H. Dawid Korenchendler - Tributo - Álbum Digital
Este álbum é uma homenagem ao compositor carioca H. Dawid Korenchendler que apresenta suas obras que fizeram parte do concerto em sua homenagem realizado na Sala Cecília Meireles em abril de 2021, logo após o seu falecimento. Naquele momento, em meio à pandemia, músicos ligados ao Instituto Villa-Lobos, Doriana Mendes, José Wellington Santos, Hugo Pilger, Lúcia Barrenechea, Marco Lima, Marco Túlio de Paula Pinto e Sérgio Barrenechea, que tinham tocado suas obras em outras oportunidades se reuniram para realizar essa homenagem. Posteriormente, o mesmo grupo, agora aliado à Mariana Salles, decidiu realizar o registro das obras apresentadas neste álbum. Constam peças para violão solo, saxofone alto solo, piccolo solo, violino solo, piano solo, violino e piano, violoncelo e piano, e uma micro-ópera para soprano e violão.
H. Dawid Korenchendler, Praia Vermelha, 2014. Foto: Marcos Oliveira Feijó |
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Sobre o compositor
Korenchendler teve uma carreira bem destacada dentro do contexto da música de concerto nacional. Com presença constante nas salas de concerto do país, recebeu diversos prêmios e atendeu a várias encomendas durante sua vida. Filho de imigrantes judeus poloneses que perderam suas famílias na Segunda Guerra Mundial, Dawid declarou que a cultura judaica sempre teve uma grande influência na sua música.1
Dentre os principais gêneros para os quais o compositor escreveu estão: sinfonias, operetas, óperas, música de câmara, peças para instrumento solista e orquestra, peças para instrumento solo, aberturas para orquestra, dentre outros. Entre as obras premiadas destacam-se o Opus 1968, para orquestra, e Brincando com Bartók, para clarinete e cordas. De sua obra orquestral sobressai-se ainda a Sinfonia nº 1 - “Sinfonia das crianças”, o Gênesis: concerto para violino e orquestra, Abertura e Abertura Fantasia, ambas para orquestra, e o Concerto para piano e pequena orquestra.
Korenchendler foi um menino prodígio como pianista e compositor. Iniciou seus estudos de piano com Arnaldo Estrella, e matérias teóricas com Henrique Morelembaum. Posteriormente se aperfeiçoou em piano com Lúcia Branco, tendo como contemporâneo Nelson Freire. Aos nove anos de idade foi premiado pela composição de hino em homenagem a Santos Dumont na Semana da Asa, organizado pelo Ministério da Aeronáutica. Concluiu, em 1965, a habilitação para magistério primário através do Curso Normal do Instituto de Educação, atual ISERJ, e sempre mencionava sua formação no Curso Normal com muita honra. Graduou-se pela UFRJ em piano, composição e regência, tendo como professores Ilara Gomes Grosso, Raphael Baptista, José Siqueira, Henrique Morelenbaum e Roberto Duarte. Atuou como professor de Educação Musical da rede oficial de ensino do Município do Rio de Janeiro, e esteve no corpo docente do Instituto Villa-Lobos de 1977 a 2021, ensinando contraponto, composição e orquestração. Ali teve uma legião de alunos de todas as vertentes, se destacando os compositores Rodrigo Cicchelli, Daniel Rousseau, Marcio Conrad, Marcilio Lopes, Sergio Roberto de Oliveira, Tim Rescala e mais recentemente Henrique Machado e Ágatha Lima.
Ao longo de sua trajetória, participou de vários eventos de congregação e incentivo a compositores, muito comuns a partir das décadas de 1960, e em 1971, fez parte do grupo de compositores que criou a Sociedade Brasileira de Música Contemporânea (SBMC). Mais recentemente participou de inúmeras edições do Panorama da Música Brasileira Atual e do evento nacional mais importante da área, a Bienal de Música Contemporânea. Teve sua música sinfônica tocada pelas principais orquestras brasileiras como a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Sinfônica Nacional, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, atual OSESP, a extinta Orquestra Sinfônica da TV Cultura, a Orquestra Jovem do Rio de Janeiro, entre outras. Seu concerto para violino e orquestra foi tocado várias vezes pelo violinista Erich Lehninger sob a regência de Henrique Morelembaum na década de 1980.
Quanto ao seu estilo composicional, alguns estudiosos apontam para uma tendência eclética em sua produção musical, que dialoga com as formas clássicas, mas se destaca pela originalidade e criação pessoal.2 Uma outra corrente classifica a obra de Dawid como tendo um discurso sonoro de 'liberdade limitada', apontando que ele continua a tradição da música ocidental, mas introduz linguagens e expressões renovadas. Suas composições exploram novos caminhos, sem romper totalmente com o passado. Pode-se dizer que ele costuma usar diversas técnicas de composição com liberdade e de forma recorrente, e busca organizar seus trabalhos de maneira sistemática, criando uma linguagem musical própria.3 Destacam-se duas características mais frequentes e contrastantes do compositor: a melancolia e o humor.
Myrian Ribeiro Aubin destaca quatro fases em sua vasta produção, a primeira marcada por influência de compositores de destaque do início do século XX como Bartók, Stravinsky, Prokofiev e Shostakovich. A segunda fase teve forte influência da música de vanguarda. A terceira fase é considerada uma consolidação de sua linguagem musical a partir dessas primeiras influências. A quarta fase, a partir da década de 1990, é dominada por uma linguagem livre, mantendo uma escrita moderna.4
Sua obra coral é muito apreciada pelo público, regentes e coralistas, tendo destaque sua produção para coro infantil. Essa parte do seu repertório figura nos programas de vários corais pelo país afora. O compositor foi ganhador de vários concursos de composição de obras para coral. Com sua obra Ludus, foi vencedor do II Concurso Nacional de Composição para Coro Infantil da FUNARTE em 1980 e com sua obra Chambre Vide, com texto de Manuel Bandeira, foi medalha de prata no I Concurso Internacional de Composição Musical Cidade de Ibaguê na Colômbia em 1981.
Teve a primeira audição de suas Variações sobre o Hino Nacional Brasileiro, encomendada pelo governo alemão da época, executadas pelo Quarteto Marki, e entusiasmadamente aplaudidas pelo público de 500 pessoas no Simpósio Teuto-Brasileiro realizado em Bonn, capital da antiga República Federal da Alemanha em 1985.
Em 2000, participou do projeto Palavras Brasileiras de André Heller apresentado em 14 concertos no CCBB-RJ. Heller encomendou obras com textos históricos a vários compositores para traçar um panorama da história nacional desde o descobrimento. Ficou a cargo de Dawid musicar a Carta de Pero Vaz Caminha em um formato de revista musical em três movimentos. Em 2001, participou da comemoração do centenário da poetisa Cecília Meireles, apresentando sua obra Reinvenção com texto de Cecília Meireles na Biblioteca Nacional com os cantores Elizabeth Bernebé e Luciano Botelho, acompanhados por Laura Rónai na flauta, Hugo Pilger no violoncelo e o compositor ao piano.
Várias de suas obras foram registradas fonograficamente por importantes intérpretes nacionais como o seu Divertimento para violoncelo op. 58, registrado no disco 1 da coleção II Bienal de Música Brasileira Contemporânea (1977), por Alceu Reis, sua Acronon para piano, sopros e percussão, gravada por Caio Pagano, Orquestra Sinfônica Nacional sob a regência de Eleazar de Carvalho e sua Sonata In Tensa Ad Tensa (Sonata nº 4) para piano, gravada por Sonia Maria Vieira na coleção de LPs III Bienal de Música Brasileira Contemporânea (1979). No CD Fraterno (1995), lançado pela RioArte em parceria com seu colega Ernani Aguiar, gravou Abertura para orquestra sinfônica, Memórias (Variações sobre Bambalalão) e Sonata nº 6 – Apoteose em Si bemol ou Sonata do Jubileu para piano e Ballade des Pendus para coral. No CD Bambambulêlê (1997) do Coro Infantil do Rio de Janeiro, foi incluída sua obra Velha anedota, gravada sob direção artística de Elza Lakschevitz. A coletânea Estréias Brasileiras (1998), patrocinada pela Brasilcap, incluiu a sua obra Fragmenta II, uma homenagem a Erik Satie, pelos músicos Eduardo Monteiro, flauta, Harold Emert, oboé, José Botelho, clarineta, Philip Doyle, trompa, Noel Devos, fagote e Maria Teresa Madeira, piano. No CD Concerto de Louvação (1998) em homenagem ao Papa João Paulo II, organizado por Roberto Tibiriçá, foram registradas 5 obras inéditas dos compositores Ricardo Tacuchian, Ronaldo Miranda, Edino Krieger, Almeida Prado e H. Dawid Korenchendler, encomendadas pela prefeitura do Rio de Janeiro. A gravação foi realizada em concerto ao vivo na Sala Cecília Meireles pela RioArte. Dawid escreveu para essa ocasião sua Sinfonia nº 3 - Psalmi-Tehillim para coro, violino, dois violões, tímpanos e conjunto instrumental, com texto em latim e hebraico para conclamar a união ecumênica. Também teve obras gravadas no CD Música Brasileira para violino, violoncelo e piano (1995) com Jerzy Milewski, violino, Marcio Malard, violoncelo e Aleida Schweitzer, piano; no álbum O Cravo Brasileiro (2000) de Rosana Lanzelotte; no CD do Trio Solter-Justi-Fagerlande (2013); e no CD e DVD Brasileiríssimo: Encontros (2015) do Duo Barrenechea.
Notas
1. Tom Moore. David Korenchendler: An Interview. Música Brasileira from A to Z, 22 de maio de 2003. Disponível em: https://musicabrasileira.org/david-korenchendler-interview/. Acesso em 22 de mai.2025.
2. Maria Helena Pinto da Silva Elias. Criação contemporânea para piano no Brasil. Revista eletrônica de musicologia. Volume XIII - Janeiro de 2010. Curitiba: UFPR, 2010.
3. Ana Paula da Matta Machado Avvad. As Tendências Neo-Românticas na Música Brasileira Contemporânea para Piano. Revista eletrônica de musicologia. Volume XIII - Janeiro de 2010. Curitiba: UFPR, 2010.
4. Myrian Ribeiro Aubin. A aplicação de conceitos da História Cultural na Sonata no 11 de Dawid Korenchendler: a música erudita como fonte reveladora dos aspectos históricos. Temporalidades. Revista discente do PPG em História da UFMG. Vo. 7 n. 3 (2015): Edição 18. Belo Horizonte: UFMG, 2015.
Sobre o repertório do álbum
A obra Valseresta para violão solo, como o próprio nome sugere, é uma valsa que remete ao universo das serestas. Nela, se alternam momentos mais lânguidos, de caráter mais reflexivo, e trechos um pouco mais andados, de gestos mais rítmicos, que criam a expectativa de uma dança, para em seguida retornar à languidez inicial. A data de composição não consta da partitura, que obtivemos através de Maria Haro, também professora da UNIRIO, que foi uma das solistas da Sinfonia nº 3 - Psalmi-Tehilim de Korenchendler, em 1997. Ela se recorda de ter recebido a partitura da Valseresta em algum momento entre 2009 e 2013, mas não chegou a apresentá-la. Assim, é possível que no concerto em Homenagem a Korenchendler na Sala Cecília Meireles, em 2021, tenha ocorrido a estreia da peça.
O caráter lamentoso, tristoroso e dramático de ambas as Elegias, a primeira de 1962 e a segunda de 2009, transparece inicialmente pelo título, Elegia, sendo enfatizado tanto pelo subtítulo da Elegia 2, “Elegia para uma alma triste”, quanto pelo texto que lhe segue, uma espécie de dedicatória “Àqueles que escondem sob um riso cristalino uma profunda tristeza e seguem vivendo mesmo com sentimento de morte no coração...”. Os comentários do próprio compositor, que antecedem a partitura sob o título de “Algumas palavras”, ao mesmo tempo que contextualizam as duas peças, auxiliam o pianista em suas decisões interpretativas ao sugerir uma imagem sonora e ambiência, por sua vez, reforçadas pelas indicações precisas e minuciosas de agógica, variação de dinâmica e indicações idiomáticas, a exemplo do uso do pedal. Eis, aqui, o texto do compositor:
“Algumas palavras
Há 2 meses debrucei-me sobre minha primeira elegia erroneamente colocada em 1995 como Prelúdio, e, comparando os originais com a transcrição, dei-me conta do crime que cometera contra o Dawid, um adolescente de quatorze anos, que bradava por justiça e verdade, que não aceitava um documento maquiado, pseudo melhorado, mas que lhe roubava a autenticidade, mesmo que “incorreta”, da juventude. Restabeleci a verdade e juntei-a à Elegia 2, obra recente.
Ficam claros na elegia número 1 uma grande oscilação de linguagem e um descomprometimento formal, e até mesmo uma estranha e desnecessária, porém mantida(!), inversão de mãos, do início ao compasso 6, mas talvez estes sejam os bens mais preciosos desta peça. Fascina-me hoje o “drama” que a percorre, o “vazio” que desenhei no início e no fim, o retrato mais ou menos fiel de um tempo que, ainda bem (!), não se perdeu ...
Faço, portanto, as pazes com o Dawid adolescente. Creio que ele não me incriminará por certas “liberdades” tomadas. Refiro-me a detalhes gráficos, conforme uso atualmente, uniformizando as edições recentes (...). Pode haver uma ou outra nota errada, o que não turva a autenticidade da obra.
Em tempo: a Elegia 2, “Elegia para uma alma triste”, nasceu de uma conversa com uma amiga, que, contando-me sua vida, dissabores, amarguras, mas sempre com humor, definiu-se como “uma alma triste”, e dito isto, prometo não compor mais Elegias ...
Rio, 10/05/2009
H.D.K.”
Dedicada a Hugo Pilger e Lúcia Barrenechea, a peça De Webern a Brahms: metamorfoses… é estruturada num tema com sete variações. No Tema, a série de 12 sons é usada integralmente duas vezes no violoncelo e uma vez no piano, num andamento muitíssimo lento, fazendo uma alusão direta ao compositor austríaco Anton Webern. A Variação I contrasta tanto no andamento (Allegro e depois um Moderato), quanto no caráter, explorando a diversidade de fórmulas de compasso. Na Variação II, semicolcheias na mão esquerda do piano trazem uma dimensão mais maquinal à esta parte da obra. Já na Variação III, um Moderato empresta uma atmosfera mais tranquila, que volta a ser quebrada na Variação IV. A Variação V possui um caráter mais lírico, que reverbera na curta Variação VI. A Variação VII é um Lento e apassionato, repleto de nostalgia e uso da polirritmia 2 contra 3, tão cara a Brahms. A sensação para o ouvinte é exatamente o que o título desta bela obra sugere: a metamorfose de uma música serial numa de caráter digna do alto romantismo alemão.
Composta em 1995, a Suíte para Saxofone Alto explora a expressividade e a versatilidade do instrumento através de quatro movimentos distintos. O Prelúdio destaca o lirismo do saxofone com melodias sinuosas. SambChor brinca com elementos e ritmos característicos do samba e do choro. La Valse? joga com a instabilidade do acompanhamento tradicional da valsa (um-pa-pa) pela inserção de compassos binários. Brubeckly, Kornly, alude ao estilo do pianista David Brubeck (notadamente no álbum Time Out) utilizando compassos alternados e assimétricos característicos, permeados pelo estilo próprio de Korenchendler. O encerramento da suíte apresenta uma reminiscência do movimento inicial, mantendo sua atmosfera enigmática.
A obra Desconstrução, para piccolo solo, foi composta em 2005 e dedicada a Geraldo Moreira, flautista aposentado da Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que estreou em 2007. Dawid aplica uma inversão na ordem natural da forma tema e variações, iniciando a peça com a última variação, de número 6, e “regredindo” a sequência de variações até surgimento do tema, sétimo movimento. Para encerrar, o compositor incluiu uma coda con fuoco que finaliza a obra com grande impacto. Ao aplicar esse planejamento, o compositor remete a ideia de desmonte ou desconstrução do título. O piccolo é explorado em toda a sua extensão ao longo da música, incluindo momentos bem líricos em contraste com uma dramaticidade extrema.
Dedicada à Lúcia Barrenechea, a Sonata nº 14 – “Eu e os outros” foi escrita em 2018, sendo estreada neste mesmo ano no Centro de Artes da UFF em Niterói-RJ. A obra, escrita em três movimentos, remete à linguagem jocosa adotada por Korenchendler em muitas outras composições. Para isso, lança mão de citações de obras de compositores admirados por ele. Além das citações, os títulos dos movimentos e indicações de caráter e andamento também são carregados de humor. O primeiro movimento, "O metrônomo ensandecido" evoca a imagem sonora deste aparelho de maneira insistente e nervosa. O segundo movimento, que tem o título "O amor e meu amigo Pierrô ‘au Clair de Lune’ (Em três partes: O amor ‘au Clair de Lune’, Meu amigo Pierrô – Tema e duas variações – e Mais uma vez o amor ‘au Clair de Lune’)" é uma homenagem divertidíssima a Debussy, mostrando toda a verve humorística de Korenchendler. Também carregando um longo título, o terceiro movimento, "A batalha final, com a participação do Príncipe Alexander Nevsky, do Jedi Luke Skywalker e dos canhões do General 1812, sob a direção de ‘Maistre’ Janequin (Em cinco partes: O Príncipe, O Jedi, Os canhões do General, ‘Le Maistre’ Janequin e ‘Coda mishmash’)", segue com as citações de obras famosas, dessa vez com John Williams, Prokofiev e Janequin. Ao longo dos três movimentos da sonata, Dawid Korenchendler esbanja sua intimidade com o piano, explorando sonoridades e texturas do instrumento como somente grandes compositores sabem fazer.
A Sonata para violino solo de Dawid Korenchendler data de 1991, sendo estreada na Bienal de Música Contemporânea daquele ano por Paulo Bosísio. Em 3 movimentos contrastantes, a Sonata se pauta sobre uma escrita violinística altamente virtuosística, com utilização de muitas cordas duplas e pizzicatos de mão esquerda. O primeiro movimento - Andante Angosciato - faz uso de contrastes dinâmicos súbitos, em construção ora melódica, ora contrapontística em vozes que conversam entre si. Notável é a escrita totalmente idiomática para o violino, demonstrando controle técnico composicional de alto nível, que reflete na fluência das partes angustiantes para as de caráter cantabile. Já o segundo movimento - Lírico - demanda do intérprete cuidado especial com a utilização de cordas duplas em forma de melodias a duas vozes. O terceiro movimento - Allegro molto - evoca a brasilidade de Dawid, em caráter dançante, em movimento de ondas que se sucedem às vezes aumentadas, às vezes encurtadas, quase como um verdadeiro espetáculo do mar.
A obra Paganini ante speculum Paganinique - Thema variatinesque, para violino e piano foi escrita em 2019, sendo provavelmente sua última composição acabada. Antes de sua conclusão, a cada encontro casual nos corredores do Instituto Villa-Lobos da Unirio, podíamos ouvir Dawid comentando efusivamente sobre a que seria sua escolhida obra prima, composta a partir do tema do capricho número 24 para violino solo de N. Paganini. De vez em quando, trazia para Mariana Salles um trecho da música para tirar alguma dúvida quanto à escrita violinística. Tema não escolhido por acaso, como escrevia desde o princípio para as colegas Mariana Salles (violino) e Lúcia Barrenechea (piano), duo para o qual a obra é dedicada, Dawid, a partir do movimento espelhado da melodia Paganiniana - daí Paganini ante speculum - desenvolve-o em forma de variações, com sua típica escrita humorística. Aqui e acolá inclui citações de obras consagradas. De vez em quando ouvimos gargalhadas sonoras em forma de passagens cromáticas no violino, como escrevera também Paganini. Pautada sobre uma escrita violinística altamente virtuosística, com utilização de muitas cordas duplas, pizzicatos, acordes e harmônicos, Dawid parece ter aproveitado do idiomatismo presente em seu homólogo. Assim como em sua obra para violino solo, contrastes dinâmicos súbitos, em construção melódicas ou contrapontística fazem parte do material composicional que totalizam 14 variações com duas cadências, uma para violino e outra para o piano.
A Micro-Ópera-Pantomima Drama Urbano de H. Dawid Korenchendler foi escrita para soprano e violão em 2008, especialmente para o Duo de Doriana Mendes e Marco Lima, e estreada na III Bienal de Música Contemporânea de Mato Grosso no mesmo ano. Segundo o compositor, este gênero congrega uma ação completa e a realização de gestual para viver as cenas, sendo por isso designado por micro-ópera-pantomima. O compositor concebeu sete movimentos para compor seu Drama Urbano: I- Lamento, II- O Encontro, III- Dormir e Sonhar, IV- Alvorada, V- Dança da Blatta Orientalis, VI- A Discussão e VII- Requiem. Cada movimento, ou melhor, cada cena tem a duração de pouco mais de um minuto e em sequência, narram a história de uma mulher solitária que se lamenta da sua condição em meio às tarefas cotidianas ao chegar em casa. A linha vocal é quase que totalmente construída em vocalises articulados de diferentes formas sobre a vogal 'A'. Há ainda frases em bocca chiusa e Sprechgesang apresentando um vocabulário muito expressivo e um domínio da escrita vocal por parte do compositor. Violão e voz estabelecem um diálogo muito estreito desde o primeiro movimento e somente no último há a inclusão de texto (“Alô” e “Não”) para a soprano, quando a personagem recebe a notícia da morte do amado. Na coda da última cena, o Requiem, o compositor inclui o texto cantado em latim e faz uma citação, na linha do instrumento, da Lacrimosa do Requiem de W.A. Mozart. Irreverente, outra ousadia do compositor é o pedido para o violonista tocar este último trecho deitado no chão, como um morto.
Sobre os intérpretes
Marco Túlio de Paula Pinto, Lúcia Barrenechea, Sérgio Barrenechea, Doriana Mendes, Marco Lima, Hugo Pilger, Mariana Salles e José Wellington Santos, àlbum "Tributo", 2025.
Doriana Mendes é professora de Canto na UNIRIO, Adjunto IV, vinculada ao Departamento de Canto e Instrumentos de Sopro, atua na graduação e na pós (PPGM e PPGAC). Cantora, atriz e bailarina, natural de Bauru (SP). Doutora e Mestre em Música pela UNIRIO onde graduou-se Bacharel em Canto na classe de Eliane Sampaio. Em sua tese discutiu “O Discurso Não-Semântico na Música Eletrovocal”; através de obras de Luciano Berio, Leo Kupper e Trevor Wishart. Obteve bolsa do CNPq e da FAPERJ (Mestrado Nota 10), desenvolvendo pesquisa sobre o intérprete contemporâneo. É membro fundador da ABRAPEM (Associação Brasileira de Performance Musical). Realizou o VI SIMPOM (Simpósio Brasileiro de Pós- Graduandos em Música) na função de presidente da comissão organizadora, em novembro de 2020, em sua primeira versão totalmente online com enorme êxito no meio acadêmico, através do apoio da CAPES. Convidada da mostra Perspectivas Sonoras 2022 pelo Centro Mexicano de la Música y las Artes Sonoras (CMMAS) com o concerto online inédito Evoé Maria! Apresentando quatro novas obras eletrovocais inspiradas na obra da artista plástica Maria Martins. Estreou em 2019 a ópera eletroacústica “Helena y su ventríloquo” no Festival MUSLAB (México-DF), lançada como ópera-filme no XVII Festival Visiones Sonoras (2021), realizado online pelo CMMAS. Em 2016 protagonizou a estreia da ópera Medeia de Mario Ferraro na 1a edição da Bienal de Ópera Atual, pela FUNARTE. Apresentou-se na Alemanha, França, Irlanda, Portugal, Chile, Bolívia, Argentina, México, New York (EUA) e em todos os estados do Brasil. Com o Duo Laguna obteve o 1o prêmio no Concurso Souza Lima 1999 e foi solista do Calíope, Prêmio Carlos Gomes 2002. Realizou em 2011/2012 junto ao Quarteto Colonial mais de 100 concertos na tournée Sonora Brasil-SESC, a maior série de circulação de música nacional. Sua discografia conta com mais de 20 CDs publicados.
José Wellington Santos é teresinense, bacharel em piano, mestre e doutor em práticas interpretativas pela UNIRIO onde também integra seu quadro docente do IVL como professor de percepção musical e música de câmara desde 1995. Parte de sua tese de doutorado, sobre a escrita para piano do compositor Edino Krieger, foi desenvolvida na Universidade de Aveiro/Portugal como bolsista da Capes. Estudou piano com Orlânia Freire, Francisco Colares de Paula, Estela Caldi, Luiz Carlos Moura Castro e Homero de Magalhães. Participou como jovem talento das primeiras edições do Festival Liszt do Rio de Janeiro. Gravou CD o peregrino de Assis com o Coro de Câmara Pró-arte, sob a direção musical de Carlos Alberto Figueiredo. Participou do CD o som de Almeida Prado (PPGM/Capes) no qual interpreta obras para piano solo e de câmera. Com a soprano Doriana Mendes, gravou três ciclos de canções do compositor Paulo Chagas, da memória, dos olhos e da areia, lançado pelo selo belga Sub-Rosa. Mantém com o trompetista Nailson Simões duo dedicado ao repertório dos séculos XX e XXI, com quem gravou o CD música brasileira do século XXI para trompete e piano. Com a pianista Lúcia Barrenechea mantém o Duo Lado Piano dedicado ao repertório para piano a 4 mãos. Tem atuado como pianista e professor em festivais e projetos ligados à divulgação da música brasileira atual (Pauta contemporânea, SESC Partituras, Música na Belle époque Paris/Rio 1900 e Canto do mundo/CCBB), além de contribuir para a formação de músicos atuantes na cena musical do Brasil e exterior. Desde 2023, tem explorado o universo sonoro da improvisação livre com o Coletivo Revoada, quarteto formado por Cliff Korman, Alexandre Fenerich e Pitter Rocha.
Doutor em Música, Hugo Pilger é professor de violoncelo da UNIRIO e membro do Trio Porto Alegre. Compositores como Ernst Mahle, Ricardo Tacuchian, Ernani Aguiar, Maurício Carrilho, Wagner Tiso, Marcos Lucas, Leandro Braga, Marcelo Carneiro, Francis Hime, dentre outros, dedicaram-lhe importantes obras. Em sua discografia destacam-se os álbuns “Hugo Pilger interpreta Ernani Aguiar”, “Ernst Mahle, a integral para violoncelo e piano”, “Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para violoncelo e piano”, vol. I e vol. II e “Claudio Santoro: a obra integral para violoncelo e piano” com os quais tem obtido excelentes críticas e premiações. É autor do livro "Heitor Villa-Lobos, o violoncelo e seu idiomatismo". Recebeu o "Prêmio Profissionais da Música 2018" na categoria "Instrumentista Erudito” e indicações ao Grammy Latino de 2012 e 2021. Gravou dezenas de programas de televisão dedicados aos quartetos de cordas e obras para violoncelo e piano de Heitor Villa-Lobos e seus pares.
A pianista Lúcia Barrenechea é professora titular de piano e música de câmara no Instituto Villa-Lobos da UNIRIO, onde também coordena o PROEMUS - Mestrado Profissional em Ensino das Práticas Musicais. Realizou seu bacharelado em piano na Universidade Federal de Goiás, mestrado na Universidade de Boston (EUA) e doutorado na Universidade de Iowa (EUA). Atuando intensamente como solista, Lúcia Barrenechea apresenta-se regularmente em recitais por várias cidades brasileiras. Também atuou como solista em concertos com várias orquestras brasileiras. Reconhecida como notável pianista camerista, tem se apresentado com grandes nomes em destaque no cenário nacional e internacional, em turnês no país e no exterior. Tem sido frequentemente convidada para atuar como professora dos mais diversos festivais de música do país. Com seu marido, o flautista Sérgio Barrenechea, forma desde 1989, o Duo Barrenechea, com quem gravou a integral de obras para flauta e piano de Francisco Mignone, um álbum de música francesa para flauta e piano e o álbum Brasileiríssimo, com obras de compositores brasileiros. Ela também gravou dois CDs de obras brasileiras para piano solo, Saracoteio e Pra Piano, e outro com trios para violino, violoncelo e piano com a violinista Mariana Salles e o violoncelista Marcelo Salles. Em 2013 lançou, em parceria com o violoncelista Hugo Pilger, o CD/DVD “Presença de Villa-Lobos na Música Brasileira para Violoncelo e Piano” e, em 2017, na forma de CD duplo, o 2º volume desse projeto, que completa a gravação da obra integral para violoncelo e piano deste ilustre compositor brasileiro. Atualmente, dedica-se a explorar o repertório latino-americano contemporâneo para piano solo e para duos de piano com flauta e com violino. Em 2024 realizou turnê na Argentina com a violinista Mariana Salles, apresentando obras de compositoras brasileiras e argentinas.
Marco Lima iniciou seus estudos de música com o professor Marcos Guimarães em Niterói (RJ), sua cidade natal. É Bacharel em Violão e Mestre em Música pela UNIRIO, tendo sido orientado por Maria Haro na graduação e por Nicolas de Souza Barros no mestrado. Com Bolsa do DAAD (Serviço de Intercâmbio Acadêmico Alemão), radicou-se na Alemanha e graduou-se Mestre em Violão pela Hochschule für Musik Karlsruhe na classe de Andreas von Wangenheim. Posteriormente, estudou com Tilman Hoppstock na Akademie für Tonkunst Darmstadt e mais recentemente concluiu o Doutorado em Música na UFRJ, sob a orientação de Márcia Taborda. Premiado 15 vezes em concursos de interpretação, foi o vencedor de seis deles. Já se apresentou na Alemanha, Itália, França, Suíça e em importantes salas brasileiras. Lecionou na UFRJ (como professor substituto entre 2007 e 2008 e em 2016), no CEIM-UFF (Centro de Estudos e Iniciação Musical da UFF) e no Badisches Konservatorium em Karlsruhe (Alemanha). Atualmente, mantém duo com a soprano Doriana Mendes e com o violonista Nicolas de Souza Barros. Integrou o Karlsruhe Guitar Quartet, o Quinteto Violão Real, o Quarteto Carioca de Violões e a Camerata de Violões. Gravou o CD Danças Brasileiras (Quarteto Carioca de Violões - 2009) e o DVD Cordas Clássicas (Camerata de Violões – 2018, no prelo) e participou dos CDs Violões da AV-Rio II (2004) e Violões da AV-Rio III (2009).
Marco Túlio de Paula Pinto é doutor e mestre em Música pela UNIRIO e bacharel em saxofone pela UFRJ, Marco Túlio é professor associado na UNIRIO, onde atuou como coordenador do PROEMUS entre 2020 e 2022. Sua experiência musical inclui a participação na UFRJazz Ensemble e a posição de membro-fundador, chefe de naipe e primeiro saxofonista da Banda Filarmônica do Rio de Janeiro. Participou dos Painéis Funarte para Bandas de Música em diversas edições (2014 a 2019). Marco Túlio também contribuiu para a literatura musical como autor do livro "Saxofone Fácil" (Irmãos Vitale) e coautor do "Manual do Mestre de Banda de Música" (FAPERJ). Em sua trajetória, colaborou com nomes importantes da MPB como Nivaldo Ornelas, Gilson Peranzzetta e Luiz Melodia, entre outros, e atualmente integra o quarteto Belle Époque, com o qual lançou o CD Da Independência à Modernidade ‒ 100 anos de Música.
Marco Túlio de Paula Pinto é doutor e mestre em Música pela UNIRIO e bacharel em saxofone pela UFRJ, Marco Túlio é professor associado na UNIRIO, onde atuou como coordenador do PROEMUS entre 2020 e 2022. Sua experiência musical inclui a participação na UFRJazz Ensemble e a posição de membro-fundador, chefe de naipe e primeiro saxofonista da Banda Filarmônica do Rio de Janeiro. Participou dos Painéis Funarte para Bandas de Música em diversas edições (2014 a 2019). Marco Túlio também contribuiu para a literatura musical como autor do livro "Saxofone Fácil" (Irmãos Vitale) e coautor do "Manual do Mestre de Banda de Música" (FAPERJ). Em sua trajetória, colaborou com nomes importantes da MPB como Nivaldo Ornelas, Gilson Peranzzetta e Luiz Melodia, entre outros, e atualmente integra o quarteto Belle Époque, com o qual lançou o CD Da Independência à Modernidade ‒ 100 anos de Música.
Mariana Salles é professora de violino, repertório orquestral e música de câmara na UNIRIO. Participa ativamente nas Bienais de Música Contemporânea no Rio de Janeiro. Em sua discografia própria constam os CDs: “Integral das Sonatas para violino e piano de Claudio Santoro”; “Mosaico” com peças para duo de violino e violoncelo de compositores brasileiros; “Mosaico II” de duos para violino e viola, no qual toca os dois instrumentos; Deuxiéme Trio de Villa-Lobos, Fantasia de Franck Bridge e Trio de Michael Colina; e “As duas sonatas para violino e piano do compositor brasileiro Glauco Velasquez”, em parceria com o pianista francês François Pinel, lançado pelo selo da Academia Brasileira de Música. É integrante dos grupos ABSTRAI Ensemble e Grupo Plurisons, especializados em música contemporânea, assim como mantém, em duo com a pianista Lúcia Barrenechea, trabalho de pesquisa e difusão do repertório brasileiro e latino americano para violino e piano.
Sérgio Barrenechea é professor titular de flauta transversa no Instituto Villa-Lobos da UNIRIO. Concluiu seu bacharelado em flauta na Universidade de Brasília e seu mestrado no Boston Conservatory, EUA. Realizou seu doutorado na University of Iowa, EUA, onde teve oportunidade de se apresentar em master-classes de renomados flautistas como Julius Baker, Walfrid Kujala, Carol Wincenc e Keith Underwood. Atuou como solista com o La Fosse Baroque Ensemble, a Orquestra Filarmônica de Goiás, a Orquestra Jovem de Brasília, a Orquestra Sinfônica de Goiânia, a Orquestra de Câmara Goyazes, a Orquestra da UNIRIO, a Orquestra de Santa Maria-RS e a Sinfonietta Carioca. Foi primeiro flautista da Orquestra Filarmônica de Goiás e atuou como músico convidado da Orquestra do Teatro Nacional Cláudio Santoro, da Cedar Rapids Symphony Orchestra e da Orquestra Sinfônica Brasileira. Atua com o Duo Barrenechea e o Quinteto Brasília, realizando diversos concertos em cidades brasileiras e estrangeiras. Participou como artista e professor de vários eventos e festivais como as Convenções Anuais da National Flute Association nos EUA, o Toronto Latin Flute Festival, o Festival Internacional de Flautistas no Peru, o Festival de Campos do Jordão, o Festival Villa-Lobos, e várias edições do Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília e do Festival Conexões Musicais-UFF/UNIRIO. É o idealizador do Encontro Carioca de Flautas, da Orquestra Carioca de Flautas e do Festival Orquestras Sociais, todos com apoio da UNIRIO. Coordenado o projeto de extensão “Difusão Musical Colaborativa” que realiza várias produções de concertos, festivais e registros audiovisuais, inclusive gerenciando o canal MúsicaUNIRIO no YouTube. Lançou os seguintes produtos frutos de suas pesquisas, fazeres artísticos e colaborações: CD “Duo Barrenechea - Momentos em Paris” (2008), CD “Quinteto Brasília – Brincadeira a Cinco” (2009), CD Triplo “A Música para Flauta de Francisco Mignone” (2010), DVD “Duo Barrenechea – Brasileiríssimo: Encontros (2015) e o livro de partituras “A Música para Flauta e Piano de Francisco Mignone” (2016).
Repertório do álbum digital - H. Dawid Korenchendler - Tributo
H. Dawid Korenchendler (1948 – 2021)
Valseresta
Marco Lima, violão
Duas Elegias para piano solo (2009)
José Wellington Santos, piano
De Webern a Brahms: Metamorfoses... (2013)
Hugo Pilger, violoncelo e Lúcia Barrenechea, piano
Suíte para sax alto (1996)
Marco Túlio de Paula Pinto, sax alto
Desconstrução (2005)
Sérgio Barrenechea, piccolo
Sonata no 14 – “Eu e os outros” (2018)
Lúcia Barrenechea, piano
Sonata para violino solo (1991)
Mariana Salles, violino
Paganini ante speculum Paganinique – Thema variatinesque (2019)
Mariana Salles, violino e Lúcia Barrenechea, piano
Drama Urbano (2008) – Micro-ópera pantomima
I - Lamento / II - O Encontro / III - Dormir e Sonhar / IV - Alvorada / V - Dança da Blatta Orientalis/ VI - A Discussão / VII – Requiem
Doriana Mendes, soprano e Marco Lima, violão
Ficha técnica
Gravação realizada entre 25 de maio e 3 de junho de 2022 na Sala Villa-Lobos do Instituto Villa-Lobos.
Captação
Roberta Corrêa e Sérgio Barrenechea
Filmagens e Fotos
Jackeline Nigri, Leo Aversa, Marcos Oliveira Feijó, Pedro Barrenechea e Sérgio Barrenechea
Produção executiva, Projeto Gráfico, Edição de Som e Imagem, Mixagem e Masterização
Sérgio Barrenechea
Mixagem das faixas 20 a 32: Mariana Salles
Texto
Doriana Mendes, José Wellington Santos, Hugo Pilger, Lúcia Barrenechea, Marco Lima, Marco Túlio de Paula Pinto, Mariana Salles e Sérgio Barrenechea
Este é um produto do Projeto de Extensão “Difusão Musical Colaborativa”, coordenado por Sérgio Barrenechea e desenvolvido no Instituto Villa-Lobos da UNIRIO.
Agradecimentos
Maria Luiza Korenchendler
Alessandra Korenchendler
André Leonardo Korenchendler
Aaron Korenchendler
José Da Costa, reitoria da UNIRIO
Bruna Nascimento, vice-reitoria da UNIRIO
Luana Azevedo de Aquino, pró-reitoria de graduação da UNIRIO
Cleonice Alves de Melo Bento, pró-reitoria de pós–graduação, pesquisa e inovação da UNIRIO
Vicente Aguilar Nepomuceno de Oliveira, pró-reitoria de extensão e cultura da UNIRIO
Sidney Cunha de Lucena, pró-reitoria de planejamento da UNIRIO
Jeremias da Cunha Lemos Garcia, pró-reitoria de administração da UNIRIO
Paola Orcades Meirelles, pró-reitoria de gestão de pessoas da UNIRIO
Zeca Ligiéro, decania do Centro de Letras e Artes
Marcelo Carneiro, direção do Instituto Villa-Lobos
Almir Côrtes, Estúdio Radamés Gnattali da UNIRIO
Maico Lopes, Chefia do Departamento de Canto e Instrumentos de Sopro
Dhyan Toffolo, Chefia do Departamento de Piano e Cordas
Marcos Lucas, Chefia do Departamento de Composição e Regência
Sílvia Sobreira, coordenação do Programa de Pós-Graduação em Música - PPGM
Lúcia Barrenechea, coordenação do Programa de Pós-Graduação no Ensino das Práticas Musicais - PROEMUS
Produzido pelo canal MúsicaUNIRIO,2025.
O encarte do álbum está disponível em formato pdf. Clique na foto da capa do "H. Dawid Korenchendler - Tributo" abaixo!
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