‘Desafio das revistas acadêmicas é encontrar autores e leitores’, diz pesquisadora Marianne Blindon
Edição científica e tecnologias digitais, economia da atenção, exigências de produção acadêmica e desafios enfrentados pelos pesquisadores para divulgar seus estudos. Essas foram algumas das questões abordadas pela pesquisadora do Instituto de Demografia da Universidade Paris 1 (França) Marianne Blidon, em conferência realizada na tarde desta terça-feira, dia 20, no Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCH).
Com o tema Revistas feministas e a economia da edição científica, quais questões?, o evento fez parte da programação da 13ª Semana de Integração Acadêmica (SIA). Marianne discutiu as transformações recentes no mundo da edição científica, associadas ao avanço das novas tecnologias de comunicação. Segundo ela, as novas mídias modificaram nossa relação com o saber, alterando nossa maneira de pensar e de conduzir pesquisas.
“Passamos de uma economia de escassez a uma economia de atenção”, ressaltou. “Se, antes, as obras eram raras, agora, os conteúdos proliferam de forma não hierarquizada”. Dessa forma, a atenção, solicitada de todos os lados pela rede, se torna um recurso “raro e precioso”.
Para Marianne, um dos desafios das revistas acadêmicas, hoje, é encontrar autores e leitores. Ao discutir os diferentes modelos de edição científica, a professora abordou o caso da revista pluridisciplinar Genre, Sexualité & Societé, fundada em 2007, da qual foi redatora-chefe durante oito anos. A proposta, segundo ela, era criar uma revista que atendesse às exigências da comunidade científica e que fosse acessível gratuitamente a todos.
A 13ª SIA prossegue até sábado, dia 24, com palestras, seminário, minicursos, conferência internacional e apresentação de trabalhos de monitoria, pesquisa e extensão. Confira a programação completa.
(Gabriella Praça/Comso)