Professor da UNIRIO ministra palestra sobre ecossistemas de software em evento no Canadá
O professor Rodrigo Pereira dos Santos, do Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI), participou do Workshop Internacional de Engenharia de Software para Sistemas de Sistemas e Ecossistemas de Software (SESoS 2025), realizado no dia 3 de maio, em Ottawa, Canadá, como parte da renomada Conferência Internacional em Engenharia de Software (ICSE 2025). O docente ministrou a palestra Ecossistemas de Software na Indústria, indicando fatores que afetam o mercado na área.
Segundo ele, os ecossistemas de software (ECOS) consistem em redes de atores que oferecem serviços e soluções em uma mesma plataforma tecnológica, operando como uma unidade. “Se olharmos para empresas que oferecem essa plataforma tecnológica, como o Google ou a Apple, por exemplo, elas não contratam as pessoas que vão produzir os aplicativos, mas criam um modelo ‘ganha-ganha’: disponibilizam esses programas e o mundo inteiro os utiliza”, aponta. “Então, o Google e a Apple não são os únicos que criam; essas empresas desenvolveram uma plataforma com interfaces, que todo mundo usa”, acrescenta, concluindo que, para atingir o mercado global, é preciso criar a “base” e chamar a força de trabalho para atuar.
Na palestra, o docente mostrou a evolução do campo ao longo do tempo, desde as primeiras ideias, relacionadas à reutilização de software, que preconizava a criação a partir de sistemas já existentes. De acordo com ele, a área surgiu nos anos 1980-1990 e escalou para mercados globais. “As empresas queriam ir mais longe e, com a globalização e a internet, abriram o processo de construção de software para a colaboração de outras pessoas – surgia assim o conceito de Ecossistema”.
Entretanto, como esse tipo de sistema evolui naturalmente, as empresas perdem um pouco o controle de funcionalidade, em prol do engajamento de mais pessoas, gerando a necessidade da realização de testes com diversas finalidades. “Quanto mais soluções são disponibilizadas em uma plataforma, mais testes são feitos, para determinar se a proposta é escalável, avaliar a segurança, conferir o risco de vazamento de dados ou da ocorrência de danos no celular”, enumera. “Ao se pensar em soluções abertas desenvolvidas por terceiros, há benefícios e dificuldades”.
Trajetória
Rodrigo Santos tem se debruçado sobre o tema há mais de 15 anos. Atualmente, ele coordena o grupo de pesquisa Engenharia de Sistemas Complexos (LabESC) e ministra a disciplina homônima, nos cursos de graduação em Sistemas de Informação e de mestrado e doutorado em Informática. Em junho do ano passado, ele já havia apresentado a mesma palestra no Workshop FaSE4Games, da tradicional ACM Internacional Conference on the Foundations of Software Engineering (FSE’2024) e, no mês de setembro, voltou a apresentar o tema, dessa vez para mestrandos da Universidade Livre de Amsterdã (Holanda), no âmbito do programa Erasmus+, da União Europeia.
Para ele, a participação nessas grandes conferências é uma oportunidade de crescimento tanto para o PPGI quanto para o Bacharelado em Sistemas de Informação, dando visibilidade à pesquisa e ao ensino produzidos na Universidade. “Também utilizo nas disciplinas o conhecimento adquirido nesses eventos, mantendo atualização constante”, ressalta, destacando o pioneirismo da UNIRIO na área de ecossistemas de software e a rede de colaboração propiciada pelos eventos científicos.
No próximo ano, o Rio de Janeiro sediará a Conferência Internacional em Engenharia de Software (ICSE 2026), entre os dias 12 e 18 abril. Rodrigo Santos representa a UNIRIO na comissão organizadora, integrando a equipe como coordenador da trilha de workshops, que fomenta a incubação de novos temas de pesquisa.
Nesta quinta-feira, dia 22, o professor está participando do Simpósio Brasileiro de Sistemas de Informação (SBSI 2025), no qual foi premiado em segundo lugar no Concurso de Teses em Sistemas de Informação, como orientador de trabalho de doutorado desenvolvido no PPGI.