AÇÃO E OBRA DE MULHERES COMPOSITORAS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

A presente pesquisa busca contribuir para a perspectiva feminista no campo da etnomusicologia brasileira ao observar a organização e a produção de mulheres compositoras residentes na cidade do Rio de Janeiro. Serão analisadas as suas formas de organização do trabalho coletivo, suas práticas e discursos (poéticos e musicais, incluindo seus gestos vocais, contribuindo também para o campo de pesquisa sobre canto popular brasileiro). Existe uma estética feminista/feminina? As perspectivas das diversas mulheres não foram trazidas com a devida recorrência na história oficial da música popular urbana brasileira. Se o feminismo busca propor uma alternativa à cultura do patriarcado, como pode a música popular servir para esse fim? Essas foram algumas questões levantadas durante o trabalho de campo e as respostas, ou algumas propostas para sair do modelo político e social dado estruturalmente (capitalista-branco-masculino-heteronormativo-europeu), são trazidas através das compositoras em suas obras e ações. Esse dois conceitos norteadores são utilizados a partir de Hanna Arendt e desenvolvidos através de teorias feministas, decoloniais e antirracistas para compreensão e registro da estética insubmissa das compositoras, também instrumentistas e cantoras, que participaram da pesquisa.