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Antropofagia, perspectivismo, modalidade: momentos-chave na cultura e na cena brasileira.

Coordenador: André Gardel

Descrição: Este trabalho tem como objetivo principal a releitura, a partir da noção de Antropofagia, de alguns momentos-chave da cultura e da cena brasileira. A imagem-conceito, introduzida por Oswald de Andrade em seu Manifesto Antropófago, de 1928, surge, aqui, revisto e revitalizado pela noção de Perspectivismo ameríndio, criada pelo filósofo e antropólogo contemporâneo Eduardo Viveiros de Castro, e também pela visão de brasilidade modal, concebida pelo poeta Haroldo de Campos. O instrumento neoantropofágico de releitura será utilizado, aqui, com um sentido muito próximo do que José Gil chamou, a partir de conceitos criados por Lévi-Strauss, de significante flutuante, o que permite reconfigurar o conceito, maleabilizá-lo, abri-lo em leque. E, com isso, produzir um esboço de brasilidade gerador de um modo de lidar com diferentes ângulos e filtros de visão da cultura e da cena. Os momentos-chave que serão relidos, antropofagicamente decisivos, se iluminam mutuamente na história, pois se dão em situações em que a abertura à alteridade e a necessidade de deslocamento são inevitáveis e/ ou programáticas. O primeiro deles foi o encontro, de sobrevivência e batalha de concepções de vida, ocorrido no Brasil do Século XVI, entre duas civilizações estruturadas e ricas: a ameríndia e a europeia. Depois, na cena e na dramaturgia de Arthur Azevedo e do Teatro de Revistas de fins do século XIX e início do XX. A seguir, nos anos 30 do século XX, a fim de analisar o ideário antropófago na dramaturgia de Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Mais adiante, será abordado o Momento Tropicalista, da segunda metade da década de 60. E, por fim, nos anos 90 e primeira década do século XXI, localizar as reverberações - residuais e cíclicas - da noção de antropofagia perspectivística modal na cena e na cultura brasileira do período.