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Comunicações - Quarta-feira, 16/05/2018 - Sala 2

14:00 – Coisas que são difíceis de enquadrar em categorias: O movimento do rock angolano e questões sobre os gêneros musicais a partir do documentário Death Metal Angola
Melina Aparecida dos Santos Silva – UFF
O artigo reflete sobre a produção do gênero musical metal após o fim da guerra civil angolana, em 4 de abril de 2002, e as representações de suas práticas musicais pelo documentário Death Metal Angola, cuja sinopse nomeou a rede musical sob o rótulo death metal. Contudo, a empreitada de Jeremy Xido ainda apresenta controvérsias entre os atores sociais do movimento musical, já que nem todos concordam com a rotulação dada pelo produtor norteamericano. Este é o ponto de partida para aplicar a proposta descolonial do pensamento etnocêntrico, aonde procuro elencar parte das questões suscitadas pelos trabalhos de campo de 2014, de 2016 e 2017. Tais inspirações teóricas procuram situar como os gêneros musicais mudam segundo os espaços e os tempos nas percepções dos atores sociais, direção tomada por esta pesquisa após o contato com o movimento do rock angolano.
Palavras-chave: Metal; Angola; Gêneros Musicais; Desclassificação do conhecimento.

14:25 – Redes e relações entre as subáreas da pesquisa em música no Brasil a partir da produção bibliográfica do Congresso da ANPPOM
Renato Pereira Torres Borges – UNIRIO
Esta comunicação discute a organização em redes da pesquisa em música no Brasil (PMB), abrangendo duas questões: um método de reconhecimento de redes de pesquisa a partir de dados empíricos e a alta frequência de interfaces entre subáreas na PMB. O método enfoca publicações de um corpus selecionado, empregando textos como nós e palavras-chaves como arestas da rede a ser gerada, e prioriza a visualização de temas e metodologias. Para exemplifica-lo, analisa-se 914 textos dos Congressos da ANPPOM entre 2013 e 2015. A principal rede gerada reuniu 748 (81,8%) textos e reconheceu com sucesso as subáreas, por meio das metodologias e assuntos representados nas palavras-chave das publicações. Esse reconhecimento permitiu, primeiramente, compreender a pesquisa musicológica como um espaço fluído entre subáreas, ao invés de um conjunto de domínios desconectados, confirmando um dos modelos teorizados em trabalho anterior. Seções da rede ligam muitas subáreas diferentes, sugerindo a constituição de núcleos de estudos que não se compatibilizam com a divisão corrente do campo de pesquisa. A conotação de domínios com temas e metodologias exclusivas é contestada pela própria bibliografia apresentada pelos pesquisadores, que encontram, com suas investigações, sobreposições das atuais subáreas. O reconhecimento também permitiu observar interfaces, proximidades e distâncias, além de fissuras de subáreas, desfazendo impressões geradas por discursos de incomensurabilidade entre certos domínios da PMB. As tradicionais divisões da PMB já não se adequam perfeitamente aos temas e metodologias, que frequentemente se agrupam de novas maneiras. Comenta-se a influência de identidades geradas por convenções do meio musical brasileiro sobre a segmentação de temas e metodologias. Conclui-se que a teoria que emana das subáreas da pesquisa em música no Brasil empregada na ANPPOM hoje não dá conta do campo de pesquisa de fato. Pretende-se que as considerações desta comunicação façam parte da constante renovação teórica do campo frente às suas práticas de pesquisa.
Palavras-chave: Pesquisa em música no Brasil; Redes de pesquisa; Teoria musicológica; Musicologia; Tendências de pesquisa em música.

14:50 – Considerações teóricas sobre a prática da etnografia na atualidade a partir de Anthony Seeger e Tim Ingold
Schneider Ferreira Reis de Souza – UFF
A etnografia é uma práxis de pesquisa importante para os estudos de etnomusicologia enquanto base de produção de dados que ocorre por meio da relação direta com os agentes no campo. No entanto, é notório que muitos pesquisadores têm tido problemas com esse conceito. Alguns, por exemplo, têm dificuldade em equilibrar o uso do tempo necessário para desenvolver-se teoricamente e realizar a pesquisa de campo. Diante disso, este artigo objetiva refletir sobre etnografia, expondo alguns problemas que tem ocorrido em relação, primeiro, a seu entendimento, e, segundo, às dificuldades dos pesquisadores em lidar com as demandas previstas por esse método. Esse artigo, portanto, é uma discussão teórica na qual destacaremos dois autores: Anthony Seeger e Tim Ingold. Esses autores produziram dois artigos com considerações sobre a etnografia que lançam posições relativamente conflitantes sobre o tema. A partir da exploração do tema, por meio desses textos, notamos, primeiramente, que é importante não tratar a etnografia como uma palavra que signifique qualquer pesquisa de campo, pois isso levaria a entendimento errôneo sobre o conceito tornando-o referência para algo genérico, portanto, de menor valor epistêmico. Ela possui singularidades que precisam ser respeitadas, principalmente, pela necessidade de extenso aporte teórico para seu embasamento. No entanto, também precisamos, enquanto pesquisadores, procurar meios para que a etnografia não seja intimidadora a ponto de criar uma paranoia nos pesquisadores na busca por aporte teórico arbitrariamente considerado necessário para defender seu trabalho de pesquisa.
Palavras-chave: Etnografia; Trabalho de campo, Anthony Seeger; Tim Ingold; Etnomusicologia.

15:15 – Conectividade e experimentação no coletivo Quintavant
Bethânia Barbosa Brandão – UNIRIO
Neste trabalho pretendo pensar a cena da música experimental carioca, mais especificamente as atividades do coletivo Quintavant, como espaço de conectividade. Inspirada na tese de doutorado (2010) e no artigo “É o beat que dita: criatividade e não-proeminência da palavra na estética Funk Carioca” de Mylene Mizrahi (2010) e no modo como a autora aplica o conceito de conexões parciais proposto por Marylin Strathern, pretendo olhar o Quintavant como espaço de trânsitos, trocas, experimentações, fluxos e conflitos, e como a criação estética e artística está a serviço dessa conectividade e dessa experimentação.
Palavras-chave: Conectividade; Quintavant, Audio Rebel; Música Experimental.

15:40 – Coffee break

16:05 – E isso pode? Uma pesquisa-ação artística em Práticas Interpretativas
Daniel Lemos Cerqueira – UNIRIO
Este trabalho consiste no relato de uma pesquisa em andamento na subárea de Práticas Interpretativas. A investigação se divide em três etapas: 1) pesquisa musicológica; 2) prática de edição musical; e 3) interpretação de parte do repertório editado. São pontuadas questões levantadas ao longo do método da pesquisa e que foram delineando um novo percurso metodológico. Em seguida, será discutida a relação da presente pesquisa com os conceitos de “pesquisa artística” e “pesquisa-ação”. Conclusões apontam para a necessidade de diversificar os assuntos abordados em trabalhos relacionados à subárea de Práticas Interpretativas.
Palavras-chave: Práticas Interpretativas; Performance Musical; Pesquisa-ação; Pesquisa artística.

16:30 – Corpo-imagem-som: uma experiência no campo da pesquisa artística
Felipe Merker Castellani – UFRGS
O presente trabalho consiste em uma abordagem sobre a noção de pesquisa artística. Visa apresentar suas especificidades, suas ferramentas conceituais e analíticas e suas diferenças em relação a outros paradigmas de pesquisa acadêmica. Tomo como ponto de partida a experiência de desenvolvimento de minha tese de doutorado, na qual prática artística e reflexão teórico-conceitual modulam-se e se retroalimentam de diferentes formas.
Palavras-chave: pesquisa artística; criação musical; investigação-ação.

16:55 – Os sambas da gafieira: reflexões sobre os gêneros musicais
Daniela Spielmann Grosman – CEFET-RJ
O artigo aborda os sambas da gafieira, a partir de escutas coletivas - a recepção - e análise musical, demonstrando uma variedade de possibilidades de categorizações. Os músicos, DJs e frequentadores que vivenciam os bailes de gafieira entendem determinadas características sonoras, musicais e textuais, e negociam socialmente quais as características constituintes cada gênero musical nos variados tipos de bailes.
Palavras-chave: Gêneros Musicais; Samba; Gafieira.