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Comunicações - Terça-feira, 15/05/2018 - Sala 1

14:00 – A percepção musical em projetos sociais: uma vivência educacional no Espaço Cultural da Grota
Adriana Miana de Faria – UNIRIO
Por meio deste artigo, trago um recorte da pesquisa de doutorado em andamento no PPGM - UNIRIO, na linha Ensino e Aprendizagem em Música. Abordo parte das ações realizadas em uma ONG da cidade de Niterói, que oferece atividades na área de música na comunidade da Grota do Surucucu. Empregando procedimentos metodológicos da pesquisa-ação (THIOLLENT, 2001), investigo formas de atuação acadêmica por meio do projeto de Extensão universitária “Percepção”. O objetivo geral da pesquisa é descrever o processo de ensino e aprendizagem de percepção musical em um projeto de extensão universitária, relatando como tal processo pode colaborar na integração do grupo, na performance e na criação musical. A partir do meu conhecimento tácito, assumo que a percepção musical, para além do treino da leitura e escrita musical, atua na compreensão dos materiais sonoros empregados na prática individual e coletiva, podendo estimular a imaginação e a criação. Também foi possível observar nas atividades predominantemente lúdicas, que estas favorecem o desenvolvimento de vivências coletivas, o fortalecimento de relações afetivas e de cooperação. Tendo em vista o fato desta investigação encontrar-se diretamente relacionada à prática pedagógica, é utilizado como referencial teórico conceitos de Vigotski (2001; 2009) sobre imaginação e criação. Tal autor norteia tanto a prática da pesquisa quanto a análise da ação proposta.
Palavras-chave: Ensino de Música; Percepção Musical; Projetos Sociais; Pesquisa-ação; Vigotski.

14:25 – Percepção e suas consequências no fazer musical: da metafísica aos guias de execução
Michele Irma Santana Manica – UNIRIO
O presente trabalho demonstra como teorias da percepção e epistêmicas, adotadas habitualmente no nosso cotidiano, influenciam nossa visão e reflexão nos diferentes campos do pensamento e da prática musical, do estudo do instrumento à performance pública. A partir da discussão de percepções compartilhadas ou individuais, em termos filosóficos objetivos ou subjetivos, tema central da metafisica e, consequentemente, da estética, são apresentadas diferentes teorias contextualizadas, dentro do estudo desenvolvido em minha pesquisa de doutorado. Dessa forma, procuro embasar dentro da teoria do conhecimento o modelo de estudo e memorização de guias de execução, desenvolvido pelo psicólogo Roger Chaffin e a pianista Gabriela Imreh (Chaffin et al, 2002), demonstrando que a compreensão que temos acerca da metafisica afetam não só a nossa visão de mundo, mas também, a maneira como entendemos e experimentamos não só a música, mas a arte em geral.
Palavras-chave: Percepção; Metafísica; Guias de Execução; Estética Formalista; Estilo de Pesamento Musical.

14:50 – Rumo à sala de estudos aumentada: Metodologias para análise e suporte computacional na construção da performance
Aluizio Barbosa de Oliveira Neto – UFMG
Este artigo descreve a motivação e metologia desenvolvida para um estudo realizado durante dois semestres com uma turma de graduação de um curso de bacharelado em clarineta, parte de um projeto de doutorado em andamento. Foram criadas duas disciplinas que tiveram como foco o desenvolvimento da expressividade musical através do estudo das técnicas necessárias para a execução de uma seleção de excertos de peças dos períodos clássico e romântico. Registramos em áudio todos os encontros semanais entre alunos e mestre, com duração de duas a três horas. Utilizando técnicas de processamento digital de sinais para extração de informação musical, foi possível obter uma série de descritores acústicos de tais gravações. Com tais dados pretendemos demonstrar como certos aspectos do desenvolvimento de tais técnicas e da relação entre mestre e aprendiz podem ser modelados computacionalmente. Nossa motivação para este trabalho reside na possibilidade de que tal pesquisa suporte a criação de sistemas e práticas inclusivas para o ensino e aprendizagem musical. Visamos sua aplicação no desenvolvimento de ferramentas que poderiam enriquecer e facilitar o acesso ao conhecimento e expertise musical avançada, especialmente em locais e comunidades onde estes são escassos ou inexistentes. Toda a tecnologia utilizada depende apenas de um computador pessoal convencional rodando software livre e disponibilizado gratuitamente para download nos sites de seus desenvolvedores. Não temos como intenção argumentar que tais recursos possam vir a substituir um profissional do ensino da musica. Acreditamos, no entanto que, com tais técnicas à disposição, professores experientes podem não apenas aprimorar sua relação e comunicação com seus estudantes e o controle sobre seus avanços, como também incorporar outras referências de ensino e prática musical em seu trabalho. Este estudo conta com a colaboração de projetos de iniciação científica, mestrado e doutorado do grupo que o abriga.
Palavras-chave: Expressividade musical; Performance Musical; Extração de Informação Musical; Pedagogia do Instrumento; Construção Colaborativa.

15:15 – O ensino da flauta transversa para crianças: perfil dos projetos sociais no Estado do Rio de Janeiro
Paula Cristina Cabral Martins – UNIRIO
Este artigo apresenta em sua primeira parte o perfil dos projetos sociais no Estado do Rio Janeiro que trabalham com o ensino da flauta transversa direcionado a crianças. Na segunda etapa, analisa os métodos utilizados pelos professores sob a ótica do modelo C(L)A(S)P, idealizado por Keith Swanwick (1979). Esta pesquisa é parte do projeto de Mestrado em Ensino das Práticas Musicais que desenvolveu como produto final o Método Flauteando (Martins, 2017), destinado a iniciação à flauta transversa para crianças entre 7 e 11 anos de idade. Traz os conceitos abordados por métodos conceituados, mas de uma forma lúdica, aliados à canções e personagens do folclore brasileiro. Esperamos com este trabalho, contribuir para a reflexão sobre a pedagogia da flauta transversa para crianças e despertar o interesse em novas pesquisas.
Palavras-chave: Pedagogia da flauta transversa; Projetos sociais; C(L)A(S)P.

15:40 – Coffee break

16:05 – Aprendizagem autorregulada e a aquisição da autonomia por graduandos em performance musical
Leandro Taveira Soares – UFRJ
No presente artigo, apresento o resultado da revisão bibliográfica realizada em minha pesquisa de doutoramento. Abordo a temática da aprendizagem autorregulada, que, dentre as diversas teorias associadas ao estudo da aquisição de expertise — prática deliberada, metacognição, autoeficácia, motivação, memória, etc. —, se apresenta como uma das mais relevantes na discussão acerca do desenvolvimento da pedagogia da performance musical. Com base nesta revisão, apresento a conceituação de autorregulação e de aprendizagem autorregulada, um breve histórico dos estudos de autorregulação na psicologia e na educação, alguns destaques da literatura nacional e internacional e o modelo cíclico citado nestas obras (ZIMMERMAN, 2000). Objetivo, com a pesquisa de doutorado em andamento, contribuir com a discussão acerca da elaboração de currículos e da formação do músico de performance em nível de graduação, ao discutir as possíveis estratégias de autorregulação que podem ser utilizadas nas aulas de instrumento no bacharelado, a aplicabilidade dos modelos cíclicos de aprendizagem autorregulada na rotina de estudo do instrumento, e os efeitos concretos da incorporação de práticas autorreguladas no planejamento do estudo e da performance, na busca pela efetiva migração do protagonismo no processo de aprendizagem (aquisição da autonomia). Defendo, portanto, que a discussão da autonomia e da aprendizagem autorregulada pelos estudantes de performance musical — como condição de aquisição de expertise — é essencial para uma devida fundamentação do desenvolvimento de diretrizes curriculares para a formação de músicos em nível de graduação. A discussão pretende estruturar um programa experimental de observações, com o fim de evidenciar o papel da autorregulação e da aprendizagem autorregulada no desenvolvimento da pedagogia da performance musical e, em especial, da pedagogia do instrumento.
Palavras-chave: Autorregulação; Aprendizagem autorregulada; Aquisição de expertise; Autonomia; Pedagogia da performance.

16:30 – Arranjos didáticos de música da tradição oral para Piano Complementar: propostas metodológicas a partir de uma pesquisa-ação na Faculdade de Música do Espírito Santo
Fernando Vago Santana – UNIRIO
Este trabalho sintetiza a pesquisa de Doutorado concluída pelo autor em 2017, na qual desenvolveu uma proposta metodológica de ensino de Piano Complementar a partir de arranjos didáticos baseados em música da tradição oral brasileira. Objetivou-se um aumento da eficácia na transmissão de conteúdos de piano ministrados a alunos de Bacharelado e Licenciatura, tendo por pressuposto a utilidade deste instrumento na aquisição e desenvolvimento de habilidades musicais, como a leitura, execução de partituras ao teclado, compreensão harmônica, fixação de conceitos de Percepção Musical, transposição, análise harmônica, dentre outros. A relevância desse estudo se justifica pela presença constante de disciplinas que utilizem o instrumento de teclado na maioria dos currículos superiores de Música do Brasil. Desenvolveu-se uma pesquisa-ação na Faculdade de Música do Espírito Santo com 16 alunos e duas professoras de cursos superiores em Música, dos quais 12 eram alunos de Licenciatura e 4 de Bacharelado. Os estudantes foram acompanhados durante o segundo semestre letivo de 2017, em aulas nas quais foram aplicados os arranjos propostos. A interação de alunos e professores durante os encontros e por meio de entrevistas demonstrou-se fundamental para a elaboração definitiva dos arranjos, cujas finalidades pedagógicas e nível de dificuldade foram sendo moldados durante o processo de pesquisa. Esse material didático mostrou-se mais flexível do que a adoção de materiais didáticos a priori, além de propiciarem um espaço para difusão do repertório de tradição oral. Os alunos foram ouvidos e contribuíram com a relação de ensino-aprendizagem estabelecida.
Palavras-chave: Piano Complementar; Pedagogia do Piano; Pesquisa-ação; Música da tradição oral.

16:55 – O ensino coletivo de violão no Instituto Federal Fluminense
Victor Matos de Oliveira – UNIRIO
Nesse estudo investiguei o ensino coletivo de instrumento musical – o Violão – realizado em uma turma de ensino médio na disciplina de Artes/Música, no Instituto Federal Fluminense (Campos dos Goytacazes – RJ), sob perspectiva da participação cooperativa entre seus integrantes. A pesquisa, um relato de experiência, foi desenvolvida no decorrer de um semestre com alunos de níveis heterogêneos de experiência instrumental. Examinei as ações de cooperação entre os alunos da turma observada e seus efeitos no processo de ensino/aprendizagem do grupo. Os comportamentos considerados relevantes para análise foram as interações observadas entre os alunos no processo de ensino-aprendizagem musical que, apesar de ocorrerem naturalmente, também foram estimuladas constantemente pelo professor/observador. Como suporte teórico, abordei, entre outros autores, MONEREO e GISBERT, e VIGOTSKI, e seus conceitos de “aprendizagem cooperativa” e “zonas de desenvolvimento”, respectivamente. Tais conceitos subsidiaram minha análise a respeito da influência da interação social e da cooperação entre iguais no processo de ensino-aprendizagem em grupo. Os resultados evidenciados ao longo da pesquisa mostraram as vantagens verificadas no ensino de música com instrumentos musicais em grupo, com viés cooperativo, ressaltando a necessidade de estudos sobre a temática que contribuam para tornar as aulas de música momentos de prazer e efetiva aprendizagem. Analisar criticamente e divulgar as práticas adotadas refletiram meu anseio em estimular debates a respeito do tema, pois, apesar de já passados 10 (dez) anos desde a implantação da lei 11.769, que tornou a música conteúdo obrigatório do componente curricular da educação básica, é pequeno o número de publicações que compartilham experiências musicais desenvolvidas em sala de aula no ensino regular.
Palavras-chave: ensino coletivo; violão; cooperação; música na educação básica; Instituto Federal Fluminense.

17:20 – Música e ambiente hospitalar infantil: a educação musical pelo olhar do “musicar”
Paulo César Cardozo de Miranda – USP
O presente trabalho está motivado pelos resultados parciais do estudo de campo que envolveu ações musicais em uma enfermaria onco-hematológica hospitalar infantil, estudo este que está inserido em contexto mais amplo, no âmbito da pesquisa de doutorado realizado por este pesquisador. Visa-se analisar, em recorte, dados obtidos com a pesquisa de campo que evidenciaram algumas das possíveis relações da educação musical com o conceito de “musicar”, elaborado por Small (1999). Os dados foram recolhidos em forma de depoimentos gravados em áudio pelos sujeitos, divididos em três grupos, a saber: crianças enfermas internadas, seus acompanhantes e profissionais das áreas de saúde e educação. As perguntas do formulário eram abertas e visavam obter informações referentes à saúde da criança, às suas relações com o fazer e/ou a ação da música na instituição de saúde em que se encontravam e ao ambiente hospitalar e sua humanização. As gravações foram realizadas após suas participações em sessões práticas de música que aconteciam individualmente ou em grupo, em diferentes espaços da enfermaria, e que se desdobravam em canções, jogos musicais tradicionais, improvisações com sons vocais ou com seus próprios nomes e com pequenos instrumentos/objetos sonoros por eles construídos. Para a análise dos dados foi utilizada a ferramenta quali/quantitava do discurso do sujeito coletivo (DSC) (LEFEVRE, 2015), que gera discursos sínteses. Os resultados apontam que o processo do fazer musical ocorrido ensejou procedimentos de ensino e aprendizagem, derivados da atuação e do envolvimento das pessoas no ato de “musicar”. Espera-se que o estudo sirva a uma discussão mais ampla das problemáticas levantadas e que surjam novos estudos sobre o tema, assim como à elaboração de cursos e materiais de formação para os profissionais das áreas envolvidas.
Palavras-chave: Educação Musical; “Musicar”; Promoção da Saúde; Humanização da Assistência Hospitalar.