UNIRIO recebe ex-embaixadora do México, que quer que mexicanos aprendam percussão na Universidade
O reitor da UNIRIO José da Costa Filho recebeu, na Reitoria, no último sábado, 27/09, a ex-embaixadora do México no Brasil e ex-senadora Beatriz Paredes, que trouxe sua intenção de criar, em parceria com o Instituto Villa-Lobos, um curso extensionista de percussão para estudantes mexicanos. Estavam presentes ainda o diretor da Escola de Música, Marcelo Carneiro, os também professores Paraguassu Abrahão e Pedro Aragão, a coordenadora de Relações Internacionais e Interinstitucionais, Vanessa Teixeira de Oliveira, a diretora de Cultura, Camila Moraes, e o coordenador de Comunicação Social, Guilherme Simões Reis.
“Este projeto está ligado à compreensão de que a música é uma das suas forças. Na área da percussão, de que os mexicanos gostam muito, o Brasil é muito superior ao México. E sempre pensei que a melhor maneira de aproximar Brasil e México é com os estudantes. Historicamente, alguns grandes interesses fazem com que não estejamos juntos. Se Brasil e México estivessem mais juntos, a América Latina seria outra”, defendeu Beatriz Paredes, que pensa em um curso para 15 a 20 estudantes de música do México, duração de 3 a 4 semanas, a ser planejado pelos professores do Instituto Villa-Lobos, Escola de Música da UNIRIO.
“Não há dados muito precisos, mas estudos estimam que tenham sido trazidos 12 milhões de africanos para as Américas desde o início da colonização, e deles uns 5 milhões vieram para o Brasil. E aqui no Cais do Valongo era onde vinha a maior parte dessa população. Há, é claro, uma história de violência e de dor na diáspora africana, mas há também uma riqueza cultural maravilhosa que tentamos trazer para a Universidade. Temos professores de percussão, desde a orquestra sinfônica até a interlocução com a música popular, que é tão rica e tão grande. Eu vejo muito o Instituto Villa-Lobos, além da oferta dos cursos que temos na UNIRIO, também como mediador, fazendo o vínculo desses alunos com a cidade do Rio de Janeiro, que é ela mesma um grande laboratório de percussão. A Universidade é uma rede, já foi superada a ideia de que é a única detentora de conhecimento. Muitos estudantes do nosso bacharelado e da nossa licenciatura estão integrados nesse cenário, tocando em escolas de samba e outros espaços”, observou Pedro Aragão.
“Eu considero que a percussão brasileira tem outra voz, outro saber. Um dos projetos que tenho para o próximo ano é o de trazer a música brasileira para a Universidade. Esse saber não sou eu que vou dar, mas os grandes mestres da música popular brasileira, não por meio do conhecimento erudito, mas pelo saber popular. É isso o que quero proporcionar aos alunos daqui, trazer essa voz popular, essa maneira de ensinar. Acabamos contaminando com nossa erudição o que é o saber popular. Eu acho que essa voz tem que ser dada aos mestres, e trazer esses mestres para cá é preencher algumas lacunas no sistema universitário”, avaliou a professora de percussão Paraguasu Abrahão.
Ex-embaixadora conhece a Escola Portátil de Música, que completou 25 anos
Depois da reunião, os presentes foram ao jardim do Centro de Letras e Artes, onde treinava e se apresentava a Escola Portátil de Música, que completou 25 anos em setembro e foi trazida para a UNIRIO há duas décadas. Luciana Rabello uma das líderes do projeto da Escola Portátil, agradeceu a presença do reitor e mencionou o histórico de parceria com a Universidade. Em seguida, Da Costa agradeceu: “Muito obrigado por escolherem este espaço para fazer música”.
“O projeto de extensão abre a Universidade para o conhecimento popular. Na Escola Portátil, temos mestres populares que vêm dar aula na Universidade. Isso acontece há 20 anos, quando o saudoso Rick Ventura trouxe o projeto para a UNIRIO. É uma alegria que, todo sábado, é aberto para a comunidade, e cerca de mil alunos, inclusive quem é de fora da UNIRIO, vêm ter aula de pandeiro, percussão, e de todo o arsenal de música popular”, explicou, na reunião da manhã, Pedro Aragão.
Na véspera, 26/09, Beatriz Paredes teve a oportunidade ainda de conhecer também dois grupos de música da UNIRIO, o Perc-Rio, de percussão, e o Leke, de música afro-brasileira, que se apresentaram em cerimônia de premiação no Teatro Fashion Mall. Acompanhada pelos coordenadores de Relações Internacionais e de comunicação, Vanessa Oliveira e Guilherme Simões Reis, a ex-embaixadora ficou bem impressionada e considerou os dois grupos da UNIRIO os melhores da noite.