Pesquisa analisa práticas religiosas e movimentos rituais antigos e atuais
A pesquisa foi apresentada no dia 11 de maio, pelos professores Cláudia Beltrão e Giorgio Ferri, na série "!? Pesquisar é Preciso!?” promovida pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (PROPGPI).
Cláudia Beltrão, que supervisiona o projeto, abriu o evento e pontuou que a pesquisa se insere na área do conhecimento chamada História das Religiões, com ramificações com a História Cultural.
“As religiões são elementos centrais da vida humana, elas são complexas, são multimodais, elas são multicausais. Esse projeto estuda experiências e práticas religiosas dos seres humanos na Roma Antiga, examinando casos, nos quais os problemas históricos particulares surgem a partir das atividades religiosas em diferentes contextos e fontes. Tem como objetivo integrar evidências literárias e gráficas, visuais e evidências materiais dos registros arqueológicos”, explicou Cláudia.
A professora destacou a importância desses estudos. “Aqui no Brasil, talvez o maior desafio seja o fato de que, mesmo nas universidades, o estudo das religiões não é uma prioridade. Esse estudo nos leva não só a olhar para nós mesmos, mas também, para além das nossas fronteiras nacionais e das nossas fronteiras culturais. O estudo das religiões antigas, então, fornece elementos para compreender, por exemplo, questões concernentes à identidade dos outros e às nossas, e nos permite desconstruir vários mitos modernos”, enfatizou Beltrão.
Segundo Giorgio Ferri, a pesquisa vem sendo desenvolvida em Roma, Rio de Janeiro e Paris, com base em textos de tradição manuscrita e dados de cultura material. “Também envolve elementos de pesquisa de campo, com observação direta de movimentos rituais atuais, ressaltando, como exemplo, a festa de Iemanjá em Copacabana”, destacou.
O professor detalhou que o projeto pretende analisar o movimento ritual, ou seja, o movimento físico de indivíduos ou grupos, realizado durante ritos com finalidades religiosas. "A finalidade principal do meu projeto é explorar como um evento ritual, realizado, reencenado ou rememorado, através dos anos ou séculos, pode criar um lugar religioso. O movimento ritual ainda é praticado e faz parte do patrimônio cultural de muitos países, como, por exemplo, aqui no Brasil”, disse.
Sobre a importância dos rituais religiosos, Giorgio salientou: “Pensamos, por exemplo, na procissão de Corpus Christi, que também tem muitos exemplos, em muitos lugares do mundo. Estes tipos de rituais promovem a identidade e o pertencimento, e estimulam a coesão social, a comunidade celebra um momento importante e especial em conjunto, ritualizando, ou seja, o movimento ritual ocorre, no momento especial, a festa, e de maneira especial, por exemplo, uma procissão, suspendendo a vida cotidiana por um tempo mais ou menos definido e mobilizando grandes recursos físicos, mentais e materiais”, finalizou.
A live completa está disponível em: https://www.youtube.com/live/SrlWezRpPgM?feature=share.
(Cristiane Flores, bolsista Pradig, sob supervisão da equipe Comso)