Aluno de Medicina da UNIRIO é premiado em congresso de psiquiatria
O aluno da Escola de Medicina e Cirurgia (EMC) da UNIRIO Felipe Dalvi foi premiado como autor de um dos melhores pôsteres apresentado na 40ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria (XL CBP), realizada em Salvador, entre os dias 18 e 21 deste mês.
Dalvi apresentou o trabalho Modelo de aprendizagem de máquina para predição de perfil de memória declarativa em pacientes com transtorno de pânico. A pesquisa foi feita no Laboratório de Pânico e Respiração (LABPR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - coordenado pelo professor Antonio Egidio Nardi -, onde Felipe é pesquisador colaborador e bolsista do CNPq. Também participaram do trabalho duas instituições americanas: Emory University e Children’s Healthcare of Atlanta.
No estudo, foi desenvolvido um algoritmo para predição dos resultados gerados pelo Teste de Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (RAVLT, na sigla em inglês), instrumento neuropsicológico que avalia alterações de memória, muito utilizado em pacientes com transtornos psiquiátricos e síndromes neurológicas. Dessa forma, seria possível obter informações relacionadas à memória declarativa – formada por recordações de longo prazo adquiridas conscientemente –, sem a necessidade de aplicação de um questionário estruturado.
Computação e saúde mental
A partir de critérios pré-determinados, foram analisados dados de 299 pacientes do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Os fatores considerados foram idade, nível educacional, situação socioeconômica e número de pessoas com quem o participante mora, além do índice de massa corporal (IMC).
O algoritmo utilizado foi desenvolvido pelo próprio Felipe Dalvi, que é também engenheiro de computação, mestre em Engenharia Biomédica e doutor em Modelagem Computacional. "Atribuo a premiação tanto à inovação da abordagem, desenvolvida por um grupo e para uma população brasileiros, quanto à interface entre computação e saúde mental, que é uma área de pesquisa que tem crescido em todo o mundo", apontou.
Segundo o autor, futuramente, o protótipo pode dar origem a uma aplicação computacional a ser usada por profissionais de diversas formações em saúde, diminuindo o custo e agilizando a avaliação na triagem de alterações de memória declarativa em pacientes com transtorno de pânico.
A pesquisa gerou um artigo, já divulgado em formato preprint, que será publicado na próxima edição do Brazilian Journal of Psychiatry.