Projeto da UNIRIO estuda os anfíbios da Serra dos Órgãos, RJ
Animais capazes de viver em ambiente terrestre, mas que dependem da água para reprodução, os anfíbios são objeto de estudo do projeto “Sistemática e Ecologia de Anfíbios da Serra dos Órgãos, RJ”, desenvolvido no Instituto de Biociências (Ibio) da UNIRIO.
O objetivo é identificar características dos animais e descrever novas espécies de anfíbios existentes na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (RJ), com ênfase no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
A região abrange diversos ambientes e variadas altitudes, desde 100 metros, no município de Guapimirim, até 12.263 metros de altitude, na Pedra do Sino, em Teresópolis. Essa diversidade ambiental se reflete na fauna local: somente na região do Parque, estima-se que haja entre 80 e 100 espécies de anfíbios, entre sapos, rãs e pererecas.
“Não sabemos o número certo de espécies, até porque a área do parque foi ampliada [chegando a 20 mil hectares], mas calculamos que o número chegue a 100”, explica a professora Ana Telles, do Departamento de Zoologia do Ibio. Ela coordena a pesquisa desenvolvida na Serra dos Órgãos, em parceria com uma equipe da UFRJ, com a colaboração de estudantes de graduação e pós-graduação em Ciências Biológicas da UNIRIO.
Entre as espécies descritas pela equipe da UNIRIO está a Dendrophryniscus organensis [na foto anterior]. Os pesquisadores observaram diferenças nos dedos, no focinho e no padrão de colorido do dorso do animal, descritas em artigo publicado na revista científica Zootaxa.
A pesquisa envolve o estudo morfológico e a classificação das espécies, além dos aspectos ecológicos, com ênfase na biologia reprodutiva, vocalização, ontogenia e ambiente onde os animais vivem e criam suas larvas.
Além disso, a recente extinção de algumas espécies é também objeto de investigação dos pesquisadores. Uma delas é a Aplastodiscus musicus [na imagem abaixo], perereca de porte médio desaparecida desde 1995.
“Atualmente temos dado ênfase às espécies infectadas pelo fungo Batrachiotrichum dendrobatides (Bd), que tem levado muitas delas à extinção, e que está relacionado a problemas de alteração ambiental”, conta a professora. A pesquisa analisa quais espécies são mais afetadas e também características daquelas resistentes ao fungo.
Entre os objetivos do projeto está a publicação de um livro ilustrado, com fotos de identificação e uma pequena descrição das espécies de anfíbios do Parque. Ainda não há previsão de lançamento da obra.
A pesquisa coordenada pela professora Ana Telles foi um dos temas do programa GoodNews, da Rede TV, sobre o Parque da Serra dos Órgãos. Confira: http://www.redetv.uol.com.br/Video.aspx?107,12,422342,jornalismo,good-news,conheca-o-parque-nacional-da-serra-dos-orgaosrj