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Casarão do CCJP da UNIRIO volta a ter aulas depois de 27 anos

por Guilherme Simões Reis publicado 16/10/2025 14h47, última modificação 20/10/2025 09h22
Palacete rosa de 128 anos da Rua Voluntários da Pátria em Botafogo teve seu restauro concluído

O histórico casarão rosa do Centro de Ciências Jurídicas e Políticas (CCJP), localizado em Botafogo, na Rua Voluntários da Pátria, 107, teve seu restauro concluído e voltou a ser utilizado para atividades letivas, depois de 27 anos esvaziado devido às más condições.

Construído em 1897, o casarão havia sido utilizado para aulas, em seus dois andares superiores, até 1998, último ano em que a Escola de Ciências Jurídicas pôde lecionar ali. Depois disso, apenas o térreo era utilizado para atividades administrativas, como a decania, as coordenações e secretarias dos três cursos de graduação e direções das três escolas – Direito, Ciência Política e Administração Pública – e o protocolo do CCJP. Os dois andares de cima não eram utilizados ou tinham salas onde funcionavam depósitos.

Na semana de 29 de setembro a 3 de outubro, depois de 27 anos, as atividades letivas voltaram ao palacete de 128 anos. O Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) organizou a palestra do juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior sobre financiamento de políticas públicas infantojuvenis no Brasil, houve aulas do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGCP), e o projeto de extensão Cinepolítica realizou ali uma sessão do filme Ele está de Volta com discussão sobre a extrema direita. Desde a criação do CCJP e ida para o endereço, em 2005, as aulas aconteciam apenas no prédio anexo, nos fundos do casarão, que já havia sido utilizado na década de 1990 junto com as salas do palacete.

“Para mim é uma alegria e é muito comovente eu ter a oportunidade de, na condição de reitor, fazer a entrega do belo casarão histórico do CCJP finalmente restaurado. Foi excelente o trabalho de restauro da construtora Biapó, que tem grande experiência. Quando fui vice-reitor, há vários anos, e a professora Rosângela Gomes era decana do centro, lutamos para obter o melhor projeto executivo para a licitação de uma obra de restauro adequada para o casarão. Demorou muitos anos para que a Universidade pudesse licitar. A licitação, que ocorreu ao final da gestão anterior à atual, quando o professor Ricardo era o reitor o professor Benedito, do CCJP, o vice, foi bem-sucedida. Nossa gestão, então, colocou toda a energia para suplementar os recursos necessários para resolver problemas de outras empresas que estavam com dificuldade de avançar em parte das atividades. Tenho também a lembrança de muitos colegas, decanos, diretores de escola, que lutaram junto a diferentes gestões, desde a reitoria da professora Malvina, para explicitar a necessidade de fazer o restauro do casarão. É muito especial, neste momento avançado de desenvolvimento acadêmico do centro, com programas de pós-graduação em pleno funcionamento, termos o orgulho de devolver à comunidade universitária o nosso casarão histórico”, rememorou o reitor José da Costa Filho.

"Poder devolver à comunidade uma edificação tão importante é motivo de grande alegria para nós da Coordenadoria de Engenharia, resultado de um trabalho coletivo iniciado há muitos anos. Concluímos agora a principal etapa da obra de restauro do casarão, na qual foram investidos R$ 3,7 milhões, permitindo à Universidade retomar o seu uso. Internamente, a intervenção contemplou o reforço completo da estrutura, instalações elétricas e de dados inteiramente novas e a recuperação dos pisos, paredes, forros e da escada de madeira. Também foram restaurados os gradis, as fachadas e as esquadrias, na área externa. Ainda vamos dar sequência com melhorias na drenagem de águas pluviais, a climatização dos ambientes e a instalação do elevador interno", adiantou Francisco Wilson de Aguiar Costa, coordenador de Engenharia da UNIRIO, que destacou a importância, para o êxito da intervenção, do acompanhamento criterioso da fiscalização técnica, conduzida pelo arquiteto Vitor Halfen e pela engenheira civil Priscila Merlo, em diálogo permanente com o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), órgão municipal responsável pelo tombamento do imóvel, e a qualidade e o rigor técnico da execução do restauro pela construtora Biapó.

“É um momento muito importante para o CCJP. Aguardamos a conclusão dessa obra por mais de uma década. E o mérito é de todos nós. Muitas pessoas contribuíram para isso acontecer”, festejou o decano do CCJP, Felipe de Moraes Borba.

Aula de Teoria Política II.Aula de Teoria Política II, do PPGCP 

Casarão teve diferentes utilizações antes e a partir da cessão para a UNIRIO 

O casarão é tombado desde 1990, com o decreto 9.904/90 da Prefeitura do Rio de Janeiro. Seu primeiro proprietário foi o estadunidense Emil Edward Bechtinger, diretor-gerente da Companhia Geral Comercial do Rio de Janeiro e colecionador de artes amador, filho do médico Joseph Bechtinger, estabelecido no Rio de Janeiro desde 1893, após passar por diferentes continentes tratando moléstias da pele, em especial a hanseníase. Em 1930, Emil Bechtinger colocou o palacete em leilão junto com a coleção de obras de arte e objetos de valor que o ornamentava.

Correio da Manhã, 17/12/1930. Anúncio publicado em vários dias no Correio da Manhã em dezembro de 1930 e janeiro de 1931.

Anúncio publicado no Correio da Manhã em dezembro de 1930 e janeiro de 1931

 

Conforme noticiado pelo Correio da Manhã em 1º de agosto de 1931, o imóvel foi comprado por Otto Cristoph pelo valor de 350:000$. Otto Christoph, também estadunidense, que faleceria em 1940, era presidente da empresa varejista Paul J. Christoph Company, fundada em 1901 no Rio de Janeiro por seu irmão Paul. A Casa da Criança, uma creche para meninas e meninos de até 10 anos, filhos de mães que trabalhavam fora de casa, que havia sido fundada em Botafogo em setembro de 1930, passou a funcionar no casarão ao longo daquela década, inclusive com a existência de uma capela no local.

Criado em 1955 por Anísio Teixeira e vinculado ao Ministério da Educação, o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais se mudou para o endereço pouco depois da sua fundação. Voltado para pesquisas sociais e pedagógicas, o centro utilizou frequentemente o local para exposições audiovisuais e de documentos didáticos abertas ao público.

A UNIRIO, quando ainda era denominada como Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (Fefierj), recebeu em 1978 a cessão de uso do imóvel por tempo indeterminado. Entre as utilizações pela Universidade anteriores à formação do CCJP, funcionaram no casarão da Voluntários da Pátria a Vice-Reitoria, a decania do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, a Procuradoria e o Departamento de Recursos Humanos, assim como foi a sede da UNIRIO para o vestibular, comissões de licitações, e assembleias da União dos Servidores da UNIRIO. Quando a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto realizou obras em sua sede, também utilizou salas de aula do casarão.

29/09/2025, no Casarão do CCJP 

Cartaz da palestra do PPGD na reabertura do Casarão

 

Parte das informações históricas presentes nesta matéria foi extraída da pesquisa de Priscila Freitas de Carvalho, do Arquivo Central da UNIRIO


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