‘Crise é fruto de política desastrosa’, diz diretor de pesquisa da Uerj
O Instituto Biomédico (IB) recebeu na tarde desta sexta-feira, dia 31, o diretor de Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Kenneth Rochel de Carmargo Jr., para uma palestra sobre a crise no estado do Rio de Janeiro e o impacto na Uerj. O evento marcou a 100ª edição dos Seminários do IB.
Kenneth falou sobre problemas como atraso no pagamento de bolsas e salários e falta de recursos para custear os serviços de manutenção da universidade. “Na discussão que se estabeleceu no espaço público há uma série de mitos. O primeiro deles é o de que a crise simplesmente aconteceu: não é verdade”. Segundo ele, os problemas são fruto de uma política desastrosa que, somada à conjuntura econômica adversa, culminou na atual situação.
“Sem investimento do estado, a pesquisa e a pós-graduação do Rio de Janeiro não conseguem se manter – não apenas a Uerj, mas todas as instituições serão afetadas, em maior ou menor grau”, ressaltou. Atualmente, a universidade tem 34 mil estudantes de graduação e 4,5 mil alunos de pós-graduação stricto sensu, distribuídos entre 64 cursos de mestrado e doutorado.
O diretor falou também da crise político-econômica nacional. “O Brasil está em crise e as medidas tomadas têm sido desfavoráveis ao setor público e, principalmente, à universidade – o que é de uma miopia muito grande”, apontou. “Se tem alguma coisa que pode tirar o país da crise é o investimento em ciência e tecnologia”.
O reitor da UNIRIO, Luiz Pedro San Gil Jutuca, estava presente no evento. Para ele, é importante debater sobre as dificuldades enfrentadas pela Uerj a partir do relato de alguém que está dentro da instituição. “Os problemas vêm de uma política equivocada de mau gerenciamento da coisa pública, incapacidade e falta de visão”, ressaltou.