Projetos de extensão LABEUC
Responsável pelos projetos: Professor Elidiomar Ribeiro da Silva
Zoologia Cultural
Dialogar com a sociedade é uma questão de sobrevivência para a academia científica. Foi-se o tempo da universidade fechada em si. Os estudos que associam ciência e cultura são ideais para a aproximação entre universidade e sociedade. A Fundição Progresso é uma tradicional casa cultural do Rio de Janeiro e, através do Mercado Fundição Sustentável, tem possibilitado a realização de mostras científicas. Nelas, conseguimos falar e ouvir, ensinar e aprender. Conseguimos assim dialogar, sempre conversando sobre ciência a partir das experiências dos frequentadores. De modo semelhante, a Fanzinoteca do IFF câmpus Macaé é um celeiro de produção cultural. Alunos e frequentadores do local produzem revistas autorais dentro dos mais variados temas. Com eles, igualmente encontramos um espaço propício para a interação. Muitas das histórias lá desenvolvidas e vivenciadas nos influenciam quanto a formas e condutas para se falar sobre ciência. Essa interação institucional vai acontecer de modo presencial apenas se as condições sanitárias permitirem. Do contrário, será feita de modo remoto.
A cultura faz parte da vida de todos nós. Muitas produções culturais podem possuir detalhes, alusões e ideias científicas interessantes, passíveis de utilização em abordagens de divulgação ou em sala de aula. A despeito de ser um processo com liberdade criativa, a composição de um personagem cultural muitas vezes recebe interessantes influências da vida real. Face à forte ligação dos animais com o ser humano, não é de se estranhar que eles venham servindo como inspiração para muitos personagens da ficção. Temas relacionando a Zoologia às manifestações culturais vêm ganhando destaque recentemente e constituem a chamada Zoologia Cultural. O presente projeto visa o estudo dos personagens dos universos ficcionais que tenham sido inspirados, em alguma forma, em grupos taxonômicos animais. E, com isso, utilizá-los para popularizar a ciência, de modo dialógico com a população, através da realização de mostras e exposições.
Aos estudantes envolvidos espera-se que desenvolvam a noção crítica de que é necessário à academia, enquanto prestadora de serviço, saber se expressar de modo compreensível a todos os públicos. Com isso, espera-se contribuir para que a nova geração de futuros pesquisadores saiba a importância de seu papel social.
Embora viva de inovações, paradoxalmente a academia científica é arredia a mudanças. A Zoologia Cultural se presta bem a quebrar esse paradigma, por mostrar uma ciência cotidiana. E, ao mesmo tempo, a associação entre o estudo dos animais à presença de elementos zoológicos na cultura tem um caráter inclusivo, pois aproveita também os conhecimentos prévios e empíricos do público-alvo, que, assim, se sente parte ativa do processo.
Homem-Leoa
O fanzine Homem-Leoa é inclusivo na sua essência. A começar pelo nome escolhido, que representa a força do feminino e a associação entre homem e natureza. Temos participação de parceiros acadêmicos, como a UFRJ, mas nossa inspiração está fora da academia. A ideia é exatamente trazer à luz o pensamento público e o interagir com a Ciência. Para isso, o contato com o IFF Macaé é fundamental, incluindo no processo criativo estudantes da rede básica e pessoal não familiarizado com os métodos científicos, sendo a sede dessa nossa parceria a Fanzinoteca do IFF Macaé, um espaço lúdico e de impressionante produção cultural. Além disso, a contribuição ao fanzine estará sempre aberta ao público leigo, com o qual interagimos pessoalmente e pelo Facebook, via página do fanzine Homem-Leoa.
Em um cenário recente de acontecimentos ambientais/científicos terríveis, falar de Ciência é, mais do que nunca, fundamental. Levar a informação científica ao chamado público-leigo, de modo interativo e à base da troca, vai ajudar a esclarecer o quão importante é a Ciência na vida de todos. Para fazer isso de forma lúdica, sem conteúdos pesados que poderiam ser enfadonhos para muitos, um fanzine pode ser bastante adequado e esperamos, assim, sensibilizar a sociedade. Quanto aos estudantes, eles terão a oportunidade de ver e sentir a importância de pensar, falar e se comunicar sobre a Ciência.
Antropofagia zoológica brasileira em memes - Viva Macunaíma (Projeto de Cultura/Artes)
A pandemia de Covid-19 mudou o mundo, enfatizando a importância da comunicação via redes sociais. E realçando a força dos memes para disseminar informações nas redes sociais. "Macunaíma" é uma obra que atravessa tempo e espaço, escorregando entre oculto e o popular. Bebendo da água renovadora da Semana de Arte Moderna de 1922, o livro faz uma síntese - caricata e séria - do povo brasileiro e também de nossos bichos.
Dentre tantos problemas e consequências terríveis, a pandemia de Covid-19 também escancarou algo que muitos já sabiam, mas poucos agiam para tentar resolver: a falta de conexão e comunicação entre a academia científica, representada pelas universidades públicas e institutos de pesquisa, e o restante da Sociedade. Enquanto agentes da Ciência, por muito tempo nós negligenciamos as formas de contato com o chamado público leigo, ou seja, a sociedade como um todo. Para esse contato ser estabelecido, parece óbvio que a terminologia clássica científica, repleta de jargões específicos e termos técnicos, deve ser um pouco deixada de lado. Há que se estabelecer uma comunicação simples, em que todos os envolvidos possam compreender. Há que se estabelecer uma comunicação simples, em que todos os envolvidos possam compreender. O presente projeto defende que falar de Ciência através da Cultura é o melhor caminho para se atingir a sociedade. Vamos, então, falar de nossa biodiversidade usando "Macunaíma" e outros tesouros culturais herdados da Semana de Arte Moderna. Para tal, usaremos os memes como tempero para apimentar a união Ciência-Cultura.