Consideram-se na metodologia do Diretor Teatral o processo de montagem cênica e o seu produto artístico-pedagógico (Espetáculo-Aula). São abordados também aspectos pertinentes à inclusão obrigatória da Educação Artística, no currículo escolar, através do Art. 7º da Lei Federal 5692/71. São apresentados também os desdobramentos dessa obrigatoriedade legal para a construção de um novo perfil de professor-regente de turma, no exercício da docência das Artes Cênicas, para o ensino do Teatro. Faz-se uma breve análise crítica e a leitura político-conceitual da trajetória de Formação Continuada dos Professores de Artes Cênicas, na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SMERJ), entre os anos de 1973-2018. A dicotomia entre os termos docente-artista e artista-docente é retomada em função da pedagogia aplicada ao Espetáculo-Aula. O Espetáculo-Aula e sua configuração metodológica sistematizada, a partir da Teoria do Teatro-Seminário, são as principais referências desta Dissertação.
A FORMAÇÃO PERMANENTE DO ARTISTA-DOCENTE
Autor: Janaína Russeff Esta pesquisa, de cunho qualitativo e etnográfico, enfatiza a necessidade de voltarmos a atenção para a formação permanente do artista-docente, aqui entendido como agente transformador do ensino do Teatro no contexto escolar. Portanto, problematiza, por meio de um traçado historiográfico –de Anchieta à contemporaneidade-, a maneira como o teatro é inserido e encarado na educação escolar, sempre atenta à voz de professores e especialistas da área da educação e do teatro. O estatuto do professor também é discutido, por um viés conceitual, a fim de ampliar os estudos sobre a identidade do professor de Teatro que atua hoje em dia na educação básica. Consubstanciada por referências teórico-documentais e respaldada na escuta de professores e profissionais responsáveis por projetos de formação continuada voltados para o professor de Teatro, a dissertação investiga e sugere caminhos para a formação permanente do artista-docente de Teatro. Por fim, com base nestes estudos e análises, evidencia a importância de ações que privilegiem a prática artística (fazer, fruir, refletir e pesquisar) no processo formativo permanente deste profissional. Palavras-chave: ensino do Teatro, formação permanente, artista-docente.
ESTÉTICA DO OPRIMIDO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Autor: Danilo Nardeli; O presente trabalho surge de minhas inquietações como professor de arte da rede pública de ensino de Barra Mansa - RJ na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) que possui um perfil discente marcado pelo estigma do fracasso escolar, refletindo numa apatia diante da escola e das situações de aprendizagem. Este estudo busca desenhar uma identidade para o campo da EJA a partir dos legados da Educação Popular e de Paulo Freire e ainda ressalta os desafios apresentados pelo fenômeno atual conhecido como “juvenilização da EJA”. Em seguida, a Estética do Oprimido de Augusto Boal, em diálogo com teóricos da arte educação, é apresentada como alternativa de enfrentamento dessa realidade. Tais estudos apontaram para uma arte educação na EJA mais voltada para as experiências estéticas, sensíveis e também políticas do que o ensino estanque de linguagens artísticas. Finalizo este estudo com uma reflexão analíco-sensível de minha prática em sala de aula em dois grupos de EJA em um semestre letivo.
IMAGEM E JOGO: o olhar e o corpo como construção de subjetividades e expressão artística na escola
Autor: NATASHA NUNES SALDANHA Esta pesquisa investiga as possibilidades de conexão entre as linguagens artísticas, visuais e cênicas, em projeto extracurricular com alunos provenientes do 6° e 7° anos. Objetiva debater a construção do olhar a partir de obras de arte e sua transposição para o corpo a fim de contribuir para o desenvolvimento de processos expressivos e emancipatórios dos sujeitos. Em uma metodologia prática-teórica, baseou-se na abordagem triangular, nos conceitos de imagem, nos jogos teatrais e na teoria dos indutores do jogo dramático. Destaca-se a potencialidade da imagem e do jogo no ambiente escolar como forma de provocar diálogos e questionamentos, prezando a liberdade de ação e expressão como princípio básico da educação em arte. As reflexões apontam para a necessidade da inclusão da Arte enquanto instrumento de liberação do corpo na aprendizagem e também como forma de construção do pensamento crítico e estético.
CAMINHOS PARA O DIÁLOGO: reflexões a partir de uma experiência teatral pedagógica RIO DE JANEIRO 2018
Autor: ISABELA DE CARVALHO CORREA NETTO VAZ Esta dissertação investiga as potencialidades do ensino de teatro no desenvolvimento da comunicação interpessoal, a partir do relato crítico de uma experiência pedagógica teatral, na Escola Municipal Sérgio Buarque de Holanda, no Rio de Janeiro. A observação das dificuldades da prática dialógica no espaço escolar incitou a presente pesquisa e apontou para a urgência de se pensar o diálogo na educação e na sociedade, posto que é através da comunicação que o ser humano desenvolve todas as suas potencialidades. Ancoradas na obra do educador Paulo Freire, as reflexões teóricas acerca do tema elencaram elementos essenciais à prática dialógica, que foram desenvolvidos em sala de aula por meio da abordagem de jogo de Viola Spolin e Jean Pierre Ryngaert; e sintetizados na elaboração de uma montagem teatral baseada na metodologia do processo colaborativo. O estudo compreende a comunicação como exigência existencial e destaca as convergências entre a capacidade de jogo e de diálogo, ressaltando a relevância do ensino de teatro nessa perspectiva epistemológica.
Labirinto como processo e registro criativo na sala de aula
Autor: AMANDA PAIVA DA SILVA Esta pesquisa trata da investigação artístico-pedagógica a partir de questões sobre as múltiplas identidades utilizadas como principal ferramenta nos processos criativos colaborativos desenvolvidos nas aulas de Artes Cênicas. O trabalho foi desenvolvido com enfoque no contexto das escolas públicas da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro e destaca o protagonismo de seus alunos, pensando o espaço como cenário para a criação. Tem o objetivo de apontar para uma proposta metodológica aberta, a partir da elaboração de um material plástico que facilite sua aplicabilidade e registro. Tendo como principal referência a obra e o pensamento de Hélio Oiticica, os conceitos de Fragmento, Labirinto e Rizoma desenvolvidos pela arquiteta urbanista Paola Berenstein Jacques são adaptados ao fazer teatral e dão origem ao material chamado de CoLabirintos.
TEATRO E CINEMA: A IMAGEM ENQUANTO GERADORA DE DIÁLOGOS E PROCESSOS ARTÍSTICOS NA ESCOLA
Autor: TATHIANA TREUFFAR ALVES Esta pesquisa se refere ao ensino de Artes Cênicas em escolas públicas do Rio de Janeiro, com ênfase na linguagem do Teatro em diálogo com a linguagem do Cinema. A reflexão tem como foco de investigação a articulação dessas duas linguagens, tendo a imagem como principal potencializadora e trazendo como perspectiva, a interrelação com diferentes abordagens e procedimentos teórico-metodológicos baseados em autores como, Jean-Pierre Ryngaert, Augusto Boal e Alain Bergala. A pesquisa apresenta também alguns recortes das experiências de criação de encenação e de produtos visuais, pedagógico-artísticos que se desdobraram no decurso do processo. Como formato de apresentação do trabalho foi escolhido o gênero de documentário audiovisual.
QUECOSÔ, ONCOTÔ, ONCOVÔ Memorial de uma artista goiana em movimento
Autor: LUDMYLA MARQUES MENDONCA O presente trabalho irá narrar o processo de montagem e circulação do espetáculo Quecosô, Oncotô, Oncovô – Goiás: Singulares no Plural, do grupo Teatro Destinatário, de Goiânia (GO). Escrito em formato de memorial, analisa o processo de criação e o modo como a peça discute esteticamente a identidade do povo goiano, ao contar sua história e debater os processos históricos que a constituem. Além de observar a inserção do mesmo no ambiente escolar – por meio das ações pedagógicas que compõem seu projeto de circulação –, e ainda reflexiona acerca do caráter formativo da obra para os artistas que a fazem.
CONTAR, OUVIR E CONTEXTUALIZAR: A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NO ENSINO DE ARTES CÊNICAS EM ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Autor: THAIANE LEAL FERREIRA Esta pesquisa trata de duas práticas cênicas em Contação de Histórias desenvolvidas nas aulas de Teatro na rede pública de ensino do Rio de Janeiro na Escola Municipal Jorge Gonçalves Farinha (bairro de Santa Cruz) e no CIEP Hildebrando de Araújo Góes (bairro da Pedra de Guaratiba). O processo estético-pedagógico foi estruturado a partir da abordagem triangular pensada pela pesquisadora Ana Mae Barbosa, na qual sugere a utilização de três eixos interdependentes para a construção do conhecimento em Artes: leitura crítica, contextualização e produção artística. O repertório de contos explorado em sala de aula durante a tessitura do trabalho contempla narrativas orais das culturas africanas e afro-brasileiras. Também foram utilizadas narrativas urbanas oriundas das comunidades do Rolas, Cesarão e Vila Paciência, todas localizadas no bairro de Santa Cruz no Rio de Janeiro. O trabalho acadêmico também se debruça em investigar o percurso da figura do(a) contador(a) de histórias através dos tempos e sua relevância na sociedade contemporânea. Em diálogo com pedagogos, sociólogos, tradicionalistas e contadores de histórias, a pesquisa aponta o espaço da linguagem da Contação de Histórias na educação, bem como a importância de sua permanência no ambiente escolar, sobretudo na escola pública.
