MANTO - Núcleo de Estudos em História Colonial da Época Moderna
O MANTO, Núcleo de Estudos Coloniais, foi fundado em 2008, um ano após a abertura do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, e até março de 2017 foi coordenado pelo seu idealizador, o Professor Paulo Cavalcante de Oliveira Júnior. Durante esta primeira etapa de seu funcionamento, o núcleo norteou suas atividades privilegiando os estudos sobre a América Portuguesa, bem como desenvolvendo uma linha de reflexão em torno do papel da desordem e das ilicitudes e o seu impacto nas relações entre Estado e sociedade. Reorganizado após o falecimento inesperado do Professor Paulo Cavalcante, o núcleo não só manteve o seu nome original mas também o foco nos estudos coloniais, o que de alguma forma procura reverenciar a memória de seu fundador. No entanto, em sua nova configuração o MANTO ampliou suas perspectivas originais de forma a contemplar o interesse dos pesquisadores que a ele se agregaram.
Diversas perguntas guiam as pesquisas dos participantes do grupo: qual foi o papel da Igreja Católica e das múltiplas religiosidades que se manifestaram no Novo Mundo? Como as instituições políticas foram constituídas e quais foram as transformações que conheceram? Como a administração periférica da Coroa e as elites locais construíram laços sociais para possibilitar a governação no Atlântico? Como a escravidão e a diversidade socioétnica influenciaram as hierarquias sociais, religiosidades e relações políticas?
Em um contexto em que frequentemente se lança mão da história colonial para explicar as mazelas do presente, da intolerância religiosa à imbricação dos interesses públicos e privados, uma discussão cuidadosa sobre essas questões é relevante não só em termos historiográficos, mas também para possibilitar uma compreensão melhor sobre o presente e sobre os usos do passado.
A investigação dessas questões para além dos espaços da América Portuguesa, abarcando também o Atlântico hispânico e em menor escala o inglês e o francês, ampliou o escopo espacial de reflexão do núcleo, permitindo desenvolver abordagens comparativas que suscitam novas questões e ressaltam as especificidades de cada espaço. Assim, os ganhos com ampliação do escopo da análise podem ser muito significativos.
O MANTO conta com duas linhas de pesquisa:
1) Instituições e Poder Político (Maria Isabel de Siqueira, Marcos Guimarães Sanches e Thiago Nascimento Krause).
Significados sociais do Direito – Norma, prática e relações sociais – Fiscalidade, desordens e ilicitudes – Aproximações e tensões entre monarcas europeus e vassalos coloniais: serviço e rebelião – Hierarquias sociais e poder político.
2) Religião e Religiosidades: cultura, poder e hierarquias sociais (Anderson José Machado de Oliveira e Claudia Rodrigues).
Confessionalidade e Padroados Ibéricos – A pluralidade confessional na América Inglesa - Religiosidades e limites da confessionalidade - Apropriações do catolicismo e do protestantismo – Igrejas, conflitos e hierarquias institucionais – Religião e hierarquias sociais.