Grupo de Bioinformática aponta fármacos capazes de inibir enzimas do novo coronavírus
O Grupo de Bioinformática e Biologia Computacional da UNIRIO encontrou fármacos utilizados no tratamento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) capazes de inibir as enzimas do novo coronavírus. O estudo foi divulgado no artigo Quinolines-Based SARS-CoV-2 3CLpro and RdRp Inhibitors and Spike-RBD-ACE2 Inhibitor for Drug-Repurposing Against COVID-19: An in silico Analysis, publicado na edição de julho da revista internacional Frontiers in Microbiology - Virology.
A pesquisa foi realizada em parceria com o grupo do professor Arumugam Veera Ravi, da Universidade de Alagappa (Índia). Os testes foram feitos por simulação computacional. "Analisamos a estrutura da proteína e do fármaco, ambas tridimensionais, para verificar se ocorre o encaixe", explica a coordenadora do Grupo de Bioinformática, Joelma Mesquista.
Segundo a professora, um medicamento leva cerca de 15 anos, entre etapas de ensaios clínicos e pré-clínicos, até chegar às prateleiras das farmácias. "A bioinformática minimiza esse tempo", aponta. "Nos dias de hoje, é impossível fazer 'tentativa e erro', como era na época da penicilina: há mais de um milhão de substâncias que são candidatas a fármacos". De acordo com ela, a bioinformática é capaz de direcionar a pesquisa, reduzindo o número de drogas a serem testadas.