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Coleção reúne bactérias de origem alimentar resistentes a antibióticos

por comunicacao — publicado 20/03/2018 15h30, última modificação 30/08/2019 13h50
Organizado pelo professor Victor Augustus Marin, da Escola de Nutrição, acervo conta com mais de 140 amostras e reúne dados sobre espécies, tipos de resistência e em qual alimento os microrganismos foram identificados

A resistência de bactérias a antibióticos tem preocupado autoridades de saúde em todo o mundo. Em 2017, a Organização Mundial de Saúde publicou uma lista de agentes patogênicos prioritários, resistentes aos antibióticos, que ameaçam a saúde humana.

Para auxiliar a pesquisa com microrganismos presentes nos alimentos e que não são atingidos por fármacos, o docente Victor Augustus Marin, da Escola de Nutrição, decidiu criar a Coleção de Cultura de Bactérias Resistentes de Origem Alimentar (CCBROA), com o apoio da doutoranda Cristiane Rodrigues Silva. O acervo, que já conta com 143 amostras, reúne dados sobre espécies de bactérias, tipos de resistência e em qual alimento os microrganismos foram identificados.

“Nosso objetivo é contribuir com o trabalho de outros pesquisadores e também com o Ministério da Saúde, fornecendo dados epidemiológicos sobre bactérias com resistência, isoladas de alimentos”, explicou Victor.

A coleção está cadastrada no SiBBr (Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira) e no GBIF (Global Biodiversity Information Facility). Até agora, todas as amostras do acervo foram encontradas em queijos, principalmente da ordem das enterobactérias. Mas a equipe do Laboratório de Controle Microbiológico de Alimentos da Escola de Nutrição (Lacomen), coordenado pelo docente, já trabalha na identificação de microrganismos em outros alimentos, como os de origem vegetal.

Segundo Victor, os alimentos podem ser contaminados durante o processo de produção. No caso dos alimentos de origem animal, uma possibilidade é que o uso indiscriminado de antibióticos possa levar à resistência dos microrganismos. No caso dos vegetais, o solo pode estar contaminado com resíduos de antibióticos, herbicidas ou agentes sanitizantes, o que contribui para que as bactérias se tornem resistentes.

No Lacomen também são desenvolvidas pesquisas com plantas medicinais capazes de combater a ação das bactérias resistentes a antibióticos. Uma delas é a Allium sativum, ou alho, cuja atividade antimicrobiana foi tema de  artigo já aceito para publicação na Revista Brasileira de Plantas Medicinais.

Saiba mais na página do Lacomen.

(Reportagem: Daniela Oliveira/Jornalista Comso)


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