Bactérias, um Problema ou uma Solução?
O presente trabalho consiste no estudo de alternativas biológicas para a remediação de ambientes marinhos contaminados por Bisfenol A (BPA). O referido projeto visa a prospecção de consórcios bacterianos capazes de degradar o composto.
A referida pesquisa vem sendo realizada na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), pela mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Neotropical (PPGBIO), Clarissa Naveira. A pesquisadora é graduada em ciências biológicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF), na modalidade bacharel, e atua como técnica de laboratório – biotecnologia na UNIRIO fazendo parte do Laboratório de Microbiologia das Águas (LACQUA) e do Grupo de Pesquisa em Ecologia Aquática Experimental e Aplicada da UNIRIO. A pesquisa em questão visa a obtenção de consórcios bacterianos que possam biorremediar áreas impactadas por BPA e que os produtos advindos deste processo não causem danos ao meio ambiente.
Com a demanda crescente por novas tecnologias e produtos, o número de compostos ditos poluentes emergentes, em contato constante com o meio ambiente e com os seres humanos, vêm aumentando. Logo, alternativas biológicas que consigam minimizar os danos causados por esses compostos passam a ser uma saída. A biorremediação nada mais é do que o uso de organismos como uma alternativa biológica viável no processo de detoxificação de ambientes contaminados por compostos de difícil degradação.
O BPA é dito um poluente emergente e apresenta difícil degradação. É um composto amplamente utilizado na produção de diversos produtos como resinas epoxi, resinas fenólicas, brinquedos, garrafas, equipamentos médicos, entre muitos outros do nosso dia a dia. A sua presença no meio ambiente é capaz de causar diversos danos aos organismos, uma vez que pode induzir atividade estrogênica, atividade androgênica, carcinogenicidade e toxicidade.
No intuito de se minimizar tais efeitos danosos ao meio ambiente, o presente estudo visa a prospecção de consórcios bacterianos que sejam capazes de atuar na degradação do BPA e, assim, minimizar seus efeitos. Para alcançar tal intento, a mestranda Clarissa, juntamente com a equipe da UNIRIO, vem desenvolvendo uma série de experimentos que consistem em testes de resistência de consórcios bacterianos, previamente testados com metais e hidrocarbonetos, ao composto BPA.
A partir dos testes de resistência espera-se apontar qual consórcio é mais resistente ao composto e, por conseguinte, o consórcio que deve apresentar maior capacidade de degradar o BPA. Espera-se também, que o presente estudo viabilize uma alternativa biológica de degradação de poluentes sem acarretar em maiores danos ao meio ambiente. Esse estudo, além de apresentar grande importância no que diz respeito às alternativas de remediação ecologicamente mais sustentáveis e menos deletérias ao meio ambiente, ainda é de suma importância para a área da biotecnologia e suas adjacências.
