Estudantes, docentes e técnicos da UNIRIO dão suas opiniões em pesquisa qualitativa sobre possível fusão entre HUGG e HFSE
A Reitoria considerou muito rico o conjunto de respostas à pesquisa qualitativa realizada por 15 dias com a comunidade da UNIRIO sobre suas percepções, ideias e preocupações acerca da possível fusão entre o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) e o Hospital Federal dos Servidores do Estado, possibilidade lançada pelo Ministério da Saúde como parte de seu Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro, com o objetivo de otimizar os serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e que será votada em sessão conjunta dos Conselhos Superiores em 5 de junho. A pesquisa se somou a uma série de iniciativas participativas, incluindo três audiências públicas já realizadas e uma quarta que acontece na próxima quinta-feira, dia 29.
O interesse pela questão na comunidade foi imediato. Exatamente 180 pessoas responderam as seis perguntas abertas, sendo 116 já no primeiro dia, 25 de abril, quando receberam o formulário em seu e-mail institucional. Os discentes foram o segmento com o maior número de respostas, totalizando 84 (46,7%), seguidos pelos professores, com 55 (30,5%), e pelos técnicos administrativos, com 41 (22,8%). Apesar de só ser possível responder conectando-se ao e-mail institucional da UNIRIO, os servidores e estudantes não foram identificados, sendo possível apenas, na leitura das respostas, separar o segmento a que eles responderam que pertenciam.
No formulário, os docentes, técnicos administrativos e discentes puderam se posicionar tanto sobre benefícios que esperam dessa possível fusão, como sobre dificuldades ou problemas que receiam em relação a ela. Além disso, também houve perguntas sobre o potencial de tal fusão para o ensino, para a pesquisa, a extensão e a inovação, e para a assistência à saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS). Uma última pergunta se referiu ao melhor aproveitamento da área ocupada pelo HUGG, pois, se aprovada a fusão, certamente ocorrerá uma racionalização com transferência de muitas das atividades hoje realizadas no hospital localizado na Tijuca para o HFSE, que fica na Gamboa.
"Uma grande quantidade de pessoas se dedicou a refletir sobre cada uma das perguntas que foram colocadas no formulário que nós apresentamos, como Reitoria, para captar as percepções da nossa comunidade universitária. Fiquei impressionado como as contribuições dos nossos colegas técnicos, docentes e discentes que participaram da pesquisa foram fortes, potentes, apontam caminhos, fazem reflexões. Essas reflexões podem ser da maior importância para a organização dos caminhos, das decisões que a Universidade precisar seguir a partir do que for deliberado sobre a fusão nos Conselhos Superiores. A Universidade dá uma demonstração de capacidade de construção de um pensamento crítico, responsável, colaborativo", festejou o reitor José da Costa Filho.
A planilha com todas as repostas, que foram sistematizadas neste texto, pode ser consultada aqui.
1) QUAIS BENEFÍCIOS VOCÊ ACHA QUE UMA FUSÃO DO HUGG COM O HFSE TRARIA PARA A UNIRIO?
Entre as questões mais destacadas nas respostas sobre os benefícios dessa possível fusão estão a expansão dos campos de estágio, residência médica, internato e pesquisa acadêmica; a maior diversidade de pacientes e rotinas e maior complexidade de tratamentos e cirurgias para acompanhar, com enriquecimento do aprendizado em cursos como Medicina, Enfermagem e Nutrição, e maior integração entre teoria e prática, e entre ensino, pesquisa e assistência; possível ampliação da pós-graduação; ambiente acadêmico mais interdisciplinar; melhoras dos espaços de sala de aula e de trabalho e da infraestrutura em geral, com mais leitos e mais espaço para acolhimento e atendimento hospitalar humanizado, elevando o papel da UNIRIO no Sistema Único de Saúde (SUS); projeção da Universidade como um todo por passar a ter um dos maiores hospitais universitários do país; otimização de recursos humanos e físicos e da gestão; oportunidades para a extensão universitária. Houve menções à expectativa de criação de novos cursos, sendo citados Psicologia, Fisioterapia e Odontologia, bem como de ampliação da oferta de vagas. Alguns docentes mencionaram a expectativa de que a fusão trará mais verbas federais.
A localização do HFSE, central na cidade e próximo à estação de VLT, também foi apontada como vantajosa por um discente. Um professor viu como positiva a união de profissionais vindos das duas instituições: “A união das equipes dos dois hospitais tende gerar mais trocas de experiências, gerando protocolos de boas práticas e, assim, melhorando a assistência aos alunos e aos pacientes.”
Um dos discentes observou que a “quantidade maior de leitos permite um melhor aprendizado dos alunos, pois será possível ir em grupos menores facilitando o exame físico dos pacientes. Além disso, a estrutura atual do HUGG não comporta a quantidade total de alunos, sendo necessária a expansão”. Outro observou, além da variedade de patologias que poderiam ser estudadas em função das enfermarias específicas de múltiplas especialidades no HFSE, que poderia também ocorrer “a ampliação do campo de prática, com maior oportunidade de aumento da carga horária prática ao longo de todo curso, especialmente no ciclo clínico (atualmente com carga horária prática próxima a zero) e internato”.
Vários cursos apontados como potencialmente beneficiados
A oportunidade de migração do Instituto Biomédico para outro espaço, como a ida para o Gaffrée e Guinle que vem sendo estudada, ou ainda para o HFSE, foi mencionada por muitos, de todas as três categorias. “Poderemos finalmente deixar o prédio do atual IB, que está em uma situação deplorável, apresentando vazamentos, banheiros interditados, risco de queda de blocos da estrutura, telhados que cedem estragando equipamentos, insegurança do local”, opinou um dos discentes.
Um estudante que se declarou na resposta como aluno de medicina da UNIRIO desde 2024.1 observou que desde então ouve sobre uma possível fusão do HUGG com o HFSE, e elogiou essa possibilidade: “Na minha visão, o espaço do Servidores traria uma atualização necessária e urgente para a Escola de Medicina e Cirurgia, que tem perdido espaço para as demais faculdades públicas do município e do estado por conta da infraestrutura muito antiga e que não pode passar por atualizações, tanto no HUGG como no Instituto Biomédico, este último por problemas jurídicos com o Instituto Hahnemanniano do Brasil. A mudança ampliaria, antes de tudo, o espaço físico disponível para a UNIRIO, que é uma necessidade.”
Outro discente destacou que as melhorias não seriam apenas para os cursos da área de saúde: “Aumento do cenário de prática para TODOS os cursos, ainda que obviamente maior para os da área da saúde. Dentre esses, o de Biomedicina seria muito beneficiado. Um hospital maior significa número maior de vagas para estágios obrigatórios. O grande público atendido pelo HFSE também constitui substrato para estudos da área das Ciências Sociais. Nosso curso de Direito tem ênfase em direitos humanos”, enfatizou, acrescentando problemas decorrentes da limitação física do HUGG: “A título de exemplo, existem apenas três vagas semestrais para estágio em histotecnologia para os alunos da Biomedicina”. Na mesma linha, um professor destacou a “integração das escolas da UNIRIO nos cenários de ensino (não só as do CCBS)”.
Um estudante acredita que “haverá maior diversidade e complexidade de agravos e comorbidades para atuação e aprendizagem do corpo docente e discente das diferentes áreas de conhecimento da UNIRIO”. Outro destacou, além da ampliação do campo de ação prática dos alunos, o “benefício oferecido ao público usuário do Hospital dos Servidores, que passaria a contar com os serviços de ensino, pesquisa e extensão, próprios ao ambiente universitário”.
Uma em cada cinco respostas diz que não há qualquer benefício
Um técnico administrativo considerou como benefícios a adequação do espaço físico e a ampliação de serviços para a população, sendo enfático: “Só é contra quem não será responsabilizado caso um dia ocorra algum acidente no HUGG. Se um incêndio simples ocorresse, seria catastrófico. Não há como deslocar pacientes acamados pela escada e os acessos são completamente inadequados. Também há sobrecarga dos ambulatórios e revezamento de salas para médicos e equipes, o que expõe o paciente, como no serviço de oftalmologia.”
Pouco mais de um quinto das respostas se colocou radicalmente contra a fusão, respondendo que não haveria qualquer benefício. Essa posição foi muito minoritária entre estudantes (sete discentes, ou 8,3%) e professores (também sete, ou 12,7%). Entre os técnicos administrativos, no entanto, foi uma posição mais comum, alcançando 58,5%, com 24 respostas.
2) QUE DIFICULDADES OU PROBLEMAS VOCÊ RECEIA EM RELAÇÃO À POSSÍVEL FUSÃO?
Entre os possíveis problemas e dificuldades, foram destacados o risco de falta de integração entre as equipes de saúde dos dois hospitais e de compatibilização de suas culturas institucionais; a resistência dos profissionais à mudança, em alguns casos inclusive por perder benefícios, sendo muito recorrente o temor de má receptividade dos funcionários do HFSE aos alunos da UNIRIO; problemas orçamentários e falta de recursos ao longo do tempo para atender às demandas nos dois espaços, incluindo a contratação de novos funcionários, tanto técnicos como docentes; o desafio da complexidade da reestruturação de fluxos assistenciais e acadêmicos e de controle gerencial de uma estrutura bem maior, com alteração de rotinas pedagógicas e redimensionamento das necessidades de pessoal e risco de piora da comunicação interna; a Ebserh gerir o Hospital Universitário de um modo insatisfatório para os objetivos da Universidade e a gestão não ser adequadamente regulada; a localização do HFSE, considerada como perigosa, especialmente para aulas e palestras noturnas, e a relativa distância entre o local e os transportes públicos disponíveis, com menos opções de ônibus e sem estacionamento, havendo forte necessidade de transporte intercampi; o receio de esvaziamento do espaço do Gaffrée e Guinle e de seu abandono, “fechamento” ou estrangulamento orçamentário; diferenças de planos de carreira e de salários dos profissionais que atuam nessas instituições, com remuneração distinta para atividades iguais e horários diferentes; haver uma piora na assistência à saúde no HFSE; necessidade de haver restaurante universitário no local; possível interrupção temporária de serviços assistenciais durante a transição e esta demorar muito a finalizar; conservação e preservação dos espaços históricos; adequação da estrutura do HSFE, que é antiga e não é a de um hospital universitário, para as necessidades atuais (como rede wi-fi e tomadas suficientes) e didáticas.
Algumas respostas mencionaram como problema uma suposta redução do número de leitos. Entretanto, o Relatório de Diagnóstico Integrado produzido pelo grupo de trabalho do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) da UNIRIO com o Ministério da Saúde e a Ebserh indica que haveria, a partir da fusão, 541 leitos no novo hospital universitário, em comparação com os 458 leitos ativos que o HFSE e o HUGG, somados, têm atualmente.
Um discente defendeu a necessidade de haver transporte intercampi para suprir a carência de transporte público para o HFSE: “Os transportes públicos levam até a central do Brasil e de lá os alunos terão que andar cerca de 15-20 minutos a pé em um local inseguro para chegar à instituição. Trago como sugestão para o transporte dos alunos um intercampi que ligue a Central do Brasil ao hospital ou ainda solicitar ao governo novas frotas de ônibus que passem pelo hospital.”
Preocupações relacionadas à indefinição sobre detalhes do funcionamento do novo hospital
Um aluno apontou o risco de a grande dimensão do HFSE levar a uma redução do contato próximo entre os estudantes e os médicos docentes, algo que poderia ser facilitado no HUGG por ser um hospital comparativamente menor. Outro discente afirmou temer que não haja a inclusão do alunato no dia a dia hospitalar de forma efetiva por se precisar disputar espaço com alunos de outras instituições, principalmente privadas, que paguem para terem acesso ao hospital, tal como, segundo ele, teria ocorrido no Hospital das Clínicas da USP. Na mesma linha, outro afirmou que “estudantes da Estácio já rodam no HFSE”.
Um estudante de medicina se mostrou apreensivo sobre o local de prática em cada momento da formação: “Que parcelas de estudantes irão para o HFSE? Serão apenas alunos do internato, ou alunos do ciclo clínico também serão incluídos? O HUGG será utilizado apenas por alunos do ciclo clínico?” A mudança do HFSE para se tornar hospital universitário exige uma mudança de cultura que é desafiadora, como explicou um estudante: “Os pacientes e os profissionais de lá não estão acostumados a serem parte de um hospital-escola. Por isso, a autonomia que os discentes têm no HUGG de falar com as equipes e com os pacientes pode ser prejudicada no HFSE.”
Um docente apontou como dificuldade um possível conflito por espaço físico na realocação de ambulatórios, vinculados a grupos de extensão e pesquisa, do HUGG para o HFSE. Um técnico administrativo mencionou a possibilidade de haver disputas, “ainda que veladas”, pelas chefias de serviços. Outro técnico administrativo salientou o risco de “possível despreparo para cuidar da documentação analógica, uma vez que o corpo técnico da Ebserh não dispõe de profissional arquivista para tratar dessas movimentações do acervo técnico”.
Um técnico administrativo contrário à fusão exprimiu com detalhamento a preocupação com os diferentes regimes de trabalho: “O HUGG já passou por mudanças em sua administração com a chegada da Ebserh e, se houver uma fusão, nosso trabalho no hospital será extremamente prejudicado, visto que os trabalhadores do HFSE não querem nos receber e nós também não queremos ir para lá. Seria horrível também lidar com trocas de chefias, colegas que não nos querem lá e que são subordinados ao Ministério da Saúde, enquanto nós temos servidores do Ministério da Educação e empregados públicos da Ebserh, cada um dos três com salários e regimes diferentes.”
Na mesma linha, outro técnico administrativo explicou a questão: “A fusão implica que todos os funcionários do HFSE precisarão mudar a forma de trabalho atual para se alinharem à forma de trabalho e aos normativos da Ebserh, empresa à qual não estão hierarquicamente vinculados, pois não haverá contrato formal entre funcionários do HFSE e Ebserh. Essa situação gerará muito conflito dentro de futuras equipes, pois alguns desses conflitos já ocorrem na relação servidores UNIRIO x Ebserh. Convém ressaltar que vencimentos e plano de cargos e salários dos servidores do HFSE são diferentes daqueles da UNIRIO e também daqueles da Ebserh. Considerando cargos profissionais iguais (cargos de médico, de enfermeiro e outros que existem nas três instituições), como ter um ambiente de trabalho saudável entre funcionários com o mesmo tipo de profissão, mas com vencimentos e expectativas de progressão funcional no cargo tão diferentes?”
Um professor defendeu que houvesse “um projeto acadêmico para a manutenção da identidade da Escola de Medicina vinculada ao HUGG”, com a “estrutura de departamentos no campus HUGG”, apontando seu receio de isso não ocorrer. Um discente, por outro lado, disse que essa fusão era necessitada por muitos, mas existiria “um sentimento egoísta de alunos que não desejam esta fusão simplesmente por saudosismo pela história da faculdade”.
Críticas se direcionam à Ebserh
Outro professor considerou que a Ebserh foi incapaz de gerir o HUGG de forma efetiva e eficiente, faltando um “remodelamento voltado para a estrutura do SUS, no que diz respeito ao modelo de governança, delineamento estrutural e de processos fundamentado por linhas de cuidados e das redes temáticas de atenção terciária - Rede Cegonha, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas”. Segundo ele, “essa situação de desarticulação do sistema de governança do HUGG em relação ao modelo de saúde desejável para o atendimento das necessidades e demandas de saúde da população é um indicador preocupante” visto que a Ebserh assumiria o HFSE, que seria uma instituição com “graves e profundos problemas estruturais, políticos, conjunturais, tecnológicos e de gestão ao longo de sua existência”.
Um outro docente também identificou problemas que teme se repetirem no novo hospital universitário: “Que se mantenham os mesmos erros gerenciais, abusos de autoridade e desvalorização do ensino de graduação existentes hoje, e que se minimizem os problemas elétricos, hidráulicos e de manutenção predial preventiva ou corretiva.” Um técnico administrativo disse ser “difícil acreditar na reforma integral” do HFSE, “visto que ainda hoje a Ebserh não resolveu os problemas de infraestrutura do HUGG.”
Um técnico administrativo cobrou “mais transparência do cronograma do estudo”, informando-se “quais etapas compõem o estudo, quando iniciam, quando terminam e os relatórios dessas etapas”, o que, em sua opinião, “poderia diminuir a angústia das pessoas que trabalham no HUGG”.
3) QUAL IMPACTO VOCÊ ACREDITA QUE ESSA FUSÃO TERIA SOBRE O ENSINO?
Foram apontados como impactos positivos da fusão, para o ensino: mais campos de estágio e novas oportunidades de conhecimento principalmente para o ciclo clínico e para o internato; possibilidade de aumento do número de aulas práticas com melhor distribuição de leitos para os alunos; opção de acompanhar o atendimento de serviços maiores; maior número de casos, maior complexidade, mais cirurgias e emergência; melhor adequação para a formação continuada dos discentes; integração de diferentes especialidades e abordagem mais interdisciplinar; oportunidades de desenvolvimento de habilidades comunicativas entre o corpo de serviço; possibilidade de aumento da oferta de vagas de graduação e pós-graduação; salas de aula e anfiteatros capazes de acomodar turmas numerosas de cursos da saúde; melhoria da infraestrutura do Instituto Biomédico (IB); acesso a equipamentos e técnicas diagnósticas não presentes no HUGG; aumento do número de cursos e de discentes; formação de profissionais de saúde e também de áreas como a administrativa e a hotelaria; modernização dos currículos para atender a uma realidade hospitalar mais robusta.
Entre possíveis impactos negativos, foram mencionados perda da qualidade do ensino devido a um volume demasiado de atendimentos; falta de investimento para adaptação do espaço para o ensino e as grandes obras que são necessárias; metas estabelecidas para atendimentos deixarem o ensino em segundo plano; contratações abaixo do número de funcionários necessários sobrecarregando os trabalhadores e piorando o ensino; resistência dos funcionários do HFSE a contribuírem para uma comunicação efetiva de informações com professores e alunos para os rounds; ambiente para estágio ser inadequado por falta de aceitação da equipe do hospital; instabilidade nas negociações de carga horária e fluxos de estágios; falta de servidores com experiência real de gestão específica em ensino em saúde e em ambiente hospitalar; desconforto de docentes e discentes para se adaptarem a novos fluxos e locais.
Um discente afirmou: “A fusão tem potencial de enriquecer significativamente o ensino. A ampliação dos cenários de prática traria uma formação mais diversificada e completa para os estudantes, com acesso a mais leitos, ambulatórios e tecnologias de ponta. A interação com diferentes equipes e fluxos também contribuiria para a formação de um profissional mais adaptável e preparado para o SUS.” Outro destacou que “permitiria o acesso a um novo mundo de estudos e vivências, pois um hospital de grande porte proporciona aos alunos novas áreas de estudo que infelizmente um hospital de pequeno porte não tem capacidade de prover, como, no caso do HUGG, ambulatórios oncológicos com diferentes tipos de tratamentos”. “Acho que propiciaria o aumento do número de leitos de pacientes e de pacientes por alunos para estudo, investigação, cuidado e pesquisa”, opinou um terceiro.
Integração de vários cursos e perspectiva interdisciplinar são destacadas
Um aluno destacou que, com uma infraestrutura hospitalar maior, não só podem surgir novos cursos de graduação e pós-graduação, como também programas de residência médica e multiprofissional, sendo possível avançar em formação mais interdisciplinar com “estudantes de diferentes áreas da saúde atuando juntos em equipes multiprofissionais, algo que o SUS e as novas diretrizes curriculares defendem fortemente”. Ele observou que isso é forte no HUGG, “popularmente chamado de rounds”, e precisa ser replicado no HFSE.
Outro estudante destacou cursos que poderiam aproveitar a fusão e contribuir com o novo hospital, além da Medicina, da Enfermagem, da Nutrição e da Biomedicina: “É bom lembrar que temos cursos que podem atuar de forma a ampliar a eficiência de forma direta ou indireta. Engenharia de Produção poderia mapear os fluxos de atendimento, mapeando gargalos. Arquivologia pode analisar uma forma de melhorar nossos prontuários para que sejam mais assertivos, auxiliando as áreas da saúde. O Serviço Social e as Ciências Sociais podem entender melhor quem é nosso paciente, quais aspectos podemos não estar considerando. Com mais espaço, é possível propor mais integração.”
Um dos sete alunos que não veem qualquer benefício na fusão também considerou que teria impacto negativo sobre o ensino: “Acredito que diminua a qualidade de ensino, uma vez que um hospital de grandes proporções e que atende muita gente dificulta que haja oportunidades de conversa com professores devido à correria do dia a dia. Na minha opinião, um hospital universitário é para ser um ambiente com menos atendimentos, o que favorece um cuidado mais de perto e a troca de conhecimento com os professores.” Contrariamente, outro discente afirmou justamente que conhecia colegas que estudaram no HFSE e que lá “a dinâmica de ensino é excelente devido à infraestrutura voltada para isso”.
Um servidor técnico-administrativo manifestou opinião de que o ensino tem sido prejudicado e que a fusão apenas agravaria essa tendência: “Vejo nos últimos anos uma preocupação maior com o número de atendimentos de primeira vez ofertados e estatísticas do que com a qualidade do ensino e diferentes atividades que permeiam o eixo ensino-pesquisa-extensão e que devem caracterizar o hospital universitário. Os meios de executar essas atividades têm sido cada vez mais burocráticos e menos eficientes, criando barreiras e prejudicando tanto atividades acadêmicas quanto assistenciais.”. Outro técnico administrativo afirmou que “uma fusão deixaria todos os profissionais extremamente estressados” e que isso prejudicaria o aprendizado dos alunos, “que precisam de profissionais motivados e felizes para ensinar com tranquilidade”.
Um docente condicionou ocorrer um impacto positivo no ensino à adoção de uma nova gestão hospitalar: “Penso que o impacto é positivo e promissor apenas com a implantação de um sistema de governança institucional e clínica com capacidade de resolução dos profundos problemas do HFSE. Isso implica considerar a nomeação de gestores com experiência e conhecimento profissional na gestão de hospitais de excelência, a exemplo do Hospital de Clínicas da USP ou da UFRGS, além de renomadas instituições privadas de São Paulo (Eisntein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz).”
4) QUAL IMPACTO VOCÊ ACREDITA QUE ESSA FUSÃO TERIA SOBRE A PESQUISA, A EXTENSÃO E A INOVAÇÃO?
Entre os impactos positivos identificados, muito relacionados à grande dimensão do HFSE, estão o aumento de oportunidades de casos clínicos, amostras, patologias, tratamentos; melhores equipamentos; integração de dados, equipamentos e expertise dos dois hospitais; trocas de experiências entre equipes com pesquisas distintas e formação de redes mais fortes; campo fértil para o aumento de ideias para pesquisa, extensão e inovação; espaços mais amplos e mais plurais para o desenvolvimento de atividades extracurriculares; aproximação de futuros pesquisadores com as áreas de pesquisa; extensão atingindo novos públicos; inovação em gestão hospitalar e protocolos de cuidado; expansão das atividades já realizadas; fortalecimento e criação de laboratórios, biobancos e núcleos de inovação tecnológica; ampliação do acesso a insumos.
Por outro lado, algumas respostas apontaram o receio de que projetos em andamento não tivessem continuidade, que a falta de financiamento levasse a mais precarização do trabalho, bem como de que uma ênfase na assistência deixasse a pesquisa prejudicada, além de uma incompatibilidade entre pesquisa e extensão e as metas da Ebserh. Um técnico administrativo apontou o temor de que laboratórios existentes no HUGG não tenham como ser transferidos para o HFSE, “pois equipamentos podem requerer infraestrutura de suporte (rede de gás, tensão energética adequada, pé-direito em tamanho adequado etc.) indisponível nos espaços disponíveis” no outro hospital.
Maior número de casos clínicos apontado como importante para a pesquisa
Um estudante enumerou os impactos como um ciclo virtuoso: “A união dos hospitais pode estimular a produção científica, uma vez que ampliaria a base de dados, o número de pacientes atendidos e a complexidade dos casos. Isso cria mais oportunidades para estudos clínicos, parcerias interinstitucionais e projetos de inovação em saúde. Além disso, a extensão universitária poderia ser fortalecida com novos projetos voltados à comunidade e uma atuação territorial ampliada.”
Um docente apresentou um cenário interessante se a fusão fosse realizada: “Acho que a UNIRIO poderia reforçar sua presença na área de saúde da cidade do Rio de Janeiro. Dispor de um grande hospital, a partir da fusão, poderia ampliar sua atuação em áreas pouco desenvolvidas no HUGG, como a da Psiquiatria e da Saúde Mental em geral. O Instituto de Saúde Coletiva, por exemplo, poderia ampliar bastante sua área de atuação. Poderia ser incrementado um intercâmbio com outros cursos da UNIRIO, como Engenharia de Produção, Teatro, Música. A interdisciplinaridade e a atuação da Universidade junto à clientela do hospital podem ser muito inovadoras para muitos cursos.” Outro professor também chamou a atenção para o potencial para outros cursos além daqueles do CCBS: “Em termos de inovação, um hospital tão grande e com tanto espaço disponível constitui cenário propício para novas práticas inovadoras para todos os cursos da Universidade. Escritório de assistência jurídica hospitalar seria um deles.”
Um discente viu a fusão como a oportunidade de a UNIRIO deixar uma situação que seria pior do que a das demais universidades: “Falta infraestrutura na UNIRIO para atender os interesses de desenvolvimento de pesquisas e extensões. Hoje, é quase impossível desenvolver um projeto de pesquisa médico que envolva o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, medicamentos e equipamentos médicos devido à falta de locais para desenvolver tais pesquisas, o que outras universidades públicas do estado do Rio têm, como a UFF, a UFRJ e a Uerj.” Outro estudante comentou: “Mais pacientes, mais dados: um hospital maior significa acesso a uma base muito maior de pacientes e casos clínicos, o que é excelente para projetos de pesquisa, especialmente nas áreas de saúde coletiva, epidemiologia, clínica médica, cirurgia, psicologia da saúde, entre outras.”
Um aluno considerou justamente que o maior impacto da fusão seria sobre a pesquisa: “A pesquisa às vezes acaba ficando sobrecarregada no HUGG, visto que pessoas de várias áreas estão colhendo dados dos mesmos pacientes, e isso gera um pouco de estresse e repetição de dados, procedimentos, métodos a que os mesmos pacientes são submetidos.” Na mesma linha, outro discente disse: “Impacto enormemente positivo, uma vez que ficamos limitados por termos um hospital que não aceita determinadas práticas tecnológicas devido a sua estrutura física. Com a fusão, teríamos ainda um volume maior de atendimentos e pacientes, o que facilitaria os bancos de dados para estudos e enriqueceria as metodologias com Ns mais robustos, tornando-os de melhor qualidade.” Por outro lado, um técnico administrativo levantou uma questão que, se por um lado não vai contra essas posições, por outro chama a atenção para um problema central: “A falta de pesquisa e extensão está ligada muito mais ao fator orçamento do que à estrutura do HUGG.”
Um docente alertou que é possível ter pesquisa, extensão e inovação tanto vinculadas como desvinculadas da graduação, e vê um possível afastamento da formação de generalistas com a persistência na priorização de especialidades. Outro docente defendeu a formação de um grupo de trabalho para cada especialidade, com membros escolhidos por critérios exclusivamente técnicos, que faça propostas práticas para a implementação otimizada no novo espaço da pesquisa, extensão e inovação.
5) QUAL IMPACTO VOCÊ ACREDITA QUE ESSA FUSÃO TERIA PARA A ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO RIO DE JANEIRO E O SUS?
A maioria dos entrevistados espera que haja uma ampliação, tanto pelo fato de o HFSE passar a ser hospital universitário como, evidentemente, pelo tamanho do novo HU da UNIRIO, sendo enfatizado que um bom resultado depende de financiamento adequado. Foram feitas alusões a maior número de leitos; maior gama de especialidades; redução da fila do Sisreg; otimização de recursos e atendimento mais integrado à população; melhor aproveitamento de um equipamento hoje subutilizado como o HFSE; mais agilidade, mobilidade e direcionamento na diversidade de serviços prestados; melhoria na investigação das doenças com eficácia na exclusão de diagnósticos diferenciais; maior oferta de serviços de média e alta complexidade; ênfase em áreas críticas como saúde mental e reabilitação; união de teoria de ponta (universidade) e prática assistencial (HFSE). Mencionou-se a necessidade de solicitar à Prefeitura novas linhas de ônibus que passem pelo novo hospital universitário, para que os pacientes possam chegar, com a observação de que, pela atual dificuldade no acesso, poderia ser reduzida a adesão ao tratamento no local.
Um estudante vislumbrou um impacto para além especificamente dos atendimentos realizados no que seria o novo hospital universitário da UNIRIO: “Com uma estrutura grande e universitária, é possível testar novos modelos de gestão hospitalar, novas linhas de cuidado (como para doenças crônicas, doenças raras, saúde mental), que depois podem ser replicadas em outras unidades do SUS.” Um docente também destacou a vantagem proporcionada por um hospital universitário: “A incorporação de hospitais federais, como o HFSE, às universidades parece ser uma alternativa garantidora de estabilidade na administração pública de equipamentos de saúde. Mesmo em períodos de crise política e econômica, as universidades, pela estabilidade do corpo docente e técnico, pela regularidade do ingresso do corpo discente e pelo compromisso com a formação no ensino superior, se mostraram espaços institucionais em que é possível dar continuidade a políticas de Estado mesmo em conjunturas de crise. Entendo, portanto, que a fusão pode garantir a estabilidade administrativa de um importante equipamento hospitalar para a assistência à saúde no Rio de Janeiro, contribuindo para o funcionamento do SUS na região.”
Um discente ponderou: “Pode fortalecer bastante o atendimento do SUS na cidade, se a gestão acadêmica conseguir trazer mais qualidade e humanização nos serviços. Mas também depende muito dos investimentos públicos em estrutura e pessoal, para não virar apenas uma transferência de problemas para a Universidade.” Outro aluno observou que o HFSE é um centro de excelência em trauma e que, se isso não for mantido e houver transferência dos profissionais concursados desse hospital para outras entidades, pode haver perda de qualidade, mesmo que temporária, prejudicando a população.
Houve aqueles que responderam que pioraria a assistência à saúde, e um estudante manifestou sua expectativa negativa de que haveria superlotação, com atraso nos atendimentos. Entre os técnicos administrativos que não veem benefícios na fusão, foi recorrente a ideia de que a piora estaria ligada a se acabar com o HUGG, não se enxergando a fusão como uma soma de capacidades. Um técnico afirmou inclusive que “ocorreria redução no que se trata de pediatria e UTI neonatal, por terem o mesmo tamanho ou serem menores do que a estrutura do HUGG”.
6) QUAL É A SUA SUGESTÃO PARA A MELHOR UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO OCUPADO PELO HUGG, NA TIJUCA, CASO HAJA A FUSÃO?
As respostas para a última pergunta do questionário se mostraram diversificadas. A posição mais repetida, explicitamente em 26 das 180 respostas (14,4%), foi a de que deveriam ser mantidos ambulatórios no Hospital Gaffrée e Guinle.
A ida do Instituto Biomédico para o local, possibilidade que vem sendo estudada, foi defendida nominalmente em 17 respostas (9,4%). Foi comum a preocupação com a presença de laboratórios de pesquisa e com oportunidades de contato com a prática médica no local no início da formação do estudante. A ideia de que novos cursos da Universidade tivessem ali suas aulas também apareceu, e mesmo a mudança de cursos atuais.
Além da questão dos ambulatórios, houve padrões variados de resposta, muitas vezes inconciliáveis, que reforçavam a continuação do uso do espaço como hospital universitário, sendo uma parte delas diametralmente contrária à ideia de otimização presente no relatório do ACT. Houve propostas para a manutenção do HUGG exatamente como funciona hoje, apenas com mais investimentos, reabertura de enfermarias, e até mesmo com expansão sem a fusão.
Outros, por sua vez, pensaram na manutenção simultânea dos dois hospitais, com o HUGG mantendo atividades que não fossem incorporadas ao HFSE ou ainda se tornando um hospital ultraespecializado, a exemplo da Maternidade-Escola, do Instituto do Cérebro ou do Instituto de Ginecologia da UFRJ.
Das propostas que viam o Gaffrée e Guinle como uma unidade menor associada à maior, que seria o HFSE, ele poderia ficar com atendimentos de baixa complexidade, unidade básica de saúde para formação e assistência, polo de atenção primária, clínica da família, unidade de pronto-atendimento, centro de atenção psicossocial (Caps), unidade de oncologia e cuidados paliativos, policlínica de cuidados de nível secundário, cuidados intermediários de saúde, espaço voltado para a qualidade de vida do idoso carente, neonatologia, maternidade e pediatria (incluindo especialidades pediátricas mais escassas, como neurologia e psiquiatria pediátrica, e acompanhamento para crianças com TEA), manutenção da hemodiálise (em função da alta demanda, deveria existir em ambos os hospitais), centros especializados em tratamentos continuados, centro de saúde mental ou de reabilitação, hospital secundário de emergência, cardiologia, ginecologia, unidade de atendimento a portadores de doenças infectocontagiosas, unidade de medicina integrativa etc.
Respostas refletem sobre pesquisa, extensão, inovação, ensino e assistência
Houve menções à ida para o espaço de unidades administrativas da Universidade que hoje se encontram em escritórios no Centro da cidade, inclusive a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe) e a Coordenadoria de Educação a Distância (Cead). A ampliação do espaço do arquivo também foi mencionada. Outras utilizações propostas foram alojamento para alunos de fora do Rio de Janeiro e/ou do país, centro de memória, área de convivência, centro cultural etc.
Um técnico administrativo sugeriu que fossem realizados no Gaffré e Guinle “diversos pequenos procedimentos, ambulatoriais ou de day-clinic, como terapia infusional não oncológica, implante de cateteres para quimioterapia e correção de fístulas para hemodiálise”. Além disso, destacou a importância de se manter lá a hemodiálise: “Foi realizada obra recentemente para a hemodiálise. Deve ser analisada a permanência da clínica de diálise, inclusive desenvolvendo a diálise peritoneal. Isso não significa não termos nefrologia e diálise no HFSE e, sim, a ampliação da equipe para dar conta dos dois serviços, pois a população precisa muito.”
Um estudante acredita que o espaço pode ser um grande polo de ensino, pesquisa e inovação em saúde com laboratórios de pesquisa biomédica, clínica, translacional e em saúde pública, e também um centro de simulação realística para treinamento de estudantes de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia etc., incorporando a inteligência artificial e o “machine learning”, e de inovação em saúde pública e comunitária, “incluindo programas de prevenção de doenças crônicas, projetos de saúde mental comunitária, programas de envelhecimento ativo e saudável e núcleos de apoio a populações vulneráveis (população em situação de rua, migrantes, idosos etc.)”. Segundo ele, deveria ser mantido também como “um grande ambulatório-escola, focado em atendimento ambulatorial de especialidades (cardiologia, geriatria, psiquiatria, dermatologia etc.), como sempre foi, mas com mais salas, espaços pensados para caberem os alunos”, e instaurados um programa de centro para cuidado de feridas, “que ajudaria muito na prática de muitos cursos”, para se somar aos demais programas de atenção primária e promoção da saúde integrados com a rede pública municipal, e serviços de reabilitação (fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia).
De modo semelhante, um professor opinou que a melhor utilização do espaço ocupado pelo HUGG, em caso de fusão, seria mantê-lo como um centro ambulatorial com consultórios interdisciplinares, promovendo atendimento integrado entre diversas especialidades. Acrescentou que também poderia ser ampliada sua função acadêmica, com laboratórios de simulação e programas de ensino e pesquisa voltados para a inovação em saúde. “Além disso, o espaço poderia incluir ações comunitárias de saúde preventiva e educação, fortalecendo o vínculo com a população local”, concluiu.
Outro docente defendeu que se transformasse o espaço em um centro de educação e capacitação para profissionais da saúde, oferecendo cursos, workshops e treinamentos práticos. “Isso manteria o vínculo do local com a formação acadêmica e poderia beneficiar ainda mais profissionais do SUS”. Além disso, ele sugere que haja laboratórios avançados de pesquisa biomédica e inovação tecnológica, com áreas voltadas para inteligência artificial aplicada à saúde, biotecnologia e estudos epidemiológicos; e um núcleo de projetos de extensão universitária, onde alunos e professores da UNIRIO poderiam desenvolver ações comunitárias, como atendimento de saúde preventivo, oficinas educativas e eventos culturais, para a comunidade da Tijuca e arredores, podendo incluir ainda um museu da história da medicina, exposições científicas e eventos que integrem a comunidade ao universo acadêmico.
Um professor disse não ter resposta e precisar “refletir essa questão em debates coletivos e com participação de todas as áreas da UNIRIO”, acrescentando que “seria necessária uma avaliação de cenário do entorno do HUGG e das necessidades de fortalecimento dos objetivos estratégicos da UNIRIO definidos no PDI”. Outro docente observou que cada pessoa veria o novo hospital como oportunidade de espaço para seu próprio uso e que a decisão sobre os beneficiados poderia acabar sendo “política”, mas aponta uma solução diferente que gostaria de ver, que colocasse em primeiro lugar os alunos, “motivo de existir universidade”, e não a “bolha elitista docente preocupada com o próprio umbigo”: “Há uma clara carência de salas de aula decentes, estruturadas, tecnológicas e para todos na UNIRIO. O mundo mudou e as salas continuam com seus mesmos defeitos, obsoletas para o ensino. Um espaço pedagógico diferenciado e com equipamentos que atendem diversas áreas é antes de tudo democrático, não privilegia nichos, auxilia no ensino”.
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