Abertura da Semana de Integração Acadêmica debate desenvolvimento sustentável e tecnologias sociais
Teve início na manhã desta segunda-feira (16), no Auditório Vera Janacópulos, a 21ª edição da Semana de Integração Acadêmica (SIA) da UNIRIO. O evento ocorre conjuntamente com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, cujo tema deste ano é: Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável.
A cerimônia de abertura contou, inicialmente, com uma apresentação musical, promovida pelo Coro Juvenil da UNIRIO, que é coordenado pelo professor do Instituto Villa-Lobos (UNIRIO), Júlio Moretzsohn.
Em seguida, o reitor José da Costa Filho, ao presidir o evento, falou sobre a importância da integração e da troca de conhecimento durante a SIA. “Estamos comovidos com a presença de tantos estudantes envolvidos com a nossa Semana de Integração Acadêmica. Será uma Semana de muito aprendizado; de troca de experiências, em meio às nossas diferenças étnicas, sociais e religiosas, às diferenças trazidas de nossas vivências, que poderão ser compartilhadas", destacou.
A vice-reitora, Bruna Nascimento, também fez referência ao auditório cheio. “Este auditório está lotado de uma energia diferente, que nos contagia. Energia viva, pulsante e positiva. Fazia tempo que não víamos a Universidade desta forma. Estamos vindo de um período pós-pandêmico. Ver cada pessoa aqui é de uma alegria sem tamanho”, declarou.
Permanência e pertencimento
O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Gustavo Naves Santos, falou sobre a realização de um evento do porte da SIA e a permanência dos alunos da Universidade. “Sabemos da importância de contribuir para a permanência dos estudantes na universidade. Bolsas, transporte e normativas contribuem e são importantes para isso. Mas um evento como este é fundamental para proporcionar o convívio; o prazer de estar na Universidade. É algo que está presente aqui hoje e me dá muita esperança de que não vão faltar desejo e a vontade de estar aqui”, falou Gustavo.
A pró-reitora de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação, Cleonice Alves de Melo, ratificou a fala de Gustavo. “É a nossa universidade, é a nossa casa. A gente precisa de eventos dessa dimensão para nos sentirmos pertencentes a esta casa, a esta UNIRIO”. Cleonice também falou sobre o tema voltado para sustentabilidade."Precisamos unir pesquisadores que possam trazer novas ideias para que possamos superar os problemas que já existem e tentar amenizar os que podem vir”, ressaltou.
Os pró-reitores Vicente de Oliveira (Pró-reitoria de Extensão e Cultura) e Luana de Azevedo (Pró-reitoria de Graduação) enfatizaram a importância da integração e participação de toda a comunidade acadêmica durante a SIA. “A integração não é uma palavra romântica, ela é uma necessidade. Uma universidade não é uma união de faculdades isoladas. Ela só se fará universidade se a gente conseguir conectar estas partes, na busca pela transformação social. Juntos, durante esta semana, nós vamos construir estes laços e reinventar nossa Universidade”, falou Vicente. Luana também falou sobre essa integração: “Colocamos mais ônibus da Universidade para trazer alunos dos outros campi para cá, para que todos possam participar, para que esta integração seja possível. São esses momentos que ficam na nossa memória. Precisamos vivenciá-los”, destacou.
O papel da universidade
Seguindo a programação, o professor Paulo Sobral, da Universidade de São Paulo (USP), ministrou a palestra “As universidades e o desenvolvimento sustentável”.
Segundo o docente, é preciso que a universidade use de sua competência para convencer as pessoas a investir em ações voltadas para sustentabilidade. O professor explicou que em 2050 serão mais de 9 bilhões de pessoas vivendo na Terra e que várias atitudes terão que ser repensadas com o objetivo de minimizar os danos socioambientais. "Ao mesmo tempo que é preciso garantir a produção de alimentos suficiente para sustentar uma população crescente, tornou-se essencial investir em iniciativas que possam reduzir os danos ao ecossistema. Já está faltando água em várias cidades do Estado de São Paulo. Já é uma realidade", afirmou.
Dentre várias contribuições das universidades, o professor destacou o incentivo a pesquisas multidisciplinares e a inclusão de disciplinas sobre sustentabilidade nos currículos dos cursos de graduação e pós-graduação, com o objetivo de estimular a conscientização ambiental . Em relação ao negacionismo, o professor ressaltou a importância de incentivar o desenvolvimento de pesquisas, juntamente com a prática extensionista, para garantir a participação da sociedade. Por fim, Sobral citou vários exemplos de pesquisas que estão sendo desenvolvidas em universidades, com apoio de empresas interessadas em investir em sustentabilidade, ratificando a importância dessa parceria, além da participação do governo no desenvolvimento de políticas públicas.
Fechando o evento, a professora Ana Paula Mendes de Miranda, do Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), falou sobre tecnologias sociais. Entre as questões abordadas, estiveram em pauta o conceito de desenvolvimento sustentável, o papel da inovação, as políticas de ações afirmativas e o impacto social da pós-graduação.
Para Ana Paula, é preciso refletir sobre o tipo de universidade que queremos. “Se pensarmos em só formar [profissionais] para o mercado, estaremos defasados no mês seguinte“, apontou. Nesse sentido, a docente destacou as universidades como instituições socialmente compromissadas com a formação de pessoas que sejam sujeitos de transformação no mundo onde atuam.
Sobre as ações afirmativas, a professora salientou a necessidade da criação de políticas para além do ingresso na universidade, visando à permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade social. “Isso possibilitará ‘o tal do desenvolvimento sustentável’, em uma perspectiva que não seja apenas de mercado”, ressaltou.
A 21ª edição da SIA prossegue até esta sexta-feira, dia 20, com palestras e apresentações de trabalhos.
- Da esquerda para a direita: Vicente de Oliveira, Luana de Azevedo, José da Costa Filho, Bruna Nascimento, Cleonice Alves de Melo e Gustavo Naves (Foto: Comso)
- Professor Paulo Sobral, da USP, apontou o papel ambiental da universidade (Foto: Comso)