LANÇADO O DOCUMENTÁRIO “PATRIMÔNIO INDUSTRIAL E PRÁTICAS ARTÍSTICAS”, VENCEDOR DO EDITAL DE PATROCÍNIO CULTURAL DO CAU/RJ 2020
— publicado 26/07/2022
Lima, Evelyn Furquim Werneck et al. Patrimônio Industrial e Práticas Artísticas. O patrimônio industrial desativado da Área Portuária, sua potencialidade para usos artístico-culturais e os impactos sobre a população local. Laboratório de Estudos do Espaço Teatral e Memória Urbana/UNIRIO/CAU/RJ, 2022.
O documentário analisa e discute a conservação de estruturas industriais de enormes dimensões que estão desocupadas na Área Portuária do Rio de Janeiro e que constituem exemplares de valor cultural, não só pelo sistema construtivo e qualidade estética, mas pela própria significância na história da cidade. Defende que os galpões portuários desativados podem vir a representar relevante papel na gestão da conservação do patrimônio industrial carioca, se ocupados com usos artístico-culturais, com base nas teorias de Lefebvre (1974), Certeau (1980) e nos conceitos de Kühl (2010) sobre o patrimônio industrial, partindo de experiências exitosas em outros países e no Brasil.
O filme de 1 hora e 29 minutos foi estruturado em 4 módulos: (i) Do mar aos morros: uma lenta conquista; (ii) O patrimônio industrial e as artes: algumas experiências; (iii) O tijolo e o ferro: a memória do trabalhador, com as possibilidades de conservação do patrimônio industrial e (iv) As artes afloram no Porto: uma população local de artistas – que envolveu pesquisa sócio antropológica. Ao longo do documentário foram entrevistados arquitetos e artistas da região.
Como forma de resistência e alternativa à mercantilização da cultura, grupos teatrais e seus diretores visionários têm ocupado vazios urbanos num esforço de exercer a cidadania. A proposta é debater com as comunidades locais a ocupação de dois galpões desativados por coletivos que se formem nas adjacências. As duas ocupações deverão manter o “espírito do lugar” dessa região que remete à história dos trabalhadores. Em síntese, o documentário sugere o debate sobre a recuperação e ocupação do patrimônio industrial como uma solução que pode reincorporar os imóveis desativados sem promover a espetacularização e sem exclusão social.