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A matemática está mesmo em tudo? E em todos?

por Comso publicado 24/10/2017 14h40, última modificação 25/10/2017 09h18

Para discutir o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2017 e da 15ª Semana de Integração Acadêmica da UNIRIO (SIA), A matemática está em tudo, uma mesa-redonda realizada na noite desta segunda-feira, 23 de outubro, reuniu especialistas da UFRJ, da Fiocruz e da UFF. A atividade, que contou com a participação de estudantes e docentes, integrou a programação do Centro de Ciências Exatas e Tecnologia (CCET) para a Semana.

Após destacar que a matemática sempre esteve em tudo, mas que agora está ainda mais, o professor titular da Coppe/UFRJ Jayme Szwarcfiter apresentou um panorama do desenvolvimento do campo, desde os primeiros tempos da humanidade – com os sistemas mais primitivos de numeração – até hoje, em que a matemática é base na geração da enorme quantidade de dados que trafegam na internet.

Szwarcfiter destacou técnicas matemáticas atuais presentes e necessárias ao dia a dia, como os sistemas criptográficos utilizados pelos bancos e a mineração de dados, essencial para trabalhar com informações disponíveis na rede. O professor encerrou sua fala com a Poesia Matemática, de Millôr Fernandes: “Às folhas tantas do livro matemático/ um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita./ Olhou-a com seu olhar inumerável/ e viu-a do ápice à base uma figura ímpar;/ olhos rombóides, boca trapezóide,/ corpo retangular, seios esferóides./ Fez de sua uma vida paralela à dela/ até que se encontraram no infinito...” (leia a íntegra do poema).

Ciência e arte

O físico Paulo Colonese, da Fiocruz, ressaltou a importância de promover pertencimento para que a matemática não se configure como elemento de exclusão. Ele, que atua no projeto Ciência Móvel, do Museu da Vida, defende que os museus devem incentivar a interatividade e a participação dos visitantes, como forma de desenvolver a capacidade de pertencimento. “A matemática está em tudo, mas não está nos corações e nas mentes de nossas crianças. É preciso criar pertencimento para que as pessoas se sintam capazes de participar”, observou.

A literatura e as artes cênicas são aliadas neste processo, ressaltou Colonese. Ele elencou uma série de livros, peças teatrais, apresentações circenses e stand-ups, entre outros, elaborados sobre temas matemáticos, que podem servir como inspiração e ser utilizados por professores e educadores. Um dos livros mais famosos citados é O Homem que Calculava, de Malba Tahan, pseudônimo do professor brasileiro Julio César de Mello e Souza, que narra as aventuras e proezas matemáticas do calculista persa Beremiz Samir na Bagdá do século XIII.

Matemática no mundo real

Numa apresentação provocativa, o professor Carlos Mathias, do Departamento de Matemática da UFF, mostrou uma série de situações em que há tentativas de contextualizar a matemática no cotidiano, sem sucesso. Alguns exemplos foram de questões de livros didáticos, como “Maria achou um papel na rua e nele havia escrito um polinômio. Vamos ajudá-la a resolver?”, ou outra que mostra a trajetória irreal do chute de um jogador de futebol para que o estudante simplesmente resolva uma função.

Mathias também mencionou a intenção recorrente na matemática de se chegar sempre à resposta correta, sem possibilidade de questionamentos. “Precisamos da necessidade, do desejo e da curiosidade das pessoas para ter matemática, e por isso ela está em todo lugar. Podemos envolvê-las de modo mais real, sem a chatice do exato, do perfeito”, ponderou.

A Semana de Integração Acadêmica (SIA) e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2017 acontecem na UNIRIO até a próxima sexta-feira, 27. Confira a programação em http://www.unirio.br/siaunirio.


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