Encontro de Bacharelados debate a extensão universitária
“A extensão como ensino de graduação” foi o tema da mesa-redonda realizada na tarde desta terça-feira, no I Encontro de Bacharelados da UNIRIO. Participaram como debatedores o pró-reitor de Extensão e Cultura (PROExC) da Universidade, Diógenes Pinheiro, e a pró-reitora de Extensão, Esporte e Cultura da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Katherina Coumendouros. A professora do Departamento de Extensão da PROExC, Sonia Middleton, foi mediadora do evento.
“Ao contrário da atividade de pesquisa, que é consolidada nas universidades, a extensão sempre atuou um pouco à margem. O tripé ‘ensino-pesquisa-extensão’ ainda é meio torto”, brincou Pinheiro. Entretanto, segundo ele, essa realidade vem se transformando, em consequência de políticas públicas implementadas pelo Governo Federal nos últimos anos.
Para o pró-reitor, o contexto universitário atual exige que se repense a extensão. “Sou professor do curso noturno de Pedagogia, e a maioria dos meus alunos são trabalhadores que chegam em casa tarde depois das aulas, vão dormir e acordam no dia seguinte às 5h30 para trabalhar. Onde é que cabe a extensão na vida dessas pessoas?”, questionou. “Devemos discutir sobre o que é a extensão, pois ela pode e deve ser praticada de outras formas.”
Ele lembrou que a universidade costuma ser muito bem recebida nas comunidades onde se realizam ações de extensão, apesar da distância que, muitas vezes, há entre as instituições de ensino superior e os setores mais populares da sociedade. Entretanto, Diógenes ressaltou que o caminho oposto ainda não é tão bem-sucedido: “Devido a barreiras culturais, ainda é difícil trazer os integrantes dessas comunidades para dentro da universidade”, observou.
Diversidade
A pró-reitora da UFRRJ mencionou diferentes formas de se fazer extensão. A primeira e mais comum é por meio da realização de eventos, que, dentro de uma universidade, podem ser de diversos tipos, como concursos, seminários e mesas-redondas. Outra modalidade é a prestação de serviços (médicos, veterinários, jurídicos) à comunidade. Também é possível empreender projetos de cunho político, promover atividades complementares ao ensino - como prática em laboratórios, por exemplo - e realizar ações compensatórias, levando recursos para onde não há.
Katherina foi enfática ao destacar o caráter multidisciplinar das atividades de extensão. “Se as pessoas se unem, elas conseguem fazer muita coisa”, disse. Além disso, segundo ela, ninguém deve se sentir preso à própria área de atuação dentro da universidade, pois é possível explorar diferentes habilidades pessoais. “Muitas vezes, as pessoas acham que só podem fazer aquilo em que são especializadas, mas o ser humano é interdisciplinar”, concluiu.
O evento prossegue até a próxima quinta-feira, dia 4. Confira a programação: http://www2.unirio.br/unirio/prograd/noticias/i-encontro-de-bacharelados-da-unirio.