Mestrando em Museologia participa do processo de registro da Festa do Divino como patrimônio cultural brasileiro
O aluno do mestrado em Museologia e Patrimônio da UNIRIO Julio Cezar Neto Dantas participou do processo, concluído em abril, de registro da Festa do Divino Espírito Santo, da cidade histórica de Paraty, como patrimônio cultural brasileiro. Diretor do Museu de Arte Sacra de Paraty e do Museu Defensor Forte Perpétuo, também no município, Julio prestou depoimentos ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para elaboração de parecer sobre a Festa do Divino.
“Nasci em Paraty e fui criado assistindo a Festa”, revela. Segundo ele, até os anos 70, quando foi construída a rodovia Rio-Santos, a celebração era mais simples e tinha caráter rural, com barracas montadas com bambu e cobertas por lonas. Com a nova estrada, facilitou-se o acesso à cidade – antes, feito principalmente pelo mar –, o que resultou na manifestação de maior porte e teor turístico que se conhece hoje.
Ritual
A celebração do Espírito Santo é uma manifestação cultural e religiosa de origem portuguesa, disseminada na época do Brasil-Colônia e ainda hoje presente em todas as regiões do Brasil. Apesar das variações locais, há uma estrutura básica formada pela Folia, a Coroação de um imperador e o Império do Divino – símbolos do ritual.
Em Paraty, a Festa do Divino tem incorporado elementos próprios relacionados à história e à formação de sua sociedade. É uma celebração profundamente enraizada no cotidiano dos moradores, um espaço de reiteração de sua identidade e determinante dos padrões de sociabilidade local. Realizada a cada ano, iniciando no Domingo de Páscoa, suas manifestações e rituais ocorrem ao longo da semana que antecede o Domingo de Pentecostes, principal dia da festa.
(Com informações do Iphan)