UNIRIO tem duas pesquisas contempladas no Prêmio Capes de Tese 2025
Duas teses de doutorado desenvolvidas em programas de pós-graduação da UNIRIO foram contempladas no Prêmio Capes de Tese 2025, concedido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Na área de História, recebeu menção honrosa a tese “José Maria de Villaronga y Planella: O pintor-decorador da segunda escravidão (Vale do Paraíba, século XIX)”, de Ana Claudia de Paula Torem, com orientação da professora Mariana de Aguiar Ferreira Muaze, do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH/UNIRIO).
O trabalho lança um olhar analítico para a trajetória pessoal e profissional do pintor-decorador catalão José Maria de Villaronga y Planella no Brasil, ao longo da segunda metade do século XIX. A tese identifica duas campanhas artísticas do pintor-decorador, a primeira no Vale do Paraíba e a segunda no Oeste Paulista, as quais se desenvolveram de formas distintas, suscitando produções decorativas diferenciadas, para uma clientela, também, variada.
A autora aponta que a pintura mural decorativa de José Maria Villaronga firmou-se no âmbito residencial do Vale do Paraíba cafeeiro, como uma eficaz ferramenta visual de diferenciação social, de representação do universo rural e da identidade particular da classe senhorial escravista, durante o ápice da Segunda Escravidão.
Na área de Comunicação e Informação e Museologia, recebeu menção honrosa a tese “Protagonismo negro no patrimônio artístico nacional? A presença de artistas negros e da coleção de arte(s) africanas no acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Brasil”, de Carlos Henrique Gomes da Silva, com orientação do professor Marcio Ferreira Rangel, do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio (PPG-PMUS/UNIRIO/Mast).
A tese propõe analisar a presença do artista negro e da arte negra no acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, abordando a questão racial no contexto museológico e as interconexões entre museu, museologia e história. A pesquisa aponta aspectos da negação sistemática dos traços étnico-culturais desafiadores da narrativa de modernidade e progresso, baseada no eurocentrismo, mantida pela propagação da colonialidade.
Ao abordar o silêncio sobre a questão racial em museus, o autor argumenta que a suposta neutralidade da instituição de manutenção de memórias e identidades contribui para ocultar o racismo à brasileira, com a perpetuação de práticas e discursos excludentes que afetam artistas negros, as artes africanas e afro-brasileiras, bem como o cidadão negro e os povos indígenas em suas participações e contribuições à formação social, histórica e cultural brasileira.
A edição 2025 do Prêmio Capes de Tese recebeu mais de 1.500 inscrições. Foram premiados os melhores trabalhos de doutorado defendidos em 2024, selecionados em cada uma das 50 áreas de avaliação reconhecidas pela Capes nos Programas de Pós-Graduação adimplentes no Sistema Nacional de Pós-Graduação.