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Escola de Educação

>> Atualização do CURSO DE FÉRIAS <<

 

Informamos que não foi possível divulgarmos hoje a confirmação da inscrição no curso de férias, conforme divulgado anteriormente.

Ainda estamos trabalhando em alguns ajustes técnicos que se fizeram necessários.

Assim que for possível, vamos enviar e-mail aos inscritos e informar no site da Escola.

 

Escola de Educação

07/11/2025

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À comunidade acadêmica e à sociedade carioca e fluminense,

Em momentos de tensão, é fundamental recuperar o papel da Escola de Educação, onde professores(as),
estudantes e futuros(as) professores(as) sustentam a tarefa pública de formar sujeitos críticos, solidários e
comprometidos com a vida. A educação não é só transmissão de conteúdos, é prática de liberdade,
responsabilidade coletiva, “vocação ontológica de ser mais”, como lembra Paulo Freire. Por isso, ativamos
nossa memória pedagógica no esforço de lembrarmos quem somos, o que ensinamos e por que ensinamos. Essa
memória comum é co-construída em experiências, nomes, territórios e lutas, orienta nossas escolhas, fortalecem
nossos vínculos e nos impede de naturalizar o injusto. Dito isso, manifestamos solidariedade àqueles e àquelas
que vivenciaram o medo no último dia 28 de outubro, cujos eventos - absolutamente deploráveis! - marcaram,
decisivamente, a história (já trágica) de violência urbana na cidade do Rio de Janeiro.
Mais uma vez, as ações do Estado expõem uma necropolítica que transforma a morte em instrumento de
controle social. Reiterada por sucessivas intervenções violentas em comunidades, toda a cidade ficou em alerta
e pânico. Suspendemos as aulas, com prejuízos incalculáveis à formação acadêmica de estudantes, futuros(as)
professores(as). Da ausência de protocolos institucionais céleres e responsivos da nossa instituição à circulação
de fake news e desinformação, instaurou-se um ambiente de temor em toda a comunidade acadêmica,
produzindo uma sensação generalizada de completo caos, lamentavelmente, experimentada por toda sociedade
carioca.
O terror impôs-se ainda mais gravemente com a informação de centenas de mortos no complexo da
Penha e do Alemão, superando os números de óbitos de frentes de guerra, como na faixa de Gaza. O Rio de
Janeiro, cidade vítima de uma guerra sem fim, repete, de forma ainda mais atroz, as imagens de 15 anos atrás
que rodaram o mundo, no mesmo complexo do Alemão, quando a Polícia Militar hasteou uma bandeira
prometendo à sociedade, após incontáveis mortes, o fim da violência naquele território.
As imagens dessa semana inscrevem-se na história do terreno da nossa Universidade e assustam. Corpos
estirados no chão, predominantemente de jovens negros, escancaram o racismo, acentuam o horror e nos
indicam que estamos diante do aguçamento da necropolitica que há muito vem se constituido como regra pelo
Governo. Como educadores, pesquisadores em educação, entendemos que a necropolítica, conforme nos
assinala o filósofo camaronês Achille Mbembe, não se dissocia de uma necropedagogia, de uma estratégia
sórdida de nos anestesiar diante da barbárie e de criar narrativas absurdas, como a acusação de “narcoativismo”,
que passam a considerar como “terroristas” e “inimigos” todos aqueles e aquelas que se opõem à essa lógica
estapafúrdia e derrotada de fazer o combate às drogas e à violência urbana.
Estamos diante da violência do Estado, que pelo terror e pelo medo, pretende fazer com que nos
calemos, nos acomodemos e nos acostumemos com o hediondo. Não aceitaremos em silêncio essa covardia que
incide sobre corpos periféricos, que são os mesmos corpos de nossos estudantes. Quando vidas são tornadas
descartáveis e territórios são governados pela lógica da morte, o nosso papel é ainda mais necessário, porque
educar é um ato de resistência, de produzir crítica, memória e cuidado para sustentar o direito de existir.
Lembramos à comunidade acadêmica que a educação não acontece apenas por conta de docentes,
discentes e técnico-administrativos. Precisamos ultrapassar o "estudei aqui'; para afirmar: "fui formado aqui",

pelo todo que constitui o nosso espaço. Esse todo inclui pessoas, cidadãs e cidadãos de direito, com nomes e
histórias, que diariamente dão vida à UNIRIO. São seguranças, servidoras e servidores, trabalhadoras e
trabalhadores terceirizados (do bandejão, da limpeza, da jardinagem, da manutenção), entre tantos outras
pessoas sem quais a educação não acontece. Ninguém chega ou sai daqui sozinho, precisamos muito mais do
que livros e avaliações. São também os corpos dessas pessoas, de seus (nossos) familiares e vizinhos, que
estruturam a nossa casa. Sem elas não há educação, não há universidade!
Assim, comprometidos com a educação pública e com a ordem constitucional que rege o país,
manifestamos nosso repúdio a práticas de gestão que atentam contra o direito à vida e ao devido processo legal,
promovendo operações irresponsáveis e pouco efetivas que colocam toda a população em risco. Não há aqui
conivência com o crime, que também oprime a população carioca, especialmente a periférica. Há, sim, uma
aliança inequívoca com a potência reconstrutiva e regenerativa da educação e com o trabalho das e dos
educadores que se formam em nossa Escola. Reafirmamos nosso compromisso com a vida, com a dignidade
humana e com políticas públicas que protejam os mais vulneráveis. É por pessoas vivas, capazes de aprender,
ensinar e transformar, que seguimos educando e resistindo.

Direção da Escola de Educação

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Curso de Verão - Presencial

Componente curricular optativo: (HDI0110) Currículo, ideologia e poder
Docente: Eduardo Russell
Dias: 3ª e 5ª feiras, no horário das 10h às 13h
 
Período de realização do curso: 06/01/2026 a 05/02/2026
Período de Inscrições: 29/10 a 03/11/2025
Para solicitar inscrição no componente, acesse o formulário a seguir:

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