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A ESCUTA, LUGAR DAS MULTIPLICIDADES MUSICAIS

A Reescrita na perspectiva da composição musical se iniciou com investigações sobre processos de reescrita de obras por um mesmo compositor. Em seguida, este conceito foi ampliado para uma noção de transformação de elementos não conceituais perceptos e afectos oriundos da literatura e da arte . Propomos nesta pesquisa a transposição do sensível, da sensação, na criação de conceitos analíticos capazes de servir de orientação na compreensão de algumas obras do repertório contemporâneo em que a questão da reescrita e da transposição de idéias musicais ou trans-musicais estejam presentes. É neste sentido que a re-significção de conceitos se apresenta como efeito das sensações e a reescrita corresponde a procedimentos de proliferação, ampliação e deformação. Aliada à pesquisa desenvolvida paralelamente sobre a História da Teoria Musical e através da leitura de tratados publicados ao longo de mais de 300 anos, desde Zarlino até Arnold Schoenberg, pudemos observar a mutação permanente de conceitos que se referiam sempre à sensação. A multiplicidade e a singularidade expressiva se apresentaram então de maneira clara no entendimento da afirmação de Gilles Deleuze que escrever a história da filosofia era reescrever a filosofia, distorcendo-a. A música se revela, enfim como um campo de consistência em que a reescritura repete como diferença a sua própria história, cabendo à escuta, a lógica da sensação, a racionalidade musical. Dentro da multiplicidade e da mutação permanente cabe à lógica da sensação efetuar sua seleção e procurar nela, as forças e os agenciamentos que transformam um campo de consistência num território expressivo: as obras musicais.