Mesa da UNIRIO no Congresso da Andifes discutiu ensino durante a pandemia
A UNIRIO promoveu, nesta quarta-feira (17), a mesa virtual Novas perspectivas acadêmicas em tempos de pandemia, como parte da programação do I Congresso da Andifes: realidade e futuro da universidade federal. O principal ponto debatido durante o encontro foi a implantação de calendários suplementares de forma remota em universidades públicas brasileiras.
A mesa reuniu as pró-reitoras de Graduação Ariane Sá, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e Maria das Vitórias Vieira Almeida de Sá, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A mediação foi realizada por Alcides Guarino, pró-reitor de Graduação da UNIRIO.
Até o momento, 18 instituições já aprovaram a continuidade do primeiro semestre letivo por meio de atividades desenvolvidas pela internet. Nesse contexto, foram discutidos planos de capacitação para professores, melhores sistemas tecnológicos para o ensino on-line, além da preocupação com o a inclusão dos alunos em condição de vulnerabilidade social.
Maria das Vitórias explicou que, na UFRN, o calendário suplementar foi idealizado sem restrição de carga horária para as disciplinas. "O acesso remoto permite ao professor organizar livremente o conteúdo que julga adequado à disciplina, sem a limitação do uso do espaço da sala de aula física", disse a pró-reitora. No entanto, para os alunos, o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da UFRN estabeleceu um limite de 180 horas totais para os alunos usarem em disciplinas à distância.
A decisão a respeito de disciplinas com atividades práticas em suas ementas fica a cargo da análise de cada professor, posteriormente sendo avaliada pelo colegiado do curso. Neste caso, a preocupação é não prejudicar os estudantes com o corte de atividades práticas que sejam essenciais em suas formações profissionais.
A UFRN deixou a critério dos professores a escolha da plataforma a ser utilizada para a prática do ensino à distância no contexto do calendário suplementar. Já na UFPB, o Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão definiu que a plataforma EAD da instituição deveria ser a utilizada, para que assim as aulas já fossem cadastradas automaticamente no sistema de ensino. No entanto, Ariane Sá explicou que ficou aberta a possibilidade de professores utilizarem outras plataformas, desde que eles se responsabilizem por cadastrar as atividades no sistema.
Para a pró-reitora da UFPB, umas das dificuldades para as universidades no momento atual é que quase todos os dias surgem novas portarias do Ministério da Educação (MEC) e decretos governamentais, que precisam ser analisados. “Estamos todos convidados a sair de nossa zona de conforto.Tudo que estamos fazendo agora dentro das universidades servirá de exemplo para o que veremos depois aplicado na Educação Básica", disse Ariane.
Antes de executar o planejamento do calendário suplementar, a UFPB aplicou um questionário sobre a condição de acesso remoto dos seus alunos. Dos 24 mil estudantes da instituição, 14 mil responderam. A partir disso foi possível definir o perfil dos estudantes e capacitar os professores para o desenvolvimento dessa nova forma de ensino.
A maior preocupação das gestoras é não ferir o processo de universalização do acesso às universidades. Desse modo, é necessário pensar programas que possibilitem o acesso a estudantes com vulnerabilidade social às tecnologias de educação à distância. “Nós sempre fomos consumidores dessa tecnologia, mas a partir de agora seremos produtores. Espero que quando a pandemia passar, tudo isso sirva de aprendizado para somarmos às técnicas tradicionais de ensino presencial", finaliza Ariane.
I Congresso da Andifes
A programação do I Congresso da Andifes continua nesta quinta-feira (18). A partir das 8h30, ocorre a Plenária Nacional, ocasião em que todas as universidades, colégios e fóruns expõem as conclusões e apresentam uma síntese das respectivas reuniões do dia anterior. Às 17h, haverá uma conferência com o professor Roberto Romano.
Saiba mais em http://www.congresso.andifes.org.br/.