Projeto da UNIRIO endossado pela Unesco investiga impacto das mudanças climáticas sobre biodiversidade costeira do sul da Bahia
Analisar a biodiversidade costeira do sul da Bahia, para prever cenários sobre a resposta desse meio ambiente a variações decorrentes de processos naturais e intervenções humanas. Essa é a proposta do projeto da UNIRIO endossado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), pela contribuição para o combate ao impacto do aquecimento global nos oceanos.
Iniciado em 2016, o projeto passou a integrar as ações promovidas ao redor do mundo no contexto da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, compreendida entre os anos de 2021 e 2030. A Década foi proposta pelas Nações Unidas para incentivar ações de gerenciamento sustentável nos oceanos.
“Escolhemos uma área no sul da Bahia, que é bastante vulnerável, e começamos a desenvolver projetos com incentivo da própria UNIRIO”, destaca o coordenador, Lazaro Laut. À frente do Laboratório de Micropaleontologia (LabMicro) da UNIRIO, o docente conta que tudo começou quando a proposta foi contemplada, em 2016, pelo Programa Inova, promovido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (PROPGPI). “Fomos selecionados e iniciamos uma parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc)”, relembra Laut. A instituição parceira se localiza no município de Ilhéus (BA).
De lá para cá, o projeto cresceu e, hoje, envolve 24 pesquisadores, de instituições brasileiras e estrangeiras, dedicados a estudar os estuários da “costa do cacau”. “Nossa ideia é compreender o funcionamento desses ecossistemas, para propor modelos preditivos em relação a impactos antrópicos e efeitos das mudanças climáticas na zona costeira”, ressalta o professor.
Segundo ele, a iniciativa busca suprir uma histórica lacuna de conhecimento sobre a costa brasileira. “Por exemplo, no sul da Bahia, há um grande aumento de chuvas e inundações nos últimos anos, mas não há dados para se estimar qual a proporção desses fenômenos e seu impacto sobre a biota. Também não é possível afirmar quais serão as áreas afetadas, nem qual será o impacto para as comunidades dependentes dos recursos naturais”, revela.
Atualmente, o projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Confira abaixo o vídeo feito pela equipe do LabMicro no Rio Pardo, em Canavieiras (BA).