Cajanus cajan (L.) Millsp.
Família: FABACEAE
Nome científico: Cajanus cajan (L.) Millsp.
Nome popular: guandu, feijão-de-árvore
Fotos: Ricardo Cardoso Antonio
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Foto: Matheus Gimenez Guasti
Cajanus cajan, conhecido popularmente como guandu, ervilha-de-angola, ervilha-do-congo, feijão-de-árvore ou pigeon-pea, é um arbusto ereto que atinge alturas entre 1,5 a 3,5 m; suas folhas compostas possuem três folíolos discolores, tomentosos e de textura aveludada. Suas flores possuem coloração variando do amarelo-ouro ao amarelo-avermelhado e apresentam-se em inflorescências axilares racemosas. Seus frutos são do tipo legume ou fava, também chamados de vagem, de formato achatado e curvilíneo, com sementes semelhantes a ervilhas, que podem ser lisas ou rajadas, dependendo da variedade.
Apesar das dúvidas acerca da sua origem, África Tropical Ocidental ou Ásia, mais especificamente na Índia, onde é cultivado há séculos para a produção de grãos, sabe-se que o guandu foi trazido ao Brasil através da rota da escravatura, adaptando-se ao solo e ao clima, e só depois alcançou as Guianas, passando a ser cultivado para alimentar animais. Embora seja considerado uma PANC aqui no Brasil, pois seus grãos verdes são comestíveis e ricos em proteínas, é consumido em larga escala na Índia e de modo similar ao nosso feijão preto no Caribe, onde é vendido como feijão enlatado desde a década de 30.
Além de servir para alimentação, é conhecido também por suas propriedades terapêuticas, sendo empregado na Ayurveda, a medicina tradicional indiana, contra inúmeras doenças: inflamações na pele e boca, dor de dente, sarampo, tosse, problemas abdominais, icterícia, entre outros. Na agricultura é empregado como adubo verde pela alta capacidade nodulação de suas raízes, proveniente da associação simbiótica com bactérias fixadoras do nitrogênio atmosférico (N2).
O nome Cajanus é derivado da palavra malaia Katjang ou Kagang, que significa amendoim ou ervilha. Sua importância alimentar na Índia fez do guandu uma das leguminosas que já tem seu genoma sequenciado: o trabalho foi publicado na Nature, em 2012, por pesquisadores do Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola, visando à identificação de bases genéticas de características agronomicamente importantes, como tolerância à seca, aceleração do desenvolvimento e produção de sementes híbridas com outros legumes.
Autoria: Aíres Vanessa Cavalcante dos Santos e Sandra Zorat Cordeiro (2019)
Cajanus in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB82709>. Acesso em: 20 Set. 2019
Krauss, F. G. The pigeon pea (Cajanus indicus) its improvement, culture and utilization in Hawaii. Hawaii Agricultural Experiment Station, n. 46, p. 1-23. 1921.
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Ranieri, G.R. Guia prático sobre PANC's: plantas alimentícias não convencionais. São Paulo: Instituto Kairós/Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. 2017
Ranieri, G.R. Matos de comer: Andu, Guandu - muitos tipos. Disponível em: http://www.matosdecomer.com.br/2014/08/andu-guandu-muitos-tipos.html. Acesso em: 21. Set. 2019.
Seiffert, N.F.; Thiago, L.R.L.S. Legumineira - Cultura forrageira para produção de proteína. Circular Técnica 13, EMBRAPA Gado de Corte. 1983.
Varshney, R.K. et al. Draft genome sequence of pigeonpea (Cajanus cajan), an orphan legume crop of resource-poor farmers. Nature, v. 30, n. 1, p. 83-89. 2012.