Pesquisa ibero-americana aponta perfil da juventude no Brasil
Jovens que se preocupam com a família, as condições de saúde, a educação e o futuro, mas sem confiança nos partidos políticos, no Congresso Nacional, no governo e na Presidência da República.
Esse perfil da juventude brasileira foi traçado pela seção nacional de uma pesquisa realizada em nove países ibero-americanos, coordenada pelo Observatório Juventude na Ibero-América (OJI). No Brasil, o estudo contou com a participação dos professores Diógenes Pinheiro, Eliane Ribeiro e Mônica Peregrino, da Escola de Educação da UNIRIO, e de pesquisadores da UFF e da Uerj.
Para os professores da UNIRIO, a pesquisa aponta questões importantes para se pensar o desenho de políticas públicas mais afinadas com os desejos e expectativas dos jovens brasileiros, que são muito plurais, mas têm questões em comum -- como o medo do futuro, seja pela crise ambiental ou pelo medo de não conseguir um trabalho decente.
Sobre os resultados, um aspecto positivo destacado foi que o respeito às diversas identidades de gênero apareceu como uma unanimidade entre os jovens, assim como o repúdio à violência como forma de resolução de conflitos.
Como ponto negativo, os pesquisadores da UNIRIO observam que o sentimento de ansiedade e tristeza parece ser um traço geracional, potencializado por sua vivência intensa no mundo digital, onde constroem suas identidades e se afirmam na cena pública.