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Oportunidade de aprender e de exercer a cidadania

por daniela.oliveira — publicado 19/05/2020 15h01, última modificação 19/05/2020 15h03
Voluntários em laboratório que analisa amostras suspeitas de Covid-19, alunos de Biomedicina aproveitam para colocar em prática os conhecimentos adquiridos na graduação e contribuir com a sociedade

Desde o último mês de abril, 21 alunos do curso de Biomedicina atuam como voluntários no Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ), com a análise de amostras biológicas de casos suspeitos de Covid-19. A unidade é referência no Estado do Rio de Janeiro e participa do diagnóstico de amostras oriundas da redes pública e privada de saúde.

Uma vez por semana, em período integral (das 8h às 17h), os estudantes se integram à equipe do laboratório, que inclui biólogos, biomédicos e técnicos, e participam das diferentes etapas do processo de análise - desde a chegada do material, com o preparo das amostras, até a leitura final dos resultados do exames. A unidade recebe, em média, 800 amostras por dia.

"A rotina no setor é bastante intensa, envolvendo etapas de identificação das amostras, separação daquelas solicitadas com urgência e preparo das mesmas para a etapa seguinte do teste, a extração de RNA viral", conta Júlia Passarelli Pereira, aluna do 8º período.

Os estudantes atuam diretamente com os profissionais da unidade, como explica Beatriz Ferreira da Silva, também do 8º período: "Fiquei alocada com os responsáveis pela extração manual do RNA viral. Os integrantes da equipe me deram as devidas instruções e o protocolo para realização do procedimento, assim como a demonstração do procedimento, estando sempre disponíveis para tirar qualquer dúvida".

Voluntários em ação no Lacen-RJ (Fotos: arquivo dos estudantes)

Formação e reflexão

A oportunidade de acompanhar o uso das técnicas de biologia molecular, como a RT-PCR (sigla em inglês para transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase), é um dos pontos interessantes do trabalho, na avaliação de Júlio Cesar da Silva, do 6º período. Mas a experiência, completa o estudante, é rica também como exercício de cidadania.

"Percebo que antes de me reconhecer como um futuro biomédico, devo ter em mente que, tanto atual quanto futuramente, sou membro de uma sociedade, sou um cidadão. Diante disso, exercer tal atividade voluntária, ao meu ver, reafirma esse valor. Fazemos parte de um todo, devemos, assim, fazer o possível para auxiliar o meio em que vivemos", avalia.

Rayne Helen Lopes de Oliveira, aluna do 4º período, concorda. "Me sinto importante, uma vez que o trabalho que realizamos é voltado para outras pessoas. O resultado disso reflete diretamente no diagnóstico e, consequentemente, nos tratamentos que essas pessoas irão receber. Isso gera em mim um sentimento de responsabilidade e satisfação", afirma.

As coordenadoras do curso de Biomedicina, Bianca Ramos Marins e Patrícia Costa, destacam que a prática dentro de um serviço de saúde de referência é importante para a formação dos discentes e favorece a reflexão.

"Essa atuação instiga os estudantes a refletirem sobre o lugar do biomédico nos serviços de saúde e na prestação do serviço com qualidade, responsabilidade pública e compromissada com o SUS. É muito importante estimular nossos alunos a refletirem sobre isto. Outro aspecto que destacamos é poder observar o desenvolvimento de muitas habilidades técnicas para o melhor exercício profissional além do relacionamento interprofissional, comunicação entre outros", observam.

Bianca e Patrícia organizaram a seleção dos estudantes da UNIRIO que se voluntariaram para o trabalho no Lacen-RJ. Segundo elas, chamou atenção a motivação dos alunos em participar de uma ação concreta no combate a pandemia. "Houve grande procura por parte dos discentes em apenas três dias de inscrição. No total, foram 45 inscrições, mas consideramos para a seleção apenas estudantes maiores de idade e que não apresentaram condições éticas ou de saúde limitantes para desenvolvimento das atividades no laboratório", explicam.

A questão da segurança dos voluntários no Lacen-RJ foi levada em consideração pelas professoras para dar continuidade ao processo. "Pudemos ver que a segurança deles foi observada cuidadosamente pela supervisão, o que nos deu confiança para a atuação voluntária dos nossos alunos", contam Bianca e Patrícia.

Durante as atividades desenvolvidas no laboratório, os estudantes utilizam equipamentos de proteção individual (EPIs), que incluem capote, touca descartável, protetor de sapatos descartável, óculos de proteção e máscara N95. Além disso, há uma rotina de higienização das mãos e dos objetos utilizados, como reforço à segurança de toda a equipe.

Retorno positivo

A parceria entre o curso de Biomedicina e o Lacen-RJ surgiu a partir de uma necessidade de mão de obra na unidade. O diretor geral do laboratório, Cledmilson Dutra Barboza, conta que, no início da pandemia, parte do quadro de funcionários do laboratório teve que se afastar das atividades, por terem mais de 60 anos. "Os voluntários da Unirio foram de vital importância para que o laboratório conseguisse manter seu atendimento à população", avaliou.

Na avaliação de Barboza, a atuação dos voluntários da UNIRIO tem sido a melhor possível. "É uma satisfação ter em nosso meio um grupo de alunos com compromisso sério e competentes em sua esfera de atuação. Temos muito a agradecer a estes destemidos e valorosos guerreiros", elogia.

Para os estudantes, o retorno também é bastante positivo. "Não é todo dia que temos a oportunidade de trabalhar com doutores e PhDs, par a par, em uma iniciativa tão nobre como essa", comenta o voluntário Leonardo Vieira Lins.

A colega Beatriz Ferreira da Silva concorda. "Embora possua um receio em relação a exposição de risco que a atividade proporciona, acredito que fiz a escolha certa ao me voluntariar, pois desta forma posso oferecer minha contribuição ao nosso sistema público de saúde no combate ao coronavírus. Além disso, atuar ativamente durante a pandemia é de grande importância para minha formação como biomédica, visto que me proporciona experiência e oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos durante minha formação", reflete a estudante.

No que depender das professoras Bianca Ramos e Patrícia Costa, a parceria será mantida e, quem sabe, ampliada. "Pretendemos viabilizar, junto ao Lacen-RJ e a outros setores da Secretaria de Estado de Saúde, campo para estágio dos alunos da Unirio. Nossos discentes possuem formação acadêmica e atitudes reconhecidas na área da pesquisa. Acreditamos ser possível ampliar a atuação na área de diagnóstico e gestão em saúde, pois estas também são áreas de expertise do profissional biomédico. Temos certeza que bons frutos serão colhidos", ressaltam.


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