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Reitoria

Campus Pasteur 296

Avenida Pasteur, 296, Urca.

Ano de inauguração: estimado entre 1902 e 1930

Ano de incorporação à UNIRIO: 1980

fachada reitoria

Reitoria. Fonte: Acervo da Coordenação de Engenharia

Embora não tenham sido encontrados registros exatos do ano da construção do edifício que hoje abriga a reitoria, estima-se que ele tenha sido erguido entre 1902 e 1930, período em que Juliano Moreira foi diretor do Hospício Nacional de Alienados, uma vez que este edifício foi construído como anexo do Hospital para servir como sua residência. 

Após a saída de Juliano Moreira da direção do Hospital de Alienados, o casarão intercala períodos de abandono e períodos de uso por outras instituições, até ser finalmente ocupado, em 1980, pela Escola de Teatro e pelo Instituto Villa-Lobos, escolas que tinham como sede prédio da Praia do Flamengo, 132, ficaram desalojadas quando o prédio foi arbitrariamente demolido.

Estas escolas eram pertencentes a UNIRIO que passa então a fazer as reformas e adaptações necessárias para a plena utilização do edifício. No primeiro momento instala-se ali o Centro de Artes e posteriormente os setores administrativos da universidade, tal qual nos dias de hoje.  

Tombamento: A proteção municipal estabelecida pelo Decreto 20.048 de 11 de Junho de 2001, prevê que a demolição e alteração em edificações construídas até o ano de 1937 somente serão autorizadas após o pronunciamento favorável do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro.

O prédio da reitoria também foi um anexo  do antigo Hospital de Alienados, que é protegido pelo IPHAN, sob o processo º 503/T de 1972, embora o edifício não seja citado nominalmente no processo.

Arquiteto Responsável: Desconhecido

Uso e estado de conservação atual:

Atualmente o edifício abriga exclusivamente atividades administrativas ligadas à Reitoria, Vice-Reitoria e Pró-reitorias da UNIRIO. 

No térreo do volume central estão localizados os espaços de uso mais geral, como o hall e a Sala do Conselho e as salas da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) e da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC). No pavimento superior estão as salas e gabinetes da Reitoria e da Vice-Reitoria, assim como as salas de Reuniões e dos Eméritos. Na ala lateral direita do edifício estão localizadas as salas da Pró-Reitoria de Graduação, e na esquerda as salas da Pró-Reitoria de Pós-Graduação. 

As fachadas frontais das três alas são as que apresentam melhor estado de conservação atualmente, sobretudo no caso do volume principal. Ainda assim, especialmente nos volumes laterais é possível observar danos no revestimento na parte superior da parede e no beiral em decorrência de infiltrações do telhado. Em alguns trechos do beiral também se observam telhas cerâmicas esmaltadas faltando ou quebradas.

Já as fachadas laterais, posteriores e as voltadas para os interstícios entre os blocos são as que sofreram modificações e agressões mais importantes. Em diversos trechos destas fachadas o revestimento em pedra do embasamento foi substituído por um revestimento de argamassa apicoado, assim como ocorreu em algumas janelas, onde as cercaduras de pedra foram substituídas por moldura em massa apicoada. Também é possível observar nessas fachadas a sobreposição e justaposição de diversas camadas pictóricas com tonalidades diversas, além de alguns trechos de menor área sem pintura.

Também se observa grande quantidade de aparelhos de ar condicionado instalados nestas fachadas, sendo na maioria dos casos adaptados nas bandeiras fixas superiores da janela e, em outros, por meio de abertura de novos vãos nas paredes. Além disso, existem inúmeras tubulações de escoamento de águas pluviais e instalações elétricas aparentes instaladas nas fachadas.

Devido às sucessivas intervenções isoladas realizadas nos diferentes ambientes internos do edifício, o espaço interno foi bastante descaracterizado, conformando uma sucessão heterogênea de diferentes ambiências e materiais construtivos empregados. 

A escada atualmente está interditada devido a instabilidade de alguns elementos construtivos do andar superior. No hall, o piso original foi substituído por pedra ardósia, exceto sobre a linha da colunata em que permanecem alguns dos ladrilhos originais.

O acesso ao bloco lateral da Pró-Reitoria de Graduação é feito por uma rampa com piso de borracha pastilhada com inclinação acentuada e sem corrimão. Esse bloco possui um padrão de revestimento totalmente diverso do primeiro, com paredes com pintura branca, piso em porcelanato e divisórias laminadas entre as salas. 

O trecho que corresponde à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura apresenta um outro padrão de revestimento, com cerâmicas nas paredes até meia altura e piso vinílico. A antessala do Conselho apresenta ainda outro padrão, com revestimento de madeira nas paredes e divisórias de vidro.

Os locais onde o padrão construtivo original sofreu menores descaracterizações na parte interna são o segundo pavimento do bloco central, nas salas da Reitoria, Vice-Reitoria, Sala de Reuniões e dos Eméritos, e no bloco lateral da Pró-Reitoria de Pós Graduação.

Neste corredor, foi mantida aberta uma janela no revestimento da parede autoportante que expõe a técnica construtiva original.

O telhado principal atualmente apresenta bom estado de conservação e manutenção, exceto por alguns pontos das calhas de concreto que acumulam umidade e ocasionam infiltrações nas áreas inferiores. Algumas telhas esmaltadas do beiral também encontram-se quebradas ou faltando.

Descrição do bem:

A edificação possui estilo eclético bastante sóbrio, com grande influência neoclássica. O pavimento térreo do volume central e o embasamento (porão) dos blocos laterais possui revestimento de estereotomia em pedra. As paredes externas do corpo do edifício possuem pintura na cor bege em sua maioria, e o coroamento é feito por beiral neoclássico com pintura na cor azul. 

Ela é formada por um volume central principal interligado a duas alas laterais paralelas. O bloco central corresponde a uma casa de porão habitável, enquanto os blocos laterais, mais baixos, são edificados sobre porão simples. Não é possível afirmar se os três volumes foram construídos todos na mesma época.

O edifício possui espessas paredes externas de alvenaria autoportante, assim como no eixo do volume central, além de outras paredes mistas de alvenaria de tijolos cerâmicos e alvenaria de pedras com argamassa de barro. 

Os acessos frontais e posteriores são feitos pelos espaços entre o bloco central e as alas laterais, seja por portas que dão acesso ao pavimento térreo (porão habitável), ou por escadas que levam às varandas do segundo pavimento. Além destes, uma escada dupla nos fundos do bloco central também dá acesso ao pavimento superior.

No tramo frontal do edifício o beiral é encimado por telhas cerâmicas com pintura esmaltada feita à mão. As portas e janelas são emolduradas por cercaduras de pedra e, a fachada frontal do volume principal possui sacadas com gradis de ferro. As janelas térreas deste volume também possuem gradis. 

A maior parte das esquadrias das fachadas são originais, compostas por duas folhas e bandeira fixa nos pavimentos principais e por apenas duas folhas no térreo do volume central.

A cobertura do edifício é composta por um telhado de telhas cerâmicas de volumetria complexa em decorrência de interconexão dos 3 volumes. 

Além disso, existem outros telhados com diferentes padrões de telhas, sobretudo nas varandas e nas modificações e acréscimos construídas ao longo do tempo. Sobre o volume central do telhado existem ainda dois lanternins para iluminação e ventilação zenital das salas.

O hall de acesso no pavimento térreo é delimitado por uma dupla colunata onde se localiza a escadaria semicircular principal, atualmente interditada. A Sala do Conselho, também no térreo consiste em um auditório onde se realizam as sessões do Conselho Universitário da UNIRIO

A Sala de Reuniões e da Sala dos Eméritos, ambas localizadas no segundo pavimento e possuem mobiliário histórico que constitui parte dos bens integrados ao imóvel. 

Histórico:

Fachada da Reitoria - antiga

 Edifício da Reitoria. Fonte: Acervo da Coordenação de Engenharia

Em 1852 foi inaugurado o Hospício Pedro II ou Hospital Nacional de Alienados, no prédio atualmente ocupado pelo campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Avenida Pasteur, no 250. De acordo com o Centro Cultural do Ministério da Saúde, em 1902 Juliano Moreira foi nomeado diretor do Hospício Nacional de Alienados,  residindo na casa anexa. 

Em dezembro de 1930, Juliano Moreira foi destituído da direção do Hospício. Embora a data exata de construção do edifício seja desconhecida, acredita-se que tenha ocorrido no período em que Juliano Moreira foi diretor, que construiu o anexo ao Hospital para servir como sua residência.

Esta casa anexa é o edifício que hoje abriga a sede da Reitoria da UNIRIO. 

Na década de 1960, o casarão da Avenida Pasteur, no 296 tornou-se sede do Serviço Nacional de Doenças Mentais, conhecido como “Casa de Juliano Moreira”, tendo sido desocupado anos depois. 

O imóvel encontrava-se abandonado quando foi finalmente reocupado pela recém-criada UNIRIO em 1980, por ocasião da demolição do prédio da Praia do Flamengo, no 132, que forçou a transferência da Escola de Teatro e do Instituto Villa-Lobos para o novo endereço na Urca. 

Nesse período, após algumas intervenções no edifício com intuito de adaptá-lo para o novo uso, passou a funcionar ali o Centro de Artes da UNIRIO.

Novas mudanças sucessivas foram realizadas nos anos seguintes, sobretudo com a transferência do Centro de Artes para o endereço atual no campus da Avenida Pasteur, 436. Com o tempo, o edifício passou a abrigar apenas as atividades administrativas da universidade.