ILU AJÔ: UMA MUSICOLOGIA CANDOMBLÉ-ORIENTADA DA NAÇÃO KETU

Ilu-Ajô (forma ioruba para “encontro de tambores”) é uma continuação da minha dissertação de mestrado defendida no PPGM/UNIRIO (TAMARIT, 2017), na qual procurei compreender – a partir da biografia e da etnografia musical sujeito-centrada (RICE, 2003) – o papel da música na vida do meu babalorixá, o músico e agente cultural fluminense Claudecy de Souza Santos, também conhecido como Dofono D’Omolu. No atual projeto, pretendo mapear e analisar junto dele os "toques" do Xirê (sequência inicial de louvação das principais entidades cultuadas na nossa comunidade) como são executados no Ilê Axé Omolu Omim Layó (situado em Vila São João, São João de Meriti/RJ). Nosso objetivo é contribuir na construção coletiva de uma “musicologia candomblé-orientada” em base aos "princípios culturais" (FERREIRA, 2011; 2020) e aos valores civilizatórios afro-brasileiros que regem o fazer musical do candomblé baiano, suas "Artes Musicais" (NZEWI, 1997; 2007; 2020) – especificamente sobre o universo do que poderíamos denominar de complexo cultural Jeje-Nagô (BARROS, [1999] 2009), que envolve a Nação Ketu da qual sou membro.