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SIA 2022: Palestras abordam mecanismos relacionados à covid longa e a doenças neurodegenerativas

por Comunicação publicado 17/10/2022 22h09, última modificação 18/10/2022 17h01
Mesa de abertura da Semana de Integração Acadêmica foi realizada nesta segunda-feira (17), com a participação das pesquisadoras Patrícia Bozza (Fiocruz) e Soniza Leon (UNIRIO)

Na manhã desta segunda-feira, 17 de outubro, foi realizada a sessão de abertura da 20ª Semana de Integração Acadêmica (SIA) da UNIRIO. O evento congrega atividades das pró-reitorias acadêmicas, com a apresentação de trabalhos e projetos dos alunos de graduação e de pós-graduação, bolsistas de iniciação científica, de monitoria, de extensão e cultura, de inovação tecnológica e de incentivo acadêmico.

A mesa virtual de abertura foi iniciada pelo vice-reitor da UNIRIO, Benedito Adeodato, que ressaltou que a SIA mostra a força da Universidade no período de restrições por conta da Covid-19, e agora, com a pandemia mais controlada: “[A SIA] mostra que a gente não ficou parado, que a gente não deixou de produzir, seja na graduação, na pós-graduação, na extensão, na assistência estudantil, em tudo o que vamos tratar durante essa semana”.

Entre outros pontos, o vice-reitor destacou a participação dos estudantes dos cursos de Ensino a Distância da UNIRIO na SIA 2022, e reforçou que tem sido feito um esforço, cada vez maior, de participação e integração desses discentes na vida diária da Universidade. Benedito Adeodato ressaltou ainda o fortalecimento dos programas de mestrado e doutorado da UNIRIO, que tiveram bons resultados na recente avaliação da Capes.

Participaram também da mesa de abertura o diretor de Políticas, Normatização e Registros Acadêmicos de Graduação, Ângelo Malaquias; o diretor de Pós-Graduação, Carlos Roberto Lyra; a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Carmen Irene Oliveira; e a pró-reitora de Gestão de Pessoas, Luana Aquino. A pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Evelyn Orrico, enviou um vídeo de saudação aos participantes da SIA 2022.

Covid longa

Após a mesa de abertura, foram realizadas duas palestras que também integraram a abertura da 21ª Jornada de Iniciação Científica. A professora Patrícia Bozza, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, abordou o tema “Fatores associados à gravidade e às consequências de longo termo na Covid-19: hipóteses, mecanismos e questões em aberto”, com base em estudos desenvolvidos ao longo dos últimos dois anos.

Segundo a pesquisadora, apesar da evolução do conhecimento sobre a covid e do papel fundamental da vacinação na proteção contra casos graves e mortes, persistem preocupações referentes às consequências de longo prazo da doença, incluindo fadiga, falta de ar e disfunção cognitiva. A chamada Síndrome Pós-Covid, destacou Patrícia, ocorre com mais frequência em casos graves, mas qualquer pessoa que tenha sido contaminada, mesmo em casos assintomáticos, pode apresentar sintomas.

No que se refere aos mecanismos associados à síndrome, as principais hipóteses relacionam-se à persistência viral, à persistência da inflamação e a aspectos relativos à autoimunidade. Nesse sentido, um dos estudos do grupo da Fiocruz, desenvolvido com pacientes acometidos por sintomas cerca de dois meses ou mais após a covid, verificou que havia persistência da resposta inflamatória em seus pulmões, além de persistência da ativação plaquetária.

“Nossos dados indicam que não só na covid, mas nas consequências de longo termo da doença, ocorre uma perpetuação da atividade de ativação plaquetária e da resposta inflamatória persistente, o que pode contribuir para alguns dos sinais e sintomas associados”, concluiu Patrícia Bozza.

Doenças degenerativas

A professora e pesquisadora Soniza Alves-Leon, da UNIRIO, apresentou na abertura da SIA 2022 alguns aspectos relacionados a doenças autoimunes, neuroinflamatórias e neurodegenerativas, fruto de sua atuação no ambulatório de pesquisa sobre doenças desmielinizantes, entre elas, a esclerose múltipla e a neuromielite óptica.

De acordo com Soniza, o ambulatório passou a receber, de alguns anos para cá, pacientes com quadros clínicos semelhantes a manifestações desmielinizantes inflamatórias, após infecções virais por arbovírus (como zika, dengue, chikungunya) e, mais recentemente, pelo coronavírus. Esse panorama impulsionou as pesquisas relacionadas a biomarcadores de diagnóstico, de prognóstico, de atividade da doença e de resposta ao tratamento  importantes para tomadas de decisão em relação a doenças autoimunes e neurodegenerativas, cujas manifestações clínicas são impulsionadas por gatilhos virais.

“A identificação desses biomarcadores nos ajuda a entender, por exemplo, porque alguns desses vírus provocam gatilhos com fenótipos muito semelhantes a quadros que são atribuídos somente a fenômenos de autoimunidade, de etiologia indefinida”, explicou a pesquisadora.

Soniza apresentou algumas imagens do Laboratório de Neurociência Translacional da UNIRIO, onde ela e seu grupo contam com equipamentos que possibilitam a identificação desses biomarcadores. “O laboratório praticamente emergiu durante a pandemia, trabalhando muito com pacientes com quadros virais por SARS-Cov e outras endemias, como já vínhamos fazendo”, contou.

Saiba mais sobre as pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Neurociência Translacional na edição de fevereiro de 2020 do Informativo Em Foco (número 20).

Confira abaixo a íntegra da sessão de abertura da SIA 2022 e da 21ª Jornada de Iniciação Científica:

 

 

registrado em: Ciência na UNIRIO

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