BioOmiteca Mata Atlântica
A BioOmiteca MA será uma plataforma digital para a valorização da biodiversidade da Mata Atlântica, a qual vem sofrendo principalmente por conta da interferência humana em ambientes naturais. O objetivo da plataforma é divulgar o potencial químico de espécies de orquídeas da Mata Atlântica com valor bioeconômico e divulgar modelos de locais com possível adequação para conservação ou cultivo comercial dessas espécies.
Joana Paula Oliveira, pesquisadora do Laboratório Integrado de Biologia Vegetal da UNIRIO, deseja que a plataforma sirva como local de integração e troca entre o público leigo, produtores e investidores rurais e setores políticos ligados ao meio ambiente, a fim de que todos tenham acesso ao potencial valor que a biodiversidade da Mata Atlântica tem a oferecer em diversos aspectos.
A Mata Atlântica é um dos biomas brasileiros que mais sofre com a perda de biodiversidade, além de alta fragmentação. Dessa forma, esse bioma necessita urgentemente de soluções integradas para sua conservação e uso sustentável de seus recursos. A BioOmiteca MA tem o intuito de ser parte dessa solução. Foram selecionadas, a princípio, três espécies de orquídeas da Mata Atlântica: duas baunilhas (Vanilla bahiana e Vanilla chamissonis) e um sumaré-da-pedra (Cyrtopodium glutiniferum). Será feita a análise sobre a presença de compostos químicos com potencial interesse comercial, os quais possam ser extraídos e utilizados industrialmente. Ambos os gêneros já são conhecidos por serem utilizados na gastronomia e na medicina tradicional, respectivamente. Porém estudos sobre os compostos químicos dos quais derivam o êxito desses usos ainda são escassos. A identificação das moléculas irá ocorrer através de técnicas avançadas de cromatografia e espectrometria de massas.
Outra funcionalidade da BioOmiteca MA será de projetar no território brasileiro, através de modelos estatísticos, áreas que apresentam clima adequado para se encontrar novos pontos de distribuição dessas espécies ou, ainda, para que se faça sua domesticação e cultivo com fins comerciais. Apontar novos pontos de distribuição ainda não catalogados é, também, essencial para indicar locais carentes de políticas públicas de conservação, servindo de alerta para tomadores de decisão desse setor. Com base nesses dados, serão feitos relatórios indicando o percentual de proteção que a atual rede de Unidades de Conservação oferece. E, posteriormente, uma etapa secundária irá avaliar estatisticamente a influência das mudanças climáticas na distribuição dessas espécies. Somadas, as funcionalidades da plataforma serão disponibilizadas gratuitamente para o livre acesso de qualquer parte interessada – desde o público leigo, passando por investidores e produtores da bioeconomia e políticos do setor ambiental. Essa congruência de informações e públicos-alvo será essencial para aproximar sociedade e natureza, tanto em seu valor intrínseco quanto comercial.
Este projeto tem a orientação das Dras. Andrea Furtado Macedo e Maria Lucia Lorini, pesquisadoras da UNIRIO, respectivamente especialistas nas áreas de fisiologia vegetal e biogeografia. O apoio financeiro é dado pela CAPES através de bolsa concedida no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Neotropical (UNIRIO). Saiba mais em: www.bioomitecama.com.br
