Jornada Arquivística

A Jornada Arquivística: importante momento de integração

Colaboração da professora Anna Carla Mariz

A Jornada Arquivística constitui-se em um grande momento no âmbito acadêmico para a Escola de Arquivologia, uma vez que proporciona aos mestres e alunos de todos os períodos um momento ímpar para interação e trocas de conhecimento.

Não deve de forma alguma ser encarado como um momento no qual apenas uma parte expõe seus trabalhos de pesquisa, mas como uma oportunidade na qual se pode, e se deve, haver troca entre quem expõe e aqueles que participam como ouvintes dessa exposição.

A primeira Jornada Arquivística da UNIRIO aconteceu entre os dias 20 a 23 de outubro de 1986 e incluiu uma visita à cidade de Vassouras. A principal preocupação naquele momento relacionou-se com questões como o perfil do Curso de Arquivologia, o currículo do curso, e a questão de publicações direcionadas para área. Nesse momento tentou-se trazer para o âmbito das discussões vários aspectos pertinentes ao interesse do profissional em formação, assim como se debateu a necessidade de reavaliar essa formação, cujo curso apresentava um forte caráter histórico. Profissionais representantes de várias instituições tais como Arquivo Nacional, Arquivo Público Central e outros enriqueceram as palestras alem de apresentarem projetos em execução em diversas entidades. Um projeto muito interessante apresentado foi o que trabalhou a documentação cartorária do século XIX da cidade de Vassouras. Para tornar possível o desenvolvimento desse projeto se fez necessário a formação de uma equipe interdisciplinar.

A primeira Jornada na verdade tornou-se o ponto inicial para um processo de aperfeiçoamento das relações acadêmicas, processo que se mantêm até hoje.

Já na segunda Jornada Arquivística realizada em 1987 as questões discutidas na anterior se mantinham latentes e a questão da necessidade da Reforma curricular. Foram debatidos problemas comuns aos cursos de Arquivologia tais como: distribuição das disciplinas na grade de horários, falta de professores qualificados entre outros. E de como esses problemas contribuíam para a má formação do profissional que não conseguia colocar em prática a teoria acadêmica, tornando-os inferiores diante da realidade do mercado de trabalho, visto que não se sentiam capazes para se impor como profissionais.

Nesse momento também se debateu o curso de Pós Graduação, visto para alguns como possíveis apenas para indicados, onde a formação profissional pouco importava.

Analisar a trajetória das Jornadas Arquivísticas nos permite perceber sua suma importância não só para aqueles que apresentaram trabalhos nas mesmas, mas também levaram adiante as questões ali exaustivamente debatidas.