Renan Habib Pinheiro de Oliveira

Título:

Banca Examinadora:

Data: 04/07/2019 às  14h                                                                                     Local: IBIO, sala 502  

Resumo:

 O delta do Rio Paraiba do Sul (RPS) tem sido intensamente afetado por impactos antrópicos, tais como a construção de barragens e intensa urbanização, ocasionando uma diminuição do aporte de sedimentos no delta e facilitando a ocorrência de intensos processos erosivos de costa. O presente estudo tem como objetivo compartimentar o sistema deltaico do RPS de acordo com a distribuição das assembleias vivas e mortas de foraminíferos e tecamebas, a fim de apontar bioindicadores ambientais da região. Ao longo de 24 estações analisadas, foram identificadas 22 espécies de foraminíferos vivos e 63 mortos, além de 8 espécies de tecamebas vivas e 10 mortas. A grande diferença de riqueza entre as assembleias vivas e mortas sugere um complexo transporte de carapaças no PSR, tanto por eventos de overwash e entradas de maré e ondas, quanto pela intensa hidrodinâmica da região, que transporta as testas entre setores do delta. Os microrganismos mais dominantes no RPS foram os foraminíferos Ammonia tepida, Cribroelphidium excavatum, Haplophragmoides wilberti e Trochamminita salsa. Estes microrganismos auxiliam também para a discussão da análise de DCA, uma vez que foi determinado um setor marinho e um setor fluvial. Deste modo, sobre influência marinha, as espécies A. tepida e C. excavatum foram associados a salinidade, oxigênio dissolvido, matéria orgânica, carbonato e sedimentos finos, enquanto H. wilberti e T. salsa responderam positivamente a sedimentos arenosos, temperatura e potencial de oxirredução. A análise de grupamento determinou cinco grupos no sistema deltaico. O grupo I compreendeu todas espécies de microrganismos vivos e, para uma melhor análise, foi dividido entre Ia’ e Ib’. Assim, o grupo Ia’ indicou um ambiente com influência de mangue devido a representatividade de espécies vivas e mortas de H. wilberti, T. salsa, A. mexicana, além de todas as espécies de tecamebas. O grupo Ib’ foi relacionado a condições de ambiente costeiro, que favoreceram a sobrevivência de A. tepida e C. excavatum. O grupo II também é representado por um ambiente com influência de manguezal, indicativo de H. wilberti, T. salsa e tecamebas. O grupo III ressalta as condições hidrodinâmicas do delta por ser representada principalmente pela A. tepida, que foi dominante em todos os setores do sistema deltaico. O grupo IV sugere um ambiente com influência marinha pela alta abundância de C. gunteri. Por fim, o grupo V indica um ambiente com influência marinha, indicativo de A. parkinsoniana, C. excavatum e Miliolinella subrotunda. A análise de grupamento, então, tornou possível identificar uma semelhança entre as assembleias mortas e vivas distribuídas em um mesmo grupo de estações através das espécies de foraminífero Arenoparella mexicana, Ammonia parkinsoniana, A. tepida, Cribroelphidium gunteri, C. excavatum, Entzia macrescens, H. wilberti e T. salsa. Com base nestes resultados a diagnose do PSR foi eficiente, respondendo às condições de hidrodinâmica e aos impactos antropogênicos. Os resultados obtidos contribuirão para futuros estudos de monitoramento e de desenvolvimento do delta do PSR.