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Comunicações - Terça-feira, 15/05/2018 - Sala 2

14:00 – “Canhoto” de Radamés Gnatalli: uma proposta de planejamento da prática fundamentada no Rodízio
Arilton Rodrigues Medeiros Junior – UDESC
Este trabalho trata de um estudo piloto realizado como teste e para definição de protocolo a ser submetido em procedimento experimental com a participação de um grupo de sujeitos pianistas. Para o estudo foi utilizado o sistema de estudo instrumental denominado Rodízio (PÓVOAS, 2017, 2015) que integra, dentre outros aspectos, planejamento e organização do treinamento instrumental, prática distribuída e variabilidade de prática, como critérios para prática ao piano. Tais critérios foram aplicados ao estudo da peça “Canhoto” (1943) de Radamés Gnattali (1906-1988), previamente seccionada em partes significativas, estas distribuídas em unidades de trabalho (UTrs) e organizadas em uma planilha de treinamento (PTr) conforme os moldes do Rodízio. Pôsteriormente, a peça foi praticada pelo pesquisador para testar o planejamento da prática. Esforços sistemáticos adquiridos no planejamento e na organização da prática puderam direcionar pensamentos e ações antes e durante a realização da prática, tendo em vista um objetivo em mente, e moldando-as conforme a necessidade. Através do estudo piloto identificou-se que o Rodízio permite maior envolvimento do músico com a peça durante todo o processo de construção da execução instrumental. Também permite metas claras, autocontrole sobre o estado de evolução de UTrs (monitoramento), maior motivação e, consequentemente, uma prática deliberada, viabilizando a otimização do treinamento com aumento do grau de eficiência no resultado da execução instrumental.
Palavras-chave: Estudo Piloto; Sistema Rodízio; Planejamento e Organização do Estudo; Autorregulação; Otimização do Desempenho Pianístico.

14:25 – As relações entre escrita e oralidade na transmissão do choro, dos primórdios à atualidade
Luciana Fernandes Rosa – USP
O objetivo desta comunicação é demonstrar como as práticas escritas e orais dialogam na transmissão e relações de ensino-aprendizagem do gênero musical choro ao longo da história, desde seu surgimento até a atualidade. A investigação faz parte de pesquisa de doutorado em andamento cujo tema é a relação entre escrita e oralidade no ensino e aprendizagem do choro, utilizando como estudo de caso a Semana Seu Geraldo, em Leme -SP. Desde o aparecimento no Brasil dos gêneros musicais que Pôsteriormente viriam a ser conhecidos como choro, na segunda metade do século XIX, a transmissão teve como característica marcante a oralidade, sem no entanto prescindir de registro escrito. As partituras manuscritas, compiladas em cadernos que circulavam entre os músicos, continham basicamente a melodia, sendo que os acompanhamentos rítmicos e harmônicos eram habitualmente transmitidos de maneira oral. A formação dos músicos de sopros normalmente se dava em instituições oficiais, ao passo que o aprendizado de instrumentos harmônicos acompanhadores, como violão e cavaquinho, ocorria quase sempre através da oralidade e imitação. Também não havia escolas especializadas em ensino de música popular. Já na segunda metade do século XX, o exemplo das aulas particulares do violonista Jayme Florence (Meira) revela que sua maneira de ensinar contemplava tanto o aprendizado escrito como o oral, combinando-os em uma metodologia mista. Esta metodologia serviu de base para o surgimento da Escola Portátil de Música, no Rio de Janeiro, e dos festivais de choro promovidos pela instituição, entre eles a Semana Seu Geraldo. O artigo também discute a utilização dos termos escrita e oralidade em detrimento de ensino formal, não formal e informal e a inadequação destes últimos para categorizar processos de ensino e aprendizagem no caso do choro.
Palavras-chave: Choro; Música brasileira; Escrita e oralidade; Ensino de música popular; Ensino do choro.

14:50 – Articulação e ornamentação na Sonata K18 de Domenico Scarlatti: uma abordagem autoetnográfica
Uaná Barreto Vieira – UFPB
Este artigo consiste em um recorte de pesquisa artística maior cujo objetivo principal foi relatar a elaboração da articulação e ornamentação para performance da Sonata K18 do compositor italiano Domenico Scarlatti com enfoque autoetnográfico (ADAMS et al., 2015; ANDERSON, 2006). Por meio de relatos no diário de estudo, audição de gravações e do diálogo com fontes que abordam o estilo barroco, foi possível compreender e elaborar uma interpretação da obra a partir do emprego de ornamentos e articulações coerentes ao estilo e ao caráter da peça.
Palavras-chave: Autoetnografia; Articulação; Ornamentação; Sonata K18; Domenico Scarlatti.

15:15 – A performance a partir da partitura: Discussão sobre se ter a partitura como ferramenta de sugestões interpretativas para uma performance coerente - Os manuscritos de Duda para Trompete e Piano
Jefferson Roberto Anastácio – UNIRIO
O presente trabalho tem como objetivo geral discutir aspectos musicais que podem estar explícitos em uma partitura servindo como ferramenta facilitadora para a aquisição de musicalidade como também de sugestões interpretativas que resulte em uma performance musical coerente. Entende-se por coerente, uma performance que apesar de valorizar a liberdade de expressão e de sugestões interpretativas do intérprete, revele com fidedignidade as características e ideias pressupostas pelo compositor em uma determinada obra. Sendo assim, tendo a partitura como documento gráfico primordial inicial de uma obra, como a mesma fornecerá subsídios estéticos e estilísticos próprios para uma interpretação? Como material referencial, tem-se a análise do trecho em maracatu da obra “Concertino para Trompete e Piano” do compositor brasileiro José Ursicino da Silva (Duda). Como metodologia de pesquisa, é traçado um paralelo comparativo entre a análise dos manuscritos do compositor, referências bibliográficas e também a escrita musical descritiva de uma performance.
Palavras-chave: Performance musical; José Ursicino da Silva; Trompete; Maracatu; Concertino para Trompete e Piano.

15:40 – Coffee break

16:05 – Trajetória intelectual e contribuições de Jane Schmalfeldt ao Estado da Arte dos estudos em Análise e Performance Musical
Renata Coutinho de Barros Correia – USP
O artigo apresenta resultados preliminares de projeto de Doutorado em desenvolvimento voltado à elaboração do Estado da Arte de publicações emblemáticas relacionadas à linha investigativa em Performance e Análise Musical. Tem como propósito oferecer uma abordagem crítica de estudos desenvolvidos por Jane Schmalfeldt, pianista e teórico musical, que tem oferecido contribuições a esta linha investigativa. Metodologicamente, apoia-se na Triangulação entre diferentes tipos de fontes a fim de favorecer a interpretação sobre a base epistemológica e contexto histórico no qual seus estudos em Performance e Análise Musical encontram-se inseridos. Os resultados ilustram diferentes posicionamentos defendidos pela autora, a saber: a possibilidade de colaboração mútua entre performers e analistas na elaboração de narrativas analíticas, a valorização quanto ao emprego da análise musical pelo performer como possibilidade de subsidiá-lo na seleção de estratégias interpretativas e a importante função do performer no delineamento da percepção da forma musical por parte de analistas e ouvintes.
Palavras-chave: Janet Schmalfeldt; Estado da Arte; Estudos em Análise e Performance Musical; Problemáticas em Performance Musical.

16:30 – Características interpretativas de Dilermando Reis e Marco Pereira sobre a obra Magoado
Julio Cesar Moreira Lemos – UFRJ
Este artigo tem por objetivo fazer uma análise dos aspectos interpretativos presentes em duas performances da obra para violão solo intitulada Magoado, composta por Dilermando Reis. A primeira performance escolhida foi gravada pelo próprio compositor, em 1941, em seu primeiro disco, e a segunda gravação foi a de Marco Pereira, realizada em 2016. Foram observados aspectos referentes à variações rítmicas, dinâmica, digitação, rearmonização e articulação.
Palavras chave: Violão Brasileiro, Dilermando Reis, Marco Pereira.

16:55 – Funções do Piano na Orquestra
Midiã Rosa Cabral – UDESC
O presente artigo corresponde a uma parte de pesquisa de mestrado em andamento sobre o piano de orquestra e execuções características; discorre sobre o piano como instrumento integrante da orquestra, considerando sua utilização em obras orquestrais e incorporação à grade orquestral. Para este tipo de execução pianística os compositores exploram possibilidades as quais, algumas, encontram sentido apenas quando executadas em conjunto; como instrumentista de orquestra, o pianista está sujeito a ajustes de desempenho que raramente são necessários durante a prática do repertório solo. Um breve histórico do piano de orquestra é apresentado, sob a ótica de sua utilização como instrumento integrante da mesma, e não solista, sintetizando a utilização deste instrumento por alguns compositores. São elencadas funções e maneiras de utilização do piano na orquestra, particularidades que este repertório específico exige para a realização do mesmo e singularidades da escrita e efeitos timbrísticos, possibilitando uma melhor compreensão da função do instrumento, como referência para a execução interpretativa de composições de natureza equivalente.
Palavras-chave: Piano de Orquestra; Funções do Piano; Qualidades Pianístico-Funcionais; Desempenho Pianístico.

17:20 – Bumba-meu-boi do Maranhão no Morro do Querosene: uma proposta de estudo do sotaque da Ilha no contrabaixo
Tamiris Duarte Carpin – UNICAMP
Fundamentado na convivência e no trabalho ao lado de Mestre Tião Carvalho e do Grupo Cupuaçu, este artigo apresenta características musicais e extramusicais do Bumba-meu-boi do Morro Querosene, bem como os instrumentos musicais utilizados e suas funções no batalhão e, a partir disso, propõe uma série de estudos de acompanhamento no contrabaixo, com base nas práticas e saberes tradicionais da manifestação. Este artigo é parte de minha pesquisa de mestrado sobre a construção de linhas de baixo para repertórios de cultura popular e está inserido em diversos campos metodológicos como pesquisa artística e etnografia. Acredita-se que este material ajudará na construção e elucidação de uma proposta de linguagem a ser assumida pelo contrabaixo durante a performance do repertório oriundo desta tradição.
Palavras-chave: Contrabaixo; Música Popular Brasileira; Bumba-meu-boi; Cultura Popular; Performance.