Como parte da terceira edição do Congresso Internacional em Humanidades Digitais (HDRio 20/21), foi realizado, sexta-feira (16), um evento de lançamento da Associação Brasileira de Humanidades Digitais (ABHD). A Associação pretende reunir pesquisadores e profissionais que atuam na área de Humanidades Digitais, que envolve a intersecção entre as investigações em Ciências Humanas com os métodos e ferramentas das Tecnologias Digitais.

Participaram do evento de lançamento os pesquisadores Leonardo Villela de Castro, Jair Martins de Miranda, Luiza Helena Guimaraes, Miriam Gontijo de Moraes, Alexandra Joy Formann e Luis Frederico.

Leonardo Villela, professor da Escola de Educação da UNIRIO, apontou para a possibilidade futura da criação de um curso de pós-graduação lato sensu, de caráter interinstitucional e internacional, sobre Humanidades Digitais. "Eu estou pensando alto, em uma futura cátedra de Humanidades Digitais, mas pensada na perspectiva do hemisfério sul, do sul global, em uma perspectiva de contra-hegemonia e de valorização da diversidade cultural e linguística dos países do hemisfério sul", disse ele.

O HDRio 21/22 contou com 3.300 inscritos e essa grande participação poderá ser revertida para potencializar a Associação. Todos que pagaram inscrição para o Congresso receberam automaticamente a anuidade gratuita da ABHD referente ao ano de 2021 - o que já garante um número inicial de cerca de 200 participantes. Uma carta-questionário foi enviada para os e-mails de todos os congressistas com um convite para a afiliação.

A Associação foi criada no dia 20 de dezembro de 2020 e os membros-fundadores têm como um dos primeiros objetivos a publicação da Revista Brasileira de Humanidade Digitais, com os textos completos enviados ao Congresso. Outra proposta a ser desenvolvida prioritariamente pela ABHD é a criação de um programa educacional, tendo como parâmetro o trabalho desenvolvido pelo pesquisador Luís Frederico em associações africanas de Humanidades Digitais .

Para Jair Miranda, professor do Departamento de Arquivologia do Centro de Ciências Humanas e Sociais da UNIRIO e coordenador do Laboratório de Preservação e Gestão de Acervos Digitais (Labogad), a ideia é que o Congresso aconteça de dois em dois anos. "A Associação deve servir para pensar coletivamente esses rumos, organizar um campo que ainda não estava tão sistematizado no Brasil. É uma área muito grande e diversa, mas temos a função de integrar e sistematizar", explicou Jair. O próximo passo previsto será a realização de uma assembleia para eleger um presidente para a ABHD.

O HDRio 20/21 foi organizado pelo Laboratório de Preservação e Gestão de Acervos Digitais (Labogad), do Centro de Ciências Humanas e Sociais da UNIRIO, junto com o Instituto Urca e a Associação Brasileira de Humanidades Digitais, e em parceria com instituições nacionais e internacionais. Quem não participou como conferencista pode assistir às atividades pelo canal audiovisual do HDRio 20/21. Mais informações podem ser obtidas na página do evento e em suas redes sociais.

O evento de lançamento da ABHD está disponível no vídeo abaixo: