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Victor Bastos Teixeira Lupinacci

Orientador: Prof. Rafael da Rocha Fortes (UNIRIO)

Título:

     
"COMPORTAMENTO TERRITORIALISTA DO Stegastes fuscus (Cuvier, 1830) E A ASSEMBLEIA DE PEIXES RECIFAIS EM COSTÃO ROCHOSO TROPICAL: ANÁLISE DE SENSIBILIDADE"

Banca Examinadora:
Prof. Rafael da Rocha Fortes (Orientador- UNIRIO)
Profa. Ana Clara Sampaio Franco
Prof. Marcos de Souza Lima Figueiredo
Profa. Maria Lucia Lorini (Membro Suplente - UNIRIO)

 

Data: 01/07/2019 às 14h                                                                                      Local:  IBIO - a definir

Resumo:

Dentre os ambientes marinhos, os ecossistemas associados a fundos consolidados, os costões rochosos podem ser caracterizados por possuírem uma elevada biodiversidade. A determinação da biodiversidade, nesses ambientes, é consequência da ação de diversos fatores que atuam em escalas geográficas e temporais diferentes. Em uma escala geográfica menor, as interações bióticas assumem papel de destaque na estruturação da biodiversidade destes ecossistemas. Em costões rochosos, reconhece-se a importância de algumas espécies na estruturação da comunidade, como as pertencentes a guilda dos herbívoros territorialistas. O trabalho analisou o territorialismo do Stegastes fuscus frente à assembleia de peixes recifais. O estudo foi realizado em quatro campanhas no ano de 2019 no costão rochoso da Praia do Forno, Arraial do Cabo - RJ. Através de observações em mergulho livre, a partir do método animal focal (12 minutos), analisou-se o comportamento de 25 indivíduos. Os territórios foram demarcados e contabilizadas 3 formas de interações com espécies de peixes recifais, a saber: tolerância a (menor intensidade), ataque a invasor (intensidade média) e ataque a não invasor (maior intensidade). A identificação e a quantificação dos peixes recifais que habitam o entorno do território foram amostrados simultaneamente por dois mergulhadores dispostos lateralmente. Posteriormente foram capturados vídeos do indivíduo e do território para análise de dados de composição do substrato, comprimento do indivíduo e área territorial no software CPCe. Foi feita uma regressão linear simples entre cada variável ambiental, biológica e bionômica e o total de ataques do S. fuscus. Além disso, foram realizados índices de probabilidade e de seletividade de ataque e percentual de intensidade de ataque para as 10 espécies que mais interagiram. A partir dos resultados, as espécies foram agrupadas em agonísticas e não agonísticas e feito o teste PERMANOVA no software PAST Statistics. No caso da intensidade de ataque, foi feito o mesmo teste comparando os grupos para cada comportamento. Ademais, para analisar se há um trade-off, a taxa de forrageamento foi correlacionada com a taxa de defesa. Não houve nenhuma relação significativa do emprego de ataque com nenhuma das variáveis avaliadas. Em ambos os índices de ataque, as espécies Abudefduf saxatilis, Acanthurus bahianus, Acanthurus chirurgus, Chaetodon striatus e Diplodus argenteus foram consideradas agonísticas para o S. fuscus e as espécies Haemulon aurolineatum, Haemulon steindachneri, Halichoeres poeyi, Sphoeroides spengleri e Stegastes fuscus apresentaram maior tolerância pelos indivíduos analisados. A diferença de intensidade de ataque foi significativa para o comportamento 1 e não significativos para os comportamentos 2 e 3. A análise de trade-off não foi significativa. Observa- que a competição por alimentos ou por hábitats podem contribuir para a variação do comportamento. As espécies toleráveis não representam ameaça por serem de nichos diferentes. No caso das relações intraespecíficas, a tolerância se explica pelo fato dos territorialistas possivelmente reconhecerem intrusos com os quais tiveram interações repetidas. Essa seletividade em seus mecanismos de defesa favorece um o baixo custo energético. Visto isso, o S. fuscus é capaz de reconhecer quais invasores representam maior ameaça, para, desta forma, utilizar sua energia da maneira mais eficiente.