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Exposição Dysangelium - novembro 2023

Dysangelium  foi um teatro-laboratório realizado em 1972 pelo diretor Ayrton Kerenski

[ex-aluno de Grotowski] e pelo ator Edgar Ribeiro. O espetáculo, na linha do teatro pobre de Grotowski, criou na época muita polêmica no meio intelectual.

Provocante, não havia contra-regras em cena. Só o ator e os seus únicos objetos de cena e coadjuvantes: um cravo, uma vela, um copo d’água, uma toalha de rosto e 28 testemunhas, um número máximo de espectadores permitido no exíguo espaço. Os 28 espectadores tinham de ficar, durante a encenação, descalços e sentados no chão ou sobre um pano para que o conteúdo emocional ficasse mais intenso.

Sobre Dysangelium, em crítica publicada no tabloide Opinião em 17 de dezembro 1973, disse o encenador e técnico teatral Fernando Peixoto:  “Dysangelium tem apenas um ator, Edgar Ribeiro, e ele é extraordinário, realizando um trabalho surpreendente com o corpo, os músculos e a voz Ele possui domínio absoluto de si mesmo e seu ritual é mágico, contagiante, extremamente teatral e poético, indispensável revelação de um ser humano entregue ao público numa cerimônia densa e criativa, iluminado apenas por um refletor, no início, depois por uma simples vela”.

Em 1975, Edgar Ribeiro convidou Roberto Cuíca para fotografar a sua peça. O resultado de uma semana de trabalho conjunto é um resultado ainda inédito composto por mais 250 fotos.

Essas fotos mostram que apesar do tempo, nosso corpo, nossas mutações, expressões, ruídos, formas, olhares, enfim, nossa vida que carregamos e expressamos através de nosso querido corpo e suas “limitações” foi e é sempre eterna e de vanguarda. Mesmo através dos sofisticados computadores com suas fabulosas transformações visuais, o corpo permanecerá a matriz de qualquer movimento e de expressão em vida.

Dysangelium foi uma palavra retirada do livro Anticristo {1888} do filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O autor, nesta obra, discute vários evangelhos e suas contradições. Dysangelium seria o antievangélico, segundo o pensador alemão, corrupções dos valores humanos e de natureza, desenvolvendo e construindo o antievangélico {Dysangelium}. 

Dysangelium  é composta por 35 fotos Preto Branco no formato 30x40 cm.  

 

Exposição Dysangelium 2            Exposição Dysangelium 3

 

 

Fotógrafo Roberto Cuíca

O fotógrafo da exposição Dysangelium, Roberto Cuíca, tem uma trajetória artística que abrange décadas e um profundo compromisso com a arte da fotografia.

Nascido em 15 de agosto de 1952, no Rio de Janeiro, Roberto Cuíca construiu uma carreira multifacetada que o levou a explorar diversos aspectos da fotografia.

Ao longo de sua carreira, Roberto trabalhou como fotógrafo, abrangendo áreas que incluem jornalismo, publicidade, design e educação.

Roberto possui licenciatura em Educação Artística em Artes Plásticas pela EBA/UFRJ. Essa formação enriqueceu sua compreensão da arte visual e influenciou profundamente seu trabalho fotográfico.

É também um professor dedicado de fotografia, tendo lecionado em várias instituições de ensino, incluindo a SME-Municipal RJ e a Seduc Estadual-Serrana II, em Nova Friburgo, RJ. Sua paixão por compartilhar conhecimento e inspirar outros fotógrafos é uma parte fundamental de seu legado.

Ao longo de sua carreira, Roberto Cuíca participou de várias oficinas de fotografia, aprimorando ainda mais suas habilidades e conhecimento na área. Seu compromisso com o aperfeiçoamento contínuo é evidente em sua obra.

Roberto marcou presença com diversas exposições memoráveis ao longo dos anos. Suas fotografias já foram exibidas em locais prestigiosos, como o Museu de Imagem e Som (MIS), o Museu de Arte Moderna (MAM), além de outros. Seu trabalho muitas vezes explora temas urbanos, arquitetônicos e culturais, revelando uma perspectiva única do mundo que nos rodeia.

Roberto Cuíca tem uma conexão profunda com a cidade do Rio de Janeiro, tendo capturado a essência da cidade em muitas de suas fotografias icônicas. Sua habilidade de transformar cenas cotidianas em obras de arte é uma característica distintiva de seu estilo.

Sua exposição Dysangelium é uma oportunidade para mergulhar em sua rica trajetória artística e apreciar a maestria de um fotógrafo que dedicou sua vida à arte da imagem. Suas fotografias contam histórias profundas e provocam reflexões.

 

Exposição Dysangelium 1

 

Jerzy Grotowski

Jerzy Marian Grotowski foi um diretor de teatro polaco e figura central no teatro do século XX, principalmente no teatro experimental ou de vanguarda.

Seu trabalho mais conhecido em português é "Em Busca de um Teatro Pobre", onde postula um teatro praticamente sem vestimentas, baseado no trabalho psicofísico do ator. A melhor tradução de "teatro pobre" seria teatro santo ou teatro ritual. Nele Grotowski leva as últimas consequências as ações físicas elaboradas por Constantin Stanislavski, buscando um teatro mais ritualístico, para poucas pessoas. 

 

O "teatro pobre" de Grotowski

Segundo Grotowski, o fundamental no teatro é o trabalho com a plateia, não os cenários e os figurinos, iluminação, etc. Estas são apenas armadilhas, se elas podem ajudar a experiência teatral são desnecessárias ao significado central que o teatro pode gerar.

O pobre em seu teatro significa eliminar tudo que é desnecessário, deixando um ator ou atriz vulnerável e sem qualquer artifício. Na Polônia, seus espetáculos eram representados num espaço pequeno, com as paredes pintadas de preto, com atores apenas com vestimentas simples, muitas das vezes toda em preto.

Seu processo de ensaio desenvolvia exercícios que levavam ao pleno controle de seus corpos para desenvolver um espetáculo que não deveria ter nada supérfluo, também sem luzes e efeitos de som, contrariando o cenário tradicional, sem uma área delimitada para a representação.

A relação com os espectadores pretendia-se direta, no terreno da pura percepção e da comunhão. Se desafia assim a noção de que o teatro seria uma síntese de todas as artes, a literatura, a escultura, pintura, iluminação, etc.

Exposição Dysangelium 4

 

 

A Exposição

 

Cartaz Exp Dysangelium

Cartaz Exposição

 

Exposição Dysangelium 1

Diretora Ana Carolina, Professora Tatiana Motta, Professor Zeca Ligiéro, Fotógrafo Roberto Cuíca

 

Exposição Dysangelium 2

Tatiana, Zeca e Roberto

 

Exposição Dysangelium 3

 

Exposição Dysangelium 4

 

Exposição Dysangelium 5

 

Exposição Dysangelium 9

Palestra [Des]Encontros de Grotowski no Brasil: esboço de uma cronologia, ministrada pela professora Tatiana Motta.

 

Exposição Dysangelium 10

Palestra [Des]Encontros de Grotowski no Brasil: esboço de uma cronologia, ministrada pela professora Tatiana Motta.

Exposição Dysangelium 11

Tatiana e Zeca

Exposição Dysangelium 12

 

Exposição Dysangelium 12