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HUGG e Escola de Medicina criam iniciativa voltada para a saúde mental de seus profissionais de saúde

Aflição, insônia, irritabilidade: características, típicas, de quem está sofrendo de algum tipo de transtorno de ansiedade. E os profissionais, principalmente da área da saúde, estão sentindo cada vez mais esses sintomas neste período de combate ao novo coronavírus.

Foi pensando nisso que o serviço de saúde mental do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) em parceria com a Escola de Medicina e Cirurgia (EMC), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), criaram a iniciativa de auxílio aos seus colaboradores:

- Quando percebemos que nossos profissionais apresentavam quadros de estresse elevado, principalmente causados pela preocupação em contrair ou transmitir o vírus, resolvemos criar ferramentas de suporte para o enfrentamento desses transtornos. Nosso trabalho contará tanto com os professores da EMC quanto com o quadro técnico do HUGG -, explicou Priscila Galvão, chefe da Unidade de Atenção Psicossocial.

E, em tempos de isolamento, uma nova modalidade alternativa de acompanhamento se fará presente:

- O atendimento vai ser preferencialmente online, mas caso haja alguma urgência, poderá ser realizado de forma presencial. Quanto à periodicidade, será analisado cada caso através de uma avaliação. Nossos psicólogos e psiquiatras estarão à frente desse projeto e saberão que medida tomar, afinal, a abordagem responde à singularidade de cada caso.  Ou seja, embora o sofrimento emocional possa ter a mesma "causa", cada um vai expressar isso de uma maneira. Por isso, o profissional da saúde mental vai procurar auxiliar cada um considerando a sua subjetividade e características particulares daquele caso -, finalizou Priscila.

Já a responsável pela disciplina de psiquiatria da EMC, Júlia Fandiño, aproveitou para ressaltar a importância do cuidado mental, especialmente nesse momento:

- Cuidar da saúde mental faz parte dos cuidados em saúde de maneira geral, embora nem sempre essa cautela receba a atenção devida. Estar equilibrado emocionalmente para enfrentar essa situação é essencial e tem impacto importante no atendimento que é prestado ao paciente. No caso de quem está na linha de frente, é ainda mais crucial, devido a todas as pressões e desgastes vividos por um profissional que assiste em uma pandemia. As decisões complexas, o aumento no número de pacientes e nas horas de trabalho, o cansaço excessivo, o risco de contágio, aumentam os riscos de os profissionais apresentarem dificuldades psicológicas e mesmo o burnout (síndrome de esgotamento) -, explicou a docente.

Ainda de acordo com Júlia, falar sobre suas angústias é fundamental para diminuir o sofrimento e permitir que esses profissionais se mantenham com a técnica e o afeto que suas funções demandam.

-  A questão da pandemia pode interferir diretamente na vida profissional e ter consequências na vida pessoal. O acolhimento engloba todas as questões diretas e indiretas ligadas ao estresse causado neste período. É esperado que haja um aumento da ansiedade nessa fase e os peritos que lidam diretamente com as questões da pandemia ficarão mais sobrecarregados e viverão perdas , além do medo específico de serem agentes que possam contaminar, também, suas famílias . A equipe de saúde mental está presente para ouvir essas angústias e auxiliar a encontrar formas de lidar com os desafios enfrentados -, concluiu Fandiño.

Serviço:

O atendimento será preferencial aos profissionais de saúde que estão na assistência. O projeto, que tem como objetivo auxiliar os peritos neste momento, irá durar enquanto existir a pandemia. Aqueles interessados em serem atendidos devem enviar e-mail para saudementalhugg@gmail.com.