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Educação para todos e todas

por comunicacao — publicado 29/10/2018 16h50, última modificação 30/10/2018 10h58
I Fórum de Acessibilidade e Inclusão promoveu reflexões sobre os desafios de propiciar uma Universidade e uma cultura acessível e inclusiva

"Mais que transpor necessidades de infraestrutura, equipamentos e transporte, precisamos de uma mudança de cultura. Precisamos criar uma cultura mais afetuosa e a consciência de que o mundo foi feito para todos". A mensagem foi da pró-reitora de Assuntos Estudantis da UNIRIO, Mônica Valle, que participou da última atividade do I Fórum de Acessibilidade e Inclusão, na tarde da última sexta-feira, 26 de outubro.

Em lugar de uma apresentação mais formal, Mônica propôs uma "despalestra" (“na Universidade a gente fala muito e ouve pouco”) e abriu a palavra aos participantes do Fórum. Confira em https://www.facebook.com/unirioinclusiva/.

O segundo dia de evento contou também com palestras sobre autismo e a oficina de teatro "Circulando – sensibilização e diferenças", ministrada pela professora Adriana Bonfatti.

Múltiplas abordagens

Na noite do primeiro dia do Fórum (25), foram realizadas mesas de reflexão sobre cegueira, surdocegueira e surdez. O bloco inicial contou com a participação de profissionais do Instituto Benjamin Constant (IBC), centro de referência na área de deficiência visual. A professora Raquel Maria Menezes, que atua no ensino básico do Instituto, falou sobre as conquistas mais importantes para as pessoas cegas ao longo do tempo, entre elas, o Sistema Braille, facilidades como piso tátil, audiodescrição e a legislação voltada à inclusão. 

Jorge Fiore, servidor do IBC, apresentou algumas tecnologias assistivas, como aplicativos para navegação na internet, criação de textos, acesso a redes sociais, e softwares que facilitam a leitura no computador. Por fim, a professora Indira Cardoso abordou alguns aspectos da surdocegueira – perda concomitante, total ou parcial, da visão e da audição – e falou sobre o trabalho do guia-intérprete, profissional que acompanha aqueles que necessitam de apoio para locomoção e comunicação.

Em seguida, Roberta Savedra e Áulio Nóbrega, apresentadores da TV Ines [Instituto Nacional de Educação de Surdos], e o intérprete de Libras Ruan Diniz, da UNIRIO, participaram do bloco sobre surdez. Eles abordaram os diferentes aspectos relacionados à educação e à socialização de pessoas com perda parcial ou total da audição.

Roberta relatou alguns dados de sua pesquisa de mestrado e doutorado sobre conhecimento informacional de surdos. Em muitos casos, eles não têm acesso à informação falada em telejornais e não conseguem compreender a informação escrita em sua totalidade. A jornalista mostrou alguns trechos de programas jornalísticos da TV Ines, que tem um padrão 100% acessível, como o uso de audiodescrição, legendas e tradução em Libras.

Colega de Roberta na TV Ines, Áulio Nóbrega destacou que o acesso à informação e o contato com as tecnologias assistivas propiciam o desenvolvimento de uma identidade surda, bem como sua valorização.

Ruan Diniz finalizou o bloco e ressaltou que é preciso uma mudança de atitude, dentro e fora da Universidade, de forma a compreendermos que o processo de comunicação vai além da oralidade.


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